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História Alvorecer (ABO) - Decepção


Escrita por: IchygoChan

Notas do Autor


O coração dispara com esse Izuku, não é? Tadinho, passou por grandes provações.

Capítulo 9 - Decepção


Fanfic / Fanfiction Alvorecer (ABO) - Decepção

Sem saber exatamente onde o ômega morava, Shoto apenas vagueou pelas ruas, seguindo seu instinto.

Concentrado, farejava o ar em busca de algum rastro do aroma de baunilha e morango que pudesse lhe indicar uma direção.

Caminhou por um longo período, atravessando muitas ruas e casas, até encontrar um indício, um rastro leve e longínquo, captado por seu olfato aguçado. Inspirou profundamente, enebriando-se com o fraco aroma, seguindo a direção que ele lhe indicava.

Seu coração recomeçou a bater acelerado ao reconhecer cada nota daquela essência singular, assim como suas pernas se moveram mais agilmente incitadas pelo intenso desejo de estar perto dele ao perceber que havia algo errado.

Encontrou-o sentado em um banco à alguns metros de distância. Solitário ele fitava o mirante a sua frente, atento ao leve tremular da água do oceano, agitada pela leve brisa e iluminada pela luz do luar. Usava um boné vermelho, virado para trás e parecia extremamente concentrado e pensativo.

Shoto aproximou-se vagaroso, sem querer incomoda-lo, ainda que seus instintos o impelissem a ser mais ágil. O aroma dele o envolvia de uma maneira tão sublime e profunda que era como ser transportado a um lugar maravilhoso, mas dessa vez estava diferente, transmitia algo diferente, oscilando a todo momento. A área em seu pescoço, a mesma que o despertara horas atrás queimando em sensações estranhas, novamente pulsava, como se ali houvesse alguma ferida.

Sua audição captou os ruídos baixos no instante em que ele compreendeu qual era o segundo aroma que se misturava ao de Izuku, além do próprio. Ele estava chorando e apenas imaginar algo assim quebrou o coração do alfa em vários pedaços.

Antes que percebesse, estava ao lado do ômega, e sem pedir licença sentou-se no banco e o trouxe para junto de si, deitando sua cabeça em seu ombro. Não houve resistência por parte de Izuku que havia reconhecido o cheiro do alfa assim que o vento mudou de direção. Não podia negar que seu corpo implorava pela presença de um alfa que pudesse lhe acalmar, e não recusaria o colo dele, pelo contrário, intensificou os próprios feromônios para que ele reconhecesse sua necessidade. Seria a última vez que se daria ao prazer da companhia dele tão perto de si.

_ Não deveria estar aqui fora sozinho, é perigoso. - Shoto disse de maneira mansa, alisando os braços do ômega para acalmá-lo.

_ Eu precisava de um tempo sozinho para pensar.- fungou agarrando-se ainda mais a blusa dele, esfregando o nariz nas glândulas do alfa. Aquele cheiro lhe acalmava, o fazia se sentir protegido e corajoso, além de manhoso.

Era isso que ele odiava. A submissão natural que seu gênero incutia em si.

_Imagino que sim. - ficou em silêncio por algum tempo, apenas acalmando-o. - Porque estava chorando? Aconteceu alguma coisa? Alguém lhe tocou ou obrigou a algo?

Esse era outro detalhe de Shoto que passou a detestar naquele momento: a dedicação aos amigos. O alfa estava sempre questionandose Izuku estava bem, preocupado com seu bem-estar. Isso dificultaria sua missão.

_ Não, quanto a isso eu não corro risco estando com a marca provisória que me deixou. - apontou para a marca.

_ Me desculpe por isso, eu realmente me descontrolei. Não deveria ter feito, se não tivessem me parado...- suspirava envergonhado do próprio descontrole.

Izuku apenas balançou a cabeça compreensivelmente. Não atribuía a ele toda a culpa, ainda que não o absolvesse por completo.

_ Acho que nós dois estávamos muito instáveis para pensar naquele momento. Não se culpe, eu também me deixei levar.

_Meu pai literalmente pirou quando soube, sabe? - Shoto iniciou, segurando a mão de Izuku com carinho, acariciando com o polegar. - Ele me ensinou a ser um alfa controlado, não me deixar levar pelos instintos e acabei cedendo. Fui treinado desde pequeno para isso, e concordo com ele. Não era para ter acontecido, afinal eu sempre me controlei.

Aquela informação pegou o ômega de surpresa fazendo-o ponderar sobre sua culpa. Realmente havia sido muito ingênuo ao retirar a coleira e com isso aguçado os instintos de Shoto.

Ser ômega é uma merda.

_ Daí eu o fiz perder a cabeça. - disse triste, virando para o lado e escapando do olhar dele. - Eu não queria, juro. Acabei me descontrolando quando o vi lutando com o Bakugou. O seu cheiro estava tão forte, e...

_Ei! Não diga isso. - Todoroki segurou o queixo dele com carinho fazendo-o olhar para si. - Não pense assim, ok?! Nada do que aconteceu é culpa sua.

_ Foi sim, Shoto!- exasperou-se chorando ainda mais. - Não vê? Se antes você se controlava e agora não consegue mais, então a culpa é minha, mesmo que indiretamente, não vê?

_ Não, não é, e eu não vou aceitar que pense isso de si mesmo. - segurou-lhe o rosto com as duas mãos, encarando os olhos verdes que pareciam ainda mais brilhantes e cativantes sob a luz do luar. - Eu o conheço a pouco tempo, Izuku, sei que ainda não convivemos o suficiente, apesar de termos passado por aquela situação constrangedora- riu e o ômega o acompanhou, deixando-o fascinado com o som de sua risada. - Mas eu posso afirmar duas coisas: Uma é que você não faria nada propositalmente para prejudicar ninguém, outra é que mesmo te conhecendo a tão pouco tempo você já me cativou de um jeito que é difícil explicar.

Midoriya corou com a afirmação dele, tentando escapar dos olhos bicolores que o fitavam honestos e arrebatados. Ele mesmo sentia algo muito forte pelo alfa, por isso sentia o peso de sua decisão cada vez mais forte dentro de si. Não seria nada fácil.

_ Não se culpe, Izuku. Por favor. - pediu carinhoso, encantando-o com a ternura de suas palavras.

O ômega segurou a mão dele com carinho, retirando-o de seu rosto a contragosto. Tudo o que estava acontecendo era por ambos serem compatíveis demais e para o bem geral era melhor que se mantivessem afastados.

_ Eu também gosto muito de você, Shoto. É um cara legal, e um bom amigo e agradeço por se preocupar comigo quando a maioria dos alfas nem mesmo se importariam em tentar se desculpar. - suspirou fundo, desviando os olhos para o mar por um instante, enquanto buscava as palavras e a coragem dentro de si. - Só que... bom, nós dois... eu adoro a sua presença e a maneira como ela me acalma, mas eu acho melhor não ficarmos próximos, sabe?!Para o nosso bem.

Os olhos de Shoto se abriram em espanto com aquela afirmação.

_ Mas, porque? - perguntou ligeiramente desesperado com aquela resposta. - Não precisamos nos afastar, eu prometo que não vai acontecer de novo, que vou me controlar.

_ Não tem como prometer algo assim, e você sabe. Ambos somos escravos dos nossos instintos, e... bem, por sermos ambos lúpus acho que isso influencia sabe? - apertou a mão dele entre a sua, tentando confortar o alfa cujo semblante transparecia o quão desolado estava.

_Eu não sei se quero ficar longe de você, Izuku. Nem mesmo se sou capaz. - desabafou. - Por favor, não se afaste de mim pela minha mancada.

_ Não é só  por isso. Vai ser melhor para nós, Shoto. Mesmo que sejamos apenas amigos, sempre vai haver a questão de gênero entre nós, sabe, aquela tensão sexual perigosa por causa dos feromônios e tal? Pode ser que acabemos magoados se insistirmos nisso. Estando próximos, nós correremos sempre o risco e eu tenho meus objetivos e você os seus, não podemos nos dar ao luxo de correr esses riscos.

O alfa passou a mão pelo rosto, visivelmente cansado. Sabia que havia lógica no raciocínio do ômega, mas não queria perdê-lo.

_ Mesmo que diga essas coisas, eu não acho necessário chegar a tanto. Eu não sei se seria capaz de simplesmente te ignorar.

_Mas é. - Izuku suspirou cansado. - Precisamos nos resguardar. Se insistirmos nisso pode ser que em um desses descontroles hormonais a gente perca a cabeça e eu acabe marcado, ou pior, grávido. Não quero correr esse risco, por mais que eu goste de você.

_ Sabe que eu não te deixaria se isso acontecesse, não é? Eu não te deixaria sozinho, assumiria a minha parte da culpa e o bebê sem problema algum.

Ele estava sendo sincero, e Izuku sabia disso, assim como entendia que, querendo ou não, o peso maior ainda ficaria sob suas costas.

_A questão não é essa, Shoto. Sei que não me deixaria desamparado, você é confiável, mesmo assim não quero correr riscos. Não quero filhos, pelo menos não por hora, tampouco uma marca feita em um momento de descontrole. Não seria justo pra nenhum de nós dois.

O alfa desviou os olhos, tenso e angustiado com aquela decisão que tanto lhe magoava. Sabia que a culpa era sua, que se tivesse sido mais cuidadoso e controlado nada daquilo estaria acontecendo. Aqueles eram os frutos de seu descontrole e isso pesava em seu coração.

_Isso quer dizer que vou ter que ficar longe de você? Tipo, por toda a vida?-questionou desolado, cada palavra lutando pra sair.

Izuku ponderou. Não queria ver aquele semblante triste no rosto de Shoto, mas sabia ser necessário e levaria aquela decisão até o final, mesmo que doesse muito.

_ Talvez nem tanto, mas ao menos por hora.

O alfa virou-se para frente, encarando o oceano desolado. O coração parecia pesar uma tonelada dentro do peito.

_ Sei que tomou a sua decisão e vou respeitá-lo já que é o que deseja. - bufou escondendo a irritação por tudo aquilo. - Ainda assim acho exagerado. Poderíamos lidar com isso, eu poderia tomar supressores com mais frequência e assim adiar o meu hut, ou mesmo usar qualquer outro artifício, tipo uma máscara, ou algo do tipo para evitar sentir os seus feromônios com tanta intensidade.

A risada triste de Izuku o fez olhar para o ômega.

_ Eu me sentiria muito ofendido vendo você andar ao meu lado com uma máscara. Ia me achar fedorento.

Shoto o trouxe para um abraço que o pegou desprevenido, afundando o nariz em seu pescoço e aspirando o aroma que tanto lhe cativava e tirava do sério. Precisava sentir aquele cheiro uma vez mais antes de se despedirem.

No entanto as reações que a essência causavam em si eram fortes demais, principalmente quando coletada direto da fonte.

_ Nunca na minha vida havia sentido uma essência tão maravilhosa. - confessou e as bochechas de Izuku ficaram ainda mais vermelhas. - É delicioso, igual a você.

Arrastou o nariz pelo ombro dele, enebriado pela pele macia e o aroma cativante, causando gostosos arrepios no ômega que sentiu-se excitado com a respiração quente batendo contra sua pele, gemendo manhoso ao sentir os dentes dele rasparem lentamente, passeando pelas omoplatas de maneita provocante. Aos poucos o alfa se perdia naquele cheiro, excitando-se com os gemidos manhosos que começaram a escapar do ômega.

Antes que percebessem, nenhum dos dois tinha mais controle dos próprios pensamentos e ações, entregues apenas aos instintos.

A presença de Shoto, cada vez mais forte, começou a dispersar os pensamentos do ômega que em um ato reflexo, passeou as mãos pelas costas dele, arranhando-o lentamente, de cima para baixo, com as garras salientes, jogando a cabeça para trás e gemendo ao sentir os dedos dele tatearem a alça de sua coleira, erguendo para poder lamber a marca, deixando-o entorpecido com os grunhidos que fazia sua pele vibrar entre os chupões exigentes e cada vez mais selvagens estalando e criando um som único e lascivo. Desejou mais uma vez sentir as presas invadindo-o e o sentimento de posse. Queria pertencer aquele alfa, sentir-se dominado por ele. Arranhou-o cada vez mais forte, empurrando sua boca contra o próprio pescoço, o incitando.

_ Shoto... humm... me morde... - gemeu longamente sentindo as presas dele cada vez maiores rasgando a pele vagarosamente. - ... ahh... Mnnnh... eu preciso que me marque de verdade....

A voz manhosa e os arranhões necessitados deixaram o alfa completamente possuído de desejo. Rosnava baixo, com as pupilas dilatadas e a respiração descompassada.

_ Izuku, eu preciso tanto de você... do seu cheiro... não se afaste de mim, por favor... - suplicou, gemendo rouco dos quando o ômega fincou suas garras em seu ombro, rosnando alto de prazer. Sentia a ereção pulsar dolorosa, incitando-o a entrar no ômega que se preparava para isso, seu olfato aguçado captava o cheiro único da lubrificação dele.

A boca do alfa encontrou a sua, tomando-o em um beijo necessitado e cheio de desejo, tão luxurioso que era capaz de pôr fogo em ambos. As línguas bailavam desejosas, e as presas de ambos raspavam e cortavam tamanha urgência que tinham em provar do sabor um do outro. Somente quando o alfa o puxou, trazendo-o para o próprio colo e esfregando a ereção entre suas nádegas que Izuku recuperou um pouco da própria consciência.

_ Shoto... Não... tente se controlar...- pediu em ofegos baixos como miados, tentando ignorar a mão do alfa que lhe subia a camiseta, lambendo e sugando a pele sensível. Reprimiu um gemido longo quando ele círculo um de seus mamilos, abocanhando-o e o circulando com a língua.- ... Não... Shoto...

_ Não!- ele rosnou mal humorado pela tentativa de interrupção, descendo a mão para os quadris do ômega e pressionando-o ainda mais contra a própria ereção. Rudemente, apertou a pele, fincando as garras na pele macia e grunhindo de prazer pelos gemidos roucos que recebia em troca.

Izuku soube, no momento em que ele passou a resfolegar e rosnar, liberando sua presença para afastar outros alfas, que Shoto havia perdido toda a racionalidade. Para si mesmo faltava muito pouco, sendo uma incógnita como ainda mantinha alguma linha de raciocínio.

Com um pouco de esforço ele alcançou o próprio bolso, puxando um frasco de anti-feromônio e borrifando um leve jato no rosto de Shoto que o largou imediatamente, tossindo e espirrando esfregando a mão pela face, rosnando irritado.

Izuku arfava, ainda excitado. Espirrou um pouco em si, tomando o cuidado de fechar os olhos, inalando o que podia para se acalmar. O efeito do composto foi rápido e segundos depois a excitação aos poucos começou a diminuir, o sangue esfriando e a mente voltando aos eixos. Sentia as roupas de baixo molhadas e precisou de muita força de vontade para não tocar o próprio pênis ainda teso e sensível naquele momento.

Como efeito inesperado, o alfa sentiu-se ameaçado e se lançou contra o ômega, imobilizando-o abaixo de seu corpo grande, rosnando e apertando as garras ao redor de seus pulsos, mantendo-o firmemente preso ao chão. Era uma reação natural de seu gênero, afinal diferente dos ômega que se esconde e chora, o alfa tende a atacar seu agressor. Grunhia sem se dar conta do que estava fazendo, amedrontando Izuku que chorava assustado debaixo de si, tremendo de medo pela reação do alfa, completamente a mercê de seus instintos. A presença dele, cada vez mais forte o estava sufocando de terror, fazendo-o engasgar ao chorar tamanha vontade de fugir e se esconder. Não era como a que ele liberou enquanto lutava com Bakugou, nem mesmo parecia a mesma de quando estavam se beijando, era hostil e perigosa, a de um caçador prestes a abater uma presa.

_ Não, por favor, Shoto... - implorou ao sentir as presas dele prontas a se fincar em sua jugular. As pupilas dilatadas eram a prova de que ele estava agindo por instinto. Arrependeu-se de ter usado o spray anti feromônios que havia trazido consigo, apavorado com a reação que havia desencadeado. Nunca antes acontecera e provavelmente a reação era por ele ser um lúpus. -... Não me mate, por favor...


Notas Finais


E é isto, pessoal. Amo vocês ( desvia das pedradas, mas a última acerta) é eu acho que merecia rsrs


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