POV FERNANDO
Tive muito trabalho naquela manhã, reuniões seguidas de reuniões, não poderia reclamar pois a Conceitos estava de vento em poupa. No momento livre que tive percebi que todos já tinham ido almoçar, passava das 12h e Lety ainda não havia chegado, achei estranho e resolvi ligar em seu celular.
Nada... Caixa postal
Sentei na minha cadeira da presidência, já estava preocupado quando meu celular tocou, atendi no mesmo instante
F – Lety, meu amor! Onde você está? – estava preocupado
DJ – Seu Fernando.... – estava com a voz embargada
F – Ah desculpe Dona Julieta, pensei que fosse a Lety... Aconteceu algo? – estranhei aquela ligação
DJ – Ai Seu Fernando.... Infelizmente sim – falava com dificuldade
F – Dona Julieta, por Deus. O que houve?
DJ – Minha filha seu Fernando.... A Lety... A Lety foi baleada em uma tentativa de assalto no Banco que ela estava – chorava copiosamente – Estamos no hospital do centro, a trouxeram para cá
Naquele momento parecia que o mundo tinha desabado sobre mim, não! Aquilo não poderia estar acontecendo. Minha Lety, não! Lágrimas já desciam pela minha face, não pensei duas vezes e fui correndo pegar o meu carro e ir em direção ao hospital
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Tinha ligado para Omar no meio do caminho avisando o que tinha acontecido pra ele tomar conta da empresa, ele
O – Tudo bem Fernando. Eu cuido de tudo, espero que não tenha sido nada grave. Vai dar tudo certo, irmão.
F – Obrigado meu amigo – finalizei a chamada
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Assim que cheguei entrei desesperado, vi os pais da Lety e fui na direção em que estavam sentados na recepção
F – Dona Julieta, Seu Erasmo, como ela está?
SE – Nós não sabemos rapaz, estamos aqui a horas esperando por notícias – nunca tinha o visto daquela forma, totalmente abatido
DJ – Como pode ter acontecido isso com minha filha seu Fernando? Por que? – não pensei duas vezes e a abracei. Também não conseguia entender. Não era justo
F – A Lety vai sair dessa Dona Julieta. – tentava convencer a mim mesmo - Mas o que aconteceu? Eu tinha pedido pra ela ir no meu lugar nessa maldita reunião e estranhei que ela estava demorando
SE – Nos disseram que três desgraçados assaltaram o banco e atiraram nela. Não sabemos de mais detalhes
SB – Foi minha culpa.
Kate – Não... Foi por mim que ela levou o tiro
Nos viramos para trás e O Gerente do banco, o senhor Bezerra e uma mulher que não conhecia chegou onde estávamos
F – Por que disseram isso?
Kate – Me chamo Kate e era uma das reféns. A Lety, ela... ela levou o tiro por mim, o cara que puxou o gatilho descobriu que ela tinha chamado a polícia e ia atirar em um refém pra ela “ficar com a culpa”, essa refém seria eu... só que a Letícia entrou na frente para salvar eu e o meu bebê
DJ – Meu Deus!
Ficamos em choque, minha Lety sempre pensando nos outros. Em um ato de bondade o desgraçado que atirou fez o que fez, me certificaria que ele pagasse mas a prioridade naquele momento era ela
SB – Eu que coloquei a Lety pra chamar a polícia, ela já tinha trabalhado no banco e sabia como as coisas funcionavam e que eu não precisava de autorização. Bolei um plano enquanto transferia o dinheiro e um dos ladrões deixou que ela me ajudasse a contatar meu chefe para fazer a transação mas foi só uma deixa para chamar a emergência. – suspirou - Deu tudo certo só que quando eles iam indo embora aquele infeliz fez o que fez. Ele, chamava-se Miguel se não me engano e os outros foram encaminhados a delegacia. Me perdoem – disse olhando para seu Erasmo e dona Julieta
SE – Vocês não tem culpa. Só os desgraçados que fizeram isso com minha filha!
DJ – É mesmo, minha Lety sempre tentando ajudar as pessoas. – Ela e seu Erasmo se abraçaram
Estava atônito escutando tudo aquilo, me toquei com o nome que o senhor Bezerra tinha falado então o chamei para um canto afastado enquanto Kate estava sentada com seu Erasmo e Dona Julieta esperando por notícias
F – Senhor, o senhor tem certeza que o nome do cara era Miguel?
SB – Sim, o próprio capanga o chamou assim. Acredita que a Lety na hora que ouviu esse nome ela ficou estranho
Naquele momento não tive mais dúvidas, aquele desgraçado pagaria, ah se pagaria....
F – Desgraçado!!! – a raiva me consumia, o cretino mais uma vez fez mal a minha Lety
SB – Vocês o conhecem?
F – Eu não mas a Lety teve o desprazer de conhecê-lo antes de hoje
SB – Meu Deus...
Não terminamos de conversar pois um médico vinha em nossa direção.
Doutor Sebastian – Familiares de Letícia Padilha? – anunciou
DJ – Aqui doutor. Somos os pais dela, por favor me diga como está nossa filha
Doutor Sebastian – Me chamo Sebastian. Eles estão estáveis, apesar da bala ter atingido no peito da senhorita Letícia ela não atingiu nenhum órgão vital – suspiramos aliviados – Porém ela teve uma grande hemorragia devido a perfuração e a saída, conseguimos controlar com a cirurgia pois a ambulância já estava no local e a conseguiu trazer a tempo. Necessitamos doadores compatíveis e enquanto conseguimos, a colocamos em coma induzido para reduzir as dores que ela pode sentir e permanecer estável
SE – Meu Deus... Coma! – Seu Erasmo estava incrédulo
DJ – Meu São Judas Tadeu, minha filhinha – eram consolados por Kate e o senhor Bezerra
Eu não conseguia processar tudo aquilo, o choque foi forte só que...
F – Espera Doutor, como assim eles? – já estava com lágrimas novamente - Teve mais alguém baleado?
Doutor – Desculpe, quem é você?
F – Sou o namorado da Letícia
Doutor – Ah, perdão. Pensei que já soubessem.... A Letícia está grávida, de 1 mês. Meus parabéns, presumo que seja o pai
O que???? Em meio de todo aquele caos tive uma notícia boa, a mulher da minha vida esperava um filho, um filho meu, nosso. Fruto do nosso amor!
F – O que??? Minha Lety está gravida? Eu vou ser pai?
DJ – Vamos ser avós?
SE – Como assim a Letícia está grávida? – disse sério, eu gelei
Não me contive de felicidade e abracei todos que estavam na minha frente, sorrindo como uma criança. Tinha fé que a Lety ficaria bem, sabia que ela lutaria por ela e nosso filho.
DJ – Vamos ser avós Erasmo. Que notícia maravilhosa! Uma luz no meio da escuridão. – ela notou a cara fechada do marido – Não adianta ficar ranzinza, ou de cara fechada.. A Lety não é nenhuma santa ou freira que votou pela castidade
Ele ficou calado, me acalmei um pouco e tentei amenizar a situação perguntando ao doutor
F – Doutor qual o tipo sanguíneo da Lety? Mas e o meu filho?
Doutor – Não se preocupem, não sei se o termo certo seria esse mas por um milagre o feto está estável, com a quantidade de sangue que a Letícia perdeu talvez não sobreviveria. Precisamos de bolsas de sangue tipo A.
F – Deus do céu, obrigado. Obrigado! – falei em voz alta – Meu sangue é tipo A, não tenho nenhuma comorbidade. Como faço para doar? Quero fazer o mais rápido possível
SE – Rapaz, eu só não o mato nesse momento por que você salvará a vida da minha filha doando sangue.
DJ – Erasmooo – o repreendeu – Obrigada Seu Fernando
F – Faço de tudo pela Lety, eu a amo
Doutor – Me acompanhe, levarei para o procedimento. Quanto antes a Letícia realizar a transfusão melhor!
F – Vamos doutor! – o segui na esperança que sairíamos o quanto antes daquele pesadelo. Mal poderia esperar para ver minha Lety bem e o meu filho fora de perigo. Ainda não conseguia acreditar, estava em êxtase, eu serei pai!
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