1. Spirit Fanfics >
  2. Am I Loving You? >
  3. 2 Temp. - À nossa lua de mel

História Am I Loving You? - 2 Temp. - À nossa lua de mel


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


Adivinhem quem tá na correria, porque está atrasada? Eu mesma. (aquelas toda compromissada)
Gente, dessa vez eu demorei MUITO pra postar isso aqui, não me julguem, esse fim de ano está sendo meio/muito complicado pra mim, mas hoje eu trouxe!! Não podia deixar virar o ano sem postar isso KKKKK.
Ok, vou falar rapidinho: Esse foi só o começo, nos próximos capítulos só terá muita curtição e muito Fillie. Mas é isso, eu espero que vocês gostem bastante.
E o último avizinho do ano: Espero muuuuito que vocês tenham tido um ótimo Natal em família, que tenham comido muita rabanada, e que vocês tenham uma ótima virada de ano. Feliz 2020, galera!!
<3<3

Capítulo 81 - 2 Temp. - À nossa lua de mel


 

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    -Mas que porra está acontecendo? -Perguntei com muito sono, completamente grogue, após começar a despertar, como se eu tivesse hibernado por anos. E só comecei a despertar porque não paro de sentir simultâneas lambidas pelo meu corpo. -Millie, agora não, meu amor. -Cobri minha vista da claridade infernal, e nada das lambidas pararem. -Millie. -Me ajeitei na cama e abri meus olhos. -Ah, oi, garotão. -O acariciei, fazendo-o vir para mais perto de mim ainda. Até que ele pisou com tudo no meu saco. -AGH, caralho! -Me encolhi todo por causa dessa dor fodida do inferno. -Ai, Doug, puta que pariu! -E ele continuava me lambendo. E eu morrendo de dor, espero ainda poder ter filhos depois dessa. -Ok, garoto, já chega. -O afastei um pouco e ele desceu da cama.

    Fiquei ali meio sentado, com a testa franzida, tentando entender melhor o que aconteceu na noite passada. E tentando entender o motivo de eu ter acordado suando frio.

    Olhei para o lado e ela se encontrava dormindo, de costas pra mim. Então eu meio que a abracei por trás, para ver se ela já acordava.

    -Amor? -A acariciei, mas nada aconteceu. Nem se mexeu.

    Resolvi deixar ela dormindo e fui checar meu celular. Comecei a mexer nas redes sociais, e então eu percebi que eu tinha postado um Stories ontem à noite que talvez estivesse gerando um alvoroço do cacete. Fiquei até com medo de assistir.

    -Ah, não... -Disse para mim mesmo, pensando seriamente em assistir ou não. Até que eu decidi assistir.

    -GALERA, EU GOSTARIA DE FAZER ESSE DISCURSO HOJE POR CAUSA DESSE CASAMENTO INCRÍVEL, E PORQUE...

    -Gente... -Levei minha mão à boca. Ok, eu estava bêbado pra caralho.

    -E É ISSO, TUDO DE BOM, ENTENDEU?! AMO VOCÊS PRA CARALHO, PORRA, MEU IRMÃO É FODA E TODO MUNDO É FODA, ESSA FESTA TÁ FODA E NUNCA MAIS VAI TERMINAR!

    -Não acredito nisso.

    -AMANHÃ A GENTE VAI PRA PARIS, E...

    -Ah, puta que pariu.

    -DAÍ TÁ TODO MUNDO MUITO FELIZ, NÉ GALERA?! -Filmei eles todos perto de mim, cada um com uma bebida diferente na mão. Já a Millie segurando dois copos coloridos. Meu Deus do céu. -UHUUUUL!! -Eles todos se animaram. E o vídeo terminou.

    -Gente, que caralho que eu fiz? -Perguntei pra mim mesmo. Até pensei em deletar o vídeo, mas antes eu chequei que horas eram. -O quê?! -Iam dar duas da tarde. Nem adiantaria mais deletar isso, metade do mundo já deve ter visto. -Ah, foda-se. -Suspirei e deixei meu celular na mesinha. Até que ouvi um barulho no chão, me fazendo virar para trás. Ótimo, a Millie caiu da cama.

    -Ai, porra, quem me empurrou?! -Perguntou e logo se levantou, apoiando metade do corpo na cama. -Finn, por que me empurrou?

    -Não te empurrei.

    -Mas eu... -Me admirou. -Ei, o que houve com você?! -Subiu na cama e veio até mim, me acariciando na testa em seguida. -Por que está suando?!

    -Sei lá, já acordei assim. -Me ajeitei na cama com dificuldade. -Deve ter sido tanta bebida de ontem. -Disse e ela franziu a testa.

    -Que bebida de ontem? -Riu.

    -A gente bebeu demais ontem na festa. -A admirei. -Nem me lembro que horas voltamos pra casa.

    -Não amor. -Assentiu que não com a cabeça. -Nós voltamos pra casa com a Alison, voltamos logo depois de comer bolo.

    -Não, Millie, presta atenção. -Peguei em seu rosto. -Ontem à noite nós fomos para a festa com a Alison. Mas ela voltou com os seus pais, ela está na casa deles. -E ela continuava com a testa franzida. -Não se lembra disso?

    -Acho que não... -Tentou se lembrar. -Por que eu não me lembro disso?

    -Você já estava alta quando aconteceu. -Respondi e nada dela se lembrar. -Daí nós ficamos na festa com o pessoal. E tudo que eu me lembro é de que nós começamos a beber muito, só.

    -Não se lembra de mais nada sobre ontem à noite?

    -Não.

    -Nem eu... -Começou a pensar. -Que horas nós voltamos pra casa?

    -Não faço ideia, só sei de que foi bem tarde.

    -Sério?

    -Quer ver as provas?

    -Como assim? -Perguntou e eu dei meu celular pra ela.

    -Vê os Stories. -Pedi e ela fez, levando a mão à boca em seguida. Até que arregalou os olhos. -Foi postado às quatro e pouca da manhã, nós ainda estávamos lá.

    -Olha o meu estado nesse vídeo! -Continuava indignada. -Finn, eu estou com dois copos nas mãos!

    -É, eu sei. -Ri.

    -E você tá rindo?! -Bloqueou meu celular. -Olha isso, as pessoas me viram daquele jeito! Qualquer um que assistir isso percebe a quão bêbada eu estava!

    -Ah, e eu não?! -Disse e ela suspirou.

    -Bom, pelo menos você se lembra de algo enquanto ainda estava sóbrio?

    -Olha, eu me lembro de que um pouco antes da bebedeira toda você já estava na pista de dança.

    -Ah, não.

    -E você tava dançando muito, já estava toda feliz. -E ela não dizia nada.

    -Ok, eu devo me preocupar com isso?

    -Não, pode ficar de boa. Você só rebolou muito com um monte de mulher.

    -Eu o quê?!

    -Ih, Millie, esquece isso, vai. Na verdade, que bom que eu ainda me lembro dessa parte. -Abri um sorrisinho. -Estava toda gostosa. -Disse e ela me bateu com um travesseiro na cara. -Ei! -Ri.

    -Olha aqui, não é só “esquece isso”! -Se sentou em mim e segurou em meus braços na cama. -Nem tem como eu esquecer de algo que eu nem me lembro, mas tinham fotógrafos lá! Gravaram o casamento, tinham pessoas que são nossos fãs, e...

    -Millie. -A interrompi. -Deixa eu te falar um negócio, porque eu acho que você ainda não entendeu.

    -O quê?

    -Você é uma mulher maior de idade. Você é famosa, mas não tem que viver à base da mídia a cada dia da sua vida, muito menos em um evento onde essa não é a prioridade.

    -Sim, mas...

    -Eu ainda não terminei. -A interrompi outra vez. -Aceita de uma vez por todas, Millie. Você gosta de beber. Gosta de um álcool, gosta de uma vodca, tequila, e assim vai. Você gosta disso. E você gosta de divertir em festas, você ama ficar dançando com as pessoas, é o seu jeito. -Disse e ela ficou quieta. -Para de tentar se privar de bebida ou de ficar dançando nas festas por causa das pessoas ou da mídia, você é assim e acabou. Entendeu?

    -Sim...

    -Agora eu te pergunto, você estava feliz fazendo tudo isso ontem?

    -Demais.

    -E se arrepende de ter se divertido?

    -Não...

    -Então pronto. Esquece os outros, Millie, que se foda. Ninguém toma conta da sua vida a não ser você. -Disse. -Inclusive os convidados já estavam tão doidos, que nem devem se lembrar de nada. -Rimos. -Entendeu bem o que eu te disse?

    -Sim. -Me acariciou. -E pelo visto aquele vídeo mostra o quanto você também se divertiu. -Riu.

    -Ah, nem me fale. -Coloquei uma mecha de seu cabelo pra trás da orelha. -Você tá bem?

    -Tá tendo uma balada dentro da minha cabeça, de tanta dor, mas só isso. -Rimos.

    -Eu não estou com dor de cabeça, mas to cheio de dor no corpo. -Suspirei. -E nas bolas também.

    -O que aconteceu?

    -O Doug pisou no meu saco sem querer.

    -Quer massagem?

    -Não acho que vai dar certo.

    -É, eu também não.

    -Só espero ainda poder fazer filhos em você, né.

    -Ah, meu amor, se eu consegui ter filho depois daquela porrada que vocês me deram no útero com a bola de futebol há uns anos, você consegue qualquer coisa. -Riu.

    -Quando isso? -Franzi a testa.

    -Naquela casa de praia do Caleb, vocês foram jogar futebol no campo do lado da piscina. -Disse e eu ri por me lembrar.

    -Nossa, isso já faz uns quatro anos. Tu se lembra disso?

    -Claro, aquela dor foi traumática. -Rimos.

    -Mas foi engraçado, vai.

--------------------------------------------------- Flashback On ---------------------------------------------------

 

    -Coloca a Millie no gol. -Disse Noah.

    -Eu no gol nada.

    -Ah, vai, Millie. -Pedi.

    -A Sadie tá no outro também, por favor. -Disse Caleb.

    -Maldita a hora que eu fui sair da piscina. -Riu e cruzou os braços. -Tá, eu sou goleira de qual time?

    -Do meu e do Noah. -Respondi. E ela ficou quieta.

    -Eba, aceitou, vem. -Noah a puxou para o campo.

    -Beleza, a Millie entrou! -Disse Caleb.

    -Boa, Millie! -Disse Gaten.

    -“Boa” nada, eu fui obrigada! -Ela riu.

    -Eu também! -Disse Sadie.

    -Beleza, bora começar. -Noah me chamou para o meio da quadra.

    -Finn? -Ouvi a voz dela e me virei, indo até lá.

    -Hm.

    -Pede pra eles pegarem leve, por favor. E tentem defender a bola quando ela vir.

    -Tá, relaxa. -Disse e me voltei ao pessoal. -Aí, gente, pega leve, tá? Ela não tá acostumada, não chutem com força.

    -Oww, tá preocupado. -Noah zoou.

    -Ah, sossega. -Respondi.

    -Relaxa, Finn. A Sadie também é novata. -Caleb me deu um tapinha no ombro.

    -Beleza, então bora. -E começamos o jogo. Nada demais, até porque a gente mal sabe jogar futebol, é só por diversão. E só porque geral saiu da piscina agora, vai ser legal se alguém escorregar.

    Nesse negócio todo de um tirar a bola do outro e de tentar fazer gol, o Caleb tirou a bola de mim.

    -Ah, qual foi. -Reclamei. E lá ia ele, em direção ao gol. Até achei que o Noah fosse conseguir tirar, mas o filho da puta continuou com a bola. E então chutou com uma força desgraçada para o gol.

    -CALEB, PORRA! -Ela gritou após defender a bola. Nem vi como foi, mas defendeu. E eu achei que ela tivesse zoando, até que se encolheu toda e se sentou no chão cheia de dor.

    -Caleb, eu pedi pra pegar leve, ela se machucou sério! -Disse e nós todos corremos até ela.

    -Ai... -Cobriu a barriga, ao ficar meio deitada na grama, ainda dando uns suspiros de dor.

    -Millie! -Noah se agachou.

    -Mills, você tá bem?! -Gaten perguntou.

    -Não, eu não estou bem!

    -Onde ele acertou? -Perguntei.

    -No meu útero, foi com toda a força!

    -Tira a mão. -Afastei o braço dela dali. -Nossa, tá vermelho.

    -Eu pedi pra pegarem leve! -Ela reclamou comigo.

    -Viu, Caleb, o que tu fez?! -Gaten reclamou.

    -Desculpa, Millster, foi sem querer! -Ele respondeu.

    -Tá, tudo bem, mas porra! -Suspirou de dor outra vez. -Chegou a me dar cólica, sabia?!

    -Foi tão forte assim?

    -Demais!

    -Será que deu problema no útero?! -Gaten perguntou.

    -E se ela não puder mais ter filhos?! -Noah disse preocupado.

    -Tadinho do Jacob. -Ah, esse nome de novo não.

    -Gaten, cala a boca! -Disse irritado pelo comentário HORRÍVEL dele.

    -Parem de besteira, eu não vou ter filhos com o Jacob! -Meu Deus, que alívio. Nossa, graças a Deus, puta que pariu. -Bom, pelo menos não ainda, mas não é isso que importa! -Merda, merda, merda, merda.

   -Saiam da frente! -Ouvi a voz da Sadie e ela logo se enfiou no nosso meio. -Millie, você tá bem?!

    -Não, eu acho que vou ter uma hemorragia no útero.

    -Caleb, não podia pegar mais leve? -Ela o deu um empurrãozinho.

    -Foi mal, ruiva! Foi sem querer!

    -Tudo bem, Caleb, eu entendo. -Millie respondeu.

    -Vem -Sadie a ajudou se levantar. -Vamos pegar uma água, alguém quer?

    -Não, valeu.

    -Valeu, Sads. -E as duas se foram conversando. E nós ali olhando.

    -Pegou pesado. -Disse Noah.

    -Parem de me fazer me sentir mal!

    -Mas se sinta, mesmo. -Disse Gaten -Esse negócio dos filhos é sério.

    -É mesmo, se ela nunca mais poder ter filhos a culpa é sua. -Noah reclamou.

    -Mas ela disse que não vai ter filhos com o Jacob. -Caleb cruzou os braços.

    -Ah, e você acha mesmo que o único namorado que ela vai ter vai ser o Jacob?! -Noah também cruzou os braços.

    -Infelizmente acho.

    -Claro que não, o Finn é o próximo. -Ouvi alguém falar meu nome e me despertar, pois eu estava reparando o quanto aquele biquíni fica bonito nela. Sei lá, realça as curvas dela e consegue me fazer ficar um pouco atraído demais por ela. Mas não é hora pra isso.

    -Quê que foi, hein? -Perguntei.

    -Diz aí que você vai ser o pai dos filhos da Millie. -Noah riu.

    -Me erra, Noah. -Reclamei e eles riram.

    -Bom, eu acho melhor a gente ir lá ver se ela tá bem. -Disse Caleb.

    -Eu também acho. -Gaten concordou.

    -Então vamos.

 

------------------------------------------------------ Flashback Off --------------------------------------------------- 

    -É, aquele dia foi vacilo.

    -Ah, foi muito vacilo. -Ela riu. -É sério, eu nunca senti uma dor tão forte.

    -Bom, pelo menos você teve a filha mais linda do mundo.

    -Pois é, então fica tranquilo, que o Doug não vai te impedir de ter filhos.

    -Graças a Deus. -A acariciei. -Acho que eu to ficando enjoado.

    -Eu acho que já vou até vomitar. -Fez feição de enjoo.

    -É?

    -Sim.

    -Então vai lá, que eu já to indo.

    -Tudo bem. -Saiu do meu colo e foi pro banheiro. E eu fiquei ali deitado, tentando me lembrar de algumas possíveis coisas que aconteceram a partir do momento que a minha filha saiu da festa. Inclusive, vou ligar pra saber dela.

    Disquei o número do Robert e levei o celular à orelha.

    -Alô?

    -Oi, Robert.

    -Tudo bem?

    -Tudo, eu liguei pra saber da Alison, mas já estou conseguindo ouvir os sons de felicidade que ela está emitindo. -Rimos.

    -Ela está bem alegre, a Ava está ajudando a Kelly com o banho da Alison.

    -Que horas ela acordou?

    -Umas sete e pouca.

    -E ela comeu?

    -Sim, de manhã nós demos a mamadeira dela e agora há pouco ela almoçou o legume amassado com suco. E agora está no banho.

    -Ótimo. -Apertei meus olhos e dei um suspiro.

    -Parece cansado da festa.

    -Ah, estou e muito.

    -Que horas voltaram?

    -Depois das quatro da manhã.

    -Bom, pelo visto vocês se divertiram até demais.

    -Foi sim, nós voltamos pra casa de Uber com os meninos e só acordamos agora.

    -E como a Millie está?

    -Ela foi vomitar. E está com um pouco de dor de cabeça, mas logo passa.

    -Olhem lá, se cuidem. Não devem passar o dia inteiro assim.

    -É, tudo bem, a gente vai se cuidar. Ainda temos um voo pra pegar à noite, nós vamos melhorar. Pode deixar.

    -Bom, mais tarde eu ligo pra Millie.

    -Liga sim. E obrigado por aceitarem cuidar da Alison, mesmo.

    -Sem problemas.

    -Cuidem bem dela, qualquer coisa nos liga. E mandem notícias dela.

    -Podem deixar.

    -Tchau, Robert.

   -Tchau, Finn. -Desliguei e dei um suspiro. -Ah, foda-se, eu preciso vomitar. -Me levantei e fui até o banheiro. E aí eu vomitei na privada. -Nossa...

    -É a primeira vez que eu te vejo vomitar. -Ela riu, sentada no chão do banheiro.

    -É?

    -Aham. -Riu. -Agora dá licença. -Me afastou e vomitou de novo, ao segurar os cabelos. -Ai, que merda.

    -Minha vez. -A afastei e vomitei de novo, nos fazendo rir. -Ai, caralho, mano.

    -Terminou?

    -Acho que sim.

    -Eu também.

    -Ótimo. -Me levantei e dei descarga, indo lavar meu rosto em seguida. -A Alison tá bem.

    -Falou com meu pai?

    -Sim, estavam dando banho nela.

    -Que bom, estou com saudades da nossa filhote.

    -Eu também. -Enxuguei o rosto. -Só mais alguns dias sem ela, passa rápido.

    -Eu espero. -Riu. -Vamos comer logo, antes que eu fique enjoada de novo.

    -Beleza, vamos. -Respondi e nós descemos, encontrando o Jack e o Noah dormindo que nem bichos no sofá. -Acorda. -Dei um tapa na bunda do Jack.

    -AI, caralho!

    -E acorda. -Dei no Noah.

    -OU, filha da puta.

    -Você é muito carinhoso, amor. -Ela disse, enquanto íamos pra cozinha.

    -Vem cá, então, que eu vou fazer um carinho em você também. -A abracei e apertei a bunda dela com força.

    -Ei, assim não... -Me abriu um sorrisinho

    -Não gosta não, é?

    -Gosto... -Riu maliciosamente e me deu um beijo gostoso, recebendo um tapa meu na bunda, após desencostarmos os lábios.

    -Gostosa. -A admirei, enquanto ia pegar o café.

    -Gente... -Eles se aproximaram de nós, quase se arrastando. -O que rolou ontem?

   -Até que ponto a gente chegou, hein? -Noah perguntou.

    -Não sei, ninguém se lembra de absolutamente nada. Só sabemos de que nós voltamos pra casa quase amanhecendo, e de que nós já vomitamos a bebida toda de ontem. -Ri.

    -“Toda” eu já não digo. -Ela bebeu um gole do café.

    -Só eu que to vendo tudo girando? -Disse Noah.

    -Acho que só.

    -Só eu que to sentindo um sono mortal? -Jack perguntou.

    -Também acho que só.

    -Não estão passando mal? -Millie os perguntou.

    -Nem tanto, só to com mal-estar de leve. -Ele riu. -E vendo tudo girando.

    -A minha cabeça não para de explodir. -Disse Jack.

    -Somos dois, Jack.

    -Valeu, Millie.

    -Aí, se sirvam e é isso, a casa é de vocês. -Disse e todos nós fomos comer alguma coisa. E já estávamos reunidos na bancada, enquanto comíamos e ríamos juntos sobre nossas conversas.

    -Não, não, mas eu me lembro de uma coisa. -Jack bebeu suco. -Eu me lembro de que teve uma hora aí que os dois sumiram da festa.

    -Quê?! -Ri.

    -Eu e o Finn?!

    -Aham. -Riu. -Disso aí eu me lembro, eu tava altinho, só.

    -Quando foi? -Noah perguntou.

    -Ah, não sei explicar, mas os dois já estavam que nem pinto no lixo. -Rimos.

    -Vocês se lembram disso? -Noah nos perguntou.

    -Eu não! -Millie riu.

    -Nem eu, a gente sumiu da festa?

    -Sim.

    -E fomos pra onde? -Perguntei.

    -Pra um canto aí fazer não sei o que. Mas vocês demoraram pra voltar.

    -Vocês foram transar? -Noah perguntou.

    -Como quer que a gente saiba?! -Ela riu.

    -Não se lembram mesmo?!

    -De absolutamente nada, pra mim a gente tinha vindo embora com a Alison!

    -Millie, você é uma exceção, tu já estava fora de si depois que a noiva jogou o buquê. -Disse.

    -Mano, imagina se vocês foram transar e nem se lembram. -Jack riu.

    -Não, eu não acho que a gente transou. -Respondi.

    -Nem eu, não acho que a gente faria isso bêbado. -Ela disse.

    -É, a gente não pensaria em fazer isso. -Concordei.

    -Têm certeza?

    -Não, mas aí fé de que a gente não transou. -Ri.

    -Pois é, ainda bem que a minha pílula tá em dia. -Ela riu.

    -Ah, não, Millie. -Disse Noah.

    -Quê que foi?

    -Não quero que sua pílula esteja em dia, quero você grávida do Finn de novo. -Reclamou.

    -Ah, eu também quero, mas ele não quer! -Disse e voltou a comer, como quem não quer nada.

    -Olha, não é bem assim. -Disse.

    -Ah, Finn, eu não acredito. -Jack reclamou.

    -O quê?

    -Ela tá querendo outro filho seu e você tá recusando?! -Perguntou.

    -Isso não se faz. -Disse Noah.

    -Eu também acho. -Ela brincou e logo apertou minhas bochechas, me dando um beijo ali em seguida.

    -Gente, não é bem assim.

    -Como não? -Ele perguntou.

    -Não é que eu não queira, é claro que eu quero.

    -Então vão lá fazer um. -Disse Jack.

    -Eu ia dizer que eu quero outro filho, mas não agora.

    -Mas a Millie quer agora. -Disse Noah.

    -Sei de nada. -Ela disse.

    -Olhem, eu e ela já conversamos sobre o nosso segundo filho e ele vai vir quando for o momento certo.

    -E quando vai ser o momento certo? -Jack perguntou.

    -Só Deus sabe. -Disse e logo senti alguns tapas da Millie em meu ombro, com uma feição como se tivesse se lembrado de alguma coisa. -Qual foi, princesa?

    -Reunião de casal! -Se levantou desesperada, e eu sem entender nada. -Reunião de casal!

    -O que é uma reunião de casal? -Noah perguntou.

    -Não sei, isso nunca aconteceu antes! -Ri.

    -Só vem! -Me puxou pelo braço e me arrastou até a sala, para ficarmos afastados dos meninos.

    -O que foi?

    -Finn, eu me lembrei de uma coisa! De uma coisa sobre ontem à noite!

    -Como assim?

    -Sei lá, me deu um flash de lembrança do nada e eu me lembrei!

    -Então me diz! -Pedi e ela olhou para os meninos, se certificando de que eles não prestavam atenção. E então se aproximou de mim. -Se lembra de que eles se pegaram?! -Perguntou e eu ri.

    -O quê?!

    -Ontem, quando nós chegamos da festa, nós os vimos se pegando! -E eu quieto.

    -Millie?! -Ri.

    -Vai, Finn, tenta se lembrar! -Chacoalhou meu braço.

    -Pera aí, pera aí, você teve o mesmo sonho que eu?!

    -Como assim?!

    -Que o Jack e Noah se pegaram, eu também sonhei com isso!

    -Não, amor, não foi um sonho! Nós vimos, isso aconteceu! Foi aqui no sofá!

    -Sei lá, Millie, não acho que eles se pegariam. -Disse e ela cruzou os braços.

    -Tá, e você acha que é mais provável nós dois termos sonhado com a mesma coisa, ou nós termos visto o Noah e o Jack se pegando, porém por estarmos bêbados na hora você está achando que é um sonho? -Perguntou, me deixando quieto.  

    Puta que pariu, eles se pegaram mesmo.

    -Jack? -O chamei.

    -Noah? -Millie fez o mesmo. E os dois vieram até nós.

    -Fala tu.

    -O que houve?

    -Eu e você, conversa, lá em cima. -Pegou na mão do Noah.

    -Ai, meu Deus, você vai me dizer que acabou de conversar com o Finn sobre o segundo filho de vocês?! Não, melhor, você acabou de contar pra ele que tá grávida!

    -Af, Noah, não viaja! -Revirou os olhos e os dois subiram.

    -Qual foi, Finn?

    -Senta, quero falar um negócio contigo. -Assenti para o Jack e nós nos sentamos no sofá.

    -Diz.

    -Qual foi dessa tua e do Noah? -Perguntei e ele franziu a testa.

    -Quê?

    -Tu e o Jack.

    -Tá, quê que tem?

    -Tu tem tesão nele?

    -Ah, não fode, Finn.

    -Não, me escuta! -Ri e ele revirou os olhos. -Não se lembra de que vocês se pegaram não? -Perguntei e ele ficou quieto. Até que começou a gargalhar.

    -É o quê?! -Gargalhou mais ainda. -Tá louco?!

    -É, to louco sim.

    -Qual é, Finn, de onde tu tirou essa?

    -Só pra saber, você se lembra do que aconteceu e não quer me assumir, ou você realmente não se lembra?

    -Eu não me lembro de porra nenhuma sobre ontem à noite. Eu não esconderia coisa de você.

    -Nem mesmo isso?

    -“Isso” o quê? -Perguntou e eu fiquei quieto. -Que história é essa de que eu peguei o Noah?

    -Beleza, é o seguinte. -Me ajeitei no sofá e dei um suspiro. -Jack, se você gosta dele, você pode me dizer.

    -Qual é, Finn.

    -É sério, tá de boa, eu vou respeitar, se... -Me deu um tapa no braço. -OU!

    -Me diz logo o motivo dessa merda!

    -Tá, eu e Millie vimos você e o Jack se engolindo no sofá ontem à noite! -Disse e ele ficou quieto.

    -Jack sou eu.

    -Foi mal, eu to nervoso.

    -Finn, isso não deve ter acontecido. Vocês mal se lembram das coisas.

    -Não, isso realmente aconteceu. Nós dois nos lembramos disso.

    -Tá, e onde você quer chegar com isso?

    -Porra, se vocês fizeram isso por causa da bebida talvez signifique alguma coisa.

    -Tipo?

    -Fala sério, você não é idiota.

    -Tá, então você acha que a gente acabou se engolindo, porque sentimos algo pelo outro?

    -Sim.

    -Finn, você nem deve se lembrar do meu estado ontem. Eu estava completamente fora de mim, nem devia saber que era o Noah. Se a gente se pegou, beleza, foi a bebida. -Disse e eu fiquei quieto. -Quê foi?

    -Foi a bebida?

    -Tu acha mesmo que eu gosto do Noah?

    -É pra ser sincero?

    -Sim.

    -Acho.

    -É, tá bom. -Debochou. -Finn, esquece. Foi a bebida e nada mais.

    -Mesmo?

    -Sim.

    -Bom. Então tá, se você diz.

    -É, fica relaxado. -Me deu um tapa no ombro.

    -Beleza.

    -A Millie foi falar a mesma coisa pro Noah?

    -Acredito eu que sim.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 

    -Anda, fala pra mim!

    -Millie, tira isso da cabeça! Eu não gosto dele!

    -Quem disse?!

    -Eu!

    -E como eu vou saber que você está falando a verdade?!

    -Millie, eu não esconderia isso de você!

    -Ah, não?!

    -Claro que não, você é minha melhor amiga!

    -Oww! -Abri um sorriso e o abracei forte. -Então vai, me diz!

    -Ah, meu Deus...

    -Você gostou do beijo?! O que você sentiu?!

    -Millie, eu nem me lembro disso!

    -Mesmo?

    -Sim, não me lembro de absolutamente nada. Quem dirá dessa parte.

    -Mas...

    -Nós estávamos bêbados demais, o beijo deve ter rolado por isso.

    -Viu?!

    -O quê?

    -Se vocês se beijaram bêbados, é porque se gostam, mas não assumem! -E ele me respondeu com uma feição de exaustão. -Vai dizer que não?! -Cruzei os braços.

    -Vou, porque nós não sentimos nada um pelo outro. Desculpa, mas pelo menos eu não sinto.

    -Ei, você não tem o direito de fazer isso!

    -O quê?

    -Você está destruindo minhas esperanças de Joah!

    -Ah, Millie, fala sério.

    -Tá, me escuta. -Peguei no rosto dele. -Você sabe que pode me contar tudo, não sabe?

    -Sei.

    -E que eu vou compreender, não sabe?

    -Sei.

    -E sabe que eu já passei pela situação de ouvir um amigo me dizer que é bissexual antes, não sabe? -Perguntei e ele riu. -Noah, é sério.

    -Millie, se esse fosse o caso eu não iria deixar de falar pra você. Mas não é.

    -Certeza?

    -Sim.

    -Como sabe?

    -Porque eu acho que sinto coisas pela Sommer.

    -Ah, de novo essa mulher.

    -É sério, desde o dia em que a gente transou, eu... -Franzi minha testa pra ele. -Opa.

    -Repete.

    -Ah... -Riu. -Eu acho que sinto coisas pela Sommer. Rs.

    -Depois.

    -“Ah, de novo essa mulher”. -Riu outra vez.

    -Depois.

    -Desde o dia em que a gente... -Desviou os olhares dos meus.

    -OLHA NOS MEUS OLHOS! -Apertei o braço dele.

    -AGH, OK, A GENTE TRANSOU!

    -O QUÊ?!

    -FAZ UNS DIAS, MAS EU IA TE CONTAR!

    -NOAH CAMERON!

    -Af, sempre que você me chama assim não é um bom sinal!

    -Noah, você... -Franzi a testa desacreditada. -Você transou?!

    -Sim, e daí?

    -“E daí”?! -Comecei a lacrimejar.

    -Millie! -Ele riu.

    -Por quê?!

    -“Por quê” o quê?

    -Por que você transou?!

    -Porque acontece!

    -Não, isso não acontece com você!

    -O quê?!

    -Noah, você é um neném, é meu irmão mais novo! -Levei minha mão à boca.

    -Pera, você tá triste?! -Riu.

    -Sei lá, eu não sei o que sentir! -Disse e o abracei bem forte. -Cacete, Noah!  

    -O quê?!

    -Você cresceu! Mas que porra!

    -Bom, isso também aconteceu com você!

    -Não se trata de mim aqui!

    -E se trata de mim?!

    -Sim! -O abracei mais forte. -Você transou com a Sommer?!

    -Sim.

    -E como foi?!

    -Ah, foi normal.

    -“Normal” nada, me explica como foi!

    -Não tem o que explicar!

    -Ai, Noah!

    -Você me explica como é o seu sexo com o Finn?!

    -É diferente!

    -Não é nada!

    -Af, tá, mas você gostou?!

    -Sim, foi bom.

    -“Foi bom”. -Debochei. -Você é sem graça.

    -Quer que eu diga o quê?!

    -Sei lá!

    -Tá, foi bom, eu não sei o que dizer além disso.

    -Af, tá. Mas depois eu vou perguntar detalhes e você vai me dizer.

    -Se você insiste...

    -Que bom que você sabe. -O beijei na bochecha. -Vamos descer. -Disse e nós fomos, em seguida indo até os meninos que conversavam no sofá.

    -Noah, chega mais. -Jack o chamou.

    -Hm.

    -Tu lembrava que a gente se pegou?

    -Não, falei pra Millie que não me lembro de nada.

    -Nem eu, viram?

    -Que seja, você sabia que ele transou?! -Perguntei pro Finn.

    -Sim, ele me disse.

    -Finn, não!

    -Você sabia?! -Me voltei ao Noah. -Você contou pro Finn antes de mim?!

    -E pra mim também. -Jack riu. -Desculpa, Noah.

    -VOCÊ CONTOU PROS DOIS ANTES DE CONTAR PRA MIM?!

    -É que...

    -ISSO É TRAIÇÃO DE AMIZADE!

    -DESCULPA, MILLIE!

    -MANO, EU VOU TE MATAR! -Subi nas costas dele com raiva.

    -AI, SOCORRO!

    -VOCÊ É UM TRAIDOR!

    -NÃO, DESCULPA!

    -VOCÊ ME PROMETEU QUE EU SERIA A PRIMEIRA A SABER, TODOS ESSES ANOS DE AMIZADE PRA ISSO?!

    -EU AMO VOCÊ, MILLIE!

    -AH, É?!

    -SIM!

    -Isso é normal? -Jack perguntou.

    -Sim, se acostuma. -Finn respondeu.

    -QUEM FINN E JACK SÃO PERTO DE MIM?!

    -Ei!

    -Qual foi?!

    -ONTEM VOCÊ NÃO ESTAVA NA MESA, DAÍ ELES ME OBRIGARAM A CONTAR!

    -ME ESPERAVA CHEGAR!

    -DESCULPA, EU SÓ... -Fomos interrompidos pela campainha que tocou.

    -Ué.

    -Quem será?

    -Sei lá. -Desci das costas do Noah e fui até a porta com o Finn, a abrindo em seguida.

    Tinha um cara junto de várias caixas de papelão, uma maior do que a outra.

    -Posso ajudar? -Finn franziu a testa.

    -Encomenda para Finn Wolfhard.

    -Quê? -Ele perguntou.

    -Como assim? -Franzi a testa.

    -Compra realizada na madrugada, às três e sete da manhã, em nome de “Eu, Finn Wolfhard oficial, aqui está muito divertido, porque meu irmão é noivo e eu quero fazer amor com a minha mulher até amanhecer. Observação: estou tendo a melhor voite da minha nida”. Terminando com um emoji de sapo. -E nós dois quietos.

    -Ok, e por que você fez isso? -Perguntei pro Finn.  

    -Sei lá, eu devia estar no meu trigésimo copo de uísque.

    -Como isso chegou tão rápido aqui? -Perguntei.

    -Ele pagou pelo frete expresso.

    -Não me diga, Finn. -Revirei os olhos.

    -Que seja, me entrega a compra, por favor. -Pediu e o cara o entregou uma das caixas. –“Lona de piscina.” -Riu. -Só isso?

    -Não. -Me entregou uma caixa, bem pesada por sinal.

    -“Réplica do Titanic em miniatura”, você tá louco?!

    -Era só isso?

    -Não. -Se voltou a dois homens que carregavam algo grande e bem pesado. -Podem entrar. -E os dois entraram em casa com a caixa.

    -O que é isso?! -Finn o perguntou.

    -A cama elástica de dois metros. -Ele respondeu.

    -O quê?! -Arregalei os olhos.

    -Onde podemos deixar a caixa, moça?

    -Em qualquer lugar. -Respondi e eles a deixaram. E então saíram de casa.

    -Por essa eu não esperava. -Ele disse.

    -E aqui está. -Abriu uma gaiola igual a uma casinha e tirou um coelho todo branco dali de dentro. -Seu novo pet. -O deixou no colo do Finn.  

    -Pera aí, eu comprei isso?!

    -Sim. A descrição foi: Queria um hamster, mas achei um coelho. Quero que ele vista roupa formal acompanhada de um relógio de bolso e diga “É tarde, é tarde, é tarde”. -Cruzou os braços. E nós dois ainda sem reação. -Está escrito na prancheta, moço, é só o meu trabalho.

    -Tá. -Respondeu com a testa franzida.

    -Tenha um bom dia.

    -Igualmente. -Respondi e fechamos a porta.

    -Gente?! -Jack veio até nós.

    -O que está acontecendo?!

    -Millie? -Finn me chamou.

    -Hm.

    -Não me deixe beber nunca mais.

    -Nem que você quisesse.

    -O que é isso tudo?! -Noah perguntou.

    -Pera, vocês compraram essas coisas?

    -É, o efeito do álcool no meu cérebro ontem à noite comprou por mim. -Disse Finn.

    -Mas...

    -Calma aí, qual é a do coelho no colo do Finn? -Noah perguntou e nós ficamos quietos, observando o coelho no colo dele.

    -Sei lá, cara. -Respondeu.

    -Como você sabia que eu sou apaixonado por coelhos?! -Noah sorriu.

    -Sério?

    -Sim!

    -Todo seu. -O assentiu para o Noah.

    -Pera aí, eu não posso aceitar isso assim! É um ser vivo!

    -Ah, e você acha que eu posso?!

    -Acho, você e Millie são pai e mãe!

    -E daí?

    -Vocês sabem cuidar de outro neném!

    -De um coelho?! -Ele riu de deboche. -Fala sério!

    -Eu juro que ainda estou tentando entender o motivo de ter sido um coelho. -Disse.

    -Eu também, meu amor.

    -O que um coelho faz da vida? -Jack perguntou.

    -Transa muito. -Noah respondeu.

    -Quê mais? -Finn perguntou.

    -Sei lá, não sou coelho pra saber.

    -Coloca ele no chão pra ver o que acontece.

    -Tá, o Doug está por perto?

    -Não, está dormindo lá em cima. -Respondi.

    -Então é seguro. -Deixou o coelho no chão. -Legal, não tá fazendo nada.

    -Vamos esperar. -Disse Jack, até que o coelho veio pulando até chegar perto de mim. Ok, até que é fofo.

    -Ué.

    -Viram? Instinto materno.

    -Noah, eu não sou a mãe desse coelho. -O peguei no colo e o observei. -Tira da cabeça.

    -Explica pra ele, que sabe que você é mamãe.

    -Aí, é macho ou fêmea esse bicho? -Finn perguntou.

    -Vê aí, Millie. -Jack pediu.

    -Ok. -O peguei por debaixo das patas e o levantei. -É uma menina.

    -Mesmo? -Finn veio até mim.

    -Acho que sim. -Disse e ele a analisou.

    -É, menina.

    -Oww, gente, que fofo. -Disse Noah.

    -Finn, o que a gente faz com ela? -Perguntei.

    -Não sei, eu to pensando.

    -Vocês não gostaram?

    -É, por que não ficam?

    -Gente, nós somos muito ocupados. Já adotamos o Doug, o que nem era pra ter acontecido, justamente porque viajamos muito. -Respondi.

    -E não dá pra colocar mais um bicho de estimação pra ficar sozinho em casa. -Disse Finn.

    -Tem a Alison em casa.

    -É, por que não dão pra ela?

    -Deus me livre que eu deixo ela perto de animal roedor. -Disse.

    -Não, amor, ele é dócil. -Disse Finn, se referindo ao coelho.

    -Como sabe?

    -O coelho não vai morder ela, Millie.

    -Não se sabe.

    -Ah, seria fofo um coelhinho pra Alison. -Disse Noah.

    -Não, nem pensar. -Disse Finn. -Se ela fosse uma criança tudo bem, mas não é o caso.

    -É, sem chances de termos o coelho. -Concordei.

    -E a sua irmã? -Ele me perguntou.

    -Quê que tem?

    -Por que não dá pra ela? Ela gosta?

    -Não pode, o Scoce come tudo que é bicho.

    -Sério?!

    -Sim, ele é caçador. Já matou gambá, esquilo e tudo.

    -Nem se deixar o coelho na gaiola? -Noah perguntou.

    -Noah, o esquilo que o Scoce matou estava em cima da árvore. -Respondi.

    -É, esquece.

    -O Nick gostaria, amor? -Perguntei.

    -Não, ele não tem saco pra bicho.

    -E agora? -Jack perguntou.

    -Jack, você quer?

    -Minha mãe me expulsa de casa.

    -Noah, leva, vai. -Finn pediu.

    -Gente, eu sempre pedi um coelho, mas ninguém nunca quis. Acham que daria certo agora?

    -Millie, então fodeu.

    -E se vocês derem pra algum fã?

    -Não, não vou dar a coelha pra alguém qualquer. -Ele disse. -Tem que estar em boas mãos.

    -Nas mãos de vocês. -Jack riu.

    -Quer saber? Olha só, nós precisamos terminar de arrumar as coisas para a viagem, em algumas horas a gente vai pro aeroporto. -Deu um suspiro. -Vocês dois se importam de cuidar desse coelho também?

    -Finn, nós não podemos ficar com ela, amor. -Disse.

    -Nós não vamos, é só enquanto não decidimos o que fazer.

    -Bom... -Dei um suspiro. -Então agora é com eles.

    -Pois é, o que me dizem? -Ele os perguntou. -Se importam? -E os dois quietos.

    -Olha, me importar eu não me importo. -Jack começou.

    -Nem eu. Só tenho medo de algo acontecer com ela.

    -Eu também, não sabemos como cuidar de coelho.

    -Tudo bem, vocês dão um jeito. Não deve ser tão difícil, só alimentem e deem carinho. -Disse Finn.

    -O que ela come?

    -Deem cenoura e alface, deve ser o suficiente. -Respondi. -Tem tudo isso aqui em casa.

    -Mas e o Doug? -Noah perguntou. -Ele pode agredir a coelha?

    -Não sabemos. -Ele disse e assobiou para o chamar. E logo o vimos descer as escadas bem feliz. -Vem cá, garotão.

    -Vem aqui, meu amor. -O chamei e ele se aproximou. E então eu aproximei a coelhinha dele, fazendo-o começar a cheirá-la.

    -Será que tem perigo deles cruzarem? -Jack perguntou.

    -Claro que não, olha o tamanho dele e olha o dela. -Finn respondeu.

    -E daí, vai que eles tentam.

    -Mesmo que tentem, não vai dar certo.

    -Não vão tentar, gente, ela nem está no cio. -Disse e percebi que o Doug ia pular nela por se animar, mas eu o afastei. E então ele apenas foi embora e se sacudiu. -Ele não está nem aí pra ela.

    -Ótimo, ele não vai machucar a coelha. -Disse Finn.

    -É, mas escutem aqui vocês dois. -Comecei, me referindo aos meninos. -Nós não sabemos nada sobre ela, se tem doenças, se o temperamento dela é normal e assim vai. Se ela começar a ficar atacada, se ela e o Doug acabarem não se dando bem, vão deixar ela na gaiola. Nós vamos deixar dinheiro com vocês, comprem a maior gaiola que tiver e deixem ela longe do Doug. Até porque, não quero ela passando a noite solta pela casa com ele, não sabemos o que pode acontecer.

    -Mas não tem problema, amor.

    -Não vou deixar o Doug sozinho à noite com ela e acabou. -Respondi e me voltei a eles. -Vocês dois ouviram?

    -Sim. -Responderam.

    -Ótimo. E aproveitem o dinheiro pra comprar comida e algo essencial para coelhos.

    -E Noah, vai se apegando a ela. -Finn pediu. -Fazendo o favor.

    -Pode deixar, vai ser bem divertido.

    -Então já pode começar. -A deixei no colo do Noah. -Finn, vamos logo lá pra cima terminar as coisas.

    -Bora.

    -Que horas é o voo de vocês?

    -Às seis. -Respondi. -Nós vamos sair daqui umas quatro e meia pra dar tempo.

    -Daqui a pouco.

    -Pois é.

    -E que horas vocês chegam lá?

    -Então, a duração do voo é de oito, quase nove horas. -Finn respondeu. -A gente deve chegar lá por volta das três da manhã aqui, só que lá já vão ser nove da manhã.

    -Uau.

    -Boa sorte pra se adaptarem à rotina.

    -É, vai ser complicado. Pelo menos nosso voo é noturno, graças a Deus. -Peguei na mão do Finn. -Vamos.

    -Já voltamos.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 

    Fomos para o quarto e adiantamos nossa vida, antes que nos atrasássemos mais ainda, pelo fato de termos acordado uma da tarde. Mas tudo bem, nós tomamos o nosso banho, o que foi bom para dar uma reduzida na ressaca, que já estava quase melhorando por completo, ainda bem.

    Saímos do banho e nos vestimos, algo confortável, porque oito horas de voo é foda. Mas algo nem tão relaxado, porque seremos fotografados a todo o momento quando chegarmos no aeroporto. Chega a dar até preguiça por lembrar disso, mas nós tiraremos quantas fotos quiserem.

    E agora terminamos de guardar as coisas nas malas para podermos fechá-la de uma vez.

    -Ei, vai levar o celular do trabalho? -Me perguntou ao fechar a mala.

    -Estava pensando em levar, mas acho que vou deixar aqui.

    -É, não leva não. -Veio até mim. -Também vou deixar o meu aqui.

    -É, mas você sabe que a gente devia levar, né? -A abracei na cintura. -Não estamos de férias.

    -Não, mas estamos em lua de mel. -Me abriu um sorrisinho. -Fica tranquilo, que o Gary fica encarregado disso. Por isso dobrei o salário da Safira, durante esses dias eu não atendo ligações de ninguém relacionado ao meu trabalho. Sabe por quê?

    -Hm.

    -Porque eu vou dar atenção somente pro meu marido. -Sorrimos e ela me beijou. -Olha, eu preciso de que leve três gravatas.

    -Três gravatas? -Franzi a testa.

    -Sim.

    -Por quê? -Perguntei e ela acariciou meu peitoral.

    -Se comporta direitinho esses dias e eu te mostro o porquê. -Ela disse num tom baixo e me deu um rápido selinho. E eu ali intrigado, achei um charme. Mas logo fui pegar o que ela me pediu e finalmente fechei a mala. E então nós descemos, encontrando os meninos se divertindo com a coelha, que agora estava na cabeça do Noah.

    -Assim é maldade. -Me aproximei deles e a tirei dali. -Deixa no colo. -A coloquei no colo dele.

    -Tá vendo, já tá todo preocupado com ela. -Noah brincou.

    -Eu fico preocupado com qualquer coisa que esteja nas mãos de vocês dois.

    -Ok, nós estamos partindo e eu preciso de que vocês prestem atenção. -Ela se sentou de frente pra eles e os entregou uma pastinha. -Isso é tudo que vocês precisam ter em mãos sobre o Doug. Tem desde a carteira veterinária dele até os cuidados especiais.

    -Uau, ele é chique. -Disse Jack.

    -Nós fizemos uma listinha sobre as coisas mais importantes pra vocês saberem. -A pegou da pastinha.

    -É, nós vamos falar pra vocês, mas é importante que deem uma olhada depois. -Disse.

    -Beleza, podem dizer.

    -A primeira coisa é: ele come apenas três vezes por dia. -Ela disse. -Mas bebe muita água, então fiquem atentos.

    -E as necessidades?

    -Ele faz no quintal. Deixem ele sair e ficar por ali de vez em quando, ele gosta. E gosta de brincar lá fora também.

    -Como vamos saber que ele quer ir pro quintal?

    -Ele senta do lado da porta e fica chorando. -Respondi.

    -Ok.

    -Nós demos banho nele essa semana, mas se ele acabar se sujando muito de terra ou lama deem outro banho. Se estiver muito calor, podem dar de mangueira lá fora. Se não, na nossa banheira.

    -O shampoo dele é especial pro pelo, está no nosso banheiro. -Disse. -Esfreguem em todos os lugares, só cuidado com os olhos e com o focinho dele.

    -Ele só gosta de água gelada. Se estiver muito frio vai morninha, mas nada muito quente. Se não ele sai da banheira.

    -E não deixem a porta do banheiro aberta, se não ele vai pro quarto do nada e alaga tudo.

    -Quando forem enxaguar o pelo dele, protejam o focinho da água e se certifiquem de que não vai entrar água no ouvido dele.

     -A toalha dele é uma do Mickey, quando terminarem o banho tirem o excesso da água com a toalha e depois sequem o pelo dele com o secador.

     -E depois disso penteiem tudo, a escova dele está no armário. É uma quadradinha.

     -Escovem bem, sem deixar nó. Se estiver muito difícil, usem o creme pra pentear, tá do lado do shampoo dele.

     -Ah, uma coisa importante, se ele começar a correr muito pela casa toda, quer dizer que ele está apertado pro número dois. Deixem ele ir pro quintal.

    -Depois falem que ele é um bom garoto.

    -Se estiver chovendo, coloquem um jornal no chão que resolve o problema.

    -E não deixem ele brincar no quintal com chuva, peguem os brinquedos dele e brinquem com ele aqui dentro.

    -Ele está na fase de trocar dentinhos, não deixem ele comer o pé da mesa, nem da bancada da cozinha, nem as almofadas e nem a nossa cama. Ah, e nem o pé da porta.

    -Também não deixem ele subir nas coisas da Alison pra pegar brinquedo e pelúcia dela. E nem deitar no berço dela, porque ele já fez isso uma vez.

    -Ah, e não se esqueçam de passear com ele pelo condomínio.

    -Ele tem duas coleiras, uma peitoral e a outra de pescoço. Usem as duas junto das duas guias, porque ele é forte e puxa muito.

    -Mandem ele ficar junto o tempo todo, se ele ficar puxando demais voltem pra casa. Mas se ele se comportar, deem um biscoitinho de ossinho.

     -E segurem firme se alguém passar por vocês com um carrinho de compra ou se tiverem pombos perto de vocês, porque ele vai em cima. Com força e brutalidade.

    -Pois é, então tomem cuidado. Na hora de dormir fiquem tranquilos, ele dorme em qualquer lugar.

    -Só deixem a porta do quarto aberta, porque ele gosta da nossa cama. E às vezes ele pode deitar em cima de vocês.

    -É, e se ele chorar de madrugada é porque está com sede. Então deem mais água pra ele. -Pegou a lista na mãos deles. -E... -A analisou. -Acho que é só isso, né, amor?

    -“Só”?! -Eles riram.

    -Imagine se fosse pra cuidar da Alison. -Jack riu.

    -Enfim, vocês pegaram tudo?

    -É... Acho que sim.

    -Pois é, fiquem tranquilos.

    -Olhem só, já sabem que não é pra ficar nos ligando, não é? -Perguntei.

    -Sabemos, rs.

    -Bom, de qualquer maneira está tudo anotado. -Os devolveu a lista. -E fiquem tranquilos, ele não tem alergia a nada, o remédio de verme vocês não precisam dar, e qualquer coisa o número da veterinária dele está na caderneta. O nome dela é Rachel.

    -Nossa, vocês cuidam bem do cachorro.

    -Bem até demais. -Disse e nos levantamos.

    -Então é isso.

    -Bom, mais uma vez, não se preocupem.

    -O neném de vocês vai ficar todo princeso.

    -Ah, é bom que fiquem mesmo. -Rimos e eu os abracei. -Valeu, galera. Cinco dias passam rápido.

    -Relaxa, Finn, vai ser legal. -Disse Jack.

    -Pra gente também, mas a saudade dos nossos filhotes aperta.

    -Até demais. -Ela disse e os abraçou em seguida. -Obrigada, mais uma vez.

    -Não precisam agradecer.

     -Não vamos ligar, mas mandaremos notícias.

    -E da coelha também.

    -Que bom. -Ela riu e foi falar com o Doug. -Amor, a mamãe vai, mas eu já volto, tá?! -O acariciou. -Tá, meu menino lindo?! -O encheu de beijos e o abraçou. -Fica bem com os seus tios.

    -Tchau, garotão. -Fui até ele e o abracei. -O papai te ama e já volta.

    -Tchau, pra vocês dois. -Disse Millie. -Se cuidem.

    -Nós vamos.

    -E boa viagem pra vocês. -Disse Noah.

    -Valeu.

    -Aproveitem.

    -E vocês também. -Brinquei. -Só cuidado com a AIDS, vocês dois. -Disse e gargalhei com a Millie.

    -É, Finn, porra!

    -Ah, sem graça demais! -Jack disse e eu logo recebi uma mensagem do meu irmão.

    -Bora, Millie, eles tão aqui fora.

    -Vamos. Tchau, gente!

    -Tchau!

    -Boa viagem!

    [...]

    -Já chegamos? -Perguntei, ao notar o aeroporto do lado de fora pela janela do Uber. Até que foi rápido.

    -Chegamos.

    -Fiquem aqui, eu vou retirar as malas de vocês. -O cara disse.

    -Obrigada. -Jenna respondeu e o motorista saiu do carro.

    -Estão prontos para os cinco minutos de fama da vida de vocês? -Os perguntei.

    -Sério?

    -Sim, é melhor se prepararem. -Disse Millie.

    -Só uma pergunta, estão com os óculos escuros aí? -Perguntei.

    -Sim. -Responderam.

    -Vistam. -Pedi.

    -Por quê?

    -Os flashes são fortes e são vários, vocês não estão acostumados. -Pegou a mochila dela. -Vistam. -Pediu e eles fizeram. E nós dois também, porque ainda estava sol.

    O motorista abriu a porta para a gente e nós saímos do carro.

    -Obrigado, hein.

    -Valeu, moço.

    -Boa vigem.

    -Obrigada.

    -Boa noite. -Chegou um dos seguranças da entrada do aeroporto e começou a falar com alguém através de uma escuta. -Sigo até a ala vip de embarque internacional com Finn Wolfhard e Millie Bobby Brown, passagem liberada? -Perguntou. E nós esperamos por alguns segundos.

    -Positivo. -Alguém o respondeu na outra linha. E ele começou a seguir com a gente até a entrada do aeroporto.

    -Só uma pergunta: se nos perguntarem alguma coisa, a gente responde? -Jenna perguntou.

    -Não vão perguntar nada pra vocês, fiquem tranquilos. -Respondi e vesti meus óculos escuros. -Só fiquem atrás da gente e andem rápido. -Entramos no aeroporto.

    Três filmadoras já estavam armadas bem na entrada para recordarem a nossa chegada, cheio de paparazzis com câmeras fotográficas e filmadoras por perto, que logo se enfiaram na nossa frente, começando a andar com a gente. E lá vêm os flashes simultâneos.

    -Millie!

    -Finn, Millie. -E mais flashes disparados.

    -Millie, olhe para a câmera.

    -Finn, você está animado para os eventos de Stranger Things? Quando irão acontecer? -Um deles veio me perguntar com a filmadora em mãos.

    -Sim, estou. Devem acontecer no meio do ano. -E nós ainda andando, com flashes e filmadoras em cima de nós.

    -Quando?

    -Não posso responder isso.

    -Millie!

    -Millie, olha pra cá.

    -Millie, quando vocês viajam pra San Diego? -Algum deles foi encher o saco dela.

    -Não temos uma data definida. -Ela respondeu.

    -Finn! -Mais flashes.

    -E quando lançará sua próxima linha? -O homem a continuou perguntando.

    -Minha equipe está encarregada disso, não há previsão.

    -E vocês dois estão juntos? -Um atrevido perguntou.

    -Há quanto tempo vocês namoram escondido?

    -Ok, obrigada, gente. -Ela disse para isso terminar logo.

    -A mídia ama vocês, pessoal. -E mais flashes.

    -Finn, quando você volta pro Canadá? -E mais um.

    -Isso não faz parte dos meus planos.

    -Pessoais ou da carreira?

    -Dos dois.

    -Millie, pode dizer a razão do término de Stranger Things? -E flashes.

    -Ao certo eu não posso, porque essa parte não é comigo. -Veio alguém de não sei aonde com um pôster dela e uma caneta pilot em mãos. E então ela começou a autografar, ainda andando com todos nós. -É assunto para os produtores. -Fechou a caneta. -Obrigada. -Agradeceu ao fã.

    -Por favor, respondam à pergunta do público.

    -Há quanto tempo estão juntos? -E nós ainda andando, sem responder nada.

    -Quais são as intenções de vocês ao assumir o namoro para a mídia? -Finalmente, estávamos chegando na área de embarque.

    -Obrigado. -Já deu.

    -Obrigada, pessoal. -Mas ninguém saiu de perto. -Muito obrigada.

    Do nada veio outro segurança, ao chegarmos na área de embarque, impedindo os paparazzis de continuar andando conosco. Barrou todos eles, enquanto nós quatro entrávamos acompanhado do segurança. E após isso, nós fizemos aquela parte mais chata de aeroporto, mas logo terminamos. E ficamos sentados esperando liberarem a entrada para o avião, até aproveitamos o tempo para ligarmos para nossos pais e saber melhor da Alison. E por falar nela, a saudade apertava a cada minuto longe dela.

    -É sério, como vocês não se cansam disso? -Jenna nos perguntou.

    -Do quê? -Perguntei.

    -É toda a viagem daquele jeito? Com paparazzis e tudo?!

    -Sim.

    -E vocês não se cansam?

    -Ah, questão de costume.

    -Digo, foi bem legal! Eu super passaria por isso de novo, mas vocês devem cansar demais disso tudo.

    -É, o que cansa mais são as perguntas e a falta de senso. -Disse. -Mas tá de boa.

    -Pois é, tem gente que não sai de cima. -Millie respondeu.

    -Foi muito maneiro.

    -É, eu já vivenciei isso antes, porque já viajei muito com o Finn. -Disse Nick.

    -Nossa, mas veio muita gente. -Ela disse. -Fora as pessoas que ficaram olhando.

    -Isso porque vocês nunca viram nós seis em aeroporto juntos. -Millie riu.

    -Porra, isso só aconteceu umas três vezes, mas mesmo assim. -Concordei. -Foi sufoco.

    -Deve ser um sufoco para os fãs, isso sim. -Nick riu.

    -Vocês não acham que são muito grossos com os paparazzis?

    -Achamos, mas tem que ser. -Respondi.

    -É, sem essa de ficar mimando paparazzi. -Ela disse.

    -Com os meus fãs eu sou um amor, confesso. Mas caguei pra paparazzi, só querem saber da vida alheia do artista pra ganhar dinheiro e nada mais.

    -No início da minha fama era mais legal ter todos esses flashes e perguntas em cima de mim, mas agora tanto faz. -Millie deu de ombros.

    -E por que não vieram tantos fãs em cima de vocês? -Ela perguntou e eu ri.

    -Porque eles estão em Paris.

    -Como assim?

    -Gente, é sério. Se preparem. -Ela disse. -Vocês vão ver o que são fãs desesperados quando chegarmos em Paris. E aí vocês vão ver o que é ser famoso.

    -Sério?

    -Essa parte dos paparazzis foi uma prévia, só uma amostra grátis do que está por vir. -Ri.

    -Putz.

    -Então a gente se prepara.

    -Mas antes disso... -Suspirei. -Oito horas de voo.

    -Se não atrasar, né? -Disse Millie.

    -Não tem problema mesmo vocês irem na classe econômica? -Jenna nos perguntou.

    -Claro que não, por que teria? -Perguntei.

    -Ah, vocês estão acostumados com a primeira classe. Ou a classe executiva.

    -Não, gente, que isso. -Dei de ombros.

    -É, sem essa. -Disse Millie. -Somos humildes de coração, isso que importa. -Rimos.

    -Que bom.

    -Falem sério, a gente janta em restaurantes chiques e famosos, mas ainda gostamos de um miojo. -Ela riu. -Fiquem tranquilos.

    -É, e “ai” de você também se ficasse com essa pinta de famosinho viado do caralho. -Disse Nick.

    -Relaxou, irmãozinho. 

    -Gente, quanto tempo ainda temos? -Millie perguntou.

    -Uma hora e meia.

    -Podemos comer alguma coisa? Tem uma lanchonete ali.

    -Eu falo que é magra de ruim por isso. -Assenti pra ela.

    -Olha aqui, eu não posso ter fome?!

    -A cada hora do dia, Millie?!

    -Você é outro esfomeado, nem vem.

    -Fase de crescimento, já disse.

    -Então, vamos comer? -Ela abriu um sorriso.

    -Bora lá.

    Fomos comer e a comida estava uma delícia. Um lanche qualquer, porque nunca é demais. E nós aproveitamos o tempo para conversarmos, o que foi bem divertido, porque comentamos demais sobre o casamento. Rimos das nossas loucuras de ontem e do estado que nós acordamos hoje, a parte deles foi a mais hilária. Pelo visto o controle foi perdido total na noite passada, mas quem liga? Foi incrível e inesquecível. Bom, “inesquecível” em parte.

    O tempo foi passando e finalmente liberaram a entrada para o voo. E lá fomos nós, com nossas malas de mãos, passando pelo túnel com rumo à entrada do avião. Até que nós chegamos.

    -Boa noite. -Disse a aeromoça.

    -Boa noite. -A entregamos os bilhetes.

    -Os de vocês são E 17 e F 18. -Assentiu para o Nicolas e a Jenna. -Boa viagem.

    -Obrigado. -Agradeceram e entraram.

    -O de vocês... -Os analisou. -Um momento, por favor. -Se retirou dali.

    -Ótimo, só o que me faltava.

    -Calma, Finn.

    -Não, essas coisas de avião são um saco.

    -Ela já deve voltar.

    -É, está voltando com uma moça.

    -Oi, me desculpem. Ocorreu um imprevisto e nós teremos que mudar os assentos de vocês. -Me deu meu bilhete. -O seu é A 15. -Entregou o da Millie. -E o seu é F 20. -Putz.  

    -Ok, obrigada. -Entramos.

    -Percebeu, né?

    -O quê?

    -A gente tá longe pra caralho um do outro.

    -Ah, eu sei. -Deu um suspiro. -A gente aguenta, Finn, já aguentamos anos. Oito horas não é nada pra gente.

    -Eu sei, mas dá saudade. -Disse. -Bom, eu fico aqui.

    -Ok. -Demos um selinho. -Até Paris.

    -Até.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 

    -F 20, F 20... -Comecei a procurar. -Achei. -Coloquei minha mala no bagageiro acima das cadeiras e logo me sentei. Meu assento era na janela, por enquanto só eu na fileira. -Graças a Deus. -Até que chega um homem, que aparenta ser bem espaçoso, e se senta na ponta da fileira. E em seguida colocou vários remédios para dormir abaixo.

    Pelo visto já era, porque em algum momento vou precisar ir ao banheiro. E já percebi que esse cara vai dormir até chegarmos no destino. Então como eu vou passar por ele eu não sei, porque ele é bem grande, mas isso eu resolvo.

     E então chegou outro cara, o mesmo que se sentou no assento do meio, estando do meu lado. Ok, o jeito é relaxar e não se preocupar muito.

    Um tempo se passou e já estávamos voando, finalmente. O avião ficou escurinho e perfeito para eu tentar dormir um pouco, já que essa noite foi meio complicada.

    Afrouxei meu cinto e me aconcheguei melhor na cadeira, ao chegar o encosto para trás, e então fechei meus olhos. E foi só eu achar que estava tendo paz, que começo a sentir chutes na minha cadeira, como os de uma criança.

    -Fala sério... -Sussurrei pra mim mesma. Mas voltei a tentar dormir, daqui a pouco a criança deve sossegar.

    Cinco minutos se passaram e nada dessa porra parar de chutar minha cadeira. E se tem uma coisa que me deixa completamente puta é quando me atrapalham quando eu tento dormir.

    Dane-se.

    -Oi, com licença. -Me virei para trás. E adivinhem? Os pais da criança dormindo no quinto sono e ela toda contente me perturbando. -Menininho, pode parar de chutar? -Perguntei e ele se ajeitou na cadeira. -Obrigada. -Abri um sorrisinho e revirei os olhos, ao voltar para a minha posição normal. -Agora sim. -Me aconcheguei e fechei os olhos para dormir que nem princesa. Só que o bendito do homem que está prestes a ter uma overdose de tanto remédio pra dormir começa a roncar meio alto demais, me deixando bem irritada.

    Bufei meio baixo pela situação, e logo me voltei ao moço sentado entre nós, que estava quieto na dele assistindo à um filme com um fone de ouvido. Boa ideia, talvez assim o ronco do outro não me atrapalhe tanto.

    Conectei meus airpods no meu celular e escolhi uma música qualquer, contanto que o ronco dele não seja percebível. E adiantou? Não. E agora eu me ferrei, pra não dizer outra coisa, porque eu não vou explodir meu tímpano com música alta durante oito horas de voo.

    -Quer saber? Dane-se, eu suporto. -Disse para mim mesma e guardei os fones, me aconchegando na cadeira outra vez. É só um ronco, alguma hora eu me acostumo. E já não tem mais criança chutando a minha cadeira, então está ótimo.

    Fechei meus olhos e logo levei um susto pelo espirro alto que o cara do meu lado deu.

    -Saúde.

    -Obrigado. -E mais um.

    -Saúde.

    -Obrigado. -Outro. E outro. E mais outro.

    -Você está bem?

    -Alergia a esse frio todo de avião. -Mais um. -Não se preocupe. -E o sétimo espirro.

    -Você não toma antialérgico?

    -Tomo sim. -Outro espirro.

    -Ah, então logo melhora.

    -Acho que não. -Coçou o nariz. -Deixei os remédios em casa. -Mais espirros. Já até perdi a conta.

    Que legal, o cara vai ficar passando mal do meu lado sem ter remédio pra tomar.

    -Moça?

    -Hm?

    -Vai usar? -Assentiu para o meu quite de travesseiro e cobertor que a aeromoça distribuiu para os passageiros.

    -Pode ficar. -Dei pra ele meio que sem reação.

    -Só o cobertor. -O pegou e se cobriu todo. E sim, ele já estava usando o dele próprio também. -Por acaso tem algum cachecol? -Perguntou, me fazendo franzir a testa e assentir que não com a cabeça. -Tudo bem. -Coçou o nariz e voltou a espirrar mais vinte vezes.

    Vou continuar sossegada. Poderia ser pior, a criança ainda poderia estar chutando a minha cadeira. Então esquece isso, em algum momento você abstrai e pega no sono. É só esperar.

 

    3 horas e meia depois

 

    Eu vou me jogar da janela desse avião. Chega, tá foda já.

    Eu estou perdendo a cabeça, até agora não consegui fechar os olhos por causa da merda desse ronco que parece estar mais alto a cada minuto, e por causa da alergia fodida do homem do meu lado, que daqui a pouco está espirrando os pulmões dele, de tanto espirro que ele já deu. Mas aí, quando eu acho que não dá pra piorar, vem a infeliz e demoniada da criança atrás de mim e volta a chutar essa merda dessa cadeira de avião que infelizmente é a mesma qual eu estou sentada tentando ter paz dentro desse veículo que está me fazendo entrar em desespero. Eu já falei que vou me tacar da janela do avião e não é brincadeira.

    -Oi, dá licença. -Me virei pra ele, já sem paciência alguma. E os pais no trigésimo sono. -Eu já pedi uma vez e vou pedir de novo, para de chutar por favor? -Não me peçam pra ter paciência com a criança que só sabe me irritar.

    Fez beicinho pra mim e parou de chutar, agora me deixando um pouco mais satisfeita. MAS AÍ ESTE FILHO DE UMA MÃE VOLTA A CHUTAR A CADEIRA COM AS PORRAS DESSES PÉS DELE.

    -Garoto! -Me virei puta da vida. -Para!

    -Não. -Ah, agora já foi demais.

    -Como é que é?!

    -Não vou parar.

    -Sim, você vai!

    -Você não manda em mim! -Me deu língua. Calma, Millie, é uma criança. Me enchendo a porra do saco, mas é uma criança.

    -Olha aqui, eu vou pedir educadamente pela última vez. -Dei um suspiro. -Pode parar de chutar a minha cadeira com esses seus pezinhos que não me deixam em paz?

    -Não.

    -Ah, não?!

    -Não!

    -Então saiba que o Papai Noel não vai te dar presente nenhum esse ano!

    -Você não conhece ele!

    -Meu querido, eu sou Millie Bobby Brown, eu conheço quem eu quiser e quando eu quiser. Então saiba que o Papai Noel vai saber que... Qual o seu nome?

    -Thomas.

    -Então saiba, “Thomas”, que o Papai Noel não vai te dar presente nenhum esse ano, sabe por quê?!

    -Por quê?

    -Porque você chuta a cadeira das pessoas e isso irrita! -Disse bem estressada e logo abri o meu cinto de segurança, cutucando o homem da alergia em seguida. -Dá licença, será que eu posso passar?

    -Sim claro. -Espirrou e abriu o cinto, se levantando em seguida. -Pode passar.

    -Tá, pera aí. -Disse e tentei passar por ali, o que estava bem desconfortável pelo fato do homem estar me encoxando. Mas enfim, o avião é apertado mesmo.

    E agora, a fase difícil. Passar pelo homem dormindo à base de doze soníferos.

    Passei uma perna minha para o outro lado das pernas dele e comecei a tentar passar para o corredor do avião, mesmo com a minha bunda estando na cara dele. E eu correndo o sério risco de cair sentada no colo do homem, mas to quase lá. E eu finalmente consegui, após quase me tacar para o corredor, mas consegui. E então fui direto para o lugar onde o Finn estava sentado.

    -Amor? -O chamei, mas ele estava com a testa apoiada nos dedos, enquanto cochilava. -Finn. -O empurrei no ombro, fazendo-o acordar. Sou carinhosa, eu sei.

    -O que foi, tá tudo bem?

    -Vem no banheiro comigo.

    -Por quê?

    -Só vem. -Pedi e me dirigi ao banheiro no final do corredor, e ele vinha atrás. Então olhei para os lados, me certificando de que ninguém iria nos estranhar, e nós entramos na cabine. -Ok, me escuta. -A tranquei e me voltei a ele, percebendo que ele abria o botão da calça. -Tá fazendo o quê?

    -Meu amor, o que é que você acha que dois adultos vão fazer dentro de um banheiro?

    -Não, Finn, nós não vamos fazer nada aqui!

    -Por que não?

    -Porque não! Isso é um banheiro de avião, nem espaço tem! -Disse e ele revirou os olhos.

    -Ok, o que você quer falar comigo?

    -Olha só, eu estou surtando naquele lugar! Surtando!

    -Mas por quê?

    -Porque tem um infeliz que se drogou pra dormir e não para de roncar alto no meu ouvido, o outro só falta colocar os órgãos pra fora de tanto que já espirrou em cima de mim, e tem uma criança do capiroto que não para de chutar a minha cadeira um segundo sequer! Tá foda!

    -Nossa, que merda.

    -Total, Finn, está desde o início do voo desse jeito e eu não consigo relaxar! Eu preciso dormir um pouco!
    -Tá, eu fico no seu lugar.

    -Como assim?

    -Eu troco de lugar contigo, assim você consegue dormir.

    -Mas aí quem vai ficar na merda é você.

    -Não tem problema.

    -Amor, não. Eu vim te pedir pra falar com a senhorinha do seu lado e perguntar se ela pode trocar de lugar comigo.

    -Ah, tudo bem. O que eu digo pra ela?

    -Sei lá, inventa que eu tenho alguma fobia e que eu preciso ficar perto de você.

    -Tá bom.

    -Ótimo. -Destranquei a cabine.

    -Espera aí.

    -O quê?

    -Olha, se você se apoiar na porta do banheiro e empinar a bunda bem aqui pra mim, daria pra...

    -Não.

    -Pois é, tentei. -Ele disse e nós saímos da cabine do banheiro, indo até o lugar onde ele estava sentado. -Moça?

    -Sim?

    -Desculpa atrapalhar, mas eu gostaria de te perguntar se você poderia trocar de lugar com ela. É que ela tem pânico com essas coisas de avião, já está passando meio mal, e a aeromoça acabou remarcando nossos lugares longes um do outro.

    -Mas a mocinha está bem?!

    -Vou ficar. -Abri um fraco sorriso.

    -Tudo bem, onde você está sentada?

    -Fileira F assento 20.

    -Tudo bem, melhoras pra você.

    -Muito obrigada.

    -Obrigado mesmo.

    -Por nada. -Se levantou e saiu dali. E então nós nos sentamos um do lado do outro.

    -Pronto, princesa.

    -Ai, graças a Deus. -Acariciei meus braços. -Tá frio aqui.

    -Veste o casaco.

    -Ficou no bagageiro lá da minha fileira.

    -Toma, veste o meu. -Me entregou o moletom dele e eu o vesti. -Melhorou? -Me abraçou na cintura.

    -Muito. -O beijei na bochecha. -Obrigada.

    -Relaxa.

    -Ei, se passar a comida e eu estiver dormindo me acorda, tá?

    -Pode deixar. -Ele disse e eu logo me aconcheguei nele pra poder dormir um pouco.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 

 

    [...]

 

    Oito horas e quarenta e cinco minuto se passaram desde o momento em que entramos no avião. Já estava até de manhã, iriam dar dez horas aqui em Paris.

    Adiantando um pouco as coisas, só estamos eu e Millie dentro do avião. No momento do desembarque todos saíram daqui, inclusive o Nick e a Jenna. Achamos melhor eles já saírem sem a gente, porque a tripulação recebeu as notícias dos seguranças do aeroporto, e a passagem não estava liberada para nós dois. Vamos dizer que tenha tanta gente pra nos ver lá fora, que eles terão que despistar metade dessa galera toda. E vai demorar.

    -Será que demora muito? -Ela me perguntou.

    -Espero que não, o nosso check-in está agendado pras dez e meia.

    -Se a gente perder o check-in dormimos na rua, sem problemas.

    -Exato, é Paris.

    -Holt para tripulação, câmbio? -Ouvimos alguém chamar o comissário através do radinho.

    -Na escuta, câmbio.

    -Segurem eles dois aí, não liberem ainda não, que a coisa tá feia aqui fora. Tem muita gente, isso aqui está o caos. Sem condições deles saírem daí agora, câmbio.

    -Eles estão no aguardo para sair, iremos liberá-los pelo comando de vocês. E encaminhe cinco seguranças, por favor, câmbio.

    -Entendido, câmbio e desligo.

    -Olhem, a multidão está feia. -Ele veio até nós. -Vamos ter que manter vocês aqui dentro por mais um tempo, está um alvoroço.

    -É, nós imaginamos. -Disse.

    -Acha que seremos liberados em menos de meia hora?

    -Bom, é provável, se a galera colaborar. -Ele respondeu.

    E nós ficamos ali dentro por volta de mais uns vinte minutos. E teríamos ficado mais, se não tivessem forçado a barra para sairmos logo dali.

    -Com licença. -Um segurança veio até nós. -É o seguinte, nós não podemos esperar mais. Está um tumulto lá fora, mas vocês precisam sair. Então eu vou acompanhar vocês com mais quatro seguranças e vão fazer o que devem. Se não, aquele tumulto não vai acabar nunca.

    -Tudo bem, nós vamos. -Respondi.

    -É, nós podemos ir.

    -Ótimo. Por favor, me acompanhem. -Pediu e nós finalmente fomos. Fomos acompanhados de cinco seguranças, e conforme nos aproximávamos da área de desembarque, os gritos do tumulto ficavam mais nítidos e mais altos ainda. Vai ser uma galera e tanta.

    E foi só nós pisarmos onde eles todos estavam, que pronto. Eram gritos ensurdecedores, juntos de sorrisos enormes de cada um deles que estava ali segurando alguma coisa para autografarmos ou somente os celulares. Tinha galera chorando e tudo mais. E olhem, quanta gente. Puta que pariu, mas era muita gente.

    Resumindo o mínimo do que rolou: muito choro, muita foto, muito autógrafo e muito tudo. Ficamos ali por uns quinze minutos só atendendo ao público. Com rapidez, é claro, mas tentamos atender à maioria deles. A maioria falava em francês, mas tudo bem, era só dar o autógrafo e tirar a foto. Ah, sim, e ocorreu uma revelaçãozinha, porque alguém pediu pra Millie me dar um beijo e ela me deu um rápido selinho nos lábios. E depois dessa eu fiquei surdo, porque foi grito que não acabou mais.

    E depois do sufoco todo, finalmente fomos para o carro que nos esperava, onde o meu irmão já esperava por nós dois. E o caminho até o nosso hotel foi meio longo, talvez pelo trânsito da cidade, mas nós chegamos a tempo. E o motorista seguiu para deixar os recém-casados no destino deles.

    Saímos do carro com o auxílio de outro segurança, e praticamente corremos para dentro do hotel, porque o que deve ter vindo de gente nos seguindo do aeroporto até aqui é grande. E nós já queríamos ficar um pouco em paz agora, é o nosso direito.

    E olhem, que hotel lindo e chique do caralho. A Millie ficou encantada, não parou mais de falar do lustre de cristal da entrada.

    -Bom dia. -Fomos até a recepção.

    -Bom dia.

    -Nós temos um check-in reservado para agora.

    -A reserva está no nome de quem?

    -Nicolas Wolfhard. -E ele digitou no computador.

    -A reserva foi feita no nome de Nicolas Wolfhard para Finn Wolfhard e Millie Bobby Brown, para o dia dois se março às dez e meia da manhã, correto?

    -Isso.

    -Preciso da documentação dos dois e da confirmação da reserva, por favor. -Ele pediu e nós fizemos, demos toda a documentação necessária, fazendo-o analisá-las com bastante precisão. -Preciso agora de que assinem, por favor. -E lá fomos nós assinar um monte de papelada da prancheta, mas até que foi rápido. -Ótimo, agora vamos lá. O Plaza Athenee é um hotel cheio de programações por si próprio, há milhares de eventos realizados nos salões e no cassino do hotel. -Ui. -Aqui vocês podem ver todos os horários de todos os eventos que serão realizados nessa semana. -Nos entregou um roteiro bem chique do hotel. -Há informações das classificações de cada evento e tudo mais, além dos horários das quatro refeições que o hotel oferece, mas pagos à parte. Vocês conseguem desconto em restaurantes e pontos turísticos da cidade através do nosso hotel, todas as informações estão nesse papel que ficará com vocês.

    -Obrigada. -Millie o analisou.

    -Isso é tudo que vocês precisam saber. Aqui no andar da recepção vocês podem tirar todas as dúvidas que quiserem e podem ligar para cá, o número do balcão está anotado ao lado do telefone do quarto de vocês.

    -Ok.

    -O nosso hotel infiltra a própria farmácia e a loja de conveniência, caso necessário. E mais quaisquer dúvidas, é só nos perguntar.

    -Muito obrigada.

    -Bom, tomem a chave do quarto de vocês. -Me entregou um cartão. -A reserva foi feita no requerimento de dados especiais de lua de mel, então meus parabéns pelo casamento.

    -Obrigado. -Agradecemos.

    -A suíte de vocês é a suíte 16, fica na cobertura. E o quarto de vocês está no direito de receber adaptações de lua de mel a cada noite hospedados E com isso vocês ainda ganham desconto por duas noites em dois dos melhores restaurantes da cidade, as informações também estão inclusas no papel.

    -Tudo bem, obrigado.

    -Alguma pergunta?

    -Acho que não.

    -É, nós pegamos tudo.

    -Ótimo. Millie e Finn Wolfhard, é uma honra enorme em recebê-los aqui no nosso hotel, sejam muito bem-vindos. -Nos cumprimentou.

    -Obrigado.

    -Obrigada mesmo. -Sorriu.

    -Não há de quê. Ah, antes que eu me esqueça. -Pegou uma plaquinha para pendurar na porta de “não perturbe” e me deu. -Não se esqueçam de deixar a plaquinha do lado de fora do quarto, por favor.

    -Ok, obrigada.

    -Tenham um bom dia. -Disse e nos afastamos.

    E então fomos para o nosso quarto. E eu tenho que confessar, que puta quarto. Na moral.

    Estava tudo incrível. Uma iluminação ótima, cômodo aconchegante e chique ao mesmo tempo. Nossa cama estava cheia de pétalas de rosa espalhadas, contendo também no meio dela uma bandeja com um balde de alumino cheio de cubos de gelo e uma garrafa de champanhe, acompanhado por taças de vidro. A Millie até se emocionou, confesso, mas realmente estava lindo. Nossa própria lua de mel.

    Nos acomodamos no quarto e fomos fazer o mais importante por enquanto, que é ter notícias dos nossos filhos. Avisamos à geral que já estávamos no hotel e recebemos fotos da Alison e do Doug, que nos encheram e amores e felicidade. E recebemos fotos da coelha, também.

    Após tudo isso, finalmente fomos dar atenção pra nós dois, somente. Agora sim isso era o mais importante no momento, com certeza. Fomos tomar um banho juntos, e inclusive que banheiro foda. Tinham velas aromáticas acesas e mais pétalas espalhadas pelo chão. E a Millie se emocionou outra vez.

    Agora focando na parte do banho: que banho. Mas que banho mais gostoso do caralho.

    Aquele clima de lua de mel na nossa suíte acabou trazendo uma vibe fodida pra gente, o que foi delicioso. Já nem me lembro como aconteceu, mas o banho está sendo finalizado com um sexo bem gostoso. Na verdade, o sexo também já finalizou, nós que estamos enrolando aqui.

    Eu estava de pé no chuveiro, com minhas mãos apoiadas no azulejo desse boxe foda pra cacete, tendo as pernas dela envolta da minha cintura e os pulsos cruzados atrás da minha nuca. Na verdade, essa era a intenção, porque agora a mão dela está agarrada nos meus cabelos e a outra está arrancando a pele das minhas costas com as unhas. Mas tudo bem, é porque ela acabou de gozar comigo.

    Sei que é chato vocês saberem que rolou amor entre a gente sem ao menos ter sido detalhado, mas acontece. Nos pegou desprevenidos. E nós ainda vamos nos amar muito nessa viagem, com certeza. Mas tinha que ter esse sexo no banho para começarmos bem. Então tudo que eu posso dizer agora é que nós dois acabamos de gozar e ela ainda está se recuperando, enquanto geme baixinho no meu ouvido.

    Parou de gemer e logo voltamos para o amasso bem molhado e bem gostoso, enquanto eu ainda estou dentro dela, porque assim que é bom.

    -Que banho gostoso... -Ela abriu um sorrisinho e me acariciou.

    -Sabia que você iria gostar. -Sorri de volta e a beijei outra vez, acariciando todas as partes possíveis do corpo dela. Até que nós saímos das posições e desligamos o chuveiro.

    Mais uma vez nós pegamos uma toalha só para os dois e foda-se. A gente mais se beijava de língua do que se enxugava. Até que nós nos cobrimos com a mesma somente da cintura abaixo, enquanto ela permanecia de frente pra mim com o tronco colado ao meu. E lá fomos nós, saindo do banheiro desse jeito, se beijando e tudo mais. Até que eu notei uma coisa que quase me matou do coração.

    -AAAAHH!! -Só tinha a porra de uma camareira dentro do quarto.

    -AAAAHH!! -Ela gritou também.

    -AAAHH, O QUE É ISSO?! -Millie perguntou desesperada. E eu ali apenas a abraçando cada vez mais, para esconder os peitos dela.

    -Je suis désolé de ne pas savoir que j´étais occupé!

    -Ah, não, ela fala francês.

    -Sem francês, moça. -Millie pediu.

    -Español?!

    -Sí!

    -Lo siento, no sabía que la habitación estaba ocupada!

    -Bien, pero por qué no golpear?

    -El letrero de “no molestar” no estaba en la puerta. -Ela disse e Millie deu um suspiro.

    -Ok, lo ponderemos. No necesitamos nada en este momento. Y perdón por eso.

    -Me disculpo.

    -Ahora, por favor, disculpe. Estamos desnudos. -Ela disse a mulher assentiu com a cabeça, indo embora em seguida. -Puta que pariu...

    -Ok, e qual foi dessa aparição?!

    -Foi que o homem da recepção nos mandou colocar a plaquinha na porta e nós não botamos!

    -Foi por isso?

    -Sim, os funcionários acham que é pra fazer faxina no quarto e entram. -Ela disse e logo olhou pra mim, começando a rir. -Aprendemos na marra, tá vendo?

    -Porra, meu coração. Do nada brota alguém, queria ver se a gente estivesse fazendo sexo na cama.

    -Bom, pelo menos ela deve ter entrado nesse exato momento. -Rimos. -Agora vamos deixar isso na porta, por precaução.

    -Por favor. -Eu disse e nós rimos. E depois disso fomos vestir os roupões brancos que a camareira acabou deixando aqui para nós dois. Os vestimos e nos sentamos na cama cheia de pétalas de rosa. E agora a plaquinha já está do lado de fora da porta, não se preocupem. -Esse champanhe vai ser bom.

    -Hm, vai mesmo. -Abriu um sorriso e pegou sua taça, enquanto eu estourava a rolha da garrafa. E então enchi nossas taças e a devolvi para o balde com gelo. -Um brinde. -Sorriu outra vez. -À nossa lua de mel.

    -À nossa lua de mel. -Sorri de volta e nós brindamos, bebendo um gole da bebida em seguida. -Hm, geladinha.

    -É uma delícia. -Bebeu mais. -Me lembrou àquela do ano novo.

    -Não, aquela era demais.

    -Eu vi no cardápio aqui do quarto, nós podemos pedir qualquer champanhe que quisermos. E aqui tem o champanhe em ouro.

    -Então já sabe, né? -Rimos e brindamos outra vez. E ficamos conversando entre nós até terminarmos as nossas taças, porque por enquanto foi só o brinde inicial. Até porque são onze e pouca da manhã, e por incrível que não pareça nós estamos bem cansados da viagem. Então vestimos os pijamas e fomos nos deitar na cama toda enfeitada, para dormirmos pelo menos um pouco.

    -To morrendo de sono. -Ela se cobriu.

    -Eu também, mas você bem que dormiu bastante no avião.

    -Mesmo assim, estou me sentindo cansada.

    -Então fica tranquila, que agora a gente dorme até anoitecer. -Rimos.

    -Por falar nisso, quais vão ser os planos para hoje mais tarde?

    -Bom, a gente pode ir comer naqueles restaurantes que o moço nos indicou, tem cara de ser boa a comida.

    -Com certeza vai ser. -Me acariciou no rosto. -Nem que a gente só fique durante os cinco dias nesse quarto, vai ser muito bom. -Abriu um sorriso. -Essa viagem é especial.

    -Eu sei que é. -Peguei na mão dela e a beijei. -Pros outros dois principalmente.

    -Ah, eu imagino. -Rimos. -Ok, eu preciso dormir.

    -Dois.

    -Ai, então vem dormir juntinho. -Se aninhou em mim para dormirmos. Estava bem gostosinho, e que cama boa. -Amor?

    -Hm.

    -Cadê nosso menino na cama com a gente, hein?

    -É, eu também dei falta. -Suspirei. -Relaxa, passa rapidinho, tá? -A acariciei e ela assentiu que sim com a cabeça. E então eu dei um beijo nela. -Dorme bem. -Nos aconchegamos.

    -Eu te amo.

    -Eu também te amo.

 


Notas Finais


I T I
Eles são as coisas mais lindas, amo muito<3 E RELAXEM, AINDA É SÓ O COMEÇO!!!
Gal, não sei quando atualizarei novamente, agora só ano que vem. HEUHEUHEU, piadinha. Mas sério, vai ficar um pouco apertado, mas talvez até a primeira quinzena de Janeiro saia, porque depois disso até o dia 21 eu estarei completamente indisponível de atualizações. MAS, eu sempre dou um jeito. E relaxem que depois disso é só coisa boa.
Uma perguntinha: Quem gostou da coelha?! KKKKK, devem dar de presente pro Noah?? Sei de nada.
É isso, tenham ótimas festas e ótimas férias, porque em algum momento acaba a nossa felicidade :))))))
BEIJOS, AMO VOCÊS!!! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...