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História Am I Loving You? - 2 Temp. - To the old town road.


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


OK, ESTOU PUTA E VOU EXPLICAR O MOTIVO:
Os planos eram eu postar este negócio NO INÍCIO DAS FÉRIAS (das minhas, pelo menos) mas não deu certo. Daí a minha amiga me arrasta pro meio do mato acampar e piorou tudo (literalmente, tô empolada de mosquito, mas quem liga) daí por isso fiquei pistola e escrevi quase 15.000 palavras, malz aí.
ENTÃO, só consegui voltar hoje, mil perdões.
PELO MENOS EU TO AQUI, NÉ?!
ENJOY KIDS, IT´S FOR YOU <3

Capítulo 69 - 2 Temp. - To the old town road.


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    -Tem certeza que é só fazer isso?

    -Bom, só pode ser. -Riu. -Você me ajuda?

    -Claro.

    -Se quiser voltar e ficar com a Millie, está tudo bem, você não precisa ficar aqui.

    -Tá de boa, Robert. -Dei um tapinha em seu ombro. -Eu cuido disso.

    -Tudo bem. Vou ver o que sobrou de ferramenta lá nos fundos. Quem sabe a gente não dá logo um jeito nisso. -Se retirou do local. Estávamos em um lugar como uma cabine de madeira, com algumas ferramentas e coisas velhas espalhadas. E dentro dessa cabine, a não ser apenas eu e algumas tralhas, tem uma camionete bem antiga e empoeirada, que parece precisar de uns reparos por dentro. Por isso o Robert me chamou, até porque ele sabe que eu gosto dessas coisas antigas. E até que era uma camionete muito irada, que com certeza valia muito na época.

    -O que é que a gente faz com você, hein? -Perguntei, enquanto subia melhor o capô para tentar resolver o problema, e logo retirei minha camisa, apoiando-a em meu ombro. E comecei a analisar aquilo tudo, conseguindo identificar o problema. -Te achei. -Disse, analisando os fios mal encaixados que tinham ali.

    -Ah, eu não acredito. -Ouvi sua voz e me virei, a encontrando encostada na entrada da cabine, com seus braços cruzados, em meio de risadas. -Eu não acredito que meu pai também te arrastou pra essa lata velha! -Rimos.

    -Isso aqui é uma relíquia, isso sim!

    -Uma relíquia caindo aos pedaços, isso não tem mais jeito!

    -Bom, eu acho que tem. -Abri um sorrisinho convincente pra ela. -Vem aqui ver. -Pedi e ela veio.

    -O que foi?

    -Tá vendo aqueles fios ali? -Apontei.

    -Hm.

    -Estão soltos, não têm conexão e perderam a carga elétrica um do outro.

    -E aí?

    -Se seu pai trouxer fita adesiva e um medidor de eletricidade... -Me voltei a ela e dei duas batidinhas no carro. -Essa belezinha aqui volta a funcionar.

    -Pera aí, você descobriu tudo sozinho?! Digo, você entende disso?! -Ela perguntou, fazendo menção ao carro.

    -Mais ou menos.

    -Então como você sabe tudo isso?

    -Física. -Disse e nós rimos.

    -Ah, e através da física você consegue medir o tamanho do meu orgulho por você? -Perguntou, me fazendo rir. -Eu acho que não, realmente é sem tamanho de tão grande. -Sorriu e olhou para algo atrás de mim. -Isso ainda existe?!

    -O que? -Perguntei e logo a vi vestir um chapéu de cowboy branco.

    -Eu me surpreendo a cada lugar que eu entro por aqui. -Riu.

    -Esse chapéu é maneiro.

    -É, era meu. Eu me sentia muuuito irada usando isso aqui. -Riu. -Eu era retardada. -Ela disse e nós rimos.

    -Ah, você era criança.

    -Pois é, eu só tinha nove anos quando achei isso por aqui e comecei a usar pra brincar. -Se aproximou de mim novamente. -E antes ele era maior na minha cabeça. -Riu e o retirou.

    -Mas é claro, você cresceu. -Peguei minha camisa do ombro e a envolvi na cintura de Millie, puxando-a para mais perto de mim. -Ou você achou que ainda tivesse corpinho de nove aninhos de idade? -Perguntei num tom malicioso, fazendo-a abrir um sorrisinho.

    -Eu sei que não tenho mais corpinho de nove aninhos, bobo.

    -Mas sabe que tem um corpinho delicioso, não sabe? -Abri um sorrisinho malicioso.

    -Ah, eu tenho um corpinho delicioso, é?!

    -Ah, tem... -Disse e a olhei de cima a baixo, ficando surpreso com aquela roupa curtinha, que deixava o umbigo aparecendo. -E por falar nisso, eu posso saber que shortinho é esse?

    -É o meu short jeans, conhece?

    -Bom, agora que eu conheci, você pode usar mais vezes. Fica lindo em você.

    -É, pra eu morrer de hipotermia em Atlanta pode ser uma boa. -Rimos.

    -Mas é sério, tá lindo. -Abri um sorrisinho, ao admirá-la. -Tá toda gostosa você, hein... -E comecei a beijá-la no pescoço.

    -Ei, ei, calma aí! -Me afastou um pouco. -Agora eu que te pergunto, por que que tá com essa calça caída lá embaixo?! -Rimos.

    -Ah, isso sempre acontece com todas as calças que eu visto.

    -Sim, meu amor, mas você está de cinto! -Riu. -Por que você usa cinto, se a calça cai?! -Ela perguntou e eu dei um suspiro.

    -Porque, Millie, aprenda:

    -Hm. -Me abraçou na cintura.

    -Eu sou totalmente reto. Sem bunda nenhuma. -Rimos.

    -Ah, jura?!

    -Juro. -Assenti que sim. -Já você, meu amor... -Coloquei as mãos na bunda dela. -Você tem raba pra dar e vender. -A apertei com força e começamos a nos beijar com muita vontade.

    Coloquei uma mecha de seu cabelo pra trás da orelha, enquanto ainda nos beijávamos, e encaixei minha mão na lateral de seu rosto. Mas não resisti e a coloquei na bunda dela de novo, a apertando com as duas mãos.

    -Ai, amor, devagar! -Ela disse quase sussurrando.

    -Mas foi devagar. -Sussurrei de volta.

    -Não foi não, você que se empolga! -Pegou em meu rosto e me puxou para outro beijo.

    -A culpa é sua por isso. -Sussurrei ao encostarmos as testas.

    -Tá, para de falar e me beija. -Sussurrou de volta e continuamos com o beijo feroz, após ela enterrar uma mão nos meus cabelos, e descer com a outra de meu rosto até meu tronco. -Tá tão suado... -Me admirou enquanto mordia o lábio, e me puxou para continuarmos trocando saliva, em meio de carícias que ela fazia em meu tronco.

    Encaixava minha mão a cada instante na curvatura da cintura dela e a trazia para mais perto de mim, mesmo sabendo que já não dava mais. Nossos corpos já estavam colados um no outro, mas mesmo assim queríamos um ao outro mais e mais. E pra isso, é necessário rolar aquilo que a gente já sabe o que é, mesmo eu duvidando muito que ela vai deixar a gente fazer isso aqui.

    Dei um outro aperto na bunda dela, mas dessa vez foi com força mesmo. Tanta força, que ela deu um breve suspiro de prazer, quase um gemido bem baixo. Até que ela começou a andar comigo - me fazendo andar pra trás, mas foda-se – e me parar com força ao eu encostar na bancada de madeira, que é junto da própria parede daquele lugar. E ela me levou até ali com tanto desespero e euforia, que eu tive que comentar.

    -Wow, você tá excitada, hein... -Sussurrei.

    -Ah, não me diga. -Sussurrou ofegante e me beijou de novo. -É melhor a gente parar...

    -Por quê?!

    -Antes que você também fique excitado. -Ela disse e eu ri.

    -Se você soubesse como que tá a minha situação...

    -Sério?!

    -Descobre você. -Disse e troquei de lugar com ela, deixando-a de frente pra bancada, mas de costas pra mim. -O que é que você acha, hein...? -Perguntei ao pegar no quadril dela e a encostar em mim. Sim, eu encostei meu pau na bunda dela, só pra ela o sentir. E vou fingir que não ouvi o baixinho gemido que ela deu por isso.

    -Ei, isso é golpe baixo!

    -Não é não, princesa... -Falei no ouvido dela e comecei a beijá-la no pescoço, ainda estando de costas pra mim, com a bunda roçando no meu pau, porque quem tá segurando ela no quadril sou eu.

    -É sim, eu não te mostro a minha excitação!

    -Mas eu posso sentir. -A virei de frente pra mim e a peguei por debaixo das coxas, deixando-a sentada na bancada, encostada na parede. -Posso sentir na minha língua, quer que eu te chupe aqui agora? -Perguntei ao afastar seus joelhos.

    -Para de falar assim... -Pediu meio manhosa e me puxou pela calça, nos fazendo voltar com a nossa pegação bem gostosa, o que me fazia ter mais certeza ainda do que ela estava doida pra fazer, por causa dos suspiros dela e do jeito como ela me acariciava.

    -Sabe que eu não to brincando, não sabe? -Sussurrei ao pegar no queixo dela. -Se você quiser, não tem problema... -Ameacei abrir seu short, mas ela me parou.

    -Finn, eu quero, mas a gente não deve transar aqui!

    -Transar?! -Ri de deboche. -Que nada, é só uma rapidinha.

    -Finn!

    -Olha, você está encurralada entre mim e essa parede, tá toda aberta, e tá quase escorrendo de excitação. Pode ter certeza que eu to na merda aqui por te ver assim. -Disse e ela riu. -Vai ser coisa rápida, ninguém vai saber.

    -Eu sei que ninguém vai saber, mas... -Deu um suspiro. -Finn, o meu pai tava aqui com você. Ele vai voltar. -Ela disse. -E como se eu tivesse muito bem aqui sendo encurralada por você, toda aberta, e vendo seu pau fazer volume na calça! Então acredite, meu bem, eu to louca pra que você meta com força em mim e me xingue!

    -Millie, assim você tá piorando a nossa situação.

    -To mesmo. -Me admirou. -Ai, vem cá, vem... -Me puxou novamente e voltamos a nos beijar, enquanto eu permanecia entre as pernas dela, pegando-a na cintura. E estava tão gostoso o jeito que a gente se pegava e se beijava, que até puxamos o lábio um do outro nessa brincadeira toda.

    -Tudo bem. -Disse meio ofegante, após pararmos para nos recuperarmos um pouco. -A gente não transa.

    -É melhor não correr o risco. -Assentiu com a cabeça. -Você entende, né?

    -É claro que eu entendo. -Peguei na lateral de seu rosto e apliquei um selinho demorado. -Só relaxa agora, tá bom? -Sussurrei em seu ouvido, fazendo-a fechar os olhos e assentir que sim. E então, comecei a aplicar demorados beijos por toda a lateral do pescoço dela, notando os arrepios que eu causava nela.

    A ajeitei melhor, após afastar mais ainda seus joelhos ao eu começar a aplicar beijos bem molhados, podendo ouvir o gostoso suspiro dela de prazer. E comecei a sentir leves arranhões na nuca e na parte de trás dos ombros, coisa que também me deixa bem excitado.

    Começou a me afastar bem pouquinho, e então me aplicou vários selinhos nos lábios, um mais demorado que o outro. Mas eram uma delícia.

    Ao pararmos com os beijos, apenas voltei para o pescoço dela e comecei a criar algumas marquinhas. Nada muito pesado, só porque eu sei que ela gosta. E gosta tanto, que além dos suspiros de prazer, começou a se contorcer um pouco também. E eu, é claro que sem perder um pedacinho do corpo dela, a acariciei desde o tornozelo até sua coxa, onde ali eu acariciei com vontade.

    -Eu amo você... -Ela disse num tom baixo e ofegante, com os lábios coladinhos à minha orelha, pra foder de vez com a minha situação.

    -Eu também amo você, Millie... -Peguei na lateral de seu rosto e a acariciei na bochecha bem corada. E voltamos a nos beijar, em meio de pegadas fortes.

    -EI! -Ouvimos a voz de Robert. E então, paramos no mesmo segundo, após nossos corações quase pararem pelo susto de termos ouvido o grito dele.

    -Pai, não é isso que você tá... -Começou a dizer que nem desesperada, após sair da bancada desesperadamente, mas logo reparamos que ele não estava ali dentro.

    -EI, SAIAM DA PLANTAÇÃO! SAIAM! -Ele ia dizendo do lado de fora, e então entrou onde estávamos. -Animais do campo... -Assentiu que não com a cabeça e olhou pra nós dois, enquanto eu deixava nítido o meu desespero por achar que ele viu alguma coisa, e enquanto a Millie ajeitava a blusa e os cabelos. -Millie?

    -Pai! -Riu sem graça e limpou a garganta. -Oi, pai! Você... viu alguma coisa?! -Riu sem graça, novamente.

    -Cheguei agora. -Apoiou uma caixa de ferramentas no chão. -Mas vi uma coisa pra conseguir me deixar irritado.

    -Olha, eu juro que não é o que você está pensando, nós só...

    -Não, Millie. -Ai, fodeu. -É o que eu estou pensando sim. -Pronto, vai me bater. -Mais uma vez os veados atacam a plantação de milho. Pelo amor de Deus, não cansam nunca!

    -Ah. -Ela disse confusa e começou a rir de desespero. -Putz, esses alces, hein!

    -São veados. -Ele disse.

    -Putz, esses veados, hein! -Ainda riu sem graça e me deu um cutucão. -Né, Finn?!

    -Ah, esses veados?! -Ri sem graça, também. -Putz, comendo milho o tempo todo! Esfomeados, coitados! -Terminei e logo limpei a garganta, notando que o pai dela nos olhava estranho ao pararmos de rir.

    -Estão estranhos por quê? -E começamos a gargalhar após o comentário dele. Gargalhadas totalmente forçadas, enquanto nos enchíamos de tapas como se tivesse sido a coisa mais engraçada do mundo.

    -“Estranhos”! -E ela gargalhou comigo de novo. -Estranhos, nós dois?! Ihh, que nada! Tá piradão!

    -“Estranhos”! Até parece! -Gargalhei de novo.

    -Ai, ai... -Começamos a recuperar o fôlego. -Você é engraçado, pai.

    -Total! -Limpei a garganta. -Morri de rir! -Afirmei, enquanto ele permanecia com a testa franzida. E logo reparei que ele a franziu mais ainda, após reparar nas minhas partes de baixo, me dando conta de que eu ainda estava fazendo volume na calça. -AH, MEU DEUS! -Disse desesperado, antes mesmo dele tentar ter dito alguma coisa, e puxei a Millie, deixando-a na minha frente, impedindo o pai dela de ver alguma coisa por eu ter a abraçado por trás.

    -Tá louco?! -Ela sussurrou pra mim.

    -Olha, olha, meu amor! -Disse sem nem saber o que eu tava fazendo, e logo apontei para a grama do lado de fora. -Olha só, que grama verde! Vamos lá fora ver essa beleza da natureza, por que não, hein?! -Ri sem graça. -Já voltamos, Robert! -E sai dali, ainda abraçando a Millie por trás. -Ah, merda. -A livrei e me sentei na grama.

    -Qual é o seu problema?! -Perguntou ao agachar do meu lado, e eu apontei para o meu pênis, fazendo-a dar um suspiro de surpresa. -Ele te viu assim?!

    -Talvez... -Dei um suspiro.

    -Finn, abaixa isso!

    -Calma, já vai descer.

    -Quer ajuda? -Ameaçou a tocar nele.

    -Não toca! -Afastei sua mão que nem desesperado. -Se você tocar vai ser pior.

    -Se você diz... -Se sentou e começou a rir. -Meu Deus do céu...

    -“Meu Deus do céu” digo eu. Seu pai vai me matar... -Apertei os olhos com meus dedos. -Puta que pariu, desce logo! -Me referi ao meu membro.

    -Por que tá demorando?

    -Sei lá, parece até que eu me excito em campos! Só tem grama à minha volta! -Disse e ela riu.

    -Calma, eu to aqui com você.

    -Ah, é por isso mesmo.

    -Como assim?

    -Volta lá pra dentro, Millie.

    -Tem certeza?

    -Tenho, sai daqui. Você me excita.

    -Tá bom, mas então volta logo.

    -Relaxa. -Disse e ela saiu. -Ai, puta que pariu...

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    -Cheguei.

    -Eu nunca fui. -Ele disse, me fazendo franzir a testa.

    -Então tá bom.

    -O que houve com o Finn?

    -Foi tomar um ar. -Disse, analisando todas aquelas coisas espalhadas por ali.

    -Ele tá bem?

    -Sim.

    -E o que houve entre vocês aqui dentro? -Fodeu.

    -Quê? -Perguntei como se não tivesse entendido o que ele tinha dito antes.

    -Você o Finn.

    -Sim, o que tem?

    -O que houve com vocês aqui dentro?

    -Como assim o que houve com nós dois aqui dentro? -Continuava enrolando, enquanto mexia nas coisas que ele trouxe antes.

    -Millie, antes de eu chegar, vocês... -Ele ia dizendo, até que eu achei algo que foi a minha salvação.

    -Fita adesiva! -A retirei da caixa ao abrir um sorriso. -Toma. -Coloquei nas mãos dele.

    -Pra que isso? -Franziu a testa.

    -Tá vendo aqueles fios ali? -Assenti para eles.

    -Hm?

    -Estão sem conexão e sem corrente elétrica. -Cruzei meus braços e me apoiei na camionete. -Com fita adesiva e um medidor de eletricidade, essa lata velha aí volta a andar. -Disse e ele riu.

    -E desde quando passou a ficar tão esperta assim em relação a motores de carros?!

    -Não fiquei, o Finn que me disse isso mais cedo.

    -Ah, então foi ele quem descobriu como dar um jeito nisso?

    -Fui eu, sim. -Ele afirmou ao voltar para nós. -Foi mal, é que eu gosto de ar fresco.

    -Sem problemas. -Meu pai respondeu.

    -Então, tem medidor de eletricidade aqui?

    -Tem sim. Você e Millie, arrumem os fios. Eu pego o medidor e testo o motor, tudo bem?

    -Sim. -Respondemos e logo me voltei aos fios com o Finn. -E agora?

    -Junta as pontas umas com as outras e eu os prendo com essa fita.

    -Ok. -Afirmei e assim fiz. -E se eu levar choque?

    -Não vai levar.

    -Tem certeza?

    -Sim, eles não têm energia. -Respondeu, enquanto os prendia com fita adesiva.

    -Então tá.

    -Tomem. -Meu pai nos deu o negócio de eletricidade.

    -Valeu.

    -Me avisem quando for pra ligar o carro. -Meu pai afirmou ao entrar no mesmo.

    -Millie, segura assim, por favor. -Me mostrou como segurar os fios e logo pegou o que meu pai o deu há dois segundos atrás.

    -Pera, você sabe usar isso?!

    -Isso aqui?! -Riu de deboche. -Não, mas quem liga.

    -Você vai fazer merda!

    -Vou nada, só tem que dar um choquinho neles. É tipo dar choque na pessoa que tá morrendo, reanima a porra toda.

    -Olha só, se você fizer merda ou se me der choque...

    -Eu não vou te dar choque.

    -Tem certeza?!

    -Não.

    -Ah, que legal!

    -Relaxa, se você levar choque, eu levo também.

    -E você tá tranquilo com isso?!

    -Uai, a gente morre junto.

    -Ai, ridículo! -Disse em meio de risadas.

    -Segura direito, vou fazer agora.

    -Ah, meu Deus.

    -Um...

    -PARA, FINN, PARA!

    -Dois...

    -AAAAA! -Disse desesperada com meus olhos fechados. Tava com o cu na mão. -AI, LEVEI CHOQUE, PARA!

    -Millie, eu ainda nem encostei! -Ele disse em meio de risadas.

    -Vocês tão bem?! -Perguntou meu pai.

    -Estamos, desculpa! -Suspirei. -Eu que sou meio escandalosa, aí... -E senti choque em meus dedos. -AI, FILHO DA...

    -Pronto, já foi! -Riu da minha cara.

    -MAS DOEU! -Bufei irritada. -SACO!

    -Pronto, eu dou um beijinho pra passar. -Pegou em minha mão e aplicou um selinho em meus dedos. -Passou?!

    -Espera só pra dormir, pra ver se eu não pego esse negócio e dou choque em você. -Disse e ele riu.

    -Tá bom, só não me mata. -A cheguei para o lado e fechei o capô do carro. -Pode ligar, Robert!

    -Tudo bem. -Respondeu e inseriu a chave no carro, ligando-o por completo, após ouvirmos o barulho do motor.

    -Mentira que isso ligou... -Afirmei indignada.

    -É, eu disse que iria funcionar. -Finn se gabou.

    -Cara, você não existe. -Disse com um sorriso e abracei a cintura dele.

    -Eu nem acredito! -Saiu do carro. -Vocês são incríveis! -Nos abraçou.

    -“Vocês” não, quem fez isso foi o Finn. Inclusive me deu choque.

    -Mas você ajudou, vai. -Ele disse.

    -Um pouquinho. -Ri.

    -É sério, eu nem acredito que isso tá vivo!

    -Vai chorar de emoção, Robert? -Brinquei com a cara dele.

    -Vou chorar de felicidade, isso sim. -Rimos. -Valeu. -Agradeceu ao Finn.

    -Ah, relaxa. Foi legal dar um choquinho na Millie. -Riram.

    -Não começa!

    -Ei, achei vocês! -Nos viramos e vimos Ava na entrada. -Eu não acredito que meu pai também arrastou vocês pra essa lata velha!

    -Ah, não começa a roubar minha fala não! -Disse.

    -Tal irmã, tal irmã. -Finn riu. -Não dá pra evitar, ela é você em miniatura.

    -Bom, eu não sei do que vocês tão falando, mas estão todos chamando vocês. Então vamos, é uma surpresa!

    -Surpresa? -Franzi a testa.

    -Sim! -Sorriu e apontou pro Finn. -Pra você!

    -Pra mim?! -Riu.

    -E surpresa, é surpresa, não é, Ava?! -Meu pai perguntou.

    -Desculpa, escapou! -Ela riu. -E pai, os veados estão comendo os milhos de novo.

    -Eu desisto... -Riu e pegou na mão de Ava. -Então vamos lá, crianças. -Saíram.

    -Surpresa pra mim? -Ele perguntou, ao me abraçar na cintura.

    -Nem me pergunte. -Ri. -Dessa vez não sei de nada. -Sorri e nos beijamos durante alguns bons segundos.

    -Vocês vêm, ou vão ficar aí fazendo coisa nojenta de namorados?! -Ouvimos a voz dela e paramos de nos beijar.

    -Nós já estávamos indo. -Ri.

    -Não, vocês estavam encostando as línguas uma na outra, eu vi muito bem! -Ela disse e nós rimos. -Isso é nojento, vocês não acham?! -Fez feição de nojo.

    -Ah, um dia você também vai fazer isso. -Brinquei com a cara dela.

    -Eca, não vou mesmo!

    -Não vai querer namorar alguém quando crescer? -Finn perguntou pra brincar.

    -Não! Beijar é nojento! -Respondeu, nos fazendo rir.

    -Bom, a sua irmã também achava isso. -Assentiu pra mim.

    -Achava mesmo. -Ri.

    -Mas eu, Millie, não vou mudar minha opinião!

    -Então tá bom. Se você diz... -Peguei o meu chapéu branco de anos atrás. -Daqui a alguns anos eu te pergunto se continua tendo a mesma opinião. -O coloquei em sua cabeça.

    -Pode perguntar! -Disse convencida e logo tocou no que estava em sua cabeça. -Que legal, é seu?!

    -Era meu quando eu tinha a sua idade.

    -É lindo! Pode ser meu, Mills?!

    -Já é seu. -Sorri pra ela.

    -Eba! -Me abraçou. -Eu tenho, você não tem! -Riu para Finn, nos fazendo rir.

    -Ficou linda. -Respondeu pra ela.

    -Obrigada! -Sorriu. -Venham logo, estão esperando vocês! -Saiu dali toda feliz, e então peguei na mão de Finn, indo com ele em direção à casa.

    -E a nossa pequena?

    -Eu estava no quarto do lado com meus irmãos, e ela acordou. Daí a minha mãe pediu pra dar a mamadeira dela com a minha avó e com a minha tia, e eu deixei. Ficou na sala sendo mimada por todas elas.

    -Novidade. -Rimos. -Então ela tá bem, né?

    -Está ótima. -Sorri e recebi um selinho nos lábios. E então nós logo entramos na casa. -Ok, pessoal. -Fechei a porta. -Estamos aqui. -Afirmei e percebi que minha mãe tapou os olhos de Finn, ao ficar por trás dele.

    -O que está acontecendo? -Ele perguntou com um sorriso no rosto.

    -Bom, você deve estar achando que todos nós esquecemos de uma data especial comemorada ontem, mas está errado. E eu, como uma sogra maravilhosa, quis fazer essa mini surpresa hoje, já que estaríamos todos aqui. E pra você saber que nós não nos esquecemos. -Ela terminou, e logo notei que minha avó vinha com um enorme bolo de aniversário, com dezenove velas acesas. Confesso que até marejei por aquela consideração enorme e por todo o carinho que eles têm pelo Finn.

    -FELIZ ANIVERSÁRIO! -Todos disseram, após minha mãe destapar os olhos dele. E então minha tia deu a Alison pra ele, para cantarmos o parabéns com ele tendo a filha no colo. Sendo assim, fizemos. Cantamos um parabéns bem animado com todos eles, mesmo sendo dia seguinte do aniversário dele, mas quem liga?! O que importa é o momento tão feliz que a gente estava vivenciando por isso.

    O sorriso dele era enorme. E o de todos que estavam ali também. Até a Alison se divertia com a bagunça, em meio de risadas, quando Finn a animava no colo e a enchia de beijos. Estava toda linda naquela roupinha de unicórnio.

    E finalmente, Finn assoprou as velas, após fazer o pedido. E depois disso, nós comemos o bolo. Ok, não foi logo depois, porque nós tivemos o almoço antes.

    Foi um almoço muito gostoso e divertido, com todos à mesa conversando e rindo. E comendo, é claro. Bem que eu senti saudade dessa comida totalmente caseira do campo, é uma das melhores que existem. Até confesso que eu e Finn repetimos o prato algumas vezes, pois estava delicioso. E dessa vez, Alison ficou ao nosso lado, acordada o tempo todo, porém com alguns brinquedos fofinhos por perto. Mesmo que ela ainda não tenha essa noção de pegar as coisas nas mãos, ela se diverte. Jogando a maioria no chão, sem querer, e rindo da nossa cara quando vamos pegar, mas se diverte.

    E após o almoço, comemos o bolo de sobremesa. E sem zoeira, estava melhor do que todos os bolos prontos que foram comprados ontem, apesar de terem sido três. E esse era o quarto bolo que comíamos pelo aniversário dele, um bolo feito em casa. E a nossa sorte é que por estar bem gostoso e por ter mais gente pra comer, não teremos que levar sobras pra casa, pois já temos três na nossa geladeira. Se não, nós teríamos bolo pro aniversário dele do ano que vem.

    O tempo se passou e nós começamos a sair da mesa, após todos terminarem de comer, mas o assunto continuou na sala. E nós até continuaríamos ali com o pessoal, se a Alison não tivesse começado a chorar. Então nós subimos com ela.

    -Calma, pingo de papai. -Ele a deitou na cama e começou a tirar a roupinha dela. -Calma, já vai passar.

    -Fica fazendo alguma coisa legal pra ela, enquanto eu pego as coisas. -Disse enquanto pegava a mochila com as coisas dela.

    -Então tá bom. -Pegou nas mãozinhas dela e colocou uma em cada olho dele. -Ihh, cadê os olhos do papai?! Cadê?! -Começou a brincar, fazendo-a parar de chorar. -Ah, meu Deus, não existem mais! -E ele continuava.

    -Amor, assim tá assustando ela.

    -Tá não, porque achou os olhos do papai! -Tirou as mãozinhas dela, fazendo-a rir. -IH, acabou. -Tapou os olhos de novo. -Acabou, não tem mais. Millie, não tenho mais olhos.

    -Sinto muito. -Disse em risadas, ainda procurando as coisas.

    -ACHOU! -Tirou as mãozinhas dela dos olhos dele, e começou a chacoalhá-la de leve na cama, fazendo-a rir bastante. Mas ela ameaçou chorar novamente. -Não me culpa não, sua mãe que não acha sua fralda.

    -Já achei, porra. -A joguei no rosto dele, fazendo Alison gargalhar.

    -Ah, legal que da minha desgraça você ri. -Ele disse e começou a trocá-la.

    -Alguém mandou me dar choque hoje? -Perguntei, enquanto terminava de pegar os essenciais. -Ah, bom.

    -Tá bom, venceu. -Riu. -Ai, meu pai amado.

    -Que foi?

    -Podia ter esperado eu terminar de colocar, né, Alison. -Ele disse, enquanto ela ria.

    -O que ela fez?

    -Xixi na minha mão. -Riu. -Me dá o lencinho cheirosinho aí.

    -Ninguém mandou fazer ela rir daquele jeito. -Ri da cara dele e dei o que ele pediu.

    -Mas podia ter esperado, né, amor de papai. -Deu um beijo nela.

    -Vai se lavar, eu termino isso aqui.

    -Tranquilo. -Foi pro banheiro do quarto.

    -Você também adora rir do seu pai, né?! -Ri, enquanto terminava o procedimento. -Pronto, viu que rapidinho, meu amor? -Peguei os pezinhos dela e os apliquei vários beijinhos, fazendo-a rir, e logo vesti a roupa dela novamente. -Prontinho. -E me deitei, permanecendo virada de frente pra ela, até que ela virou o corpinho para o lado e ficou de frente pra mim. -Oi. -Sussurrei com um sorriso no rosto e ela esticou o bracinho pra frente, como se que quisesse me chamar. -Mamãe tá aqui, amor. -Sorri novamente e logo senti duas mãos me puxando nas pernas. E então ele começou a subir por cima de mim.

    -Ela te ama. -Afirmou com um sorriso.

    -Eu sei. -Respondi com o mesmo, enquanto acariciava seus cabelos. E o puxei para um beijo. Apenas um selinho, que teria sido demorado, se ela não tivesse começado a rir de nós.

    -Ih, alá.

    -Vai ficar rindo da gente agora, é? -Perguntei em meio de risadas.

    -Pelo visto nós somos palhaços demais pra ela. -Rimos e me deu outro selinho. E então, saiu de cima de mim.

    Peguei Alison no colo e voltamos os três para o primeiro andar.

    -Ela está mais calma? -Perguntou Charlie, após nos aproximarmos dele, da minha mãe e da minha tia, que conversavam no sofá. E Ava permanecia brincando no chão.

    -Está sim. -Sorri.

    -Se importa se ela ficar um pouco no meu colo, ou...

    -Mas é claro que não! -Ri. -Fica com seu tio, meu amor! -A apliquei um beijo na bochecha e a deixei no colo de Charlie.

    -Millie! -Ava me chamou.

    -Hm?

    -Por que você não deixa a Alison no bebê-conforto aqui do meu lado? Assim ela pode brincar comigo!

    -Ava, ela ainda não sabe brincar. -Ri.

    -Não tem problema! Olha, eu trouxe duas bonecas, ela pode ficar com uma! -Ela disse e eu franzi a testa.

    -O que aconteceu com o cabelo daquela ali?!

    -Ah, eu só cortei um pouquinho.

    -Mas ela está sem cabelo.

    -Tá, eu cortei errado, mas finge que é moda! -Ela disse e eu ri.

    -Filha? -Minha mãe me chamou e eu me virei pra ela. -Por que não vai mostrar o resto pro Finn?

    -Já mostrei a casa toda.

    -Mas não mostrou o resto do sítio, ainda tem os animais!

    -Eles ainda existem?! -Perguntei surpresa.

    -Mas é claro! Nós estamos há sete anos sem vir pra cá, não há cinquenta! -Rimos.

    -Tudo bem, mas eu não queria deixar a Alison.

    -Não vai deixar, meu amor, ela está com a gente.

    -Por isso mesmo. Não queremos deixar ela pra cima de vocês, os pais dela somos nós. -Disse e ela sorriu.

    -Fica tranquila. Nós sabemos que vocês são ótimos pais. -Ela disse, nos fazendo sorrir. -Não há problema, daqui a pouco vocês voltam. É até bom, que a sua irmã brinca com ela.

    -Então ela pode?! -Ava me perguntou.

    -Tudo bem por você? -Perguntei pro Finn.

    -Claro, daqui a pouco a gente volta. -Ele respondeu.

    -Tudo bem. -Disse, deixando Ava bem feliz. -Só, por favor, fiquem de olho. E não deixa ela colocar nada na boca, mãe. A Ava é pequena e não vai prestar atenção nisso.

    -Fiquem tranquilos. Ela vai ficar bem. -Sorriu.

    -Ok. -Peguei na mão de Finn. -Vem, você vai gostar. -Saímos da casa.

    -Ela vai ficar bem. -Me envolveu na cintura.

    -Eu sei. -Dei um suspiro. -Só tenho medo da Ava acabar se empolgando. Ela não tem tanta noção de que a Alison é frágil.

    -Não, ela vai ficar direitinho. E a sua família está do lado, eles estão de olho.

    -É, isso me conforta. Eu só não quero que pensem que estamos jogando a Alison pra qualquer um só pra nós dois ficarmos sozinhos.

    -Claro que não, eles sabem que não somos escrotos. Nem tem porque fazermos uma coisa dessas.

    -Pois é... -Apliquei um beijo nas costas de sua mão.

    -E aonde estamos indo, exatamente?

    -Você já vai saber. -O apliquei um selinho nos lábios e comecei a correr com rumo ao lugar onde o levava, fazendo-o começar a correr atrás de mim.

    -Ei, volta aqui! -Ele corria já quase me alcançando, me fazendo rir bastante. Até que depois de tanto correr, finalmente cheguei no lugar.

    -Uff! -Recuperava meu fôlego que nem desesperada.

    -Te peguei! -Ofegou me risadas e logo me abraçou com força, me fazendo rir bastante outra vez.

    -Para, me solta! -Rimos.

    -Nossa, cansou. -Ofegou de novo.

    -Eu sei. -Ri. -É aqui. -Entrei e ele veio atrás, notando sua expressão de surpreso por ver aquilo tudo. Até eu estava surpresa. -Uau... -Abri um grande sorriso. -Estão todos aqui.

    -Puta que pariu, hein! -Admirava aquilo tudo indignado. -O que mais vocês têm por aqui?! Isso é irado!

    -Pois é. -Ri. -Bem-vindo ao celeiro.

    -Nossa... -Ele riu. -Quantos cavalos! Um mais foda que o outro!

    -Sabia que você ia gostar. -Sorri.

    -Tá brincando, né?! -E permanecia surpreso. -Tudo bem, que dá medinho deles saírem das celas e me matarem, mas meu Deus, que sensacional!

    -Fica tranquilo, eles são dóceis. -Ri. -Bom, a maioria.

    -São todos seus?

    -De todos nós. Na verdade, são mais deles do que meus.

    -E você tem algum exclusivo?

    -Tenho. -Disse começando a me lembrar. -E ele está por aqui... -Permanecia analisando-os, até que o encontrei. -Te achei. -Abri um sorriso e me dirigi com Finn até ele.

    -Uau, ele é enorme.

    -É sim. -Disse o acariciando. -Oi, menino! Se lembra de mim?! -Ri da minha própria pergunta. -É claro que não deve se lembrar. E a propósito, o seu pelo está lindo! -O acariciei em sua crina tão brilhosa e macia. Ele era lindo, um cavalo completamente preto. -Faz carinho.

    -To com medinho. -Ele disse e eu ri.

    -Relaxa! -Peguei em sua mão. -Faz assim. -E fiz carinho com a mão dele.

    -Nossa, que pelo sedoso.

    -É, eles são muito bem cuidados.

    -Ele tem nome?

    -Sim, eu que dei.

    -Então deixa eu adivinhar. Já que você sempre foi fanática por Hannah Montana, o nome dele é Blue Jeans. Acertei?

    -Não! -Ri. -O nome dele é Black Jeans.

    -Ah, claro! -Riu. -Por que não pensei nisso antes?! -Rimos.

    -Que saudade que eu senti. -Afirmei, enquanto ainda o acariciava. -Pensei que você não existisse mais. -Disse aliviada por eles ainda existirem e comecei a ter uma ideia. Uma ideia bem louca. -Quer saber? -Fiz uma feição desafiadora para Finn. -Escolhe um.

    -Como assim? -Franziu a testa.

    -Só escolhe um.

    -Qualquer um?

    -Sim.

    -Bom... -Olhou para o cavalo que estava na cela ao lado dele. -Esse aqui, então.

    -Ótima escolha. -Sorri e logo abri a cela do cavalo qual ele escolheu.

    -Wow, wow, wow, que isso?!

    -O quê? -A retirei da cela com o auxílio da guia dela.

    -Você pode fazer isso?!

    -Sim, Finn, eles saem da cela todo dia! -Ri. -Ou acha que eles vivem em cativeiro?! -Brinquei, começando a fazer o nó especial na guia para o comando deles.

    -Então, o que você está fazendo?!

    -Nós vamos dar uma volta.

    -Com eles?!

    -Neles.

    -Calma aí, mas... Que isso, como assim?!

    -Ei, dá pra parar de se desesperar?! -Ri. -Eu sei o que eu estou fazendo. -Disse e logo me afastei do Finn.

    -Pera aí, Millie, não me deixa sozinho com ele não!

    -É “ela”.

    -Ah, sim. -Riu. -Foi mal, moça.

    -Relaxa, ela não se incomoda. -Ri, ao pegar uma sela preta. É aquele negócio de couro confortável onde você senta no cavalo.

    -Ainda bem, já pensou? -Riu.

    -Ei? -O chamei. -Pega. -E joguei a sela pra ele.

    -Isso pesa. -Afirmou, ao colocar em cima dela.

    -É, o couro é dos melhores. -Comecei a prendê-lo direitinho no corpo da Lolly. Sim o nome dela é esse. E não julguem, eu era criança.

    -Você sabe mesmo o que tá fazendo, né?

    -Não, eu sou uma louca que vai arriscar nossas vidas estrada a fora. -Me voltei a ele. -Já mandei relaxar.

    -Tá, foi mal. -Disse e eu logo livrei Black Jeans da cela. -Sua vez, garoto. -E fiz os mesmos procedimentos de antes.

    -E, mais uma vez, eu me impressiono com você.

    -Ah, nem é tudo isso.

    -Você quem pensa. -Riu. -Eu convivo com você há quase oito anos e tu ainda me impressiona.

    -É de propósito. -Brinquei, enquanto terminava de prender a sela no cavalo. -Isso aí, garotos! -Disse com um sorriso no rosto e os guiei comigo até a parte de fora do celeiro. E então, subi no Black Jeans. -Uau, é a primeira vez que subo nele sem precisar de ajuda.

    -Calma aí, vai ser agora?!

    -Sim, pode subir! -Ri. -Consegue subir, né?

    -Bom, eu consigo subir. Só tenho medo dela ficar puta e me jogar longe.

    -Relaxa, ela é de boa. Pode confiar. -Disse e ele subiu.

    -Ai, caralho.

    -Viu? Tá tudo bem.

    -Ok, calma. Me ajuda, eu to nervoso.

    -Tudo bem, olha... -Ia dizendo, até que ela fez um barulho estranho e mexeu a cabeça bruscamente.

    -QUE QUE ISSO QUE ELA FEZ?!

    -Shhh, ela espirrou! -Ri.

    -AI, SOCORRO, ELA TÁ GRIPADA!

    -Ei, Finn...

    -MILLIE, SOCORRO.

    -Ei, ei, me escuta. -Peguei na mão dele, o acalmando. -Amor, se acalma.

    -Tudo bem.

    -Se você não quiser, não tem problema. É sério.

    -Não, não, eu quero muito. Vai ser legal, é que eu to um pouco apavorado. Mas já que você tá aqui comigo, tá de boa.

    -Já andou a cavalo alguma vez na vida?

    -Já, quando eu tava na barriga da minha mãe! -Ele disse e eu ri.

    -Tudo bem, não precisa ter medo. Eu não vou sair de perto de você.

    -Mas e se o seu cavalo começar a correr, ou se o meu começar a correr?!

    -Finn! -Ri. -O meu cavalo não vai correr do nada e nem o seu.

    -Como sabe? -Ele perguntou e eu dei uma leve puxada na guia do Black Jeans.

    -Ele está sob meu comando. E ela está sob o seu. Não vão fazer nada que nós não quisermos.

    -Tá... -Deu um suspiro. -E como eu comando isso?

    -Eu vou te explicar, não é difícil. Eles vão querer andar na velocidade deles, e pra que seja algo calmo, você tem que segurar a corda com firmeza. Não a deixe nem tão frouxa e nem tão apertada pra eles.

    -Assim tá bom?

    -Sim. Se quiser que ela ande mais rápido, afrouxa. Não precisa segurar com rigidez.

    -E pra ela correr, tem que dar aquela batida com a corda, tipo em filme?

    -Pelo amor de Deus, não faça isso.

    -Por quê?!

    -Se fizer isso, ela vai dar pulo.

    -Ai, caralho.

    -Eles foram acostumados de jeitos diferentes. Se eu quiser que ele corra, eu tenho que apontar pra frente com rigidez. Quando ele vê o braço fazer isso, ele corre. Já ela não, se quiser que ela corra, bate com os dois calcanhares nela.

    -Isso não machuca?

    -É pra dar uma batidinha, não pra chutar. -Ri. -Alguma pergunta?

    -Bom, eles conhecem a rota que você vai fazer?

    -Não, mas é só eu comandar.

    -Não tem perigo deles se afastarem um do outro? Digo, seguirem caminhos diferentes?

    -Não, porque eu sei o caminho. E fica tranquilo, ele é o macho alfa. Pra onde ele for, ela vai atrás.

    -Uau. -Riu. -Então tá bom.

    -Ei, olha pra mim. -Pedi e ele fez. -Eu não vou deixar você. Entendeu?

    -Sim. -Assentiu com a cabeça.

    -Confia em mim. -Pedi ao olhá-lo nos olhos.

    -Confio. -Sorriu pra mim.

   -Pronto? -Sorri de volta e ele assentiu que sim. E então, fiz os estalos de beijos, que são os comandos para eles começarem a andar. Ainda me impressiono por saber que ainda me lembro disso tudo.

    -Nossa, isso é estranho.

    -O quê?

    -Sei lá, não parece que você vai cair? Ou que eles vão pisar errado e cair com você em cima?

    -É questão de costume.

    -Mas não corre o risco deles caírem?

    -Só se estiverem sob efeito de drogas. -Rimos. -Eles são espertos, né, garoto?! -Acariciei meu cavalo. -Por que não faz carinho nela? Assim deixa ela confortável.

    -Se você diz. -Respondeu e a acariciou com uma mão. -Tá indo bem, garota. -Riu.

    -Só pra te deixar avisado, às vezes ela pode parar e virar a cabeça pra você. Isso é pedido por carinho.

    -Oww, mas que coisa fofa.

    -Sim, avisei só pra você não se desesperar, caso aconteça.

    -Mais algum aviso que eu precise saber?

    -Ah, toma cuidado. Às vezes ela para pra deitar no meio do caminho.

    -Comigo em cima?! -Perguntou e eu gargalhei.

    -Calma, é brincadeira.

    -Palhaça. -Rimos.

    -Viu? Estamos pertinho um do outro. Eu disse que não teriam problemas.

    -E que assim permaneça.

    -Mas ela vem atrás, quer ver? -Direcionei Black Jeans pra esquerda da estrada, e a Lolly logo voltou para o nosso lado.

    -Isso acontece porque ele é o macho alfa, ou eles são tipo amigos?

    -“Amigos” eu não diria. -Ri.

    -Não se gostam?

    -Eu sei lá. A história deles é complicada.

    -Como assim?

    -Eles são ex amantes. -Rimos.

    -Sério?!

    -Até onde eu sei, sim. Eles tiveram filhotes há um tempo atrás. Daí uns anos se passaram e ele teve filhotes com outra do celeiro.

    -Então ele namora a outra?

    -Não, depois que ele teve os outros filhotes, voltou a pagar pau pra essa aqui. -Rimos. -É uma história de amor complicada.

    -Com certeza. -Riu. -Mas esses cavalos são bonitos mesmo, são bem fortes.

    -São, a mais difícil de ser cuidada é a Lolly.

    -Quem?

    -Essa aí que está te carregando.

    -Que nome fofo.

    -Ela sim é fofa. -Disse e a acariciei. -Dá mais trabalho cuidar do pelo dela, por ela ser toda branca. Tipo, toda branca mesmo.

    -É, eu imaginei.

    -Ela sempre se sujou fácil por isso, mas agora está limpinha. -Sorri.

    -Eu percebi. -A acariciou de novo.

    -A velocidade está boa pra você?

    -Sim, eles estão indo bem calminhos. É bom que dá pra apreciar a vista.

    -Sim, essa é a parte mais legal. Observar tudo que está em volta. -Disse e respirei fundo. -Sente o cheiro do campo. -Pedi e ele fez o mesmo.

    -É muito bom.

    -Demais. -Suspirei. -É uma gratidão enorme estar nesse lugar. Tudo tão tranquilo, tão na paz. -Permaneci admirando aquilo tudo. -É bom demais estar aqui escondida, longe de tudo e de todos. Longe de trabalho, estresses, longe de onde eu sou apenas um ícone que atua e posa pra revistas. -Me voltei a ele. -Não sente essa liberdade aqui?

    -Sinto até demais. -Assentiu que sim com a cabeça. -Até me arrepiei. -Rimos.

    -E eu também, acredite. -Suspirei. -Por que não tenta direcionar?

    -Como assim?

    -Leva ela pro lado direito.

    -Como faz?

    -Só puxa a corda pra direção que você quer que ela vá. -Pedi e ele fez, e eu segui ao lado com o Black Jeans.

    -Por que eu me sinto foda fazendo isso? -Rimos.

    -Porque agora você está perdendo o medo e confiando em si mesmo. -Sorri.

    -Será?

    -Sim. -Sussurrei e rimos de novo. -Você pegou o jeito, daqui a pouco a gente chega.

    -Aonde?

    -Vou te mostrar um dos meus lugares favoritos por aqui.

    -Que honra. -Riu.

    -É incrível, você vai adorar.

    E permanecemos conversando até chegarmos lá. Eu sabia que ele iria adorar o lugar, assim como adorou o fato de passearmos a cavalo. Realmente, foi algo bem imprevisível, mas isso é sensacional. Não podia perder a oportunidade de vivenciar isso com ele, e nem de estar ao seu lado nessa primeira experiência dele.

    O caminho não era longo, nós que aproveitávamos o andar calmo do Black Jeans e da Lolly para observarmos todo aquele verde várias vezes. Pra sentir o cheiro da grama e sentir aqueles bons minutos de pura paz e tranquilidade que aquele ambiente trazia, o que deixava tudo realmente perfeito. Como eu queria que a minha filha pudesse ter o mesmo tipo de crescimento que eu tive aqui em certo período da minha infância. Seria algo saudável demais pra ela, disso tenho certeza.

    -Ok, nós vamos parar.

    -Como para?

    -Puxa a corda, mas não com tanta força. -Disse ao parar meu cavalo e ele parou a Lolly. E então, desceu de cima dela.

    -Milady? -Estendeu a mão pra mim, me fazendo rir.

    -Muito obrigada. -Sorri e desci com sua ajuda.

    -Não há de que. -Riu, enquanto eu amarrava as guias dos cavalos na cerca ao nosso lado.

    -Descansem. -Dei uns tapinhas neles. -Vem. -Peguei na mão de Finn e me dirigi com ele à uma enorme plataforma de madeira, usada por muitos pescadores que pescam na madrugada. Era lindo estar ali, pois tínhamos uma enorme e bonita vista, acompanhada do enorme rio que corria abaixo de nós.

    Me sentei com ele à borda da plataforma.

    -Vê como é lindo? -Perguntei, forçando minha vista por causa do sol radiante.

    -Com certeza. -Deu um suspiro. -É de tirar o fôlego, realmente.

    -É sim. -Peguei na mão dele. -Quando passávamos dias aqui, eu sempre vinha pra cá com meus irmãos. E nós ficávamos até o Sol se pôr. -Sorri. -É a melhor parte.

    -Que bom saber, porque já está quase na hora.

    -Pois é. -Disse e senti o carinho que ele fazia em minha mão. -Dá vontade de ficar aqui pra sempre.

    -Dá mesmo. -Suspirou. -Quem nos dera, não? -Riu.

    -Quem nos dera... -Dei um breve suspiro e apoiei minha cabeça em seu ombro. -Às vezes tenho vontade de desistir.

    -Como assim?

    -Você sabe... -Pensei um pouco. -Só queria voltar a ser uma pessoa normal. Entende?

    -Foi uma escolha nossa, Millie.

    -Sei que foi. E eu não me arrependo, Finn, você sabe o quanto eu amo o que faço. Eu só queria... Sei lá. Era um sonho, sabe? Assim como é o sonho de quase todo o mundo, mas quando você realiza esse sonho, você finalmente acorda pro mundo. E quando você se dá conta disso, pensa “puta que pariu”. -Ri. -A riqueza é boa, a fama é boa, o poder é bom, mas... Às vezes eu queria dar tudo isso só pra voltar a ser quem eu era antes da minha primeira audição na vida. Somente por um dia. Só pra matar a saudade de poder ficar quieta no meu canto quando eu quiser, ou até mesmo por poder sair na rua sem me preocupar com a minha aparência, porque sei que vou ser exposta minutos depois que eu sair de casa.

    -Bom... -Suspirou. -A primeira coisa que eu tenho a dizer pra você é: você não tem que se preocupar com a aparência nunca na sua vida, porque você é linda. -Ele disse e eu ri de canto. -E a segunda coisa é: -Suspirou novamente. -Ninguém disse que seria fácil, mas não disseram que seria difícil.

    -Exatamente. -Assenti que não com a cabeça. -Eu era tão ingênua quando tudo isso aconteceu, que eu não tinha noção alguma do que seria a partir dali. Até porque, quando eu pensei que hoje eu seria quem eu sou? -Ri outra vez. -Comecei a atuar com nove anos, mas só fui descoberta com onze. Eu passei dois anos da minha vida fazendo o que eu mais amo sem nem mesmo pensar nas consequências. Eu não sabia do eu que era capaz, não sabia de nada disso. Até porque, o meu sonho mesmo sempre foi atuar. Mas mal sabia eu que isso iria ter uma consequência tão grande assim. -Pensei um pouco. -Só queria ter sido preparada pra tudo.

    -Eu entendendo perfeitamente tudo o que você diz. E eu concordo, infelizmente ninguém nos preparou antes, mas a vida sim. -Acariciou meu braço. -A vida nos preparou pra isso da melhor forma possível, não acha?

    -Nos dando porrada o tempo inteiro? -Ri.

    -Sim, mas é claro. Desde pequenos aprendendo a lidar com tudo isso. Todos nós pensamos que seria fácil, Millie, mas é do caralho. É assustador, você acha que esses adolescentes que são famosos desde cedo se drogam ou se suicidam por quê? -Perguntou e eu fiquei quieta. -É uma pressão enorme, a minha ansiedade vem disso e eu sei muito bem. Mas nós aguentamos, porque foi isso o que escolhemos, é disso que a gente vive, Millie. Porque amamos isso, mesmo nos cansando ao extremo. Eu sei disso perfeitamente e sei como se sente agora. Mas eu também sei que esse é o seu destino, sei o quanto você luta e se esforça por isso. Eu trabalhei atuando com você durante cinco anos da minha vida e eu percebi que você foi feita pra isso, Millie. Estou falando isso de ator pra ator, não porque sou seu namorado e quero te apoiar. E você sabe, bem lá no fundo, que tudo isso que eu disse é verdade. -Terminou e eu continuei quieta. Obrigada, Finn, por me tocar profundamente com as suas palavras e quase me fazer chorar.

    -Você acha? -Perguntei num tom baixo e ele riu.

    -Você não?

    -Talvez. -Suspirei. -É porque dói saber que eu perdi metade da minha infância por isso. E assusta demais saber que tudo isso me estressa e que eu ainda só tenho dezessete anos. Tipo, parece que ainda vai durar pra sempre. Como se nunca fosse acabar, como se esse negócio de fama fosse me acompanhar até eu mesma não aguentar e fugir da mídia.

    -Sabe de uma coisa? -Suspirou. -Olha pra mim. -Pediu e eu fiz, fazendo-o segurar em meu queixo. -Sabe o porquê você acha que isso nunca vai acabar? -Perguntou e eu assenti que não. -Então eu vou te dizer. -Segurou em minha mão. -Você não sabe quando tudo isso vai acabar, Millie, porque você é foda. -Disse e eu sorri de canto. -Você sabe, no fundo do seu coração, o quão foda você é. Você é uma inspiração, você é um exemplo, você simplesmente é uma das pessoas mais idolatradas do mundo inteiro. -Ele disse e eu lacrimejei. -Você tem um talento absurdo, que todos invejam. Todos queriam ser você por isso. Todos te conhecem por isso. Por esse talento, esse dom que você tem desde que nasceu e vai sempre ter. E você tem um amor incondicional por isso, eu sei que tem. Sempre soube, desde o primeiro dia em que eu te olhei nos olhos. E esse foi um dos motivos por qual me apaixonei por você. -E a lágrima escorreu. -Sabe do que me orgulha todas as vezes que eu falo de você pra alguém? Me orgulha dizer que você, com apenas treze anos de idade, ganhou o primeiro prêmio de melhor atriz, sendo disputado por você e por mais cinco mulheres formadas por anos e anos nas telas do cinema e da televisão. E mesmo assim, quem subiu naquele palco e segurou o troféu foi você. Foi você, Millie Bobby Brown. E não foi atoa que eu me levantei em meio de milhares de aplausos com um puta de um orgulho no meu peito. Isso porque eu sempre soube que você iria conseguir aquele prêmio, e sei que ainda vai conseguir milhares. -Me admirou. -Eu conheço você, Millie. -Enxugou minha lágrima que havia escorrido. -Você é mais do que você pensa que é. Muito, muito mais. Então, por favor, tenha orgulho do seu nome. Mostre a todos quem você é, até o dia que não puder mais. Porque um dia isso tudo vai acabar. -Acariciou meu rosto. -Mas enquanto não acaba, diga o seu nome pro mundo. Sem medo das consequências. Só diga o seu nome pro mundo. -Colocou uma mecha de meu cabelo pra trás da orelha. -Mostre a eles quem você é.

    Assenti que sim com a cabeça, por não ter palavras alguma, e então o abracei com força. Mas com muita força.

    -Obrigada.

    -Não é pra agradecer. -Acariciou minhas costas e nos desfizemos do abraço.

    -Por que faz isso comigo? -Enxuguei os olhos.

    -Porque eu te amo. -Riu. -E olha aqui, não é pra você chorar. É pra você colocar na sua cabeça, de uma vez por todas, que você é o que você se tornou. Eu sei que sente falta, eu também sinto, mas olha agora. Somos dois ricos, famosos, que amam o que fazem, quer coisa melhor?! -Rimos. -É sério, princesa. Eu não quero ver você arrependida por nada, ouviu?

    -Não estou arrependida, foi só uma saudade. Já passou. -Ri. -Você tem razão. Eu amo quem sou e amo a minha vida. E se não fosse por essa porra toda... -Abri um sorrisinho.

    -Se não fosse por essa porra toda, eu não poderia fazer isso agora mesmo. -Me deu um beijo, me fazendo rir em seguida.

    -Eu amo você. -Brinquei com um sorrisinho e toquei na pontinha do nariz dele, fazendo-o sorrir bobamente. E então me respondeu com um demorado selinho na testa e me envolveu com o braço, me deixando apoiada nele. -Olha, já está se pondo.

    -É, tá lindo mesmo.

    -Demais.

    -Olha isso, o céu tá rosa!

    -Mais embaixo fica laranja, olha!

    -Wow, essa paisagem é bonita, hein.

    -Sem contar que esse Sol na gente tá me cegando, é bonito mesmo. -Rimos.

    -Mas é bonito, são os raios de Sol alaranjados. É maneiro. -Olhou pra mim. -Nossa...

    -Que foi?

    -A cor dos olhos nesse sol.

    -O que tem? -Ri sem graça.

    -Nossa, mano, como é que pode ter os olhos tão lindos, meu Deus.

    -Ah, meu Deus. -Ri.

    -Não, é sério, cada pedacinho de você é lindo, garota. Porra, puta que pariu.

    -Ih, ficou irritado.

    -Não, eu fico chocado, isso sim!

    -Culpa os meus pais, vai lá.

    -Eles sabem que têm uma filha perfeita? Pois acho bom saberem.

    -Uma graça, você. -Brinquei.

    -Mas agora é sério, seus olhos são lindos. Os olhos da Alison têm a cor dos seus no sol.

    -É, os olhos dela são lindos.

    -Fodeu pra mim.

    -Como assim?

    -Quando essa menina crescer, vai chover homem pra cima dela. Vou até comprar a espingarda logo pra matar todo mundo.

    -Ai, exagerado! -Disse em meio de risadas.

    -Tá achando que é brincadeira?! Não vou deixar um sequer chegar perto.

    -Se meu pai pensasse assim, você não ia gostar. -Brinquei.

    -Quer saber? Ela só tem dois meses, graças a Deus. Uhul, a vida é bela. -Rimos.

    -Isso porque você disse que ela tem meus olhos.

    -Mas tem mesmo.

    -É genética da minha família inglesa.

    -Quais são as chances dela ter genética inglesa?

    -Hmm... Não acho que muitas. Os olhos claros cor de mel ela já tem. -Disse e pensei um pouco. -Ah, tem uma coisa.

    -O quê?

    -Se ela crescer loira, não se preocupa. Antes que comece a achar que eu dei pra um cara loiro.

    -Mas deu?!

    -Com certeza, Finn. -Disse de ironia e nós rimos.

    -Mas como assim, ela pode crescer loira?

    -Sim. Minha mãe é loira, e eu acabei crescendo com os cabelos bem clarinhos, quase loiros. Mas com o tempo, foram escurecendo. Já a Ava é completamente loira, e assim vai ficar.

    -Por causa da genética inglesa?

    -Isso. Então, existem pouquíssimas chances dela crescer loira, mas existem.

    -Entendi. -Suspirou. -Bom, isso a gente descobre.

    -Pois é. Vamos voltar, está escurecendo. -Disse e nos levantamos.

    -Adorei vir, foi lindo demais.

    -Ah, eu sabia que você ia gostar. -Ri, enquanto desamarrava os cavalos.

    -É, eu nunca vi algo assim. -Olhou pra cima. -Foda que já tem estrelas no céu.

    -Sim, fica mais bonito ainda. -Subi no cavalo. -Vamos?

    -Vamos. -Subiu na Lolly. -Bora, Lolly. -Disse e eu ri.

    -Bom, agora eu quero você contando pra todo mundo que andou a cavalo pela primeira vez.

    -Porra, se eu contar pra minha mãe, ela chora de emoção. -Ele disse e eu ri.

    -Finn, sua mãe é incrível. E seu pai também.

    -Pois é, sofreram quando eu e Nicolas éramos pequenos, coitados. -Rimos. -Fiquei até aliviado quando fui morar com você, assim eles ficam na paz do Senhor.

    -Ah, mas também, só fazem merda.

    -Lá vem.

    -To falando sério! -Ri. -Eu espero que em Paris, vocês nos contem todas as merdas que já fizeram. Já morri de rir com as dos casamentos.

    -Ah, pode deixar que a gente conta. -Riu. -Por falar nisso, precisamos ver quem vai ficar com o Doug, hein.

    -Eu sei, qualquer coisa a gente vê se o Jack e o Noah podem ficar, a gente decide até lá.

    -Só sei que essa viagem vai ser épica.

    -Ah, vai. Nem me fale, antes que eu morra de ansiedade. -Rimos.

    -Mano, só nós dois naquela porra. Vai dar merda.

    -Ah, vai. Vamos derrubar aquela torre.

    -Não, acho que só cairia se os meninos estivessem com a gente.

    -Mas aí iríamos colocar fogo naquela cidade, Deus me livre.

    -É mesmo. -Riu. -Aí, tá a fim de correr?

    -Como assim?

    -Bora colocar eles pra correr.

    -Quer?! -Perguntei animada.

    -Por que não? -Deu de ombros.

    -Você é atrevido, hein. -Disse e nós paramos os cavalos. -Bom, já sabe, né?

    -Sim.

    -Então tá bom... -Fiz uma feição desafiadora. -Só, por favor segura firme.

    -Pode deixar.

    -Então... Vamos nessa.

    -Vamos nessa. -Riu.

    -Bora, garoto. -Sussurrei para o meu cavalo. E logo dei dois tapinhas nele. -VAI! -Apontei pra frente sem pudor, e ele começou a correr muito rápido. E a Lolly veio correndo atrás.

    Me lembro que eu adorava correr com ele, era totalmente irado e libertador. E agora eu estou matando essa saudade, sentindo a enorme adrenalina e o gostoso vento que invadia meu rosto.

    -MANO, FODA! -Ouvi seu grito. -UHUL!

    -FODA DEMAIS! -Gritei de volta em meio de risadas. E continuávamos correndo com rumo ao celeiro.

    Era bom sentir aquilo tudo ao cair da noite e com as estrelas nos iluminando lá em cima. Uma nostalgia pra mim, realmente. Poderia ficar ali ainda por muito tempo, mas como eles estavam correndo, acabamos chegando rápido demais. Mas foi incrível aquilo tudo, algo inesquecível.

    -Ok, ok... -Comecei a diminuir a velocidade dele, ao começarmos a nos aproximar do celeiro. -Calminho, garoto.

    -Wow! -Ele disse, após Lolly nos alcançar e diminuir a velocidade. -Puta merda! -Riu. -Foi irado!

    -Eu sei que foi. -Ri e acariciei Black Jeans. -Muito bem, menino.

    -Mandou bem, hein. -Finn a acariciou.

    -São dois amores. -Desci de cima dele. -São lindos.

    -São sim. -Finn fez o mesmo.

    -Hora de descansar, pessoal. -Peguei sem suas guias e me dirigi com eles até as devidas celas. E os guardei ali dentro. -Muito bem, muito bem! -Apliquei um beijinho no dorso de cada um. E logo peguei duas cenouras na despensa de comida deles. -Toma, dá pra ela. -Entreguei uma ao Finn e assim ele fez. E eu dei a outra pro Black Jeans. -Prontinho, crianças.

    -Aí, aquele cavalo ali parece o Bojack Horseman. -Riu.

    -O que é isso?

    -Uma série da Netflix em desenho de puro besteirol.

    -E você assiste, né?

    -Série de besteirol?! Assisto à todas.

    -Tá explicado, então.

    -O quê?

    -Meu irmão quis porque quis que o nome daquele cavalo fosse Bojack Horseman.

    -E é?

    -Sim. -Disse e ele gargalhou.

    -Caraca, foda!

    -Super. -Ri e peguei na mão dele. -Vamos. -Saímos do celeiro.

    -Aí, só pra saber.

    -Hm.

    -Tu cavalga bem por causa disso? -Perguntou e eu ri.

    -Alá, ridículo, cara.

    -Não, não. É sério mesmo. -Riu.

    -Sei lá. -Dei de ombros. -Talvez sim... Faço isso desde pequena, mesmo. -Disse e ele levantou as sobrancelhas.

    -Então tá bom. -Rimos e logo chegamos na casa.

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     Todos ainda permaneciam ali, e Theodora se divertia ao fazer a Alison rir, com a Kelly e com o Charlie.

    Permanecemos todos conversando durante alguns minutos, mas logo fomos aos afazeres para a ceia de natal.

    Fui para o quarto com a Millie e com a Alison para começarmos a nos arrumar, já que o resto do pessoal também tinha ido.

    Aproveitei que a Millie estava no banho e dei a comida da Alison, que era fruta amassada, já que ela só tem que tomar o leite antes de dormir, e ainda estava cedo pra isso. E até que ela comeu tudo, então foi uma boa ideia. E após isso, demos o banho dela e a vestimos. Era um conjuntinho de um body branco de manga cumprida com o desenho de duas renas em purpurina dourada. Em cada rena, um lacinho bem pequeno em vermelho na orelhinha. E na parte de baixo, uma calça de moletom vermelha com listrinhas brancas. E pra finalizar, uma faixa com um laço, também em vermelho. Sem sacanagem, a coisa mais fofa do mundo, eu diria.

    Após ela ficar pronta e Millie já ter começado a se arrumar, fui tomar meu banho, o que foi rápido e relaxante. E ao terminar, vesti minha roupa dentro do banheiro, porque eu sabia que ia morrer de frio se eu abrisse a porta pra ir pro quarto, pois o clima já estava bem frio. Mas feito isso, logo saí dali, sacudindo meus cabelos meio molhados com a toalha.

    -Sim, o Finn está saindo do banho, mas está bem. -A vi falando com alguém no telefone, enquanto calçava o salto alto. -Demais, eu mando uma foto pra vocês depois. Pode deixar. -Riu. -Tudo bem. Também amo vocês, estou morrendo de saudades. -Abriu um largo e lindo sorriso. -Aviso sim. Feliz natal pra vocês e aproveitem muito, muito mesmo! -Riu novamente. -Beijos. -Desligou.

    -Tá tudo bem? -Perguntei ao começar a calçar meu tênis.

    -Sim, era o Caleb. Me ligou pra saber se estávamos bem. -Abriu um sorriso. -E você nem vai acreditar.

    -Ih, meu Deus. -Me voltei a ela. -Conta.

    -Ele está com a Sadie!

    -É novidade?

    -Não, ele está na casa dela! Foi passar o natal com a família dela, vão conhecê-lo!

    -Eita, caralho, sério?!

    -Sim! Eu nem sabia que eles iriam passar o natal juntos, aquela garota nem me disse!

    -Vai que foi de última hora, né, porque... -Riu. -Já sabe o que isso quer dizer, né?

    -Quer dizer que agora eles vão namorar sério! Tipo, na moral!

    -Graças a Deus, enrolam muito! Já falei mil vezes pra ele “chama a garota pra viajar, faz alguma coisa”, mas nunca fez nada, só sabe enrolar! -Rimos.

    -Olha só, a gente não pode falar nada. Perdemos milhões de anos enrolando, então sossega.

    -Tá, foi mal.

    -Ai, mas to tão feliz por eles! Mano, a Sadie e o Caleb, meu Deus!

    -É, eles são irados.

    -Total! -Riu. -Ele até disse que ia te ligar depois, porque tava meio nervoso, e queria conversar contigo sobre esse negócio de conhecer a família da namorada, e tudo mais.

    -Se bem que eu não to muito diferente disso não. -Rimos.

    -É, mas ele está preocupado. Mandei parar com a palhaçada, a família da Sadie é incrível. Só são certinhos demais, mas são incríveis.

    -Bom, você quem sabe sobre isso. Já dormiu na casa dela milhares de vezes.

    -Já mesmo. Saudades.

    -Mas que bom que ele está com ela, depois eu vou ligar pra zoar. -Disse e peguei minha filha no colo. -Né, minha coisa linda que vai passar o primeiro natal no colo de papai?! -A enchi de beijos.

    -Deu a comida dela, amor?

    -Dei. Amor de papai comeu tudo, diz pra ela, filha.

    -Então que bom.

    -Tá pronta?

    -Quase. -Mexeu na bolsa. -Só falta isso. -Retirou um batom e entrou no banheiro.

    -Viu que mãe linda você tem? -Assenti pra Alison.

    -Amor, você tá pronto? -Ouvi sua voz do banheiro.

    -Sim.

    -Vai só com essa blusa?!

    -Tá ruim?

    -Não, só bota o casaco.

    -Ah, não precisa.

    -Tá frio, veste o casaco.

    -Se eu ficar com frio eu subo e visto. -Disse e ela logo saiu do banheiro com um lindo batom vermelho nos lábios, o que a deixava mais sexy ainda, além do salto agulha vermelho nos pés, e do vestido branco de manga cumprida, que ia até suas coxas.

    -Eu convivo contigo há, no mínimo, uns seis anos. Você vai ter crise alérgica a esse tempo e não vai me deixar dormir de madrugada de tanto que vai espirrar. -Disse e eu fiquei quieto. -Veste a porra do casaco, é pro seu bem. E pro meu também, que durmo do seu lado. -Terminou e pegou a Alison do meu colo.

    -Calma, princesa. -Disse e vesti o casaco. -Pronto.

    -Muito obrigada. -Respondeu e logo ouvimos batidas na porta. -Entra.

    -Mills, a mamãe pediu pra... -Entrou no quarto e deu um suspiro de surpresa. -A Alison está linda! -Disse e nós rimos.

    -Está sim. -Disse Millie.

    -Vocês dois também, o seu sapato é lindo, Mills!

    -Que bom que gostou. -Sorriu.

   -Quando você vai poder me emprestar?!

   -Quando você crescer mais um pouco.

    -Mas vai demorar muito!

    -Mas quanto mais demorar, mais sapatos eu vou ter pra te emprestar. -Respondeu e Ava sorriu. -O que minha mãe quer?

    -Ah, ela me pediu pra vir aqui ver se vocês já estavam prontos.

    -Sim, nós vamos descer.

    -Então vamos juntos! -Pegou na minha mão e saímos todos do quarto, descendo as escadas para o primeiro andar. Eu de mão dada com Ava, e a Millie com a Alison no colo. Que família, hein.

    -Que bom que chegaram! -Disse Robert, ao chegarmos no primeiro andar.

    -Lindos, lindos! -Theodora e Georgie aplaudiam, nos fazendo rir.

    -Ahh, mas que coisa mais linda! -Robert pegou Alison no colo e a cariciou. -Que laço lindo!

    -Coisa da Millie. -Disse e nós rimos.

    -Mas tá lindo isso aqui! -A deu um beijo. -Minha filha, você está linda, Millie!

    -Obrigada, pai. -Sorriu.

    -Pessoal, venham comer! -Bridge nos chamou todos, e então fomos nos sentar à enorme mesa com bastante comida.

    -Se sirvam à vontade, tem pra todo mundo! -Disse Theodora.

    -Graças a Deus, porque eu como mesmo. -Disse Robert.

    -Bom, vai ter pra todo mundo, se tirar o Robert da mesa. -Kelly disse e nós rimos, após nos servimos todos.

    -Nossa. -Millie revirou os olhos. -Que peru delicioso.

    -É melhor do que o meu? -Brinquei num tom baixinho, mas todos olharam pra mim. -Ah... -Ri sem graça. -Eu... Eu tenho uma receita... -Limpei a garganta. -Que é deliciosa, é muito boa, né, Millie?! -A cutuquei em meio de risadas, e percebi que ela escondia o rosto nas mãos. -Viram, ela ficou até emocionada por lembrar da receita, fica bem gostoso mesmo. -Limpei a garganta e estendi meu copo com refrigerante. -Feliz natal! -Disse pra quebrar o gelo.

    -FELIZ NATAL! -Responderam e voltaram a comer bem felizes.

    -Tá bem, princesa? -Assenti pra Millie.

    -Puta que pariu você, cara. -Se abanou com feição de quem queria gargalhar. -Porra. -Me deu um empurrãozinho.

    -Desculpa, foi só brincadeirinha.

    -Ah, ficou de pau duro na frente do meu pai de brincadeirinha, também?! -Sussurrou e eu ri.

    -Foi sem querer.

    -Tá, então come. -Riu baixo e voltamos a comer.

    A comida estava realmente deliciosa e nós comemos muito bem.

   Todos nós conversando e rindo naquela mesa bem grande me lembrava ao nosso último natal, com todos nossos amigos e famílias reunidos naquele set, qual tanto sentimos falta. Mas se bem que valeu enquanto durou, pois agora estamos vivendo momentos tão bons quanto aqueles. Tanto por comemorar o natal com a família da Millie, quanto por agora vivermos uma vida bem diferente, tudo graças a despedida de um ano atrás. Pois sim, nós sentimos muita falta, mas somos felizes demais pelas coisas novas que vieram acontecendo e que ainda acontecerão. E por isso somos gratos demais.

    Depois de várias conversas e vários pratos repetidos, finalmente todos terminamos de comer. E então nos sentamos nos sofás ao lado da enorme árvore de natal bem enfeitada e iluminada, rodeada de presentes, e ao lado da enorme lareira que nos esquentava, que foi acesa antes mesmo de comermos. Eu e Millie até vestimos toucas de papai Noel, que estavam na mesinha para pegarmos. Sendo assim, todos começaram a entregar e a abrir os presentes. Já estavam quase acabando.

    -O próximo é... -Ava pegou um deles e leu na caixa. -Esse é nosso pra Alison!

    -Ihh, olha só! -Ri enquanto a animava em meu colo.

    -Gente, eu nem sabia que tinha presente pra ela! -Millie riu. -Tem presente pra você, meu amor! -A beijou, fazendo rir.

    -Mas é claro que tem! -Disse Charlie.

    -Esse é um presente de todos nós. Inclusive da Paige, mas ela não está aqui. -Kelly nos deu a caixa.

    -Ah, gente, não precisava de nada. -Disse.

    -Nós sabemos que não precisava, porque vocês são ricos, mas não iríamos deixar passar em branco! -Disse Robert, nos fazendo rir. E então, abrimos a caixa.

    -Uau! -Disse surpreso.

    -Gente, que lindos! -Millie abriu um sorriso. -Olha, amor!

    -Eu to vendo, só no estilo! -Ri e ajeitei Alison em meu colo. -Olha, minha princesa, que presentes lindos você ganhou! -Disse e pegamos as peças. Era um miúdo macacão jeans e um par de tênis da Vans, com purpurina no lugar da marca branca na lateral. Era tão pequeno, que nem cadarço tinha, e sim dois velcros.

    -Nossa, que roupinha linda! -Disse Theodora.

    -Essa criança só tem roupa linda, quase passei mal com esse conjuntinho de natal! -Disse Gergie.

    -Vai ficar lindo nela! -Disse Bridge.

    -Eu que escolhi! -Disse Ava.

    -Gente, muito obrigada! -Millie agradeceu.

    -Obrigado mesmo, coisa mais linda isso aqui nela. -Sorri de volta.

    -Não precisam agradecer. -Disse Robert.

    -Filha, depois vê se cabe nela direitinho.

    -Cabe sim. Pra usar o tênis vamos ter que esperar ela fazer um aninho, mas a roupinha cabe. Obrigada mesmo, são lindos!

    -De nada. Depois queremos ver ela usando.

    -Ah, vai usar e muito. -Respondi.

    -O próximo presente é da Mills pro Char! -Deu o presente pro Charlie.

    -Que isso, Millie, presente pra mim? -Riu.

    -Ah, como se eu nunca tivesse dado. -Riu de volta. -Abre e tenta não pirar.

    -Lá vai você me... -Abriu e ficou chocado. -QUÊ?! -Disse sem reação e nós rimos.

    -Feliz natal, Char. -Abriu um sorrisinho.

    -Garota, quer me matar do coração?! -Sorriu. -Mano, esse jogo só lança ano que vem! Como que você conseguiu isso?!

    -Ah, eu tenho meus contatos. -Se gabou.

    -Cara! -Ainda chocado. -Valeu mesmo, Millie! -A abraçou com força.

    -De nada.

    -Arrasou, cara. -Dei um tapinha em seu ombro.

    -Porra, sensacional! -Riu comigo.

    -O último presente é... -Leu e ficou surpresa. -Da Alison pra mim?! -Sorriu.

    -É um presente da sua sobrinha! -Ri.

    -Sério?! -Se ajeitou para abri-lo.

    -Na verdade, é de nós três. Mas é a Alison quem está te dando. -Millie riu.

    -Nossa, é um presente bem grande! -Disse com dificuldade para abrir, mas logo conseguiu. E seus olhos brilharam. -Tá de sacanagem...

    -Ava, olha a boca. -Disse Kelly e nós rimos.

    -Não dá pra olhar a boca, quando eu estou olhando pra isso!

    -Mostra o que você ganhou! -Disse Robert.

    -Olhem isso! -Os mostrou a enorme casa de três andares de boneca que compramos pra ela. Não sei se é de Barbie, Polly, ou se essas duas são a mesma coisa. Só sei que é uma puta casa em miniatura.

    -Que linda, meu amor! -Disse Kelly.

    -Que irado, hein! -Disse Charlie.

    -É uma casa linda, filha! -Disse Robert. -Agradece ao Finn e à sua irmã.

    -Mas é claro que eu vou agradecer! -Se levantou e veio até nós. -Obrigada, Finnie! -Me abraçou.

    -De nada, pequena.

    -Obrigada, Mills! -A abraçou.

    -Gostou? -Ela perguntou.

    -Muito! -Respondeu e abraçou a Alison em seguida, mesmo ela estando em meu colo. -Obrigada também, Alison. Quando você crescer a gente brinca juntas! -Disse e nós rimos.

    -Só uma pergunta: -Disse Robert. -Essa casa vem pronta, ou tem que montar?

    -Acho que tem que montar. -Disse Millie.

    -Ah, ótimo. Lá vou eu ferrar minhas costas montando casa de boneca. -Rimos.

    -Amei os presentes, todos lindos! -Disse Theodora, com a taça de vinho em mãos.

    -Foi sensacional! -Conversaram todos entre si, até que eu notei que Franklyn mandava vários beijinhos pra Alison, fazendo-a rir.

    -Ei? -Acariciei a coxa de Millie.

    -Hm?

    -Por que não diz pro seu avô que foi uma honra ter o conhecido? -Disse num tom baixo e ela sorriu pra mim.

    -Ele já sabe.

    -Então por que não diz pra ele que eu adorei a comida?

    -Ele já sabe. -Riu.

    -Então, diz a ele que estamos nos divertimos muito aqui.

    -Amor, ele já sabe. -Abriu um sorrisinho.

    -Ah, então por que não diz pra ele que você está uma princesa aqui, mas que na cama você é uma...

    -Finn, ele lê lábios. -Ai, caralho.

    Olhei pra ele no mesmo instante e notei que ele me olhava com uma feição estranha.

    -Me esqueci completamente. -Sussurrei pra ela.

    -Ah, eu sei disso.

    -Pessoal, sem querer ser chato, mas eu vou pro quarto com a Ava. Nós vamos dormir. -Disse Charlie.

    -Já?

    -Sim, amanhã a gente conversa. Obrigado pela comida e pelos presentes, foi tudo incrível.

    -De nada, Charlie. -Disse Bridge.

    -Boa noite, gente! -Disse Ava.

    -Boa noite, pessoal. -Disse Charlie.

    -Boa noite! -Respondemos e eles subiram.

    -Pessoal, mas que clima é esse?! Vamos colocar alguma música! -Theodora se levantou e foi até os discos de vinil na estante. -Finn?

    -Hm?

    -Escolhe algum pra gente. -Sorriu.

    -Bom... -Comecei. -Eu vejo um clássico daqui. -Sorri. -The police.

    -Ótima escolha! -Sorriu e pôs o disco na vitrola. -Agora sim. -Se sentou no sofá novamente. -Então, nos contem sobre vocês!

    -Sobre nós? -Rimos sem graça.

    -Claro! -Georgie bebeu um gole de vinho. -Estão casados? -Fez menção nas nossas alianças.

    -Mais ou menos. -Respondi.

    -Como assim?

    -Nós nos casamos vai fazer um ano, mas não foi nada no papel. Nós casamos um ao outro.

    -Então pronto! Pra que papel?! -Riu.

    -É, não precisam de papel se vocês dois se amam e se casaram na total intenção de casar!

    -Vocês têm nome nas alianças? -Bridge perguntou.

    -Sim. -Respondemos.

    -Ah, então pronto. São casados. -Disse Georgie.

    -Quando morarem juntos, então. -Disse Theodora.

    -Ah, não, nós moramos juntos. -Disse Millie.

    -Só vocês na casa?!

    -Sim, nós, nossa filha e nosso cachorro. -Respondi.

    -Gente, que isso, vocês já têm a família de vocês! Que lindos! -Ela disse encantada.

    -É, eles crescem rápido. -Disse Robert.

    -Desde quando moram juntos?!

    -Nós compramos uma casa com a ajuda dos pais do Finn e demos de presente pra eles quando a Millie estava indo pro quinto mês de gravidez. -Disse Kelly. -Fizemos isso pra eles viverem bem a vida deles com a Alison já nascida.

    -Que legal!

    -Sim, eles foram fazer apenas um teste. E nunca mais saíram de lá, então se adaptaram bem. -Robert riu.

    -Nos adaptamos bem demais. -Entrelacei meus dedos com os de Millie.

    -Com certeza! -Disse Georgie. -E o cachorrinho?!

    -Eu estava voltando de um show com ela, foi logo depois que nos mudamos, e achamos um filhotinho abandonado na estrada.

    -Sério?!

    -Que horror!

    -Pois é. -Disse Millie. -Daí nós o tiramos da rua e levamos com a gente. E nós nunca tínhamos pensado na possibilidade de termos um cachorro nosso, muito menos antes de termos a Alison, mas nos apegamos demais àquele cachorro. E hoje é nosso filhinho. -Sorriu.

    -Que lindo!

    -Deve ser uma gracinha!

    -É, ele era bem pequeno quando o levamos pra casa, mas agora está enorme. -Rimos. -É doidinho, esse cachorro.

    -Qual o nome?

    -Doug.

    -Oww!

    -Vocês dois são pais de ouro! Devem ser uma família linda!

    -Bom, todos dizem que somos. -Ri com a Millie.

    -E o Doug deve fazer muita farra com vocês e com a irmãzinha, não é?!

    -Ah, faz demais! -Millie riu.

    -Mas então, já estão acostumados a tudo? Digo, devem ter ficado com medo quando foram morar sozinhos, não?

    -Sim, ficamos bastante.

    -Pois é, e aí vem a parte que nós entramos. -Começou Robert. -Nós não somos pais desnaturados, acontece que conhecemos perfeitamente os filhos que temos e sabemos para o que cada um deles está pronto ou não.

    -Exatamente. -Disse kelly. -Eu não iria deixar minha filha se virar de qualquer jeito sozinha, se eu soubesse que ela não tem capacidade pra isso, assim como os pais do Finn também não deixariam. Mas nós os conhecemos, sabemos que eles dois têm uma maturidade e responsabilidade enorme. E eu sei exatamente que minha filha conseguiria encarar isso, mesmo sendo tão nova. Tudo isso, porque ela encara muita coisa desde muito pequena. Ela vê o mundo diferente, ela sabe se virar. Sempre soube. E como um exemplo disso, eu vejo a Millie se virando perfeitamente em relação a isso tendo apenas dezessete anos, mas não vejo o Charlie. É uma mera questão de maturidade e responsabilidade.

    -Agora o Charlie vai morar sozinho, mas já é adulto. Já sabe se virar. E se a vida da Millie fosse diferente agora, se a fama não tivesse presente, ela não teria essa capacidade de se virar como tem hoje. Nós os conhecemos. E agora que ela está com o Finn, que é outro de imensa maturidade e é muito responsável, fica perfeito. Eles se viram numa boa. -Riu. -Né, crianças?

    -Nossa, arrasou. -Disse Millie.

    -Arrasaram os dois. -Ri.

    -Ah, que isso. -Disse Kely em meio de risadas com Robert.

    -Olha, vocês estão de parabéns. Vocês, Kelly e Robert, e vocês, Finn e Millie. Ainda ganham prêmio de melhor casal. -Disse Georgie.

    -Ah, nós já ganhamos. -Respondi.

    -Como assim?! -Perguntaram em coro.

    -Nós já ganhamos nosso prêmio. Né, amor de mamãe?! -Millie pegou Alison no colo. -Ela é o nosso prêmio. -Sorriu.

    -Tchau gente, não aguento isso não. É muito pro meu coração. -Disse Theodora e nós rimos.

    -São lindos demais. -Disse Georgie.

    -Para, que assim eu me emociono. -Kelly enxugou os olhos.

    -Então vamos lá, recapitulando: -Deu um gole no vinho. -Vocês casaram um ao outro há um ano?

    -Faz um ano dia trinta e um.

    -Ok, vão fazer um ano de casamento.

    -Sim.

    -Tem nome nas alianças.

    -Sim.

    -Moram juntos sozinhos há meses.

    -Sim.

    -Têm uma filhinha e um cachorro de vocês.

    -Sim.

    -São feliz juntos?

    -Demais.

    -Se amam?

    -Muito.

    -Vão se separar?

    -Não.

    -Quando tão na merda, ficam na merda juntos?

    -Sempre. -Rimos.

    -Então, meus amores... -Deu um suspiro. -Da próxima vez que perguntarem se vocês são casados, sem essa de “mais ou menos”. Vocês são casados. E ponto final. -Ela terminou.

    -Entenderam? -Perguntou Georgie.

    -Sim. -Respondemos.

    -Maravilha. -Encheu sua taça de vinho e logo encheu a de Robert. -Love is in the air!

    -Love is in the air! -Theodora levantou a taça, e logo levantamos nossos copos e brindamos. E então, bebemos, sendo chamados a atenção pela música que começou a tocar na vitrola. “Every breath you take”.

    -Que original. -Millie riu.

    -Total. -Ri de volta. -Nostálgico, talvez.

    -Boa.

    -Ai, meu Deus, é a música deles, Georgie!

    -Episódio nove da segunda temporada, como esquecer?! -Riram.

    -Por falar nisso, podem nos dar spoilers?! -Ela pediu.

    -Pera aí, não to entendendo. -Ri.

    -Georgie e Theodora são apaixonados pela série em qual vocês atuam. -Disse Kelly.

    -Sério?! -Perguntei surpreso.

    -Ok, eu sabia que eles assistiam, não que eram apaixonados! -Millie riu.

    -Tá brincando?! A gente ama! Quando estreia a gente maratona!

    -É, quando você não dorme e me deixa vendo sozinha, né, Georgie.

    -Desculpa.

    -Nossa, que bom que vocês gostam! -Disse.

    -É incrível, fala sério! E ver vocês agora com essa música?! -Theodora riu. -Eu to nas nuvens! -Disse e nós rimos.

    -Mas e os spoilers?!

    -Foi mal, a gente não pode dizer nada. -Respondi.

    -Ah, que isso!

    -Absolutamente nada. -Millie riu. -Nunca nem vi.

    -Nem eu.

    -Na verdade, eu to sabendo que Mike e Eleven se relacionam sexualmente, quê?! Disse alguma coisa, Finn?! -Perguntou em meio de risadas.

    -Eu não disse nada, só concordo com você!

    -O QUÊ?! -Perguntaram surpresos.

    -Shiu! Dissemos nada. -Disse Millie.

    -Pera aí, então é sério?!

    -“Sério” o quê? -Millie brincou.

    -Ahh, danados! Então é verdade! -Riram.

    -Bom, verdade ou não, vocês descobrem em janeiro.

    -E olhem, que puta spoiler. Fala sério.

    -É, imaginem a nossa cara quando a gente soube que ia ter essa cena. -Rimos. -Bons tempos.

    -Vocês são sensacionais, cara!

    -Vocês já assistiram a série?! -Perguntou para os pais da Millie.

    -Bom, eu até tentei. -Disse Robert. -Daí vi o beijo na primeira temporada e desisti. -Rimos.

    -Ah, deixa a menina crescer! -Disse Theodora.

    -Obrigada. -Disse Millie.

    -De nada, meu amor. -Bebeu outro gole. -Ai, gente, eu to ficando bêbada. -Rimos.

    -Eu também. -Disse Georgie e eles riram. -Não vai dar bom.

    -Finn! -Disse Theodora. -Antes que eu me esqueça, meus parabéns pelo tour na Itália! Eu vi os vídeos da banda e vocês arrasaram! Aquela abertura de Nirvana foi incrível!

    -Ah, obrigado! -Ri. -Muito obrigado, nós ensaiamos demais pra isso. Realmente, vendemos o dobro dos ingressos nesse tour.

    -Com razão! Já disse pro Georgie, próximo show de Calpurnia eu vou!

    -Nossa, temos uma fã bem aqui na minha frente?! -Rimos.

    -Eu adoro a música de vocês!

    -Que bom saber disso. Fica tranquila, que no próximo show o seu ingresso fica por minha conta.

    -Gente, que honra! -Sorriu. -Obrigada!

    -Não por isso. -Respondi e percebemos que Alison ameaçou a chorar.

    -O que houve?! -Eles perguntaram.

    -Sono. -Ri e a peguei no colo.

    -É, já está na hora dela dormir.

    -Pronto, meu amor, papai vai te colocar pra dormir.

    -Amor, cadê a meia dela?

    -Tá aqui, eu tirei porque tava calor perto da lareira.

    -É, mas agora é melhor botar. -Vestiu as meinhas nela e a aplicou beijos nos pezinhos. -Vamos, mimir, vamos meu amor. -A pegou no colo e levantamos.

    -Boa noite, pessoal. -Disse ao pegar a caixa do presente da Alison.

    -Boa noite, gente.

    -Boa noite! -Responderam.

    -Muito obrigada por tudo. -Ela agradeceu.

    -Obrigado, foi incrível.

    -Não precisam agradecer! -Disse Bridge.

    -E feliz natal! -Dissemos em coro.

    -Feliz natal! -Responderam e nós subimos.

    -Enfim, cama. -Ela disse.

    -É, foi legal, mas to cansado.

    -Eu também, nós acordamos muito cedo hoje.

    -Pois é.

    -Faz o seguinte? Troca a fralda dela e veste o pijama nela, enquanto eu visto o meu. Só pra ela poder mamar logo pra dormir.

    -Tranquilo. -Disse e comecei os afazeres, enquanto Millie trocava de roupa.

    -Foi divertido. Que bom que gostaram dos presentes.

    -É, eu sabia que iriam gostar. E até a Alison ganhou.

    -Ganhou coisas lindas.

    -É claro que ganhou, né, meu amor? -Terminei de vestir seu pijama quentinho e a apliquei um beijo. -Mills, me dá o repelente dela.

    -Acha melhor passar?

    -Acho, pra não arriscar. -Disse e passei o creme de repelente cheirosinho de bebê nas mãozinhas e nos bracinhos por dentro das mangas cumpridas. -Pronto, minha neném. -Disse e ela começou a chorar.

    -Calma, a mamãe já sabe que você está com fome. -Millie se sentou na cama e começou a amamentá-la, deixando-a quietinha.

    -Essa é a ceia de natal dela. -Disse enquanto vestia meu pijama.

    -Com certeza. -Riu, enquanto a acariciava. E a aplicou um beijo na testa, após Alison fechar os olhos.

    -Bom... -Coloquei meu celular pra carregar. -Eu vou descer pra fazer a mamadeira dela, se não, de madrugada não dá tempo.

    -Tudo bem. -Apliquei um selinho nela e peguei as coisas.

    -Já volto. -Desci e logo fiz a mamadeira, ao ir pra cozinha. Nem demora muito, é bem rápido. E eu até já teria subido, se o Robert não tivesse ido pra cozinha.

    -Não foi dormir?

    -Só vim deixar isso pronto, por precaução.

    -Tá certo. -Sorriu. -Finn, eu queria te dizer que o meu pai gostou muito de você.

    -Mesmo?

    -Sim. Porém, ele é mudo e não consegue se comunicar com você através dos sinais. Mas se comunica comigo, e disse que gostou muito de você. Que tem orgulho de você e da Millie, e que vai adorar ver a filha de vocês crescendo. Que você cuida delas como ninguém. -Me deu um tapinha no braço acompanhado de um sorriso.

    -Valeu Robert. Mesmo.

    -Apesar de eu achar o mesmo, não fui eu quem disse. Foi ele.

    -Claro. -Sorri.

    -Vai descansar. A gente se vê amanhã.

    -Tudo bem. Boa noite. -Disse e voltei para o quarto. -Aqui estou.

    -Amor, pega a chupeta dela.

    -Já acabou?!

    -Ela dormiu, não está mais mamando.

    -Ihh, caiu de sono. -Disse e a dei a chupeta.

    -Obrigada. -Deu a chupeta pra ela e a ajeitou na cama em seguida.

    -Quer que eu bote pasta na sua escova?

    -Quero. -Pediu e assim eu fiz, ao ir pro banheiro. E comecei a escovar os dentes.

    -Obrigada, meu bem. -Começou a escovar os seus. -Adivinha?

    -Hm?

    -Safira me mandou mensagem. Minha caixa de entrada está lotada de presentes pra Alison.

    -Eita porra. Aja presente pra menina.

    -Ah, pois é. Depois liga pra Amanda, com certeza tem na sua também. -Já ia perguntar quem era Amanda e foder com tudo.

    -Tá, depois eu ligo. -Cuspimos na pia. -Amanhã eu resolvo, só quero dormir.

    -Eu também. -Fomos pra cama, com Alison entre nós. -Nossa, to cheia de mensagem.

    -Ah, relaxa. É tudo dos retardados no grupo. -Disse, após começar a mexer no meu celular e ver as mensagens deles dizendo “feliz natal”. E então, comecei a gravar um vídeo. -Millie?

    -Hm? -Respondeu, ainda olhando pro celular dela.

    -Olha pra cá. -Pedi e ela fez.

    -Sai daqui. -Riu e voltou pro celular.

    -Tchau, gente, feliz natal. -Disse no vídeo e mandei pra eles, bloqueando meu celular em seguida. -Desliga isso, vem dormir.

    -Calma, grosso. -Deixou o celular na mesinha e apagou o abajur, deixando o quarto um breu. -To morrendo de frio.

    -Eu também, mas agora a gente tem que esquentar nossa pequena aqui no nosso meio.

    -Eu sei. -Se virou pra mim. -Sabe quem não mandou mensagem nenhuma no grupo?

    -Quem?

    -Caleb e Sadie.

    -Pronto. Tão na putaria.

    -Será?! -Perguntou ansiosa.

    -Ah, vai que.

    -Eu só sei que se a filha da mãe não me contar depois, eu mato.

    -Não mata minha amiga, poxa.

    -Tá bom. Agora chega, boa noite. -Me aplicou um selinho demorado nos lábios.

    -Boa noite, amor. -Respondi.

    -Boa noite, coisa linda. -Aplicou um beijo na Alison e eu fiz o mesmo em seguida. Até que ouvimos a porta do quarto abrir, nos deparando com os tios da Millie se engolindo. E então, ela apenas limpou a garganta, fazendo-os olharem para nós. -Quarto no final do corredor. -Abriu um sorrisinho.

    -Ah, perdões! -Theodora ameaçou fechar a porta.

    -Pera aí! -Georgie a abriu. -Por acaso você tem camisinha aí? -Perguntou pra mim e eu assenti que não.

    -Foi mal.

    -Você é velho, Georgie, seu pau não sobe mais! -Afirmou em meio de risadas.

    -Mas hoje vai subir! -Riram meio atordoados e fecharam a porta.

    -Então tá bom. -Disse.

    -Sabe o que é isso?

    -Hm?

    -Vinho em excesso. -Riu.

    -Achei que você fosse dizer “nós do futuro”, mas também serve.

    -Bom, pode ser, se você aceitar ser um amante do vinho comigo. -Rimos e ela me deu outro beijo. E abraçou a Alison para deixá-la confortável. -Dorme bem, amor.

    -Você também.


Notas Finais


OK, FOI UM CAPÍTULO BEEEM GRANDINHO, HEIN.
GOSTARAM?! ACHO BOM.
POR QUE QUE EU ESTOU ESCREVENDO EM CAPS LOCK? Pronto.
Beijos povo, até o próximo capítulo <3


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