1. Spirit Fanfics >
  2. Am I Loving You? >
  3. 2 Temp. - Ela é ouro, Wolfhard

História Am I Loving You? - 2 Temp. - Ela é ouro, Wolfhard


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


Acho que é a primeira vez em muito tempo que eu preciso pensar no que escrever aqui. Mas escrevendo isso, já escrevi alguma coisa.
(?)
Ok, eu confesso que a quarentena tá me ajudando e escrever um pouquinho mais rápido, graças a Deus, heuheuheu. ENFIM, vim aqui trazer o nosso encontro de dois casais pra ver no que deu isso aí, E trouxe uma coisa que a galera está doidinha pra ver. E o Finn muito mais, se posso dizer KKKKKK.
O flashback foi de chorar.
E no final de tudo vai ter um rolê marcado. E vai ser bom.
SEM MAIS SPOILERS!! E tenham uma ótima leitura, meus amores, até lá embaixo!!

Capítulo 87 - 2 Temp. - Ela é ouro, Wolfhard


 

    Millie

 

    O dia com a Lilia foi incrível. Foi realmente muito bom matarmos a saudade uma da outra e colocarmos a conversa em dia. Muita, muita conversa. Fora toda a diversão que tivemos com o Finn ao conversarmos juntos e ao jogarmos um jogo qualquer na parte da tarde. E acreditem, a Alison também se divertiu muito com a presença dela. 

    Ela adorou ter passado a noite com nós três. Melhor dizendo, com nós quatro, pois o Doug adorou ficar recebendo carinho dela. E isso foi uma experiência ótima e muito emocionante para ela, uma vez que a ficha de que eu e Finn moramos juntos e temos nossos filhos caiu. 

    A Lilia é uma pessoa doce e de ótimo coração, que demonstra a felicidade estampada no rosto ao ver a felicidade dos amigos. Por isso sempre fui apaixonada pelo tipo de pessoa que ela é e pela nossa amizade. É realmente muito bom tê-la como minha amiga.

    -Ok... -Me admirei no espelho e fechei o batom. -Estou pronta. -Ajeitei meus cabelos e logo a Alison em meu colo. -E você também. -Sorri para ela e a beijei com cuidado na bochecha para não manchá-la de batom. 

    Saí do banheiro e encontrei a Lilia terminando de calçar os saltos altos que eu a emprestei. 

   -É sério, me diz onde você comprou esses sapatos. -Se levantou da cama e me admirou. -São lindos e extremamente confortáveis. -Rimos.

    -Eu sei, é um dos meus favoritos. -Sorri de canto. -Eu ganhei de uma fã num encontro da Florence em Milão. -Dei um suspiro. -Meus fãs me conhecem tão bem. 

    -Pois é, e graças a Deus nós calçamos a mesma coisa. -Rimos.

    -Fica tranquila, eu te empresto sempre que quiser. 

    -Obrigada. -Sorriu e me admirou. -É um conjunto novo?! -Assentiu para o conjunto de uma blusa colada e curtinha com uma saia também colada e de cintura alta que eu vestia. 

    -Não, eu já tenho há um tempo. -O ajeitei. -Só não sabia de que vestia tão bem no meu corpo.

    -É a primeira vez que você usa?! 

    -Sim, mas agora vou usar mais vezes.

    -Pois deve, ficou perfeito em você. 

    -Obrigada. -Sorri e a admirei no meu vestido. -Ficou bom?

    -O vestido?

    -Sim.

    -Fala sério, ficou ótimo! -O admirou no espelho. -E é lindo, maravilhoso!

    -Então fica com ele. -Disse e ela me admirou.

    -É sério?!

    -Claro, ele fica melhor em você do que em mim. -Ri. -Até porque até hoje eu não te devolvi aquele seu blusão que eu fiquei apaixonada, então nada mais justo. -Rimos.

    -E nem a minha saia jeans, né?

    -Não, a saia jeans eu devolvi!

    -Sério? -Franziu a testa. -Então devo ter esquecido na casa da Annie.

    -Então vê se cuida melhor daquela saia. Ela é linda, e assim que eu puder, roubo de você outra vez. -Rimos. -Vamos?

    -Vamos. -Sorriu e nós descemos, encontrando o Finn falando com alguém no telefone, meio que de saco cheio. 

    -Tá, mas... -Começou e deu um suspiro. -Tudo bem, eu já entendi, o problema é que não tem como eu resolver nada disso agora! -Respondeu. -Não, não dá!

    -Quem é? -O perguntei num tom baixo, e ele me respondeu fazendo o sinal de faladeira com a mão, próxima à orelha oposta qual tinha o celular encostado.

    -Sim, eu fui bem claro quando disse que isso seria resolvido com tempo e paciência. E eu não vou ficar tomando conta de nada disso agora, não tenho tempo. Deem o jeito de vocês. -Suspirou outra vez. -Ok, muito obrigado. -Desligou.

    -O que houve? -O perguntei.

    -Ah, minha assessoria de imprensa querendo marcar reunião de negócios agora. 

    -Agora?! 

    -É, agora, estão doidos. -Respondeu irritado e nos admirou. -Vocês estão lindas. As três. 

    -Obrigada. -Lilia sorriu comigo.

    -Bom, vamos? -Nos perguntou.

    -Vamos. -E o celular dele tocou outra vez. 

    -Ah, tá de sacanagem. -O pegou e o atendeu. -Alô? -Disse e franziu a testa. -Você não é permitido ligar para o meu número pessoal. -Respondeu num tom sério e passou a mão no rosto. E então se voltou a nós duas. -Isso é importante, me deem um minuto. -Disse num tom baixo e foi para o segundo andar, me fazendo dar um suspiro. 

    -Vamos ter que esperar mais um pouco. -Me sentei no sofá com a Alison no colo, e a Lilia se sentou ao nosso lado.

    -Ele pega pesado assim mesmo com o pessoal do trabalho?

    -Muito. -Assenti que sim. -E ainda pega mais, eu já o vi quase explodindo com a assessoria de imagem dele uma vez numa reunião que eu estava. 

    -E aí?

    -Ah, ficou um clima bem ruim, todos ali têm medo de serem demitidos pelo Finn. Porque ele pega pesado mesmo, desde que começou a trabalhar com a nova equipe, depois de todos os problemas pessoais que ele teve com o primeiro empresário. -Disse e ela franziu a testa. -Você nunca soube?

    -Acho que não.

    -O Finn já sofreu assédio sexual pelo primeiro empresário que teve, quando tinha quatorze anos. 

    -Millie! -Levou a mão à boca. -É sério?!

    -Sim, é sério. Eu o ajudei muito com os meninos naquela época. -Dei um suspiro. -O cara foi preso, mas o Finn quis que o caso fosse abafado na mídia. E aí ele contratou um novo empresário, o mesmo que trabalha pra ele hoje em dia. E por isso acaba sendo bem duro com a equipe dele, não quer ter o pouco de afinidade que seja com eles, depois de tudo o que já aconteceu antes. E eu não tiro a razão dele. 

    -Nem eu, que coisa horrível. 

    -Demais. 

    -E você, pega pesado com a sua equipe?

    -Não tanto quanto ele. Mas eu sou bem dura com eles, sempre fui, todos percebem que eu nunca vou ter o mínimo que seja de amizade com eles. Mesmo que já tenham tentado me enrolar.

    -Como assim?

    -Fala sério, quem não quer ser melhor amigo do chefe? -Brinquei com ela. -Já me deram presentes, flores, compraram as minhas refeições sem eu pedir, mas fazem tudo isso à toa. Eu sou uma pessoa que trabalha sério, e não vou dar nada a ninguém que trabalhe para mim a não ser ordens. -Disse. -Eu tenho voz com as minhas duas equipes, a da minha imagem e do meu trabalho, e a da minha própria empresa. E eles todos sabem disso, desde que eu era menor de idade. 

    -Disso eu sei, por isso o papel da Safira era bem importante.

    -Pois é. Mas agora que sou de maior, a Safira não é mais quem responde por mim nessa parte toda de assessoria. 

    -Então tipo, você manda em tudo mesmo? -Me perguntou. -Tipo, na porra toda? -Rimos.

    -É, Lilia, pode ser que não seja na porra toda. Mas é numa porra muito, muito grande. -Rimos. 

    -Tipo como?

    -Bom, eles todos estão trabalhando agora. Minhas equipes têm um roteiro de trabalho a seguir feito por mim. 

    -Sim.

    -E sempre que eles tiverem dúvidas sobre algo que eu precise me meter ou opinar, eles entram em contato comigo. Ou com a Safira, e aí ela entra em contato comigo. 

    -Que legal.

    -E eu dou as ordens. E eles obedecem. -Respondi. -Por exemplo: Se eu quiser marcar uma reunião com toda a minha equipe daqui a dez minutos, pode ter certeza que em daqui a dez minutos estaremos tendo uma reunião. 

    -Devem morrer de medo de você, Millie, pelo amor de Deus. -Rimos.

    -Morrem. -Ri de volta. -Mas é desnecessário. Digo, por favor, eu já chamei minha empresária para tomar um café um comigo de manhã. Quinze minutos bebendo um café comigo de manhã é tudo que a minha equipe quer. -Rimos.

    -Nossa, poderosa. 

    -Um pouquinho. -Sorri de canto e nós rimos. E a Alison começou a rir, enquanto tocava no meu rosto. -O que foi, você também quer tomar café por quinze minutos comigo? -Ri e beijei as mãozinhas dela, fazendo-a rir.

    -Mal sabe ela o quão poderosos os pais são. -Ela riu.

    -Ah, lá no fundo ela sabe. -Brinquei e a enchi de beijos. 

    -Millie, ela está a coisa mais linda do mundo com essa roupinha. 

    -É, o macacão jeans os meus pais deram pra ela no natal. -O ajeitei. -E a blusinha de manga cumprida ela já tinha.

    -É linda, toda estampada de cerejinhas. -A acariciou. -Não sei se o charme disso tudo é a faixa branca com laço feita de rendinha pra combinar com a roupa, ou se são os brinquinhos de ouro. -Riu.

    -Nem eu sei. -A acariciei no meu colo.

    -Ei, ela também tem pulseirinha! -Pegou a mãozinha da Alison. -Que linda, tem o nome dela!

    -É, ela usa desde que nasceu. -Abri um sorrisinho. -Foi um presente da minha mãe.

    -Mesmo? 

    -Sim. Foi desse jeito que descobrimos o sexo dela.

    -É sério?! Ai, Mills, me conta! -Ela pediu ansiosa. 

    -Tudo bem, eu conto. -A admirei. -Foi um dos momentos mais felizes da minha vida. 

 

----------------------------------------------- Flashback On --------------------------------------------------- 

 

    -E... -Terminei de digitar um e-mail importantíssimo no meu computador em meu colo, enquanto estou sentada no sofá da sala, ouvindo a chuva cair do lado de fora. –“Enviar” -Cliquei no botão e finalmente o enviei, dando um suspiro de alívio em seguida. E então ouvi o Finn abrir a porta de casa, fazendo o Doug latir bastante e bem agudo. 

    -Oi, meu garoto! -Ouvi sua voz e percebi que ele fechou a porta. -Oi, meu filhote! -O pegou no colo e o encheu de beijos. -Vamos lá falar com a sua mãe. -Disse e logo veio até mim, me dando um gostoso selinho nos lábios. -Está aí até agora? -Se sentou ao meu lado e começou a beijar minha barriga, coberta pela minha blusa de manga cumprida.

    -É... -Dei um suspiro e retirei meus óculos, os deixando na mesinha de centro. -Eu estava aqui já me estressando com tanto estudo e decidi trabalhar um pouco, mas acho que já deu. -Fechei o computador e o deixei de lado.

    -Não acha que está fazendo muito? -Acariciou minha perna.

    -Finn, é o mínimo que eu posso fazer. -O admirei. -Eu já não saio de casa para trabalhar, é tudo pelo computador. E já nem te ajudo com o resto da mudança, eu me segurei para não esvaziar aquelas últimas caixas enquanto você estava fora. 

    -Millie, você tem que entender que precisa descansar e não fazer esforço.

    -Amor, eu estou grávida. -O acariciei de volta. -Não estou doente. Estou grávida, Finn. -Ri pela situação. -Precisa relaxar mais. Eu sei que não posso fazer esforço, mas também não posso deixar de viver. 

    -Eu sei, meu amor, eu só... -Acariciou meu rosto. -Quero me garantir de que vocês fiquem bem. Entende? -Perguntou, e eu sorri de canto.

    -Entendo. -Respondi e beijei sua mão, a mesma que me acariciava no rosto. 

    -E como você está muito grávida... -Levantou minha blusa e beijou mais ainda a minha barriga. -Agora eu preciso dar um pouco de atenção a esse bebê que está aqui dentro de você, antes que o nosso cachorro pegue o meu lugar. -Rimos e ele a acariciou bastante, enquanto me admirava. 

    -Você trouxe o que eu te pedi? -Perguntei e ele deu um suspiro.

    -É, né. -Me entregou um saco plástico. -Picles em conserva. 

    -Hmm, obrigada. -Abri um sorrisinho e peguei vidro.

    -Olha, Millie, é bem difícil entender os seus desejos de grávida, sabia? -Ele riu.

    -Por quê? -Franzi a testa e mordi um pedaço de picles. -Hm, na verdade não são meus desejos de grávida. São vontades do nosso bebê, o que eu posso fazer? -Dei de ombros e mordi outro pedaço. -Quer?

    -Nem pensar. -Rimos.

    -Como foi na reunião? -O acariciei. 

    -Ah, foi boa. A mesma coisa e a mesma dor de cabeça de sempre.

    -Sério? -Mordi outro pedaço.

    -É, mas... -Suspirou. -Fazer o que, né.

    -E tem alguma novidade?

    -Bom, eu tenho um ensaio fotográfico agendado para daqui a um mês e meio em Washington. 

    -Em Washington? -O perguntei frustrada. -Por quanto tempo você fica?

    -Não, relaxa. Eu fico só por uma noite. -Ele disse e eu o respondi com exaustão. -O quê?

    -Até parece, Finn, eles vão te enrolar naquele lugar por mais uns três dias. -Mordi outro pedaço. -Eu sei bem como é.

    -Não, Millie, dessa vez é diferente. -Me admirou. -Eu disse que tenho uma mulher grávida de cinco meses em casa, eles sabem que eu não vou sair daqui se não for de extrema importância. -Me acariciou. -Entendeu?

    -Sim, é só que... -Suspirei. -Eu sinto sua falta. -O acariciei. -Você anda trabalhando muito, Finn. Mal fica aqui comigo desde que nos mudamos. E eu não quero discutir com você, eu só... estou sendo sincera que eu sinto a sua falta. -Disse e ele pensou um pouco.

    -Eu sei... 

    -E não só eu, Finn. O seu filhote também sente a sua falta. -Disse e ele me admirou. -Principalmente esse bebê. -Acariciei minha barriga. -Eu sei que ele sente, Finn, eu sinto isso. 

    -Eu sei, meu amor, eu sei. -Disse e me deu outro selinho nos lábios. -Eu sei, eu estou aqui com vocês agora. -Me deu outro selinho, e então beijou a minha barriga. E o Doug, ao pegá-lo no colo e deixa-lo no sofá com a gente. -Mas e você, como ficou aqui em casa? 

    -Fiquei bem. -Fechei o potinho do picles. -Além de estudar e trabalhar, eu... -Me ajeitei no sofá. -Fui ao médico com a minha mãe ver como está esse filhote aqui. -Acariciei minha barriga.

    -E aí, o que o médico disse? -Perguntou e eu sorri de canto. 

    -O sexo do nosso bebê. -Respondi e ele levantou as sobrancelhas.

    -Já?! 

    -Sim. -Ri.

    -Tá, então você já sabe?! 

    -Não, Finn, se acalma. -Ri outra vez. -Ele conversou em particular com a minha mãe sobre isso. Quando nós saímos do consultório ela passou em alguma joalheria, me pediu para esperar por ela em outro lugar. E então ela me deu essa caixinha. -A peguei na mesinha de centro. -Me disse para abrir com você. E que nós iríamos descobrir se teremos menino ou menina. 

    -Então você não sabe? -Perguntou e eu assenti que não. 

    -Quis esperar você chegar. -Disse e nós sorrimos. 

    -Então... -Sorriu. -Vamos abrir. 

    -Vamos. -Sorri ansiosa e me sentei no colo dele. 

    -“Tyler” se for um menino. E “Alison” se for uma menina. -Acariciou minha barriga. -Certo?

    -Sim. -Ri e o beijei nos lábios. O tamanho da nossa ansiedade nesse momento era inexplicável. 

    Ele entrelaçou os nossos dedos.

    E então nós abrimos a caixinha juntos. 

 

    “Alison” 

 

    Estamos esperando uma menina. 

    Tudo que eu soube fazer foi levar minha mão à boca, com o coração ainda parado pela minha reação. E aí as lágrimas caíram. Então eu senti o abraço mais forte e mais gostoso do mundo inteiro, que era o dele, enquanto eu não parava e chorar. E minhas mãos não paravam de tremer.

    -É uma menina... -Ele riu, também chorando comigo, sem deixar de me abraçar forte. -Millie, é a nossa menina... -Me acariciou e me encheu de beijos.

    -Finn... -Tentei dizer algo, por estar no decorrer de milhares de lágrimas. -Finn, é a nossa princesa! -Abri um enorme sorriso e ele pegou em meu rosto. -Amor, nós vamos ter uma menina! -Ri com ele, mas ainda nos acabávamos de chorar.

    -Vamos, nós vamos ter a menina mais linda do mundo. -Enxugou meu rosto, em meio de um lindo sorriso. -Ela é nossa menina, Millie, é nossa filha! -Ele disse eu assenti que sim com a cabeça. E então nos beijamos completamente felizes e com bastante vontade. 

    -Eu te amo... -Peguei no rosto dele e o enxuguei, nos fazendo rir pela situação. 

    -Eu também te amo. -Me beijou na testa e me abraçou bem forte como antes. 

    -É uma menina... -Disse o acariciando no abraço, com um sorriso enorme no meu rosto, sentindo mais lágrimas escorrerem pela minha emoção, enquanto meus olhos permaneciam fechados naquele abraço tão gostoso. -Eu sabia, tinha quase certeza! 

    -E você não me disse?! -Ele perguntou e nós rimos. E então demos outro selinho. -Me deixa falar com ela. -Me afastou um pouco e subiu minha blusa outra vez. -Alison, agora nós podemos te chamar pelo nome, meu amor. -Ele disse e nós rimos. -O papai está aqui te esperando com a sua mãe, minha princesa, nós te amamos demais... -Acariciou minha barriga e enxugou as lágrimas.

    -Eu nunca te vi chorar tanto assim. -Ri e também enxuguei o rosto dele.

    -É culpa dela. -Assentiu para minha barriga e a aplicou um selinho bem demorado. 

    A felicidade e a emoção dentro do meu coração são indescritíveis. 

    Eu e Finn estamos esperando uma menina. Uma menina nos escolheu para sermos pais dela. Teremos uma princesa, mais uma menina para vir ao mundo e encarar a vida do melhor jeito possível. Que será criada para ser forte, e para ser mais uma menina que vai mudar o mundo, só que do jeito dela, do jeito como ela será criada por nós dois e pelas melhores pessoas que ela poderia ter na vida. 

    E eu sinto isso dentro de mim.

 

-------------------------------------------------- Flashback Off --------------------------------------------------  

 

    -Millie, eu vou chorar! -Ela se abanou e riu comigo.

    -Não chora, vai borrar a maquiagem!

    -Mas não dá, isso foi tão perfeito! -Enxugou abaixo dos olhos e deu um suspiro. -Então esse garotão cabia no colo do Finn?! -Acariciou o Doug. 

    -Pois é, ele cresceu demais. -O acariciei. -É o nosso garotão, literalmente. -Abri um sorrisinho. -E ela é a nossa princesa. -A enchi de beijos outra vez e ajeitei a roupa dela.

    -Que momento feliz vocês tiveram naquele dia.

    -Tivemos. -Assenti que sim e abri um sorriso. -Você se lembra do quanto o seu pai encheu a minha barriga de beijos, enquanto você estava nela?! -A admirei e acariciei minha barriga. -Tem que se lembrar, porque foram muitos beijos. -Disse e ela riu pra mim. -Sim, meu amor, muitos. -Sorri para ela. 

    -E eu também amei esse seu cordão com o nome dela, é lindo demais! 

    -Ah, sim, esse aqui foi feito em ouro branco. -O admirei. -O nome dela foi gravado nessa fonte linda e pinguinho do “i” é uma estrelinha.

    -Deixa eu ver. -Ela se aproximou de mim e tocou na jóia. -Ah, é um pontinho de luz!

    -Isso.

    -Nossa, Millie, é lindo!

    -É, eu sou apaixonada por esse cordão, está quase sempre no meu pescoço. -Abri um sorriso. -Adoro combinar ele com algum maiorzinho que eu tenho, fica lindo.

    -Demais. -Rimos.

    -Ok, galera. -Ele desceu as escadas. -Eu odeio esses imprevistos, me desculpem por isso. 

    -Ah, tudo bem. -Ela respondeu.

    -Então agora nós podemos ir. -Pegou a Alison no colo e a beijou. -Vem. -Me deu a mão e eu me levantei do sofá, o aplicando um demorado selinho nos lábios. -Tá gostosa com essa roupa, hein. -Disse num tom baixo e abriu um sorrisinho, apertando minha bunda em seguida.

    -Ei! -Ri e tapei sua boca, notando que a Lilia estava distraída com o Doug. E então o dei outro selinho nos lábios, ao pegar a bolsa da Alison. -Vamos. 

    [...]

    -Ei, até que enfim vocês chegaram! -Ele disse e nós rimos, ao nos aproximarmos dele, que nos esperava do lado de fora do restaurante. 

    -Foi mal, eu tive um imprevisto com o trabalho, a culpa foi minha. -Ele riu e os dois se abraçaram bem forte. 

    -E aí, cara? -O deu um tapa nas costas.

    -E aí, mano? -O devolveu e logo se afastaram. -Quanto tempo, porra.

    -É, eu percebo, ao olhar pra essa princesa. -Ele sorriu e acenou para a Alison. -Ok, e essa é a filha de vocês?!

    -É sim. -Sorri.

    -Olha, meus parabéns. Mesmo, muitos parabéns. -Ele riu com a gente. E então nos abraçamos. -Oi, Millie.

    -Oi, Jaeden. 

    -Ela é linda. -Assentiu para a Alison.

    -Obrigada. -Respondi com um sorriso. E então ele foi falar com a Lilia. 

    -Oi. 

    -Oi. -Ela sorriu e eles se abraçaram bem demorado. 

    -É bom te ver de novo. -Ele disse e ela sorriu. -Você está linda.

    -Obrigada. -Sorriu meio tímida.

    -Bom... -Se voltou a nós. -Vamos entrar? 

    -Sim. -Respondi.

    -Bora, to morrendo de fome. -Finn respondeu e ele riu.

    -Sempre que você chegava aqui ficava morrendo de fome, Finn. Disso eu sei. -Eles riram.

    -Po, não dava pra evitar. -Riram outra vez. 

    -Mesa para quatro, por favor. -Pediu ao funcionário que estava ali.

    -Me acompanhem. -Ele disse e nós o seguimos. 

    E foi tudo indo bem. Logo nos sentamos em uma mesa bem bonita, pois sim, o lugar era lindo. E tinha um cheiro maravilhoso.

    Eu e Finn nos sentamos de frente para eles dois, e a Alison ficou no meu colo para eu dar a comida dela, antes da nossa chegar, porque aí eu não iria mais conseguir comer. E nós quatro tivemos uma ótima conversa, Finn e Jaeden não paravam de se recordar de várias coisas que já viveram juntos. E nós falamos um pouco sobre nós dois, para eles também falaram um pouco de como eram felizes juntos. E deu certo, foi isso que fizeram, mesmo com a nossa comida já na mesa. E olhem, que comida deliciosa. 

    -Pois é, então na época em que eu e a Lilia estávamos juntos, eu... -Pegou na mão dela em cima da mesa, o que fez nós duas nos olharmos de um jeito que entendemos. -Eu conheci muita gente que também é conhecida de vocês. -Ele assentiu para nós. -É o famoso “mundo pequeno”. -Rimos. 

    -É muito pequeno, sempre tem um que conhece o outro. -Ri e bebi meu vinho branco. 

    -Na festa de aniversário dela então, nem se fale. -Riram juntos.

    -Realmente, eu apresentei muita gente pra ele. -Ela riu. -Muita gente que a Millie também conhecia.

    -E o Finn também. -Jaeden bebeu alguma coisa. -Eu conheci aquela sua amiga “Iris Apatow”. -Riu. Com certeza juntar esse nome com a cólica ferrada que eu estou sentindo agora não vai ser uma boa ideia. -O que aconteceu entre vocês, ainda fala com ela? 

    -Não, Jaeden, eu... -Limpou a garganta. -Eu e a Iris tivemos alguns problemas na nossa amizade, depois do nosso trabalho, e eu entendi que tinha sido algo só de momento. -Bebeu água. -Nos conhecemos só para fazer um vídeo clipe, nossa amizade não fluiu.

    -É, eu percebi. -Riu. -A Millie a conhece? -Perguntou e eu abri um sorrisinho.

    -Conheço sim. -Cruzei minhas pernas e peguei minha taça. -Já conheci muitas amigas da Lilia, Jaeden. -Bebi mais. 

    -E essa garota ainda é apaixonada pelo Finn? -Perguntou para a Lilia. Afinal, por que o assunto começou a ser sobre ela?

    -Ah, não, foi algo de momento. -Riu sem graça. -Nós não temos tido mais tanto contato, desde que... -Começou e assentiu para mim. Pois é, desde quando ela deu em cima do Finn na minha frente.

    -Ah... -Ele se voltou a mim meio confuso. -Então vocês duas também não se dão? -Me perguntou e eu assenti que não, com um sorrisinho no rosto.

    -Nem um pouquinho. -O respondi. -Mas tudo bem, assunto de tempos atrás. -Ri para quebrar o gelo. 

    -Agora entendi o porquê a amizade de vocês não deu certo. -Ele assentiu para o Finn.

    -Pois é. -Respondeu e ajeitou a Alison em seu colo. 

    -Eu achei que ela só não se dava bem com aquela tal de Annie. 

    -Annie Leblanc? -Lilia o perguntou.

    -Isso. -Se voltou a mim. -Vocês se dão?

    -Bom, acontece que eu já percebi que existem algumas pessoas que se importam muito com a minha presença em algum lugar. Não gostam de me ter por perto, e a Annie me deixou isso claro quando eu a conheci na festa da Lilia, qual você também estava. -O respondi. 

    -É sério?

    -Sim, eu não tenho problema algum com ela. Mas ela tem comigo, me disse que não gosta de mim e de que não gosta de ouvir o meu nome. 

    -Por que disso? -Finn me perguntou.

    -Exato, que coisa estranha. -Jaeden concordou. 

    -Ela tem inveja da Millie. -Lilia respondeu. -Ela sentia uma raiva absurda quando eu falava de você, e isso nos afastou, eu não ia ter uma amiga que fala mal de outra pra cima de mim. 

    -Você sabia disso? -Finn me perguntou. 

    -Sim. -Respondi.

    -Nossa, eu nem sabia que vocês duas já tinham se conheciam. -Disse Jaeden. -Digo, eu mal sabia que você tinha ido naquela festa.

    -Eu fui, mas fiquei por pouco tempo, eu tinha que viajar a trabalho. -Respondi.

    -Ah, por isso eu não te encontrei lá. -Bebeu outra vez e deu um suspiro. -Mas gente, essas amigas de vocês têm problemas. -Ele riu. -Me desculpem.

    -Ah, mas a Annie já está em outra vibe de amizades. -Lilia respondeu. 

    -Que interfere nas minhas. -A respondi. -Ela é melhor amiga da Mackeznie, acha mesmo que o que ela fala sobre mim não respinga na Maddie?

    -Millie, a Maddie é sua amiga. -Ela disse. 

    -Mackenzie é irmã da Maddie? -Jaeden perguntou.

    -Sim. -Respondemos. 

    -Então será que não foi por causa dessa Annie que a Maddie brigou contigo? -Finn me perguntou.

    -Pera aí. -Jaeden nos interrompeu. -Maddie Ziegler?

    -Sim.

    -Então é verdade?! -Ele me perguntou, me fazendo franzir a testa.

    -O quê? 

    -Bom, eu não sei se essa garota é muito surtada ou o quê, mas ela começou a me mandar mensagem há uns dias atrás, e...

    -Por que ela te mandou mensagem? -Lilia franziu a testa. 

    -Nem eu sei o motivo, ela meio que começou dar em cima de mim. Foi há, sei lá, poucas semanas atrás, e... -Ele ia dizendo, até que percebi que Lilia assentiu para o meu celular em cima da mesa. Então ela digitou algo no dela, me enviando uma mensagem em seguida. 

    “Eu contei pra ela que queria voltar com o Jaeden daquela vez que ela me ligou” 

    Li a mensagem e o devolvi para a mesa, fingindo que não fiquei puta pra caralho depois disso.

    -E aí começou a ser bizarro, porque ela me disse que tinha terminado o namoro. E que tinha brigado com a Millie logo em seguida, porque a culpa tinha sido dela, e que...

    -Pera aí, pera aí. -Franzi a testa. -Que a culpa tinha sido minha?! 

    -Pois é, agora sou eu quem te pergunto, isso é verdade? -E eu sem entender absolutamente nada.

    -Você sabe de alguma coisa do namoro dela? -Finn me perguntou.

    -Não, é claro que não. -Respondi, ainda sem reação.

    -Então é melhor você ouvir o que ela me disse, porque foi bem pesado. -Eu e Lilia nos olhamos na mesma hora.

    -O que ela disse pra você? -Lilia o perguntou.

    -Ela me perguntou se eu ainda tinha contato com o Finn, e eu respondi que sim. Daí ela disse que ia se sentir muito culpada pelo que ia me dizer, mas que eu como amigo do Finn, deveria saber de que a Millie é uma traidora e mentirosa. 

    -O quê?!

    -Mas como assim?! -Finn o perguntou.

    -O que ela disse pra você?! -O perguntei.

    -Ela me disse que você dormiu com o namorado dela há um tempo atrás e que engravidou dele, mas finge que a filha é do Finn. -Ah, ela não fez isso. -E me falou que só descobriu isso agora, porque o namorado dela contou.

    -Por que ela fez isso?! -Lilia perguntou horrorizada.

    -Millie, você sabia disso?! -Finn me perguntou.

    -É claro que não, ela é louca! -Respondi, ainda tentando raciocinar aquilo tudo. -Jaeden, você acreditou nisso tudo?!

    -Não, é claro que não. Digo, eu não conheço você muito bem, mas também não conheço a Maddie, então não vou ficar acreditando em história qualquer que me contam. -Ele disse. -Isso é mentira, não é?

    -É claro que é mentira, Jaeden, não precisa me conhecer pra saber que eu não faria isso nunca na minha vida! -Ri de deboche. -Eu nem sei qual é a porra do nome do namorado dela! 

    -Jaeden, para de dar conversa pra essa garota. -Disse Finn. -Ela é louca.

    -O que mais ela te disse?

    -Bom, hoje ela me perguntou o que eu iria fazer, e eu só quis ser educado e respondi. Disse que ia sair com vocês todos hoje à noite. -Deu um suspiro. -Daí ela quis colocar na minha cabeça que isso na verdade seria uma troca de casal, porque a Millie é uma “dada”, e que inclusive era pra eu e o Finn tomarmos cuidado, porque vocês duas se pegam escondido há um tempo e já quiseram colocar ela no meio disso. E que foi por isso que vocês três se afastaram. -Ele terminou. E nós todos sem palavras. 

    Minha amiga é uma puta de uma mentirosa que sai me chamando de “dada” por aí e que me acusa de ter dormido com o puto do namorado dela.

    -O que ela disse nem faz sentido, eu e Maddie nunca nos afastamos. -Lilia respondeu indignada. -E isso que ela disse sobre a Millie e eu é mentira, é completamente mentira. 

    Minha amiga inventou para alguém que a minha filha com o Finn na verdade pertence a outro garoto, e que eu teria a coragem de fazer o Finn acreditar que a filha é dele. 

    Filha da puta.

    -Jaeden, bloqueia essa garota. -Finn o pediu, cheio de raiva. -Bloqueia essa garota de uma vez. 

    -Millie, você...

    -Filha de uma puta. -Enxuguei uma lágrima de raiva e me levantei da cadeira, mais puta do que não sei o quê.

    -Millie! -Ouvi a Lilia me chamar. Mas foda-se. 

    Que cobra. Eu sabia que aquela discussão toda tinha sido estranha demais. 

    Apenas fui para o banheiro do restaurante, com sangue nos olhos. E entrando lá eu me apoiei na bancada da pia e respirei fundo pra não acabar explodindo. Porque além disso tudo, o meu útero está sendo espancado.

    -Millie? -Lilia entrou no banheiro e veio até mim. -Ei, não fica assim. -Pegou em meu rosto.

    -“Não fica assim”?! -Ri de deboche. -Lilia, olha o que ela falou sobre mim! Sobre você, não está irritada com isso tudo?!

    -Sim, é claro que eu estou, também foi um choque pra mim!

    -O que foi que eu fiz pra ela?! Porra, ela brigar comigo por telefone tudo bem, agora, começar a dar em cima do seu ex, que inclusive você disse que ainda estava a fim dele, e me acusar de ser “amante” da porra do namorado dela?! Ter coragem de dizer que a minha filha, que a filha do Finn na verdade é de outra pessoa?! -Ri de deboche outra vez e outra lágrima escorreu. -Vai pra puta que pariu! 

    -Ok, se acalma, você está nervosa. -Me acariciou.

    -Lilia, olha o que ela disse sobre nós. -Me acalmei um pouco. Mas não por muito tempo. -O Finn estava certo o tempo todo, ela tem inveja de mim, inveja de nós!

    -Não, Millie, ela...

    -Ela tem inveja de mim! Quer acabar com as minhas amizades e quer acabar com o meu relacionamento, olha o que ela fez! Ela simplesmente está tentando foder com o meu casamento, eu achei que ela fosse minha amiga! -Mais uma lágrima. -Ela quer ferrar a minha vida, e ainda te colocou no meio! Ela tem inveja de mim, ela...

    -Ela está apaixonada por você. -Lilia me interrompeu, agora me deixando sem palavras. 

    -O quê? -Perguntei. E ela deu um suspiro.

    -Eu tentei te contar isso antes, mas não achei que era certo eu dizer sem a permissão dela. -Me admirou. 

    -Não... -Assenti que não. -Não, ela é minha amiga.

    -Ela me contou isso quando me ligou aquele dia pra desabafar sobre o término dela. 

    -Então pronto, ela ficou triste com o término, ela gostava do namorado dela! -Disse, mas ela assentiu que não.

    -Todos os três acabaram terminando com a Maddie, porque ela nunca os amou, Millie. -Pegou na minha mão. -Você sabe do que eu estou falando.

    -Mas...

    -Ela sente algo por você. 

    -Desde... -Franzi a testa. -Desde quando?

    -Eu não sei. -Ela respondeu. -Mas sei que ela nunca gostou de te ouvir falar o nome do Finn ou de qualquer outro garoto que tenha tentado ter algo com você. -E eu voltei a chorar.

    -Mas então por que ela resolveu se manifestar dessa maneira tão agressiva só agora? -Enxuguei uma lágrima. -Não faz sentido.

    -Sim, Millie, faz sentido. Você tem praticamente uma relação com o Finn para a vida inteira, só vão se separar se algo muito grave acontecer entre vocês dois, e a Maddie sabe disso. -Ela me respondeu. -E mesmo se isso vier a acontecer algum dia, você ainda vai ter uma filha dele. E ela também sabe disso. -Terminou, me deixando quieta por alguns segundos. 

    -Ok, Lilia, mas isso não é minha culpa. -Assenti que não. -Eu não tenho culpa disso, ela não deveria ter feito nada do que ela fez, nada do que ela disse pro Jaeden ou pra seja lá mais quem. -Disse. -Eu ia tentar dar uma chance a ela depois da nossa discussão, mas depois disso tudo eu nunca mais vou olhar na cara dela. 

    -Eu entendo, vem aqui. -Ela disse e me abraçou bem forte. -Nem eu estou mais a fim de falar com ela depois do que ela inventou sobre nós. 

    -Ela é louca, Lilia. -Chorei mais ainda. -Me desculpa, eu estraguei seu encontro com o Jaeden.

    -Ei, é claro que não. -Se desfez do abraço e enxugou meu rosto. -É claro que não, Millie, nada disso é sua culpa. -Disse e eu sorri de canto, enxugando minhas lágrimas em seguida. -Você está bem?

    -Um pouco chocada, mas... Vai passar. -Respondi. -Pode pegar a minha bolsa? Eu acho que vou vazar. -Disse e ela riu.

    -Tudo bem, espera aqui. 

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------  

    E estávamos eu e Jaeden na porra da mesa sem dizer nada. Só chocados com aquilo tudo que acabou de acontecer. 

    -Finn? -Ele disse alguma coisa.

    -Hm. -Respondi, ainda pensando sobre aquilo.

    -Isso tudo foi mentira mesmo, né? -Perguntou e eu dei um suspiro. 

    -Jaeden, você acha mesmo que eu não saberia? Acha mesmo que eu não sei que a Alison é minha filha? -O perguntei. -Nada disso é verdade, a Millie engravidou na época em que a gente estava em temporada trabalhando. A Maddie foi até idiota de ter inventado uma coisa dessas. 

    -É, eu sabia que isso estava muito estranho. Eu preferi nem dar bola, mas ela ficava me mandando mensagem o tempo todo. -Deu um suspiro. 

    -Pra você também? -O perguntei. E ele me admirou.

    -Ela falou com você? -Me perguntou e eu assenti que sim com a cabeça. 

    -Eu ia falar com a Millie sobre isso. -Disse e pensei um pouco. -Não foi nada no seu nível, ela só começou a conversar comigo. Ontem. 

    -E aí?

    -No início eu achei que ela estivesse querendo conversar comigo pra ser um meio de conseguir voltar a falar com a Millie, porque elas realmente brigaram. Mas hoje eu percebi que não, ela tá querendo alguma coisa comigo. -Disse e ele riu de deboche.

    -Cara... -Pensou um pouco. -Isso porque é amiga. 

    -“Amiga” o caralho, falo mesmo. -Suspirei. -Nunca gostei da amizade dela com a Millie. 

    -Por quê? -Perguntou e eu dei de ombros.

    -Sei lá, eu só não engolia. -Toquei na garganta. -Sempre me ficou entalada essa amizade delas, pra mim era muito estranha.

    -E por que exatamente elas tinham brigado? 

    -Ah, a Maddie que foi tirar satisfação com a Millie do porquê que ela engravidou, e mais não sei o quê. 

    -Ih, Finn, avisa pra Millie, hein. -Riu de deboche. -Isso aí é inveja. 

    -É, mas... -Suspirei e pensei um pouco. -Sei lá, já não acho que é só isso não. 

    -Como assim? -Me perguntou. -Acha que é o quê? -E então a Lilia voltou.

    -Dá licença, eu só vou levar pra ela. -Pegou a bolsa da Millie.

    -Lilia? -Ele pegou na mão dela. -A Millie está bem?

    -Sim, ela já vem. -Sorriu de canto e saiu dali. E então eu suspirei. 

    -Mas e aí, como estão vocês dois? -O perguntei. 

    -Ah... Estamos indo bem, eu acho. -Riu. -Melhor do que eu pensei, achei que ela fosse estar puta comigo.

    -Tu também vacila, né, porra. 

    -Ok, Finn, eu tinha ficado em choque. Foi a primeira vez que aconteceu, eu não sabia o que dizer pra ela, mas tudo bem. Eu superei e me arrependi do que eu fiz. 

    -Hm, e é bom você explicar isso tudo pra Lilia. 

    -É eu vou. 

    -E você gosta mesmo dela? -O perguntei e ele suspirou. 

    -Eu nunca mais namorei depois dela, Finn. -Ele disse e eu ri. 

    -E faz anos, hein. -Rimos. E então eu bebi mais água. 

    -Senti saudade de você, porra.

    -Ah, e eu também, porra. -Rimos outra vez. -Fala sério, nossa amizade era foda. 

    -Era mesmo. A gente só fazia merda, hein. 

    -Nem me fale... -Assenti que não. -Vê se volta logo com a Lilia, assim a gente sai nós quatro mais vezes. 

    -Você diz “nós cinco”, né? -Assentiu para a Alison.

    -Ah, ela não conta agora. Está no quinto sono. -A acariciei no meu colo e nós rimos. 

    -Quem não gosta de dormir no colinho do papai, né? -Sorriu ao admirá-la.

    -Ah, ela adora. -A beijei e logo notei que as duas voltaram. -Ei, está tudo bem? -Acariciei a coxa da Millie, ao se sentar do meu lado.

    -Sim, está. -Ela deu um suspiro. -Jaeden, me desculpa por tudo isso. Foi realmente um choque, e... Eu não sei nem o que dizer.

    -Millie, relaxa. Não é culpa de vocês, ela é doida e eu já entendi isso. -Acariciou a mão da Lilia na mesa. -Eu acredito em vocês, nem vou mais dar bola pra ela. 

    -É melhor mesmo. -Lilia sorriu para ele. -Mas é bom ela saber que vai ter uma conversa bem longa comigo. 

    -Ah, e comigo vai ser mais longa ainda. -Ela pegou a taça. -Não sei quando, mas vai. -Bebeu o último gole do vinho e admirou a Alison. -Ela dormiu?

    -Há um tempinho. 

    -Bom... -Suspirou. -Amor, nós podemos ir? -Me acariciou.

    -Claro. 

    -Jaeden, muito obrigada pela noite e por ter escolhido esse lugar delicioso. -Ela sorriu.

    -Que isso, Millie. Não foi nada.

    -Foi muito bom estar com vocês aqui.

    -A gente diz o mesmo. -Nos levantamos todos. -Valeu, Finn.

    -Valeu, cara. -Nos abraçamos. -Mesmo. 

    -Fica bem, tá? -Lilia disse, ao abraçar a Millie. 

    -Você também. -Se desfizeram do abraço. -Depois me conta tudo. -Sorriu e foi falar com o Jaeden. 

    -Tchau, Finn.

    -Tchau, Lilia. -Nos abraçamos.

    -Obrigada por me receber na casa de vocês, foi incrível. 

    -Por nada, aparece mais vezes. -Rimos.

    -Tchau, coisa linda. -Ela sussurrou e acariciou a Alison. 

    -Finn, tá de carro? -Jaeden me perguntou. 

    -Sim, fica tranquilo. -Peguei minha carteira do bolso e o entreguei uma nota de cem. -Toma.

    -Não, não, não. -Afastou a minha mão.

    -Ih, deixa de palhaçada. -Ri e a coloquei no bolso dele. -Está paga a nossa parte. -Rimos. 

    -Boa noite, gente.

    -Boa noite. -Respondemos e eu peguei na mão da Millie. 

    E então nós fomos para casa, mesmo sem dar uma palavra sequer dentro do carro sobre o que aconteceu. Vai ver ela ainda está em choque, então não vou tocar no assunto.

    Chegamos em casa e colocamos a Alison no berço. Vestimos o pijama e resolvemos ver televisão no sofá da sala. Estamos os dois comendo pipoca, enquanto ela está mais deitada em mim do que encostada, estando coberta pelo edredom. 

    -Você gostou? -Ela me perguntou, enquanto eu fazia carinho no braço dela.

    -Do quê?

    -Do nosso dia com a Lilia. -Respondeu. -E de se reencontrar com o Jaeden.

    -É claro que eu gostei. -Comi uma pipoca. -Tanto do nosso jantar com ele quanto do nosso dia com a Lilia. Ela é bem legal. 

    -É sim. -Se aconchegou em mim e se cobriu mais. -Finn?

    -Hm.

    -Você não acredita no que a Maddie disse, não é? -Perguntou e eu ri de deboche.

    -Que pergunta, Millie. 

    -Amor, é sério. -Ela disse. 

    -E eu estou falando sério. -Peguei no rosto dela. -Eu sei que não é verdade, Millie, de jeito nenhum. Eu te disse que ela tem inveja de você, ela é louca e perturbada. -Disse e ela pensou um pouco. -O que foi? 

    -A Lilia disse que ela está apaixonada por mim. -Sabia. Mas fiquei um tempo em silêncio.

    -É sério? -Perguntei e ela assentiu que sim. 

    -Me disse que a Maddie contou pra ela há um tempo atrás. E... -Assentiu que não. -Eu estou muito chocada com isso. Além de tudo que ela teve coragem de inventar para o Jaeden. -Ela disse, e eu ainda a acariciando. Até que deu ombros. -É só um desabafo. -Suspirou. E eu então eu peguei meu celular e o desbloqueei. 

    -Olha isso. -Abri minha conversa com a Maddie e a entreguei o celular. 

    -Ela mandou mensagem pra você?!

    -Ontem. -Respondi, enquanto ela lia a conversa. Até que bloqueou o meu celular e assentiu que não com a cabeça. 

    -Ela quer me separar de você. -Me admirou com os olhos marejados. 

    -Problema é dela, não vai conseguir. -Respondi, e as lágrimas dela escorreram. -Ei, olha aqui. -As enxuguei. -Ela não vai conseguir, Millie, não vai. Tá? Relaxa e esquece isso. 

    -Eu achei que ela fosse minha amiga. 

    -Millie...

    -O que ela fez não tem volta e nem perdão, Finn. -Chorou mais. -Sabe, eu já não estou nem aí se ela gosta de mim, mas... isso que ela fez comigo e com a Lilia não se faz com ninguém, eu realmente nunca esperei isso dela. -Enxugou o rosto. -Ela não é minha amiga, nunca foi. -Suspirou.

    -Sabe quem são os seus amigos? -A acariciei. -Eu vou te dizer quem são seus amigos: -Limpei a garganta. -Noah, Sadie, Gaten e Caleb. E o Jack e a Lilia. -Fiz carinho no rosto dela. -Esses são os seus amigos, que você vai ter pra sempre e poder confiar pra sempre. -Disse e ela sorriu de canto.

    -E você não é meu amigo? -Perguntou e eu ri abafado.

    -Meu amor, eu estou bem, bem, beeem acima de ser seu amigo. -Rimos. -Estou acima de ser amigo, ficante, amante, namorado, a merda que seja. Sabe o que isso quer dizer?

    -O quê?

    -Que eu sou qualquer coisa que você precisar que eu seja. -Ela sorriu outra vez. -Então esquece a Maddie, Millie. Não faz bem algum pra você. 

    -Eu sei que não. -Me respondeu e me abraçou bem forte. E eu a beijei nos lábios em seguida.

    -Tá vendo o que eu falo?

    -O quê?

    -É tão perfeita, que não pode nem ter amiga. Ou tem raiva e inveja de você, ou se apaixona por você. -Disse e ela riu.

    -Para, Finn, não me faz rir.

    -Por que não?

    -Porque eu estou sangrando muito.

    -Relaxa, já vai passar.

    -Não vai não, duram sete dias.

    -Eu sei, só quis tentar te alegrar. -Rimos outra vez. -Você ainda está com dor?

    -Um pouquinho. 

    -Vem aqui. -A aconcheguei em mim outra vez, encostando a cabeça dela no meu ombro. -Assim alivia?

    -Muito. -Me acariciou e comeu mais pipoca. 

    -Onde dói?

    -Aqui. -Encostou minha mão abaixo do umbigo dela, e então eu comecei a fazer um carinho ali. -Oi, meu neném! -Millie o acariciou, após Doug pular no sofá e cheirar a pipoca.

    -Não, isso aqui não é pra você. -Peguei a bacia e a deixei no meu colo.

    -Vem aqui com a mamãe, vem. -O deitou em seu colo e o encheu de beijos. 

    -O filme vai começar agora, quer assistir? 

    -Qual? -Comeu mais.

    -Halloween. 

    -Hm, gosto. -Ela respondeu e nós pegamos mais pipoca. -Aumenta o volume. 

 

    1 semana depois

 

    Uma semana se passou. E nada de diferente aconteceu, a Millie voltou a estudar e começou a organizar a nova rotina dela em relação a isso. E teve barraco. Ok, não barraco, mas ela resolveu tirar satisfação com a Maddie sobre a porra toda que ela tinha inventado pro Jaeden. E eu ouvi a conversa, até que foi “tranquila”, a Millie só basicamente deixou claro que não queria mais saber dela inventando porra nenhuma pra ninguém, e muito menos falando da Alison. E que não queria nunca mais olhar na cara dela. Achei até que a Millie foi muito de boa com essa conversa, eu já teria mandado ir tomar no cu e que se foda. 

    Agora são oito e meia da manhã, e estamos nós três no carro, indo adivinhem pra onde? Pra porra do estúdio da Playboy, e meu cu tá na mão. Mas vamos lá, eu que lute.

    -É nesse prédio aí? -A perguntei.

    -Sim, estaciona lá dentro. -Ela pediu e eu fiz, entrei naquela área empresarial e estacionei por ali. E então nós fomos para o andar do estúdio fotográfico. 

    -Millie Bobby Brown? -O cara da recepção se levantou, ao nos aproximarmos dali, e cumprimentou a Millie. -Muito prazer. -Ele disse, e ela respondeu com um sorriso. -Finn Wolfhard. -Também me cumprimentou. -Aguardem um momento, a produção está a caminho. -Se sentou novamente e aproximou a gola do terno à boca. -Ela já está aqui. -Se comunicou com alguém. -Por favor, assine esse termo aqui. -A entregou um papel e uma caneta, e então ela o assinou. -Com licença. -O pegou e se retirou dali.

    -O ensaio estava marcado para às nove da manhã, né? -A perguntei. 

    -Sim, daqui a pouco vão me levar lá pra dentro. 

    -Millie Bobby Brown! -Algum cara se aproximou de nós e a cumprimentou. -Por favor, me acompanhe. -Pediu e se retirou dali com ela, sem mais nem menos. 

    -Pera aí, mas... -Tentei dizer alguma coisa, mas ele a levou. Então eu me voltei à Alison, que estava no meu colo. -Eu sou planta, só pode. -Disse e ela riu. -É, eu sei. 

    -Ok, eu o encaminho. -O homem da recepção se comunicou com alguém através do microfone no terno outra vez e veio até mim. -Está com ela? -Se referiu à Millie.

    -Sim, no caso eu cheguei com ela. 

    -Tudo bem, eu vou te levar até o estúdio, lá você pode esperar até o ensaio terminar. Acompanhe-me. -E então eu fui atrás. E ele me levou para os fundos, para onde tinha toda a produção e todo o cenário. -Pode se sentar e ficar aqui.

    -Obrigado.

    -Aceita uma água ou um café? 

    -Água, por favor.

    -Com licença. -Ele pediu, e então eu me sentei em um dos sofás dos bastidores, que ficava bem ao lado do cenário onde iriam rolar as fotos. E o cenário era todo revestido em branco, no chão e na parede atrás de onde ela posaria, e ali tinham duas marcações. Talvez para marcar onde vai ficar a logo da Playboy na revista quando forem editar. E não pensem que eu não reparei em que tudo que tinha nesse cenário era a porra de um sofá vermelho em veludo, daqueles de coisa bem chique e antiga, que tem uma parte do encosto maior do que a outra. Já não gostei. -Sua água. -O homem me chamou a atenção.

    -Obrigado. -Bebi um gole e deixei o copo na mesinha à minha frente. -Alison, dai-me forças, pelo amor de Deus. -A ajeitei no meu colo e a beijei em seguida.

    E meia hora se passou. Talvez até mais, mas fiquei distraído no celular, e nada da Millie aparecer. 

    Até agora.

    -Ela está pronta. -Ouvi alguém dizer e logo notei que uma produção enorme entrava no estúdio, com ela vindo no meio deles, vestindo um roupão branco. 

    -Ok, já podemos começar. -Se dirigiram com ela até o fotógrafo, onde ali ela o cumprimentou e eles começaram a conversar, enquanto ele assentia para o cenário. E eu consegui perceber que os cabelos dela estavam soltos e lindos, meio que do jeito como ela sempre os arruma, e que a maquiagem dela estava foda, ficando melhor ainda com aquele batom vermelho que usaram nela. E eu também percebi que ela vestia um acessório com duas orelhas de coelho na cabeça, feitas de plumas pretas, sendo que uma delas estava um pouquinho dobrada na ponta, como no coelhinho da Playboy. E reparei também que ela vestia uma bota de couro brilhoso, completamente preta, de salto agulha, tendo cadarços na parte da frente. E essa bota ia até não sei aonde, pois ela está de roupão, então eu não vejo tudo. 

    -Tudo bem, vamos começar. -Ela disse, e então entregou o roupão para a produção ao retirá-lo. 

 

    Ai, puta que me pariu. 

 

    Ela estava vestida, é claro que estava. Mas já não sei se era melhor ela estar vestida ou estar nua, depois dessa. – Ok, exagerei. 

    As botas iam até suas coxas. Agora eu percebi. E em uma das coxas dela tinha uma tira preta feita de couro, tendo o símbolo da Playboy em dourado. Daí o que vestia o corpo dela era aquela coisa que parece um maiô, que é completamente colada e cavada na bunda e na virilha, na cor preta, só que pra piorar não tinham alças. Cobriam até a metade dos seios dela, porque olhem, os peitos dela estão mais marcados do que nunca com aquele decote fodido e de tanto que esse figurino aparentar estar apertado nela. Envolta do pescoço dela tinha uma gravata borboleta preta, presa à uma falsa gola branca de terno. E nos pulsos ela vestia uma abotoadura na cor branca, aquelas coisas que os homens usam na manga comprida do terno. 

    Ah, e sem deixar de mencionar aqui que também tem o rabinho branco de coelho acima da bunda dela. É um pompom até que fofo. 

    Eu reparei em tudo isso, enquanto os maquiadores davam uma geral nela. Espirraram um tipo de spray nas coxas e nas nádegas dela, enquanto tinha uma galera maquiando todo o seu colo e decote. E tinha um cara espirrando mais spray nos cabelos dela, enquanto os bagunçava um pouco. 

    -Ok, obrigada. -Ela disse, e então eles terminaram o trabalho. 

    -Por favor, se sente no sofá. -O fotógrafo pediu e ela fez. -Veja se a luz do flash te incomoda, por favor. -Ele disse e tirou uma foto. E puta que pariu, eu senti daqui o quanto esse flash doeu. Mas ela aguenta.

    -Está tudo bem. -Não disse?

    -Ótimo. -Ajustou a lente da câmera. -Eu quero que você fique sentada do lado, com seu lado esquerdo voltado para mim, e com as mãos apoiadas no sofá, por favor. -Pediu e ela fez. -Pernas cruzadas, cabeça para trás e quadril empinado. -E disparou um flash. E então mais dois. 

    Olhem, se bem que o “sentadinha de perna cruzada” realmente rolou. Vamos ver até onde vai.

    -Encoste o bico da bota esquerda no chão e a sola da bota direita no sofá. -Começou a querer abrir as pernas dela. -Abrace o joelho e encoste a cabeça nele. -E mais flashes. 

    Eu pude perceber que também tinha um cara com uma filmadora ali para gravar o ensaio fotográfico, mas até agora não sei o porquê disso. Vamos ver se eu descubro. 

    -Permaneça com as pernas assim, e agora apoie as mãos no sofá, como da outra vez. Mas abra um pouco as pernas. -Começou. -Isso, ótimo. 

    “Isso, ótimo”. “Isso, ótimo” meu pau. 

    -Por favor, se deite de lado. -Ele pediu e ajustou a câmera. E a Millie só se deitou de lado, como sempre deita, só que ela tem que entender que já é uma mulher sexy por natureza. -Ok, assim está perfeito. -Tirou mais fotos dela, enquanto ela melhorava cada vez mais a posição. E enquanto ajeitava os cabelos, também sem deixar de olhar para a câmera do jeito mais sensual possível. Porque sejamos sinceros, a Millie é uma modelo foda, não só por ser bonita, mas porque ela atua para as fotos. Ela entra no personagem, então ela com certeza está se sentindo completamente sensual e poderosa, porque ela é mesmo, e porque ela entra no personagem de coelhinha da Playboy. Então ela sabe muito bem o que está fazendo, ela sabe exatamente como ser muito sensual para essas fotos, tanto nas posições dela, quanto nas feições de safada do caralho que ela faz. 

    Onde foi que você se meteu, hein, Millie. 

    -Contorne suas curvas laterais com os dedos. -Pediram e ela fez, talvez agora para a filmagem que estavam fazendo. E o outro tirando mais fotos. Até que ela se deitou de bruços no sofá, agora jogando os cabelos para o lado e encarando a câmera do jeito mais sensual possível. -Está perfeito, Millie. -E muitos flashes, com ela agora flexionando as panturrilhas para cima e para baixo, com a bunda toda empinada. Está toda toda nesse ensaio. -Perfeito, Millie.

    Jura que está perfeito, meu querido? Jura mesmo?

    -Me poupe esse homem, né, Alison? -A acariciei, e ela começou a brincar de agarrar a minha camisa. -Pois é, nos poupem. 

    -Ok, agora eu quero que você deite as costas no sofá, mas não as pernas. Levante as coxas, dobre os joelhos e os cruze. -E então ela fez. -Mãos acima da cabeça, olhe para a câmera. -E mais fotos dela, naquela posição sensual do caralho, confesso. Chega até a me preocupar. -Tornozelo direito abaixo da panturrilha esquerda, permaneça olhando para a câmera. -E ela toda empinada, esfregando suas pernas lentamente umas nas outras, porque é isso que eles querem. Além dos peitos dela agora estarem ainda mais marcados por causa dessa posição, já que os braços dela estão para cima. 

    Merda. 

    -Ok, a última deitada. -Ajustou a câmera. -Se deite de lado outra vez, mas agora apoie a cabeça na mão esquerda, e apoie a direita no sofá. Sem cobrir os seus seios ou colo. -E ela fez o que ele pediu, também dobrando um pouquinho a mais os joelhos, deixando as curvas da cintura e do quadril dela ainda mais definidas.

    Ela nasceu pra isso, tenho nem que reclamar dela estar aqui agora. 

    -Por favor, se sente no chão e fique de costas para o sofá. -E lá foi ela. Vamos ver o que vai vir. -Você vai deixar sua perna direita dobrada e encostada no chão. Vai manter as pernas abertas e encostar somente o salto da bota esquerda no chão. -Puta que pariu, abriram as pernas dela. E muito. -Mãos apoiadas no chão, cabeça flexionada para trás e quadril empinado. -Gente, pelo amor de Deus, ela está aberta para aquela câmera tirando um milhão de fotos dela nesse caralho. To me segurando. -Permaneça assim, agora abrace o joelho esquerdo e apoie a cabeça nele. -E mais flashes, muito mais. 

    Sabia que não era uma boa ideia. Estava indo tudo bem. “Bem” entre mil aspas, porque pra mim não estava nada “bem”, e agora muito menos. 

    -Alison, me segura. -Disse, por já estar irritado. -Me segura, Alison, senão eu vou voar naquela câmera. 

    -Ok, agora se sente de lado, por favor. Com o lado esquerdo virado para cá. -Amém, fechou as pernas. -Deixe os joelhos dobrados, na altura do seu colo, e apoie as mãos no chão. -Ok, talvez agora fique mais tranquilo. -Levante apenas a panturrilha direita para o alto, cabeça para baixo, e olhe para a câmera. -E lá foi ela, toda sensual. Eu confesso que se não estivesse ocupado sentindo raiva e ciúmes, poderia até ficar excitado com tudo isso. Mas não vou ficar, não to gostando nada nada desse ensaio. 

    -Fica de quatro, por favor. 

    PERA AÍ, COMO É QUE É?! 

    -Alison, não me segura, minha filha, não me segura. -Eu disse, fervendo de raiva. E ela relaxadíssima brincando com a minha camisa.

    Agora passaram dos limites, ninguém manda a Millie ficar de quatro a não ser eu. NIN-GUÉM. 

    Fiquei tão nervoso, que até bebi mais água. 

    -Fique de quatro e de frente pra mim, com os joelhos bem afastados e com a coluna levantada, não precisa ficar reta. -Ele disse e ela se ajeitou na posição. -Perfeito. 

    E mais fotos dela fazendo aquele olhar que enlouquece qualquer um, tendo a porra da bunda toda empinada pra trás e tendo quase que os dois peitos de fora, de tão fodido que está esse decote. Inclusive acho que já mencionei isso, mas é sério. Parecem que levantaram os peitos dela dentro daquele figurino. 

    -Ótimo, agora você não vai se sentar no chão. Você vai se agachar, com as pernas abertas, e vai encostar as nádegas na parte traseira do salto das botas. Eles vão te sustentar.

    -Ok, então o meu tronco fica reto e minhas pernas abertas ficam sustentadas pelo salto alto?

    -Isso.

    -Ah, tudo bem. -Ajeitou os cabelos e ficou na posição. 

    -Abra mais as pernas e apoie suas mãos nas coxas. -Ok, agora ela estava muito aberta. Muito, muito aberta, acariciando as pernas, toda sensual para aquelas câmeras.

    -Alison, eu vou ficar olhando só pra você, sabe por quê? -A ajeitei em meu colo. -Porque você representa coisas felizes, você representa arco-íris, doces, chocolates e paz, e não o seu pai mega arrependido de ter vindo num estúdio fotográfico com a sua mãe. -Brinquei um pouco com ela, na tentativa de me acalmar. -Será que já está acabando? 

    -Ótimo, você vai deitar as costas no chão e vai cruzar as pernas, deitando as panturrilhas no sofá. -E ela fez. -Mãos acima da cabeça, fique olhando para a câmera. -E os flahses que cegam qualquer um.

    Ela se empinou outra vez, enquanto as fotos eram tiradas. E acabou encostando o salto alto no sofá, ainda tendo as pernas cruzadas e bem sensuais, agora já até mordendo o dedo indicador e as porra toda. 

    A Millie é a sensualidade e sedução em pessoa, não tem como negar. E ela sabe disso, é por isso que faz essas coisas, que acabam fazendo o cara tirar mais fotos do que deveria. 

    -Perfeito, Millie, ficaram perfeitas. -Ajustou a câmera outra vez. -Pode se levantar. -Ai, meu Deus, será que acabou? -Agora nós faremos com você mais alguns takes para a gravação da nova edição da Playboy, como te falaram antes.

    -Sim, se me falaram.

    -Serão só alguns. Poucos segundos de duração, só queremos que faça alguns movimentos para a câmera e que mostre sensualidade, o que você já fez muito. -Riu, fazendo-a rir por educação.

    Hahaha, engraçadinho. Quer me ver rindo, também?

    -A produção vai retirar o sofá do cenário e então nós podemos começar. -E aí chegaram uns dois homens para retirar o sofá dali. E apareceu um coroa, também, mas eu nem liguei

    -Ok, você vai vir desfilando desde o final. Quando chegar nessa marcação, pose para a câmera com as mãos na cintura. 

    -Tudo bem.

    -Mas seja você mesma, pode sorrir, mandar beijinho, o que quiser fazer. Só seja você. Foi por isso que te convidamos para ser nossa modelo. 

    -Muito obrigada. -Ela sorriu e logo foi para onde começariam a gravar. E a partir dali foi lindo, ela atuou como si mesma, mas sem deixar de mostrar a sensualidade que eles queriam. 

    -Ela é maravilhosa, não é? -O coroa mega bem vestido disse, ao se sentar do meu lado.

    -Me desculpe? -Franzi a testa.

    -Ah, perdões. Não nos conhecemos. -Estendeu a mão. -Daren Matropoulos. -Ih, caralho.

    -Finn Wolfhard. -O cumprimentei. 

    -É um prazer em conhecer o homem da nossa modelo. 

    -O prazer é meu. -É nada. 

    -Essa neném pertence a vocês? 

    -Sim, o nome dela é Alison

    -Então é um prazer enorme em conhecê-la, Alison. -A admirou e riu em seguida. -Que fofa.

    -Obrigado.

    -Isso, agora olhe para a câmera. -O cara pediu e ela virou o rosto para a câmera, por estar de costas. E então abriu um sorriso lindo. -Está perfeito, Millie.

    -Está aí uma modelo que merece estar aqui. -O coroa disse, enquanto a admirava. -Eu realmente espero, Wolfhard, que você tenha em mente o tipo de mulher que te acompanha. 

    -Eu tenho sim. -Respondi meio sem saco. 

    -Ela brilha. -Continuava a admirando. 

    -E por que ela? -Perguntei por curiosidade, fazendo-o rir roucamente. 

    -Porque além dela ser uma das modelos mais bonitas da América, ela tem o dom para isso. -Assentiu para a Millie. -Ela tem o jeito, os recursos que nós procuramos. Uma modelo centrada, atenciosa, que é espontânea e que incorpora a imagem. Além disso, o corpo violão dela é tudo que a Playboy quer. -Se voltou a mim. -Você é um rapaz jovem, sabe exatamente do que isso se trata e do que eu estou falando. -Riu roucamente, e eu nem respondi. -Millie Bobby Brown é tudo no mundo que os homens mais querem ou já quiseram, se isso responde a sua pergunta. -Admirou a Millie outra vez. -Ela é ouro, Wolfhard. 

    -É sim. -Respondi num tom baixo, meio incomodado com essa conversa. 

    -Não é à toa que fechamos um contrato de três milhões e meio de dólares. -Puta que pariu, disso eu não sabia. -E acredite, nenhuma das minhas modelos já recebeu mais do que um milhão. -Riu roucamente e me deu dois tapinhas no ombro, indo agora para perto do fotógrafo e do cara que filmava. 

    Realmente, vai ser dinheiro pra caralho e bem merecido, porque o trabalho que a Millie está fazendo aqui não é qualquer uma que faz. E porque o nome dela importa muito para o mundo. 

    E sim, “Daren”, eu sei muito bem que ela é ouro. Não precisa me lembrar disso. 

    -Ok, já podemos ir para a última etapa do ensaio. -Um deles disse. 

    -Mas antes, me deixem cumprimentar a minha modelo. -O coroa sorriu para ela.

    -Ah, oi! -Ela sorriu de volta e eles se abraçaram. 

    -Prazer em conhece-la, Millie Bobby Brown. -Pegou na mão dela e a beijou. 

    -O prazer é todo meu. -Ela sorriu.

    -Bom, eu não tenho muito tempo. Só quis passar aqui para ver como está a minha modelo e para ter a certeza de que a capa da minha revista será perfeita. -Riu com ela.

    -Obrigada.

    -Eu não quero atrapalhar, vou voltar aos meus negócios. Mas antes, eu quero uma foto com a minha coelhinha. -Riram outra vez. 

    Calma aí, meu tio, a coelhinha é minha. 

    -É claro. -Ela disse e se juntou a ele, sendo abraçada na cintura. E o fotógrafo tirou algumas fotos. -Posso tirar com o meu celular?

    -Ah, não precisa, nós iremos te enviar essa foto. 

    -Ok, obrigada. -Ela sorriu. 

    -Façam a última etapa. Quando terminarem, a mandem para o meu escritório. -Ele disse para a produção e logo se retirou dali. 

    -Muito bem, pessoal, posicionem o sofá de volta ao cenário e mandem os maquiadores entrar. -Um deles pediu. -E tragam o nosso modelo. -E aí...

    PERA AÍ, QUE MODELO?! 

    ALGUM HOMEM VAI POSAR COM A MILLIE?!

    -Maquiadores, podem entrar. -O fotógrafo pediu, e eu ainda confuso e desesperado. 

    Ok, vamos com calma. O sofá voltou para o cenário e a Millie se sentou. Agora todos os maquiadores estão em cima dela. E então me entrou um homem de terno no estúdio, junto de algumas pessoas da produção, o mesmo modelo que provavelmente vai fazer alguma foto com a Millie. E foi nessa parte que o meu coração parou por alguns segundos e que eu não consegui pensar em mais nada. 

    E depois de uns dez minutos, os maquiadores se retiraram dali. E aí o bagulho ficou confuso.

    -Millie Brown, esse é o nosso modelo Brian Field. 

    -Prazer. -A cumprimentou e ela sorriu.

    “Prazer” vai ser o meu de dar um soco na cara desse homem, se ele encostar na Millie mais uma vez. 

    -Ele é o nosso modelo que vai segurar a banana para podermos fazer as fotos.

    QUE PORRA DE BANANA É ESSA?!

    -Ah, não... -Assenti que não com a cabeça e dei um suspiro. -Alison, eu me fodi. -Sussurrei pra ela. 

    E então os maquiadores voltaram para cima da Millie, enquanto posicionavam o tal do Brian “Field” da frente para a lateral do sofá. Então eu decidi me distrair mais uma vez com a Alison, durante os quinze minutos que os maquiadores faziam algo bem trabalhoso ali em cima da Millie. 

    E quando eles saíram dali eu descobri o que era.

    E SURTEI.

    -Millie, permaneça de olhos fechados. -E o fotógrafo já tirando as fotos.

    Simplesmente estava ela sentada de lado no sofá, com as pernas cruzadas e a cabeça arqueada para trás, adivinhem o porquê? 

    Porque o tal do modelo que estava atrás dela segurava a porra de uma banana descascada pela metade, a mesma que tinha a pontinha na boca da Millie. 

    -Brian, chegue mais para trás, por favor.

    E isso não é tudo. A pontinha da banana que está na boca da Millie, a mesma que representa um pau ameaçado a ser chupado por ela, foi mergulhada em algum líquido meio groso e todo cor-de-rosa, um rosa bem clarinho, cheio de granulado colorido. E agora a melhor parte, pra não dizer o contrário: os maquiadores derramaram esse líquido desde o lábio inferior dela. Ou seja: Tá essa porra rosa com granulado colorido imitando a merda de uma gozada dessa banana, segurada por esse cara, escorrendo para o colo dela. 

    Ok, isso é um duplo sentido do caralho.

    -Alison, não vê isso não. -A ajeitei no meu colo e peguei em seu rosto. -Olha pro papai, olha. 

    -Ok, Millie, pode morder a banana, é tudo comestível. -O fotógrafo disse. -Ensaio encerrado. 

    Graças ao bom Deus.

    Ela então mordeu a pontinha da banana e se sentou melhor no sofá, enquanto o Brian saía do cenário com aquela banana na mão. E a produção toda entrou para limpar a Millie, por fatos óbvios. E então ela vestiu o roupão branco outra vez e se levantou, indo para algum lugar junto deles. 

    -Nem acredito que isso terminou. -Dei um suspiro e me levantei do sofá com a Alison

    -Finn Wolfhard? -O fotógrafo me chamou. 

    -Sim?

    -Olá. -Me cumprimentou. -Ela foi levada para tirar o figurino. Assim que voltar eu os encaminharei para o escritório do Daren. 

    -Ok, obrigado. -Respondi sem cerimônia. 

    E depois de mais uns bons minutos esperando, a Millie finalmente voltou. Ainda maquiada, só que com uma roupa normal, e não que nem a coelha mais sexy do mundo. E aí o cara nos mandou para onde nós tínhamos que ir. E onde o Daren negociou muita, muita coisa com a Millie. 

    -E o lançamento da revista acontecerá em até dois meses úteis. -Ele disse e ela assentiu que sim com a cabeça. -Sobre os takes que foram gravados... -Se ajeitou na cadeira. -Nós iremos editá-los e transformá-los em um copilado seu com um minuto de duração, qual será reproduzido em qualquer unidade da Playboy, e que será reproduzido em quinze telões na Times Square. -Eita, porra. -Nós vamos fazê-lo em preto e branco, e vamos deixar o seu áudio no fundo do vídeo, também traduzido em legenda para os telões de Nova Iorque. Tudo que você precisará falar está nesse roteiro aqui. -A entregou um papel. -E é claro, se quiser dizer algo a mais beneficiando a Playboy por vontade própria.

    -E quando gravaremos isso?

    -Nós ainda agendaremos. É algo bem rápido, dura apenas um minuto. 

    -Tudo bem. 

    -E é importante ter em vista, Millie Brown, que esse “comercial” e a revista lançarão na mesma data. E nesse mesmo dia você irá receber da minha empresa uma encomenda contendo a revista e mais todos os nossos novos produtos, como vestimentas e cosméticos. Será um presente nosso como agradecimento. E é claro, para você divulgar.

    -Claro. -Assentiu que sim. -Quantas fotos serão escolhidas para a revista?

    -Seis, ao todo. Duas, que serão para a capa da frente e para a capa de trás. E as outras quatro irão dividir os quatro conteúdos inclusos exclusivos da nossa revista. -Ele respondeu. -Alguma pergunta?

    -Não.

    -Então... -A entregou um papel e uma caneta. -Por favor. -Abriu um sorrisinho. E então a Millie pegou a folha e começou a lê-la com bastante atenção. Até que a Alison tentou pegá-la, por estar no colo dela.

    -Não mexe, amor. -Ela afastou a folha da Alison e levou mais alguns bons minutos para terminar de ler. E a deixou na mesa, assinando-a embaixo com a caneta que o Daren a entregou. -Aqui está -Abriu um sorrisinho e o entregou. 

    -Muito obrigado. -A carimbou. -E assine essa aqui, é a mesma folha, só que para ser levada com você. 

    -Sim. -A assinou e ele também a carimbou em seguida, e a Millie a guardou dentro da bolsa. Daí nós três nos levantamos.

    -Foi um prazer. -Apertaram as mãos. 

    -Eu digo o mesmo. -Ela respondeu. E então ele me cumprimentou em seguida, e nós deixamos o escritório dele. E o edifício em que nós estávamos, então fomos para o carro. -Safira, sou eu. -Ela disse no telefone, ao colocar o cinto de segurança. -Sim, eu estou saindo daqui agora. Acabou de entrar três milhões e meio na minha conta, preciso de que tome conta desse dinheiro por enquanto. -Inseri a chave e dei a partida. -Isso, por favor. Obrigada. -Encerrou a ligação. E eu quieto na minha. -E aí, gostou?! -Riu e acariciou meu braço. E eu apenas assenti que sim com a cabeça.

    -Amei, Millie. -Dei um suspiro. -Amei. -Continuei de ironia, fazendo-a rir. 

    -E você, amor, gostou de ver a mamãe?! -Se voltou a ela e a acariciou. -É claro que gostou.

    -É, no caso eu tive que cobrir a visão dela, pra não acabar vendo a mãe com uma banana na boca gozando doce em você, que por acaso estava sendo segurada por um modelo super gato e gostoso que deve estar batendo punheta agora mesmo por sua causa naquele sofá, e que vai bater mais punheta ainda quando receber a revista qual ele também vai aparecer. -Dei de ombros. -Só por isso mesmo, nada demais. 

    -Ok, e por que eu sabia que esse comentário estava vindo? 

    -Porque eu sou imprevisível. -Respondi. -O “Brian Field” não deve ser, cara mega misterioso, ele. 

    -Ai, meu Deus, você está com ciúmes?! -Ela riu. -Finn, pelo amor de Deus, relaxa! 

    -Tem alguém nervoso aqui?! Porque eu estou relaxadíssimo! -Limpei a garganta. 

    -Sim, eu percebo. -Riu outra vez. -Primeiro de tudo: vê se esquece o cara. Ele é gay. 

    -É, eu conheço bem essa história de ser “gay”. Nem vem. 

    -Finn, ele me disse isso antes de começarmos o ensaio. Me mandou relaxar, porque ele é gay. 

    -Ok, então saiba que hoje ele deixou de ser gay. 

    -Finn, por que você está tão preocupado com isso? -Perguntou, e eu dei um suspiro. -Esquece isso, vai.

    -Por que não me disse que ele ia ser fotografado com você?

    -Porque eu não sabia, descobri hoje, enquanto me arrumavam. 

    -Hm.

    -E porque ele não foi fotografado comigo.

    -Ah, mas eu vi muito bem. 

    -Ele não é modelo manequim, Finn, a única coisa que foi fotografada além de mim naquela foto foi a mão dele. -Ela disse e eu fiquei quieto. -A banana tinha que ser segurada por uma mão masculina, é só por isso que ele estava ali. 

    -E eu estava ali sentado fazendo o quê?

    -Me esperando. Porque tinha que ser um modelo da empresa, você sabe disso. 

    -Hm. -Respondi e pensei um pouco. -E você sabia que ia ter essa banana no final do ensaio? 

    -Eu sabia que ia ter algo comestível, mas não esperava que fosse ser daquele jeito.

    -Ah, e muito menos eu! -Respondi estressado. -Eu hein, não gostei daquela merda não! 

    -Tá com ciúmes da banana, também? -Me perguntou com exaustão. 

    -Não, só que aquilo foi desnecessário! Digo, agora toda vez que eu gozar em você eu vou pensar naquela porra rosa! 

    -E por que isso é um problema? -Riu.

    -Sei lá, Millie, eu achei que... -Sei nem mais o que dizer. -E olha aqui, não gostei nada daquele outro te mandando ficar de quatro! Ah, eu hein, manda a mãe dele ficar de quatro, então! -Bati estressado no volante. -Merda.

    -Já acabou? -Me perguntou, me fazendo dar outro suspiro.

    -Tá, olha... -Troquei a marcha. -Tudo bem, o ensaio foi... interessante. 

    -Hm, já é um grande avanço. 

    -E realmente, você estava linda pra caralho, eu nem sei como descrever o quão linda você estava.

    -Oww, que gatinho! -Pegou minha mão e a encheu de beijos. 

    -E, sei lá... Eu meio que estava esperando por aquilo tudo, já estava imaginando que fossem ser aquelas posições, mas mesmo assim eu fiquei chocado. E muito. 

    -Ok, eu entendo os seus ciúmes e as suas preocupações. Mas olha aqui pra mim. -Pegou em meu rosto, já que estávamos parados no sinal. -Já foi. Ok? E até que nem foi tão pesado assim, eu falei pra você. -Ela disse. -Não falei?

    -É... -Troquei a marcha e andei com o carro. -Falou. -Apoiei o braço na janela fechada do carro. 

    -Então pronto, meu amor, pode relaxar. -Me acariciou e me aplicou um beijo na bochecha. 

    -Vem cá, tá com fome? 

    -Muita. -Ela respondeu, enquanto vestia um moletom. 

    -Tá, quer comer fora? 

    -Pode ser, mas eu não estou muito a fim de comer comida, tipo almoço. 

    -Ah, a gente vai naquele shopping que quase não tem ninguém e lanchamos alguma coisa, então. 

    -Ok, eu prefiro. -Também apoiou o braço na janela e tirou uma selfie. –“Sessão de fotos hoje” -Digitou animada. -Ai, que saudades eu senti de fazer isso. 

    -Eu imagino. -Disse e entrei no estacionamento do shopping. 

    Nós saímos com a Alison e fomos para a praça de alimentação comermos alguma coisa. A Millie comprou o café gelado de sempre e eu resolvi experimentar um sanduíche vegano, já que a Sadie está sempre me pedindo para provar. E até que é gostosinho.

    Agora estamos sentados à uma mesinha qualquer para dois que encontramos pelo shopping, conversando sobre várias coisas, enquanto a Millie dá suco de fruta natural para a Alison na garrafinha.

    -Pois é, eu achei que não tivesse graça, mas é gostoso. -Mordi outro pedaço. -Mas eu não acho que você vai gostar. 

    -Sério? 

    -Bom, pelo que eu te conheço, acho que não. Mas prova. 

    -Ok. -Ela mordeu um pedaço do sanduíche na minha mão. E então mastigou. 

    -E aí? -Perguntei, e então ela assentiu que não com a cabeça, nos fazendo rir. -Viu, sabia.

    -Não é ruim, mas... -Bebeu o café gelado no canudo. -Sei lá, não tem gosto. -Riu.

    -Ah, a Sadie que é viciada nessas coisas. -Rimos. 

    -Coisa de vegetariana. -Riu e deu mais suco pra Alison, fazendo-a dar um suspiro, como se estivesse muito gostoso. -Ai, tá gostoso esse suquinho, amor?! -Millie a encheu de beijos na bochecha, e ela gargalhando. 

    -É amarradona nos sucos. -Ri e mandei um beijinho estalado pra ela. 

    -Hein, deixa te contar! 

    -Conta.

    -Adivinha quem voltou com o Jaeden?! -Abriu um sorriso.

    -Ih, é sério? -Perguntei empolgado.

    -Sim, a Lilia me contou ontem. Eles tiraram esses dias para se decidirem sobre isso, e voltaram.

    -Ontem mesmo?

    -Sim.

    -Tá, então eles meio que voltaram graças a nós...? 

    -Bom... Uma parte disso foi por nossa causa, então sim. -Ela riu e nós demos um soquinho na mão um do outro. 

    -E afinal, como eles ficaram depois daquele jantar? -Terminei o sanduíche. -O Jaeden ficou de me contar.

    -Então, no dia seguinte ela passou lá em casa pra me devolver os sapatos.

    -Sim, eu me lembro.

    -Daí ela conversou bem rápido comigo sobre o que rolou. E disse que eles falaram muito sobre eles dois, sobre a época em que eles namoraram. 

    -Hm.

    -E disse que o Jaeden se desculpou com ela e explicou o que realmente tinha acontecido. E que você estava certo.

    -Sabia, eu sou foda. 

    -Tá, e aí ele acabou a deixando em casa naquela noite. E ela convidou ele pra entrar. 

    -Ih, pronto.

    -Mas eles só conversaram mais um pouco e acabaram ficando. Daí os pais dela chegaram e acabaram com o clima.

    -Eles só ficaram? -Perguntei com uma expressão que ela conhece.

    -Ela teria me contado, Finn. 

    -Ok, eu sei. -Ri. -Continua. 

    -Tá. Daí ontem, quando ela me ligou, ela disse que eles saíram juntos de novo dois dias depois do jantar. E que aí eles decidiram voltar de vez. -Bebeu a bebida dela.

    -Ah, eu sabia que iriam. O Jaeden realmente gosta dela. 

    -É, eu percebi isso no jantar. -Abriu um sorrisinho. -Fiquei tão feliz por eles. 

    -Eu também fico. -Ri abafado. -Vou ligar pra ele depois.

    -Liga sim, ele vai gostar. -Ela disse e eu suspirei.

    -Bom... Vamos?

    -Não... -Lamentou. -Eu tenho muita coisa pra estudar em casa, acredite. 

    -Ah, tudo bem, eu te ajudo a dar uma relaxada à noite. 

    -Ai, vai fazer massagem em mim?! -Perguntou animada. 

    -Vou. -Bebi meu suco verde. -No seu clitóris, se puder. -Dei uma piscadinha pra ela.

    -Finn, menos. -Ela riu.

    -O quê? -Franzi a testa. -Faz um tempo que a gente não faz amor, ok?

    -Finn, nós transamos ontem. 

    -E daí, pra mim faz tempo. 

    -Ah, é mesmo? -Fez feição de convencida. 

    -Sim, é mesmo. -Respondi e pensei. -E... sei lá, talvez, se eu pensar por outro lado... -E ela me encarando. -Pode ser que ter te visto posando toda gostosa daquele jeito tenha me deixado um pouco excitado. Mas só um pouco. 

    -Ah, eu sabia! -Ela riu.

    -O quê?

    -Eu sabia que você tinha gostado do ensaio, Finn, admite! 

    -Não, nada a ver, eu só...

    -Você sabe que ficou nervoso à toa, Finn. -Abriu um sorrisinho. -Admite.

    -Millie, fala sério, não foi à toa.

    -Ah, não?

    -Não.

    -Hm... -Cruzou as pernas e ajeitou a Alison no colo. -Sabe, eu achei que nós fôssemos transar hoje, mas pelo visto não vamos. -Bebeu mais café.

    -Realmente, eu fiquei nervoso à toa. -Assenti que sim e ela riu. -Só percebi agora. 

    -Sei. -Abriu um sorrisinho outra vez. -Espertinho demais. 

    -Não, mas agora falando sério, teve uma coisa que eu gostei de saber nesse ensaio.

    -O quê?

    -Que a bonita aí vai ganhar um monte de lingerie da Playboy. -Sorri maliciosamente. -Disso eu gostei.

    -Ah, gostou?

    -Adorei.

    -Então saiba que é bom mesmo você saber que ficou nervoso à toa. Porque caso contrário, não iria ver quão lindas essas lingeries vão ficar no meu corpo.

    -Sabe, eu acho que fiquei nervoso à toa até demais. -Disse e ri com ela.

    -Você não existe. -Me admirou com um sorrisinho no rosto. -Mas escuta aqui...

    -Hm.

    -Só quando eu terminar os estudos. E se ela estiver dormindo. 

    -Claro. Você quem manda. -Terminei o meu suco. -E já que hoje eu tenho o dia inteiro livre, sabe o que eu vou fazer?

    -Dar banho no Doug, que está fedido, e passar as roupas da Alison? 

    -Eu ia dizer “tocar guitarra”, mas já vi que vai ser isso. 

    -Finn, de novo? -Me perguntou frustrada. 

    -O quê?

    -O Doug tem medo da guitarra, amor.

    -Não, foi só porque uma vez ela caiu do lado dele. Ele só tomou um susto. 

    -Então.

    -Mas ele não tem medo do som. -Disse e ela suspirou.

    -Você vai tocar guitarra comigo estudando e com a sua filha dormindo? 

    -Ah, vai ser baixinho, vai. 

    -Não pense que eu não sei que você se empolga.

    -Ok, dessa vez o volume não vai estar alto, eu prometo. -Disse e ela deu outro suspiro.

    -Tá. Mas olha aqui, se você se empolgar, eu vou desligar a sua guitarra.

    -Fica tranquila. -Disse e ouvi meu celular tocar. Era o Nick. -E aí? 

    -Parabéns, você vai ser tio. 

    Ok, por essa eu não esperava.

    -O quê? -Perguntei chocadíssimo, com um sorriso enorme no rosto. -Você tá falando sério?

    -Claro, mano, porra. -Ele riu. -A Jenna está grávida, vocês vão ser tios. 

    -Mano... -Sorri mais ainda. -Mano, puta que pariu, parabéns, porra! -Ri com ele, e a Millie com a testa franzida.

    -Nós descobrimos ontem à noite.

    -Cara, que foda! -Continuo chocado. Mano, eu vou ser tio. -Nicolas, que bom, mano! 

    -É, eu sei.

    -Meus pais já sabem?!

    -O que foi?! -Millie perguntou empolgada.

    -Ainda não, eu vou ligar pra eles. 

    -Puta que pariu, eu to muito feliz... -Rimos outra vez. -Muito, muito feliz mesmo.

    -Valeu, Finn.

    -Fala aqui com a Millie.

    -Ela tá aí?

    -Tá aqui comigo, fala aqui com ela. -A entreguei o celular.

    -O que houve?! -Me perguntou surpresa.

    -Fala com ele. -Sorri.

    -Oi, Nick. -Ela disse, ao encostar o celular na orelha. E então levou a mão à boca, ao suspirar surpresa. -É sério?! -Me admirou toda feliz, e eu ainda com o sorriso no rosto. -My love, parabéns! -Ela sorriu e lacrimejou. -Ai, meu Deus, eu estou tão feliz! Nick, parabéns, que coisa linda! -Continuou com o sorriso no rosto. -Tá, tudo bem. -Riu e esperou alguns segundos. -Jenna, oi! -Ela riu. -Sim, eu te disse, eu te falei! Parabéns, eu amei a notícia! -Sorriu e riu outra vez. -Claro, eu e o Finn, nós adoramos! -Ajeitou a Alison no colo. -Sim, tudo bem. Claro. -Riu outra vez. -Tchau, meus parabéns. -Sorriu e me deu o telefone. 

    -E aí, Jenna? -Sorri.

    -Oi, Finn. -Ela riu.

    -Olha, meus parabéns pra vocês. É sério, eu e Millie estamos felizes demais com isso, não sabem o quanto! -Rimos.

    -Obrigada, Finn, pelo carinho de vocês. Isso é muito importante. -Ela disse bem feliz e logo deu um suspiro. -Nós descobrimos ontem, mas só ligamos agora, porque eu estou exausta.

    -É sério?

    -Sim, eu estou muito cansada. Mas é normal, faz parte.

    -Sim, com certeza.

    -Enfim, nós ligamos para dar a notícia. Que bom que gostaram.

    -Claro, mas é claro que gostamos! -Rimos outra vez. -Parabéns, gente, mesmo.

    -Obrigada, Finn.

    -Ah, que isso. Vai descansar, é melhor. 

    -Sim, eu vou. -Riu. -Manda um beijo pra Millie e pra minha sobrinha linda. 

    -Pode deixar. -Ri. -Inclusive, a pequena aqui também ficou bem feliz com a novidade.

    -Que bom. -Rimos. 

    -Bom, pede pro Nicolas me ligar mais tarde.

    -Peço sim. Um beijo, Finn.

    -Tchau, Jenna. -Desliguei. E então me voltei à Millie.

    -Vamos nos abraçar? -Pediu empolgada.

    -Vamos. -Nos levantamos e nos abraçamos bem forte, no meio do shopping, mesmo. 

    -Ai, amor, que bom! -Ela riu. -Que felicidade!

    -Demais, Millie, nós vamos ser tios! -Rimos, ainda no abraço. 

    -Viu, eu disse que daria certo. -Ela sorriu e me deu um selinho nos lábios. -Minha princesa, você vai ter um priminho, meu amor! -A animou no colo. 

    -Vai ganhar um primo, filha! -A enchi de beijos, e ela toda feliz. -Ok, acho que depois dessa nós podemos ir pra casa. -Rimos.

    -Podemos. -Sorriu e a beijou outra vez. E nós fomos pegar o carro no estacionamento. 

 

    [...]

 

    E aqui estou eu, largado no sofá da sala, tocando minha guitarra, que estava conectada na caixa de som. E o volume realmente está baixo, porque a Millie está estudando no nosso quarto e a Alison está dormindo no berço. E só tem o Doug aqui de plateia olhando pra minha cara. 

    -Ok, Doug, o que você acha dessa? -A ajeitei nos meus braços e comecei a reproduzir outra nota grave na guitarra, a ouvindo da caixa de som. E ele ainda com cara de tacho me olhando. -O que foi, você tem mesmo medo disso? -A assenti para ele, que ameaçou ir para longe de mim. -Doug, meu amor, não vai fazer nada com você. -Disse, me referindo à guitarra. E ele ainda boladão. -Ok, já que você está assustado e teve que tomar banho hoje, eu vou fazer um som que você vai gostar. -Pensei um pouco. – De Guns N’ Roses, essa é boa. -Me ajeitei e comecei a tocar com bastante vontade um solo foda de guitarra dessa banda. E estava bom, muito bom. Eu adoro ir longe com o som dessa porra de instrumento perfeito, mas talvez eu acabe indo longe demais.

    -FINN!! -A ouvi chamar minha atenção lá do quarto, o que me fez parar com a música na mesma hora. 

    -Foi mal! -Respondi e me voltei ao Doug. -É melhor eu parar, ela vai ficar puta comigo. -Apertei os olhos e deixei a guitarra de lado. Daí eu percebi que meu celular tocava, e que era uma chamada de vídeo do Noah no nosso grupo. E quando eu entendi estavam ele, Gaten, e Caleb e Sadie na mesma câmera, porque ela deve estar na casa dele.

    -Ihh, reunião de condomínio, é? -Disse e ri com todos eles. 

    -E aí, Finnlard. -Disse Caleb.

    -E aí, Finn. -Gaten sorriu.

    -Fala, galera, qual foi? -Perguntei.

    -Finn, cadê a Millie? -Noah perguntou.

    -É, precisamos falar com ela. -Caleb respondeu.

    -A Millie está ocupada lá em cima. Por quê?

    -Ah, então deixa. -Noah respondeu. -Só queríamos resolver uma coisa. 

    -É importante? -Perguntei.

    -Não, relaxa. -Ele disse. -É só porque, na verdade, eu tenho duas coisas para discutir com vocês aqui. -Limpou a garganta. -A primeira é: 

    -Hm.

    -A Playboy postou uma foto da Millie com o dono da empresa e eu estou surtando. 

    -Sim, e a Millie postou a mesma foto no Instagram dela. -Disse Caleb.

    -Isso por acaso quer dizer que o ensaio fotográfico foi hoje? -Gaten peguntou.

    -Ai, meu Deus... -Dei um suspiro. -Foi, foi hoje.

    -AI, MEU PAI. -Noah levou sua mão à boca.

    -E AÍ, COMO FOI?! -Gaten perguntou.

    -É, CONTA TUDO! -Caleb pediu.

    -Por que é que vocês gritam tanto? -Sadie riu.

    -Pois é, Sadie, eu ia perguntar a mesma coisa! -Rimos, mas eu logo respondi o que eles queriam saber. -Gente, foi estranho, tá? Ela realmente ficou fantasiada, como uma coelhinha da Playboy. Só que assim... -Suspirei. -Foi aquilo, né. “Abre as pernas”, “fica de quatro”, “bunda empinada”, e as porra toda. Sabem como é. -E eles me olhando horrorizados. -Não me olhem assim não, mano. 

    -E vem cá, como é que tu ficou ouvindo essas coisas? -Caleb me perguntou. 

    -Ah, a Alison que me segurou, né. 

    -A Alison é perfeita, gente, tchau. -Disse Noah.

    -Ela é a salvadora da pátria, sempre foi. -Caleb concordou. 

    -E cadê ela? -Gaten perguntou.

    -Tá dormindo.

    -Mas e como a Millie ficou? -Sadie perguntou.

    -É, ela gostou do ensaio? 

    -Claro, ela gosta, porque é uma profissão dela, né. -Respondi. -Mas aí, a garota fez bem. Tenho nem o que reclamar, chamaram ela e não foi à toa.

    -Hmm, você quem diga. -Noah abriu um sorrisinho. 

    -Mas e aí, a gente vai poder ver essas fotos? 

    -Gente, é uma revista. Compra quem quiser, ué. 

    -Bom, eu só compraria pra me orgulhar do trabalho da Millie. -Gaten respondeu.

    -Eu também. -Disse Caleb. E aí a Sadie se voltou a ele. 

    -É mesmo? -O perguntou num tom que a gente conhece. 

    -Ih, rapaz. -Disse.

    -Claro, ruiva! -Ele respondeu.

    -Como se você não fosse abrir essa revista. 

    -Não, seria pela Millie! Eu me orgulho do trabalho de vocês!

    -Ah, e você tem alguma revista com a gente?! -O perguntou. -Tem alguma minha?!

    -Claro que tenho! 

    -Ok, isso foi perturbador. -Noah franziu a testa.

    -Shiu, a DR tá boa. -Respondi.

    -Não, esperem um minuto, isso é muito importante. -Sadie se voltou a ele. -Responde.

    -O quê?

    -Tem revista minha?

    -Claro.

    -Qual?

    -Ah... -Ele pensou com medo. -Aquela da... Vogue. -Sorriu sem jeito. E ela só o encarando. 

    -Você é muito esperto. -Riu e se voltou a nós.

    -Caleb, relaxa, eu te entendo. -Disse.

    -Valeu, Finn.

    -Por que será, hein? -Sadie riu.

    -Porque Finn e Caleb não valem nada. -Noah respondeu.

    -E você vale muito, mesmo. -Brinquei.

    -Valho sim, minha mãe que disse. 

    -Mas e aí, pessoal, o que vocês estavam fazendo? -Gaten perguntou.

    -É, ruiva, tu tá na casa do Caleb? -Perguntei.

    -Sim.

    -Até que enfim, né! -Ele reclamou. 

    -Ei, não é bem assim. -Ela riu.

    -E você, Finn, tava fazendo o quê? -Noah me perguntou. 

    -Nada, eu só fui tentar me distrair tocando guitarra, mas acho que traumatizei o meu cachorro.

    -Como assim? -Perguntaram e eu virei a câmera, mostrando o Doug sentado de frente pra mim, com as orelhas baixas e a cabeça virada para o lado. 

    -Meu cachorro tem medo da minha guitarra, eu não sei o que eu faço.

    -Ele tá bem?! 

    -Sei lá, mano, olha pra isso. -Assenti para o Doug. -Vem cá, filho, vem. -O chamei, mas ele se deitou no chão de barriga pra cima e abanou o rabo. -Alá, assim fica difícil. -Virei a câmera para mim. 

    -Boa sorte aí.

    -Ah, pois é. A Millie já não gosta da minha guitarra, agora vai gostar menos ainda. -Ri. -Triste.

    -Forças.

    -Valeu.

    -Alguma novidade, galera? -Caleb perguntou.

    -Não.

    -Não.

    -Não.

    -Também não.

    -Minha cunhada está grávida. -Respondi.

    -AI, SÉRIO?! -Noah sorriu.

    -Finn, que bom! -Sadie disse bem animada.

    -Que felicidade!

    -Pois é, eu e Millie estamos muito felizes.

    -Oww, vão ser tios! -Disse Gaten.

    -Primos pra Alison! -Caleb sorriu.

    -É, vai ser bom. Meu irmão me disse hoje. 

    -Dá parabéns pra eles.

    -Pode deixar. -Respondi. -Mas e aí, Noah, qual é a segunda coisa?

    -Quê?

    -Você disse que tinha duas coisas pra falar. A primeira já foi.

    -Ah, é?

    -Sim, porra.

    -Ah, é. Ok. -Limpou a garganta. -Então, gal, a páscoa já é mês que vem. 

    -Muito longe ainda. -Disse Gaten.

    -Tu quem pensa. -Respondi.

    -Ok, mas o que tem a páscoa? -Caleb perguntou. 

    -Tipo assim, a minha irmã escolheu ir pra casa do namorado escroto dela comer a porra do ovo dele. 

    -Pesado. -Ri.

    -Os meus pais vão comemorar na casa dos meus avós paternos, e meus tios vão estar lá. Daí eu me recusei a ir, porque eu odeio eles. Muito.

    -Que isso, por que tanto ódio? -Sadie perguntou.

    -É, revoltado. -Franzi a testa.

    -Porra, eles sempre me confundem com a Chloe.

    -Por que, mano?! -Ri.

    -Exato, eles fazem de propósito! -Bufou irritado. -Enfim, o ponto é: Não quero passar a páscoa sozinho com a Chantilly, então quero vocês aqui em casa comigo. 

    -Saquei.

    -Não é um convite, é uma ordem. -Ele disse. 

    -Ah, claro, porra. -Respondi.

    -Quando seria? -Gaten perguntou.

    -Porra, no dia da páscoa, né? -Noah respondeu.

    -Que dia é a páscoa? -Caleb perguntou.

    -Ah, mano, tchau.

    -Dia doze de abril. -Respondi.

    -Ih, gente, tá chegando! -Disse Caleb.

    -Jura?! -Perguntei de ironia. 

    -Por isso eu estou falando agora com vocês. -Disse Noah.

    -Tá, mas explica isso melhor. -Pedi.

    -Beleza. -Ele começou. -Vocês vêm pra cá dia doze e dormem aqui em casa, já que meus pais vão passar a noite fora. 

    -Já gostei. -Disse Caleb.

    -Eu também. -E Gaten. 

    -Noah, eu tenho filha pequena. -Respondi.

    -Eu sei, ela pode vir.

    -Mas fica difícil, né. Digo, aqui pelo menos tem o quarto dela, se precisar.

    -Finn, relaxa. Minha casa é a casa de vocês, podem fazer o que quiserem para ela ficar confortável aqui. Está tudo bem.

    -Tá, tudo bem, eu só vou ter que resolver isso melhor com a Millie depois.

    -De boa, sem pressão. -Ele respondeu. -Enfim, mas aí, pra ser algo diferente e divertido, eu decidi pesquisar na internet como fazer um amigo oculto virtual.

    -E deu certo?

    -Não. Então a minha mãe fez um pra mim, eu vou mandar o link no grupo e a gente faz agora. 

    -Pera, mas a Millie não está aqui.

    -Tudo bem, ela pode fazer depois.

    -Ok.

    -Ah, Finn, o nome da Alison também está no amigo oculto. 

    -Como assim?

    -Ué, ela vai participar. 

    -Que fofo, eu agradeço por ela. -Disse.

    -De nada. -Ele respondeu. -Ok, mandei o link. Façam. 

    -Beleza. -Respondi e acessei o negócio que ele mandou, enquanto eles faziam o mesmo. 

    -Pera, é pela conta do Google? -Caleb perguntou.

    -Sim.

    -Eu não sei a minha senha. -Disse Gaten.

    -Cria outra aí, mano. -Respondi.

    -Ai, tá bom. -Ele respondeu. E então eu percebi que tirei a Sadie no amigo oculto.

    -Beleza, eu já fiz. -Disse. 

    -Ok, o meu está carregando. -Caleb respondeu.

    -O meu foi. -Disse Noah.

    -Aqui também. 

    -Pera, eu tirei eu mesmo. -Gaten riu.

    -Ai, tá de saca? -Noah respondeu.

    -Não, é sério.

    -E agora? -Perguntei.

    -Façam tudo novo. 

    -Af, ok. -Respondemos e fizemos tudo de novo. E agora eu tirei o Noah.

    -Pera, era o mesmo link? -Sadie perguntou.

    -Sim.

    -Ué, o meu não abre. -Disse Gaten.

    -Gente, pelo amor de Deus. -Noah respondeu.

    -Pronto, abriu.

    -Amém. -Respondi.

    -Gaten, que tipo de chocolate você gosta?

    -Porra, Noah, é sério? -Perguntei frustrado. 

    -Ah, Noah, porra. -Disse Caleb.

    -O quê?!

    -Ninguém sabe que você tirou o Gaten. -Disse de ironia. 

    -Quê?! -Ele perguntou, como se convencesse alguém. Mas não convenceu. -Tá, vai, de novo.

    E fizemos tudo de novo. E agora eu tirei a Millie.

    -Nem amigo oculto a gente sabe fazer. -Gaten riu.

    -O Noah não sabe. -Caleb riu.

    -Ok, fiz. -Disse Sadie

    -Eu também. -Respondi.

    -Três.

    -Pronto.

    -Agora esperem, eu vou criar uma conta pra Alison. -Disse. -Assim eu sorteio alguém por ela. 

    -Ok, enquanto isso, cada um diz a preferência do chocolate. -Noah pediu.

    -Eu gosto de meio amargo. -Gaten respondeu.

    -Eu como qualquer um. -Respondi.

    -Eu gosto de branco ou ao leite. -Disse Noah.

    -Eu não como chocolate branco.

    -Percebemos, Sadie. -Noah riu.

    -Vai se foder, mano. -Ri de volta.

    -É, mó sem graça. -Disse Caleb.

    -Malz.

    -Eu gosto de algum que tenha flocos crocantes. -Disse Caleb. -Sou diversificado. 

    -Show.

    -A Millie come qualquer um, menos amargo. -Respondi por ela. 

    -Beleza. 

    -E a Alison? 

    -É, a Alison come chocolate?

    -Não, de jeito nenhum. -Respondi, ainda concentrado no celular. 

    -Mas e aí, quem tirou ela compra o quê?

    -Pois é.

    -Tá, seguinte, a Alison não come doce. Então se quiserem dar alguma coisa pra ela, pode ser uma pelúcia, algum brinquedinho, ela gosta de qualquer coisa. 

    -Perfeita e sensata. -Disse Noah.

    -Iti, linda.

    -Ai, imagina ela na páscoa.

    -Oww, a primeira páscoa dela vai ser com a gente! -Sadie sorriu.

    -Pois é, sejam gratos. -Brinquei.

    -Claro que nós somos! -Eles responderam. E então a “Alison” tirou o Noah. 

    -Beleza, gente, eu já sorteei pela Alison. Só falta a Millie.

    -Não esquece de falar com ela tá, Finn? -Noah pediu.

    -Relaxem, eu falo agora. 

    -Ai, gente, vai ser tão feliz essa páscoa.

    -Vai mesmo, socorro.

    -É, depois eu só vou ver se... -Ia dizendo, até que eu notei que a Millie parou no meio da escada e me admirou.

    -Eu já estou surtando, de tanta dor de cabeça. -Ela disse. -Então vem transar comigo. Agora. -E eu levantei as sobrancelhas.

    -Ok. -Assenti que sim. -Já vou subir. 

    -Ótimo. -Ela respondeu e voltou para o quarto.

    -Pois é, agora sim ela vai estra ocupada. -Disse Caleb.

    -Vai terminar o dia bem, hein, Finn. -Gaten brincou. 

    -É, como vocês puderam perceber, eu sou um escravo sexual. -Me ajeitei no sofá. -Sofro.

    -Ah, coitado, gente. -Noah disse de ironia. 

    -É, porra, nem reclama. -Caleb riu.

    -Eu não reclamo de nada, eu agradeço. -Ri e me levantei do sofá, indo acariciar o Doug. -Bom, é isso. Eu vou desligar, preciso ir transar com a minha mulher. 

    -Percebemos.

    -Eu também preciso. -Caleb brincou.

    -Ah, é mesmo?! -Sadie riu.

    -Tão vendo, sou eu que sofro. -Ele assentiu que não com a cabeça. 

    -Pelo menos tem namorada. -Noah reclamou. 

    -E você tem namorado. -Ri com eles, e o Noah mostrou o dedo do meio. -É isso, galera. Tchau.

    -Tchau, Finn.

    -Beijos.

    -Boa transa. -Gaten riu, nos fazend rir junto.

    -Vão se foder. -Ri e encerrei a chamada. E então me voltei ao Doug. -Olha aqui. -Me agachei ao lado dele. -Eu vou ter uma conversa com a sua mãe na cama e você vai vigiar sua irmã, tá? -Sorri pra ele e o enchi de beijos. -Meu garoto. -Dei uns tapinhas nele.

 

    E fui para o segundo andar me resolver com a Millie.

 

 


Notas Finais


E AÍ, GAL?! O QUE ACHARAM?!
Bom, o ensaio já foi. Vamos esperar sair essa revista KKKKK, coitado do Finn, meu pai.
Galera, vem coisa boa aí, hein. Talvez até "coisas boas", então vamos acompanhar isso pra ver como vai ser. E pra ver até onde a coisa boa vai, né. Só sei que até eu estou ansiosa, ui! (sorriso bem animado)
Ok, agora me deixem ir, porque minha tendinite está me matando. Aproveitem essa quarentena em casa, e lavem as mãos.
Beijos, povo lindo!! Até o próximo <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...