- Justin! Olha – apontei para um cachorrinho que vinha
- o que foi? – perguntou ele todo atrapalhado
- ali – apontei o dedo – ele está mancando
- e daí?
- você não tem coração?
Era um cãozinho de raça, um poodle se não me engano. Ele estava mancando, devia ter machucado a patinha.
- vou pegar ele – falei
- não, pode ter alguma doença... e...
- não tem doença, é de raça e é um filhotinho
- não importa, ele tá com a pata machucada – alertou ele – não encosta nele – falou enquanto eu pegava o bichinho no colo – se você pegar uma doença depois... Você está gravida e...
- cadê o Justin que eu conheço? Você está preocupado demais hein? – fiz carinho na cabeça do pequeno – viu, ele nem tá tão ferido assim...
- larga esse bicho então
- não, vamos ficar com ele!
- ficar com ele? Você é louca?
- não! Ele não deve ter dono
- claro que deve... é de raça, estava andando pelo bairro, então é de alguém
- mas ninguém deixaria um pobre filhotinho escapar
- eu não falo mais nada, só que se esse cão estiver doente... Eu não me responsabilizo
- como você é chato – falei – quer levar ele no médico então?
- gastar minha mesada com cachorro? Não, obrigado
- não você, eu pago, você só me acompanha
- prefiro ficar em casa
- então eu vou lá para casa me trocar e vou, tchau! – sabia que se eu fizesse isso, ele iria
- espera... Eu vou – ri
(...)
- tem certeza que vai gastar seu dinheiro com esse animal?
- dá pra você parar de reclamar?
- o que sua mãe disse?
- nem viu
- e onde ele vai ficar?
- na minha casa
- sua mãe gosta de animais?
- se não gosta, vai ter que gostar
- eu ainda acho que você está entrando numa encrenca... – o veterinário interrompeu
- Kristen – chamou ele
Entramos na sala do veterinário e ele foi examinando o cachorrinho. Dava vontade de rir da cara do Justin, achando aquilo tudo desnecessário. O filhote era macho.
(...)
- pronto, viu! – falei para ele quando a consulta acabou – o cachorrinho só machucou a patinha, não tinha doença nem nada! – falei – e você ouviu? Ele provavelmente caiu de um caminhão que estava transportando os animais para um pet shop
- como ele caiu?
- isso eu não sei, mas ele não tem dono!
- e você vai ficar com ele?
- claro – afirmei – vai, me ajuda a escolher um nome.
- eu não sou bom nisso...
- claro que é, já até escolheu o do nosso filho
- já mudei de ideia, não estou afim de chamar meu filho de John
- por quê?
- sei lá, é estranho, não quero me arrepender disso depois
- bom, você que escolhe, o meu já está escolhido; Claire. Amo esse nome desde garotinha
- e para o cachorro?
- pode ser Bieber Junior – ele fez uma careta engraçada – Bibi? Não! Tin? Não
- para de inventar nome pro bicho com terminações e pedaços do meu nome
- mas eu te amo – ele sorriu
- eu amo também – ficamos nos olhando apaixonadamente – bom, que tal Josh?
- pro filho ou pro cachorro?
- pro cachorro
- não – rimos
- coloca Max então – disse ele
- ótimo, vai ser Max, garotão da mamãe – falei chacoalhando o filhotinho branquinho
- já to ficando com ciúmes – ri
- que idiota – falei e quase dei um beijo no Max, mas me contentei, não sou tão apegada a cachorros a ponto de os beijar.
- você ama esse idiota – ele referiu a si mesmo
- então né? Eu fui mais idiota ainda de amar – falei rindo. Ocorreu um silencio – hã... sua mãe gosta de cachorros?
- deve gostar, mas nunca tivemos um
(...)
Entrei em casa, e, como sempre, minha mãe nem olhou na minha cara. Soltei Max e o coloquei no chão, ele saiu correndo pela casa.
- volta aqui! – gritei
- O QUÊ QUE ESSE CACHORRO TÁ FAZENDO AQUI? – ouvi um grito de minha mãe, fechei os olhos por um tempo para eu mesma me acalmar
- Max? – o chamei
- DE QUEM É ESSE CÃO? – ela está falando comigo, até me senti feliz
- calma, Justin me deu – menti
- e onde ele vai ficar?
- o cão? Aqui em casa, provavelmente...
- então é lá no quintal! – ela deu sua palavra
- mas ele é de ficar dentro de casa e...
- no quintal! – disse autoritária – e não me responsabilizo por ele, não coloco comida nem agua.
- pode deixar, eu me responsabilizo por tudo – ela virou-se e voltou a fazer suas coisas. Merda! Ela vai continuar me ignorando!
Que raiva... Melhor eu voltar para minha nova casa, ou seja, a do meu namorado. Não saio mais de lá mesmo.
Peguei Max no colo, meu novo amorzinho, e sai de casa. A casa de Jus já estava aberta, então só entrei.
- então? – perguntou ele quando me viu entrando
- então o que?
- qual foi a reação da sua mãe?
- ela é muito estressada – admiti – deu um chilique quando viu ele, falei que eu ia cuidar e tal – ele riu e me beijou.
Estávamos brincando com Max, devia ser umas 20:10, por aí. Sentei-me na cadeira que se encontrava perto da piscina e fiquei olhando Justin brincar com Max.
- olha, não era você que não queria ficar com o cachorro? – falei e ele me olhou – já está até brincando com ele! – ri
Ele se sentou ao meu lado e Max ficou brincando e explorando um dos seus novos lares.
- não deixa ele sozinho, ele pode acabar caindo na piscina – falei
- cachorros sabem nadar – afirmou Justin – e do jeito que você está preocupada com ele, imagino com nosso filho – rimos
- vou ser uma excelente mãe, e... falando nisso, estou com vontade de doce de abóbora
- doce de abóbora?
- é, doce de abóbora, nunca comeu?
- já comi, mas você quer isso agora?
- quero
- não tem abobora aqui em casa, amanha eu compro uma e peço para minha mãe fazer
- não, eu quero agora, é desejo Justin
- mas tá anoite, amanha tem aula... – falou – você pode se contentar com somente o jantar, que já deve estar ficando pronto – ele fungou o ar para sentir o cheiro da comida de sua mae
- eu quero doce de abóbora agora! To com vontade e tem que ser com coco.
- você está muito fresca. E me explica, onde vou achar abóbora numa hora dessas?
- sei lá, mas sei que sua obrigação, como pai do meu filho, é satisfazer ele, que no momento pede doce de abóbora
- tá bom, to indo! Mas se eu não achar, você vai ter que comer o que tem.
- vai logo
Ele se levantou e se dirigiu até a cozinha. Chamei Max e fiquei fazendo carinho nele, que já estava exausto de tanto brincar. Ouvi o diálogo de Justin com Pattie:
- onde você está indo filho? – a voz de Pattie chegou aos meus ouvidos
- a Kris quer doce de abóbora
- doce de abóbora? – perguntou Pattie
- sim, são esses desejos – falou ele e pausou – aqui não tem abóbora né?
- não – as vozes sumiram, e eu ouvi a porta sendo aberta e em seguida fechada.
(...)
- huuuuum, esse doce está perfeito! – falei
Justin já havia comprado a abóbora e Pattie fez o doce, demorou um pouco, quase uma eternidade para mim, mas fez. O relógio marcava 23:06, e era minha quarta vez que eu repetia o doce.
- chega de comer agora! – avisou Justin – melhor ir pra sua casa, amanha tem aula...
- tá parecendo minha mãe! – ele riu
- eu tenho que cuidar de você, e não quero você gorda!
- acha que eu to gorda? – perguntei indignada
- não, mas se continuar nesse ritmo vai ficar – rimos
Fui para casa logo em seguida, claro que eu levei o doce! Tomei um banho rápido, pois já estava dormindo em pé. Deitei-me na cama com Max e desmaiei de tanto sono, esse dia rendeu muito e eu acabei ganhando um novo amigo!
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