História Always - SNARRY - Capítulo 04

Caminhavam os três amigos pelo corredor, e Harry sentia-se escoltado por olhares durante todo o percurso. Rony adorava toda a atenção, já Hermione, não. Ela sentia um pouco de ciúmes pelo amigo e pelo namorado, já que ela sabia que aquilo tudo não passava de puro interesse, sendo que antes do acontecido com Você-Sabe-Quem, ninguém estaria olhando-os dessa maneira. Ela grudou suas mãos nas de Ron e puxou firmemente para perto, querendo mostrar quem era a namorada dele. E quando ela fazia isso, sempre via um sorriso tímido aparecer nos lábios dele. Ela gostava de jeito que ele reagia aos seus gestos de afeto dela, ele era sempre muito carinhoso e gentil, do tipo que sempre queria que ela estivesse o mais à vontade possível com sua presença, e não fazendo pressão sobre ela em nenhum momento. Era como se os dois fossem os mesmos amigos de sempre, só que com alguns... Benefícios. 

Há essa hora eles já se encontravam nas masmorras, em frente à sala de Snape. Ela olhou para os amigos e adentrou sem muita demora. Ron a seguiu e Harry suspirou profundamente e seguiu até sua mesa.  A sala cheirava a poeira e um aroma doce e amargo que vinha das poções que ficavam ao lado da mesa do professor. A sala como sempre era escura, com uma iluminação não muito forte, apenas com algumas velas que se situavam na parede e algumas lâmpadas acesas em poucos lugares.   

O professor ainda não estava na sala e isso deu um tempo para os que os alunos arrumassem seus materiais sem pressa nenhuma.   

Todos os alunos da Grifinória já se encontravam sentado em seus respectivos lugares, e quase todos da Sonserina, com exceção a Malfoy que acabara de chegar acompanhado por seus fiéis amigos Grabbe e Goyle.

“Bom dia, Granger.” Draco sorriu para ela com aquele sorriso torto que sempre tivera e a olhou com um brilho diferente nos olhos. 

“Bom dia, Malfoy.” Ela o respondeu da mesma maneira, exceto pela parte do sorriso. 

Ele andou até sua mesa com seus passos largos e elegantes e cumprimentou outras garotas que estavam próximas a ele, mas logo voltou seu olhar para Hermione. 

“Bom dia, Malfoy? Desde quando você conversa educadamente com ele, Mione? “ Rony contraiu as sobrancelhas fazendo uma cara de indignação para a namorada. 

“O quê?” 

“Você sabe Hermione, ele é o Draco.” 

“E por causa disso não posso responder um simples ‘bom dia’?”

“Não é isso, é que...” 

“Calados!” disse a voz no fundo da sala, seguida por um estrondo vindo da porta que se fechara atrás do homem. Ele andou até a frente da sala com seus passos firmes, porém curtos e rápidos que fazia com que sua capa negra esvoaçasse atrás de si “Não quero ouvir nenhuma palavra sendo dita nesta sala de aula, além do necessário, fui claro?” varreu os olhos pela sala, observando todos atentamente. Harry que no caso evitou contado visual com o professor sentiu os olhos pausarem mais longamente sobre si. 

Todos os alunos permaneceram tensos, nunca era possível saber o que esperar do professor. Rony se moveu um pouco para o lado e abaixou a cabeça em direção a Harry. 

“Parece que alguém não está de bom humor hoje...” cochichou para o amigo. 

“Sr. Weasley, parece que não fui claro o suficiente para você quando disse que não queria ouvir nenhuma palavra de ninguém! Menos dez pontos para a Grifinória! “ 

“M-Mas o que...” 

“Menos cinco pontos! Silêncio!” 

Rony abaixou a cabeça emburrado e ficou fitando seu livro. Harry viu que o amigo havia ficado tão vermelho, que se pegasse uma pena de Fawkes, não saberia dizer qual dos dois seria a cor mais forte. 

“Hoje vocês irão preparar uma poção de cura a ferimentos pequenos. O modo de preparo o que precisarão para preparar está no quadro.” sacudiu a varinha e letras começaram a aparecer diante os alunos “e os ingredientes encontram-se no armário, como sempre. Comecem.” 

Todos os alunos se levantaram e se dirigiram para o pequeno desgastado e já sem cor armário que se situava em um canto. Malfoy esbarrou em Neville fazendo com o garoto tropeçasse e quase caísse. Os meninos da Sonserina soltaram algumas risadinhas e ao olhar para o professor e encontraram o olhar petrificante do homem e logo voltaram ao que estavam fazendo. 

“Sr. Malfoy, acaba de perder dez pontos de sua casa.” 

 “Professor” falou com seu tom cínico de sempre ”o senhor viu que Neville é lerdo demais e consegue tropeçar em seu próprio pé. Não tenho culpa disso.” 

“Corrigindo, menos vinte pontos.” 

As mandíbulas de Draco se contraíram e uma expressão furiosa cruzou seu rosto por um segundo. Ele olhou para Neville, que agora estava com uma sombra de sorriso e de zombação do loiro 

“Você me paga por isso.” Disse Draco ameaçadoramente com apenas gestos, sem soltar sua voz para que o professor não ouvisse. 

“Acho que você ainda não entendeu Malfoy.” o professor levantou os olhos do livro que lia em mãos e olhou com um ar clássico de ignorância para os alunos e para o menino, que agora fingia que não era com ele com quem o professor falava e voltou a tarefa de pegar os ingredientes. 

Mais da metade da aula havia se passado e Snape levantou-se de sua mesa e foi para as rondas que dava para verificar o avanço das poções. Ele parava de mesa em mesa e sempre fazia comentários muito sutis na qual os alunos adoravam tanto. Ele começou pelo lado de sua casa e apenas parou em dois ou três alunos para criticar algo.   

Assim que chegou a primeira mesa da Grifinória, soltou um suspiro pesado sobre Simas, que tremia e suava devido à aproximação do professor. 

“Chama isso de poção, Sr. Finnigann?” 

“Sim, professor.” 

“Mas consegue ver claramente que isto não é nem de longe uma poção que se preze. Gostaria de tomá-la?” 

“N-Não, professor.” 

“Tem sorte de que eu não o obrigue a tomar esta porcaria.” olhou torto para o aluno e seguiu em frente. 

Passou por todas as mesas e mesmo sem prestar atenção era possível estar sempre ouvindo comentários como “desprezível” ou “inaceitável”. 

Harry passou a continuar a preparar sua poção enquanto havia tempo. Mas ao repassar os olhos rapidamente pelo quadro, viu que inacreditavelmente sua poção estava seguindo ao rumo desejado! Uau! Que milagre! Como última instrução, ele deveria girar quatro vezes para o sentido horário e três para o anti-horário. E assim o fez. E pronto. A poção atingira a cor e o cheiro desejado. Estava satisfeito e sentia-se orgulhoso com si mesmo. Levantou sua cabeça com um sorriso bobo e olhou para Hermione, na qual estava sendo avaliada pelo professor, e que o mesmo agora, vinha caminhando em sua direção para avaliá-lo por último.

“Ora, vejamos o que temos aqui.” parou em frente a sua mesa e examinou a poção com atenção “parece que conseguiu fazer algo descente depois de todo esse tempo, Potter.” 

“Obrigado, senhor.” Snape fez um gesto de que iria voltar para sua mesa, mas logo reconsiderou. 

“Mas não pense que eu cairei nessa, Sr. Potter. Eu sei que com toda a certeza não foi você quem fez. Você não possui essa capacidade.” 

“Com todo o respeito, senhor. Mas esteve atento a todos nós durante a aula. Como diz que não fui eu?” 

“Eu apenas o conheço durante todos esses anos e sei que não aconteceria uma melhoria tão... Considerável.” Ele deixou escapar uma pequena movimentação cínica em seus lábios. Virou-se e anunciou o fim da aula “Estão todos dispensados. Apenas deixem uma amostra de suas maravilhosas poções em minha mesa.  Avaliarei mais tarde.”

Os alunos guardaram suas coisas em silêncio, não arriscando perder mais pontos do que já foi perdido nessa aula, e deixaram um por um o pequeno e delicado frasco de vidro na mesa de Snape. Assim quando chegou a vez de Harry, o professor se aproximou do garoto, sentindo os músculos do menor tencionar-se. 

“Detenção comigo hoje, depois da aula, Sr. Potter”

“Mas professor, eu fiz a poção sem ajuda nenhuma.” tentou manter a voz calma “Não é justo.” 

“Não estou interessado em suas desculpas, Potter. Apenas não se atrase.”