História Am I Loving You? - 2 Temp. - O grande início de uma nova vida.

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    -Posso autorizar a entrada? -Perguntou a doutora, mais uma vez.

    Eu e Finn ficamos surpresos. E muito felizes, é claro.

    -Claro, sem problemas! São praticamente da nossa família. -Afirmei com um enorme sorriso no rosto. -Peça para que entrem daqui a cinco minutos, por favor.

    -Tudo bem. -Ela assentiu com a cabeça e se retirou da sala.

    -Wow! Que incrível, eles vieram mesmo?! -Perguntou Finn.

    -Pelo visto! Mas o David não estava viajando a trabalho?!

    -Não faço ideia. Estava?

    -Ihh, sei lá. Quando eles entrarem a gente pergunta. Isso é, se eu conseguir dizer alguma coisa, né?! Já estou me preparando pra chorar até não aguentar mais.

    -Oww, tadinha, ela está sensível!

    -Para de zoar da minha sensibilidade! -Disse em meio de risadas.

    -Só achei fofo! -Ele disse rindo comigo, mas logo prestei atenção em Alison, que havia desgarrado de meu peito. Acho que se deu por satisfeita, espero eu.

    -Finn, pode segurar.

    -Já?!

    -Pois é. Se ela quiser mais, ela vai chorar.

    -Não to preparado pra ouvir choro dela. Eu vou chorar junto.

    -Sério?! -Perguntei rindo um pouco.

    -Cara, meu coração some quando eu vejo bebê chorando.

    -Oww, tadinho! Olha só quem está sensível agora!

    -Porra. Virou o jogo legal, né? Maneiro.

    -Ah, claro.

    -Ahh, mas me deixa segurar! Estou nervoso pra caceta, Millie, me ajuda. -Ele disse, me fazendo rir.

    -Finn, só segura! -Disse, e ele logo a retirou de meus braços. Pegou-a do jeito mais delicado possível.

    A situação me fez rir. Ele requeria uma atenção e delicadeza enorme ao apoiá-la em seus braços.

    Eu não pude deixar de chorar. Não fazem ideia do quão lindo foi ver essa cena, bem na minha frente.

    Ela era tão pequena, que sumia nos braços dele. Era uma coisa maravilhosamente fofa de se ver.

    Achei mais fofo ainda pelo fato de ter visto nitidamente a lágrima escorrendo dos olhos dele.

    -Millie, ela é muito leve. -Ele dizia, com um sorriso largo no rosto e com seus olhos marejados. -Eu to muito emocionado, cara!

    -Eu sei, eu te entendo!

    -Ela é tão perfeita, que parece um anjo. -Ele disse, enquanto acariciava a bochecha tão macia que ela tinha. -Assim como você.

    Olha, vocês me desculpem, mas não tem como não chorar. Puta que pariu.

    -Pelo amor de Deus, me beija. -Pedi num desespero só, pelo fato de o amar tanto.

    Ele riu um pouco, mas logo nos beijamos mais uma vez, com nossa filha presente.

    Permanecemos nos admirando com sorrisos no rosto, até que outra coisa nos chama a atenção.

    -Abre logo, Joe!

    -Calma, tem que abrir a porta devagar!

    -Mas tu fica lerdando! É só... Ui, porra. Quase fui no chão, agora.

    -Eu falei pra você tomar cuidado com o degrau. -Eles iam sussurrando, nos fazendo morrer de rir.

    -Respeita a idade, já não sabe que estou velho?!

    -Porra, hein! Disse O papai Noel! -Disse Joe enquanto David fechava a porta do quarto, e logo bateram os olhares em nós. -A.

    -B.

    -C.

    -D.

    -E.

    -F DE FILLIE.

    -CARALHO, EU TIVE UM DERRAME.

    -O MEU AINDA ESTÁ TERMINANDO. AGUENTA AÍ.

    Eu juro que não conseguia saber quem era o mais retardado, mas tudo bem. Já estou bastante acostumada.

    -SEU DERRAME JÁ ACABOU?

    -JÁ SIM, JOE. OBRIGADO, FILHO.

    -NÃO POR ISSO.

    -O QUE EU DIGO AGORA?

    -NÃO SEI.

    -CARALHO, EU TO EM CHOQUE.

    -SÃO FINN WOLFHARD...

    -E MILLIE BOBBY BROWN...

    -COM SUA FILHA, ALISON WOLFHARD BROWN.

    -Gente...? -Disse um pouco preocupada pelo fato deles não terem se mexido a partir do momento em que nos olharam.

    -AA. MILLIE BROWN FALOU COM A GENTE.

    -EU SEI. O QUE A GENTE FAZ?

    -ESPERA O FINN DIZER ALGUMA COISA.

    -Ihh, cacete... -Disse Finn.

    -A.

    -A.

    -Se vocês continuarem me assustando, eu vou até aí com esse soro na veia e bato em vocês dois. -Disse para brincar.

    -Pronto, paramos.

    -Desculpa aí.

    -Então...

    -AAAAHHH, OLHA A FILHA DELES!

    -A FILHA DELES, MEU DEUS, AVE MARIA, MEU ZELOSO GAURADOR...

    -Shhhiu! Gente, nós estamos num hospital! Vão expulsar vocês! -Disse Finn e eu ri novamente.

    -Desculpa, mas eu não aguento! IIIIHHH, QUE COISA LINDA!

    -Desisto...

    -DAVID, É NOSSA SOBRINHA! NOSSA SOBRINHA! SO-BRI-NHA.

    -SIM, EU SEI! CACETEEE!

    -OLHA ELA MIÚDA NO COLO DO FINN! -Disse Joe enquanto quase soluçava de tanto chorar. David já parecia um riacho.

    -QUANDO ELA VAI FICAR LÁ EM CASA PRA EU CUIDAR?!

    -NADA DISSO, NA MINHA PRIMEIRO!

    -Pessoal...

    -MAS EU ME APAIXONEI PRIMEIRO!

    -EU VI PRIMEIRO!

    -Galera...

    -EU SEI, MAS...

    -DAVID HARBOUR E JOE KERRY! SOSSEGUEM! -Disse Finn e eles logo se despertaram. -Gente, por favor, se acalmem!

    -Desculpa. É muita ansiedade, é muita fofura!

    -Exatamente, mas agora vamos nos acalmar um pouco. Foi mal, mais uma vez.

    -Tudo bem, só se acalmem.

    -Bom... MILLIE, QUE SAU... Opa, perdões. -Disse David, me fazendo rir bastante. -Millie, que saudade que eu estava de você! -Ele terminou e me abraçou com bastante força.

    Nossa, que alívio enorme ao matar essa saudade tão absurda.

    O abracei como se nunca mais fosse o soltar. Se bem que eu não queria soltar mesmo.

    -Como você está?! Como foi?!

    -Ah, eu estou um pouco cansada e dolorida, mas fica tranquilo, ocorreu tudo bem. O parto foi muito tranquilo.

    -Graças a Deus! Eu e Joe ficamos preocupados demais e precisávamos ver vocês. -Ele disse, me fazendo abrir um enorme sorriso.

    -Obrigada, David, pelo carinho tão grande. Eu amo muito vocês.

    -Nós também te amamos, viu, moça?! -Disse Joe vindo me abraçar.

    -Joe, muito obrigada por ter me trazido até aqui. Eu fiquei tão nervosa quando a bolsa estourou, que eu não sabia o que fazer!

    -Pois é, e estava conversando com o Joe enquanto nós esperávamos pra entrar. O parto não era pra hoje, era?! -Perguntou David após dar os parabéns para Finn.

    -Não, não era. Veio total de surpresa.

    -Mills, porque não tentou me ligar?! Não tinha nenhuma chamada perdida sua!

    -Pois é, você não estava viajando?!

    -Há dois dias atrás! Não sabia que eu estava de volta?!

    -Juro que não!

    -Mas aí eu consegui te trazer! -Disse Joe. -E tudo está maravilhosamente bem.

    -Obrigada, mais uma vez. Sério, você não sabe a quão grata eu sou.

    -Nós sabemos, Mills. Fica tranquila. -Ele terminou, me fazendo dar um sorriso.

    -Gente, sentem aí. Fiquem em pé não. -Disse Finn, se referindo ao grande sofá que havia no quarto.

    -Sim, nós vamos...

    -É que...

    -Só... Queríamos saber se...

    -Rs, vocês sabem... Rs.

    -Querem segurar? -Perguntou Finn.

    -Que?! Hahaha, quem disse isso, seu bobo?!

    -Por favor, a menina acabou de nascer, quer ficar com os papais! Fica tranquilo!

    -É, Finn, tá de boas, cara. Super tranquilo.

    -Relaxa aí, brother.

    Eu e Finn só sabíamos rir, enquanto eles ficavam com cara de tacho.

    Ele então se levantou da poltrona, com Alison ainda em seu colo, e foi se dirigindo aos meninos.

    -Puta que pariu, lá vem. -Disse David, bem ansioso e nervoso, por sinal.

    -Meu Deus, tomara que eu exploda de tanta felicidade. -Disse Joe, no mesmo nervosismo.

    -Pronto. Segura direito, tá? -Disse Finn, enquanto a posicionava nos braços de David.

    -No meu colo. No meu colo, meu Deus, tá no meu colo. -Cara, ele estava em choque. Aquilo estava sendo inédito.

    -Santo Cristo... -Disse Joe. Outro que estava pasmo. -Pode tocar?!

    -Pode, mas sem tumulto. -Disse Finn, e eles logo a acariciaram bem delicadamente. Não paravam de chorar um segundo sequer.

    -O-oi, Ali... Você é linda demais, muito linda... -David gaguejava bastante, à denuncia das tantas lágrimas que escorriam de seus olhos.

    -Caralho, que princesa, mano... -Disse Joe.

    David ainda tentava dizer algo, até que fez uma feição como de quem fosse chorar mais ainda. E foi o que aconteceu. Só lágrimas escorriam.

    -Que que está acontecendo? -Perguntei um pouco preocupada.

    -Também quero saber... -Afirmou Joe.

    -Eu estou chorando em silêncio... -Respondeu David, com a voz bem falhada. Eu só soube rir. Não esperava por uma reação tão engraçada daquelas.

    -Ah, meu Deus, MEU DEUS! Ela abriu o olho! OWWWW! DEIXA EU PEGAR!

    -Segura ela, porque eu não vou aguentar. -Disse David ao enxugar seu rosto, enquanto Joe pegava Alison no colo.

    -Olha esse gorrinho com orelhinha! AAA, ESSA PULSEIRINHA COM O NOME DELA! -Ele ia se desesperando mais ainda. -Gente do céu... Eu to muito, mas muito chocado...

    -A gente percebe!

    -Isso é tão incrível... Nossa, eu vou dar tanta coisa pra ela de presente, meu Deus.

    -Ah, e eu também. Vou mimar essa garota o máximo que eu puder. -Disse David.

    -Não vai mesmo! -Disse Finn, em meio de risadas.

    -Puta que pariu, eu to apaixonado. Parabéns pra vocês dois, hein! Fizeram uma cria perfeita.

    -Obrigada. -Agradeci, rindo junto de Finn.

    Ele logo pegou Alison novamente e a colocou em meus braços, finalizando com um selinho na testa dela.

    -Nossa. Eu nunca vou me esquecer desse momento.

    -Nem eu! Nunca chorei tanto!

    -Eu estava no quinto sono. O Joe me ligou e eu não estava entendendo porra nenhuma. Eu só entendia “HDBBQLELIQLFIQIEDB”, daí depois ele disse “A FILHA DE FILLIE NASCEU.” E nisso eu quase enfartei do coração e vim o mais rápido que pude. Ai ai...

    -Eu que nunca vou esquecer dessa ligação da Millie no meio da noite. Eu fiquei maluco.

    -E vocês estão reclamando do que?! Quem ficou fodido na história toda fui eu!

    -Amor, aonde você estava quando eu te liguei?

    -IIIIIIHHH, CHAMOU DE AMOR! LAIJERBFILQBÇOF!

    -ITI SENHOR, EU OUVI!

    -Ihh, vocês dois, hein! Porra, te contar!

    -“Vocês dois” digo eu! Casal lindo da porra!

    -Vão receber prêmio de melhor casal, fazendo o favor, vão. Coisa linda do cacete, eu hein.

    -Caralho, eu nunca pensei que fosse rir tanto em um hospital! Puta merda! -Disse Finn, gargalhando horrores. -Enfim, respondendo à sua pergunta, Mills, meu celular tinha ficado sem bateria desde o momento que eu entrei no avião. Meu irmão também não estava com o celular, só vi sua mensagem quando cheguei em casa.

    -Que merda, hein. Só pra saber, você não veio dirigindo que nem louco não, né?!

    -...

    -Finn! Nós já conversamos sobre isso, tem que tomar cuidado!

    -Eu sei, Mills, mas eu quase morri de preocupação! Quer que eu venha dirigindo como?!

    -Ok, mas toma mais cuidado da próxima vez.

    -Claro, eu vou. -Ele respondeu, e nós logo percebemos que os outros dois cochichavam cheios de sorrisinhos no rosto.

    -Estão com algum problema aí? -Perguntei rindo com Finn, de sacanagem mesmo.

    -Ai, gente, é porque vocês são lindos demais assim! Que cacete, hein!

    -É, cara! Mano, que casal foda! Comprem logo alianças e se casem, pelo amor de Deus!

    -Na verdade... -Eu disse, mostrando minha mão esquerda para eles. A mesma que tomava o soro na veia.

    Nossa, eles piraram.

    -O QUE?!

    -PERA QUE?!

    -FILLIE SE CASOU E EU NEM SOUBE?!

    -CARALHO, QUE?!

    -Gente, calma, pelo amor de Deus! Nós vamos explicar! -Disse Finn.

    -Então expliquem!

    -Tá, ok! No dia do meu aniversário, eu pedi ela em casamento... -Fodeu. Lá vou eu chorar de novo. -E ela aceitou. No dia do ano novo, ela me deu as alianças e nós colocamos um no outro. Estamos praticamente casados, até porque agora a gente mora juntos. Vamos ser oficialmente casados mais pra frente.

    -Puta.

    -Que.

    -Pariu.

    -COMO A GENTE NÃO SOUBE DISSO ANTES?!

    -VOCÊS SÃO MUITO FILHOS DA PUTA! CARALHO, EU AMO VOCÊS!

    -Nós sabemos disso! -Disse enxugando meu rosto.

    -De que são filhos da puta?

    -Ah, disso a gente sempre soube.

    -Mas gente, caralho! Alianças?!

    -Alianças. Ouro. Mão esquerda. Conhecem?! -Disse Finn para brincar.

    -Tem nome na aliança também?! Só o que falta pra eu morrer!

    -Bom, se você tiver coragem de ver... -Disse Finn.

    -Ah, não. Parem. -Disse Joe se levantando e Finn logo retirou sua aliança do dedo, mostrando-a para ele.

    -David, caralho.

    -Eu mesmo.

    -Tá escrito “Millie”.

    -TÁ DE CAÔ?!

    -Quem me dera se eu tivesse! -Ele disse encantado, fazendo David ir atrás.

    -IIIIIHHHH, QUE COISA LINDA! MERMÃO, QUE BEAUTIFUL! NÃO ESTOU PASSANDO BEM!

    -NEM EU! NEM EU!

    -E na da Millie... -Disse, enquanto se virava para mim. -Na sua tem...

    -Aham... Tem sim.

    -Meu psicológico não aguenta isso não. Um beijo.

    -Vocês ainda ganham prêmio de melhor casal. Escutem o que eu to dizendo.

    -Nós já ganhamos. -Disse Finn, me abrindo um largo sorriso, enquanto acariciava nossa filha. Aquilo me fez arrepiar.

    Abri um sorriso maior ainda e apliquei um selinho em seus lábios.

    -Caralho, David, eu vi se conhecendo.

    -Caralho, Joe, eu também vi se conhecendo.

    -Sabem do que eu estava me lembrando? Do dia que eu fui no trailer do Finn pra chamar ele e aí eu descobri que a Millie estava tomando banho lá porque eles tinham transado, cara. Quem diria esse momento agora, né não?!

    -Ué, mas nesse dia você não apareceu lá não. -Afirmou Finn com a testa franzida.

    -Óbvio que sim, cara! Lembra não?! Vocês iam conversar com os Duffers por causa da cena de Mileven...

    -Ah, então foi dessa vez que você foi lá?

    -Como assim, “Dessa vez”? Você não se lembra de quando... AH MEU DEUS, PERA.

    -Ah... Esquece.

   -NÃO NÃO, CALMA AÍ! VOCÊ QUER DIZER QUE... COMO ASSIM, “DESSA VEZ”?!

    -Gente, não está muito frio nesse quarto não?! Mills, quer água? -Ele perguntou tentando disfarçar e eu ria intensamente.

    -MAS... CALMA, PERA AÍ... QUE?!

    -Oi?

    -MAS, FINN...

    -Falou comigo?

    -PUTA QUE...

    -Cara, vocês são tão ridículos, que eu amo vocês! -Disse em meio de risadas, tentando cortar o clima.

    -E coloca ridículo nisso! -Disse Finn.

    O assunto acabou sendo esquecido, e nós permanecemos durante um tempo conversando sobre tudo que tínhamos direito e matando a saudade. Foi ótimo vivenciar aquele momento daquele jeito. Ter a presença de todos eles naquele momento tão importante pra mim era algo que me fazia um bem enorme.

    -Gente, podem nos dar licença um minuto? Quero falar a sós com o Finn.

    -Claro, Mills. É melhor a gente já ir se despedindo, porque já esta tarde. -Disse Joe, se levantando com David.

    -Pois é, mas dessa vez nos veremos o mais rápido possível! Isso e garanto. -Continuou David, me fazendo sorrir.

    Me abraçaram e se despediram de Alison, que dormia em meu colo. Logo saíram do quarto, deixando Finn a sós comigo.

    Entrelacei nossos dedos e comecei a acariciar sua mão.

    -Obrigada.

    -Pelo que?

    -Por estar aqui comigo. -Disse e ele sorriu novamente.

    -E desde quando isso foi um favor pra você ter que agradecer? É óbvio que eu viria. É óbvio que eu vou ficar contigo, Millie. Fica tranquila, tá? -Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. -É melhor eu ir. Já está tarde, você está cansada e precisa de repouso. Precisa descansar.

    -E daqui a pouco a doutora vai te tirar daqui à força, né?

    -O que eu posso fazer? É impossível ficar longe de vocês duas. -Ele disse se referindo a mim e à Alison.

    -Ah, como se pra mim fosse super possível ficar sem você. -Disse rindo um pouco, mas logo nos beijamos.

    -Amanhã eu volto. Eu prometo. -Afirmou, ainda acariciando minha mão. -Que horas quer que eu venha?

    -Não faço ideia. Assim que eu acordar eu te ligo.

    -Ok. Vai querer que eu traga alguma coisa?

    -Não precisa. No dia de ir embora você traz.

    -Ok.

    -Ahh, eu não quero que você vá! -Disse um pouco manhosa.

    -Nem eu. Eu até dormiria nessa maca apertada contigo.

    -Owww, assim você parece fofo!

    -E eu não sou fofo?!

    -É, mas não parece! Por exemplo, as suas veias. Quem vê parece que é bruto pra caralho e nem um pouco fofo.

    -Minhas veias?! -Ele perguntou gargalhando.

    -Porra, Finn. Fala sério, essas suas veias saltadas me matam de tesão. Sai daqui que tá ficando calor.

    -É ótimo saber disso! -Ele continuou rindo comigo. Mas eu não estava brincando. Eu tenho um tesão do caralho nas veias dele. E não digo só as do braço. Puta merda, esqueçam o que eu disse.

    -Ei, me manda uma foto do nosso cão de liquidação. To morrendo de saudades dele. -Disse enquanto ele se levantava da poltrona ao meu lado.

    -Pode deixar. Acho que alguém vai roubar seu lugar na cama hoje, hein...

    -Ai dele se roubar. E vê se para de dar nossa comida de café da manhã pra ele. Tenho medo dele passar mal.

    -Ah, foram só algumas vezes. Relaxa. -Aplicou um beijo molhado em meus lábios, novamente. Um beijo mais demorado e bem gostoso. -Eu te amo. -Ele sussurrou acompanhado de um lindo sorriso.

    -Também te amo. -Sussurrei de volta e ele logo se voltou à Alison.

    Aplicou um beijo em sua cabeça, que estava coberta pelo fofo gorro brando de orelhinhas.

    -Papai também te ama, tá? -Sorri ao ouvir aquilo e ele logo se dirigiu à porta.  -Se ficar com saudades e quiser me ligar, liga. Ouviu, né?!

    -Ouvi, Finnie! -Gargalhei um pouco.

    -Quer saber? -Ele disse e logo começou a retirar o moletom.

    Comecei a franzir a testa, até que ele começou a tirar a camisa. Quase fiquei louca.

    -Que que você tá fazendo?! -Eu perguntei, sem deixar de rir um minuto sequer.

    -Relaxa. -Ele disse após retirar a camisa e começou a vestir o moletom novamente. -Pra você dormir bem. -Terminou e logo atirou sua blusa em mim, me fazendo rir novamente enquanto meus olhos marejavam.

    Agarrei sua blusa e a cheirei com meus olhos fechados. O cheiro dele era maravilhoso e inesquecível. Dormir agarrada a ele, sentindo seu tão maravilhoso aroma, era algo que eu não conseguiria viver sem. Algo que me faz ser uma das mulheres mais sortudas desse mundo.

    -Agora eu vou estar aqui com você.

    -Você sempre esteve. -Afirmei e logo o mostrei o lindo pingente de estrela que havia em meu cordão.

    Fui compreendida com seu sorriso, mais uma vez, relaxando a minha alma por completo.

    -Finnie? -O chamei enquanto ele girava a maçaneta, fazendo-o virar para mim. -Posso te pedir uma coisa?

    -Sim.

    -Nunca pense que não estou contigo. Estarei sempre aqui, basta você chamar. E nunca se esqueça de que eu te amo.

    Como pode existir um sorriso tão perfeito daquele? Esse garoto não existe, de tão perfeito que é.

    -Nunca vou me esquecer. Também nunca vou me esquecer do quanto eu te amo. -Ele disse e eu respondi com outro sorriso, mas logo foi substituído por uma feição que ele sabia muito bem qual era. -Quer mais alguma coisa? -Perguntou, mesmo já sabendo da resposta.

    -Traz um chocolate pra mim amanhã?  -Perguntei manhosa, mais uma vez. Ele achava aquilo bem fofo.

    -Trago, gulosa! -Riu comigo e logo se foi.

    Acariciei Alison, mais uma vez.

    Eu só conseguia agradecer a Deus por tudo aquilo e nada mais. Só conseguia agradecer por todo aquele amor envolvido e por todas aquelas bênçãos que vieram acontecendo em minha vida.

    E agradeci, por saber que essa próxima fase de minha vida começará da melhor forma, do melhor jeito e com as melhores pessoas que se possa desejar.

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    Eu saí daquele hospital da melhor forma possível. Eu juro, foi algo totalmente surreal. Até agora eu não acredito no sonho que acabou de se tornar realidade.

    Eu não podia estar sorrindo de forma mais verdadeira.

    Me despedi dos meninos e eles logo foram para suas casas. E eu também fui.

    Dessa vez eu dirigia numa calmaria só. Era uma felicidade e paz sem tamanho.

    Só de lembrar do rosto dela, do tamanho dela, do peso dela... Já me dá vontade de chorar pelo tamanho do orgulho e da felicidade que habitam em meu peito. E o que deixa mais feliz ainda, além do fato de Alison ter nascido, é em saber que Millie é a mãe. É a mãe de minha filha, e a ama tanto quanto eu amo.

    Foi só chegar em casa, que eu quase morri de rir. Tanto de felicidade quanto pela situação.

    Doug pulava em mim, sem pudor algum, enquanto carregava uma calcinha rendada de Millie na boca. Esse cachorro é foda. No sentido bom, é óbvio.

    -Garoto, o que que você fez?! -Eu perguntava sem cessar as gargalhadas. Sim, ainda era tarde da madrugada. -Como que tu achou isso, cara? -Perguntava, sem deixar de acariciar um fio de sua tão macia pelugem.

    Permaneci me divertindo com esse cão retardado que eu tanto amo e logo ajeitei as coisas para, finalmente, conseguir dormir.

    Tomei uma ducha bem relaxante e fui para a cozinha comer alguma coisa. Confesso que dei um pedaço de meu sanduíche pro Doug, mas foi bem pequeno, pois não quero que ele passe mal. Eu não conseguia dizer “não” para aquela cara de cachorro abandonado que ele fazia. Era o meu ponto fraco.

    Apaguei as luzes e fui para o segundo andar com ele.

    Me dirigia ao quarto para dormir, até que passo em frente ao quarto de Alison. Não pude deixar de entrar, sendo assim, eu entrei.

    Permaneci imaginando-a no quarto dela, após tantos meses esperando. Foi uma ansiedade só, e ainda continua sendo. Somente em saber que faltam dois dias para ela vir pra casa com Millie.

    Eu fiquei tão emocionado, que ainda a sinto em meus braços.

    Não me segurei e fui até a cômoda, onde haviam as coisas de bebê necessárias para ela.

    Permaneci analisando, até que achei o que procurava. O teste de gravidez que Millie havia feito há meses atrás.

    Peguei e o admirei com meus olhos marejados.

    -Quem diria que hoje eu teria te carregado no colo pela primeira vez? -Disse com um sorriso sem tamanho.

    Ficaria ali pro resto da noite, se não fosse pelo alto latido de Doug, que estava sentado ao meu lado.

    -Já sei, impaciente. Vem, vamos dormir. -Guardei o teste e voltei para o quarto meu e de Millie.

    Escovei os dentes e finalmente me deitei.

    Dei um longo suspiro e logo me assustei pelo que aconteceu.

    Doug subiu em cima de mim e permaneceu sentado em minha barriga.

    -Vai deitar, vai. Deixa de ser chato. -Pedi e ele começou a dar uns chorinhos de manha enquanto abanava o rabo.

    Eu achei aquilo tão engraçado, que decidi gravar um Stories dele no Instagram.

    -Que que você quer? Hein?! -Eu dizia rindo bastante e ele não parava de abanar o rabo enquanto mantinha a cabeça virada para o lado. -VOU PEGAR, VOU PEGAR! -Disse e ele deu um pulo em cima de mim, como quem estivesse doido pra brincar. Confesso que machucou um pouco, mas eu só sabia rir. Até que ele bateu com a pata em meu celular e me fez parar de gravar.

    Marquei a Millie no vídeo com a legenda “Estamos com saudades” finalizando com um coração vermelho.

Era algo bem engraçado, pois eu sabia que os Fillie shippers iriam à loucura com esse vídeo. E eu estava certo.

    Como já disse, eu e Millie nunca relevamos nada a ninguém, mas não existem mais dúvidas algumas de que eu e Millie, somos agora de fato, um casal. Acho que também não duvidam nada de que ela estava grávida, o que acabou gerando uma polêmica do caralho. Mas nós tomamos providências disso. Nós explicaremos em outro momento.

    As únicas dúvidas que eles ainda poderiam ter, eram se nós estávamos morando juntos, mas eles ainda descobrirão esse fato histórico. Se é que já não descobriram.

    Permaneci acariciando Doug para acalmá-lo, pois estava bastante agitado.

    Pensei em ligar para meus pais ou para os pais de Millie para contar tudo que havia acontecido, mas eram quase 4:30 da manhã, então não daria certo. É melhor avisar a todos, no dia seguinte.

    Minha ansiedade só aumentava.

    Doug, finalmente, começou a relaxar ainda em cima de mim. Permaneceu deitado em meu corpo, com as patas nas laterais do mesmo, com a cabeça apoiada em meu peitoral, deixando seu focinho quase colado em meu pescoço.

    Admirava aquele momento com um largo sorriso e com uma enorme felicidade.

    Parava pra pensar sobre minha vida, e realmente, ela é uma loucura.

    Quando eu iria pensar que dividiria a casa, como um casal, tendo apenas 18 anos de idade? Quando eu iria pensar que nessa idade eu teria o primeiro filho? Que eu seria pai de uma menina perfeita que acabou de nascer com perfeitas condições de saúde e financeiras?

    Sendo bem sincero, isso chega a ser mais do que loucura. Chega a ir além disso.

    Mas de uma coisa é certo. É certo de que essa loucura não teria acontecido da forma mais feliz e mais emocionante do mundo como aconteceu.

    Sendo assim, eu nunca me arrependerei de nada em minha vida. Já prometi isso uma vez ao assoprar as velas de 18 anos e eu continuarei cumprindo. Até o meu último dia de vida.

    Me despertei de meus pensamentos, após ouvir a alta e profunda respiração de Doug, pelo fato dele ter entrado em sono profundo.

    Abri um sorriso e sussurrei:

    -A sua irmãzinha vai chegar logo logo pra ficar com você. Vão crescer e brincar juntos o quanto vocês quiserem. E pode ficar tranquilo, ela vai te amar no primeiro momento em que te ver. Assim como você também a amará. Eu prometo.