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História Am I Loving You? - 2 Temp. - Vai ser ressaca em dobro.


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


Cara, era pra eu ter postado isso há muitas horas atrás, mas fiquei tãããão enrolada e tão puta com tudo, que só to conseguindo postar isso agora. Até discuti com o cara do Uber, MAS QUEM SE IMPORTA?!?!?!?!
VAMOS VER LOGO NO QUE ESSA BRINCADEIRA TODA DEU E NO QUE AINDA VAI DAR!!!
UHULES, BEIJOS BEIJOS <3

Capítulo 77 - 2 Temp. - Vai ser ressaca em dobro.


    E aqui estamos nós. No bar mais próximo que encontramos, um sentado de frente pro outro, enquanto eu a assisto descontar a raiva e a mágoa em shot de tequila. Já estamos aqui faz um tempo, mas logo iremos embora, pois não a deixarei passar do décimo shot. E acreditem, ela já está no sétimo.

    -Aqui está, moça. -O garçom parou ao nosso lado, despertando-a por estar com as mãos no rosto. -A dose simples, como pediu.

    -Valeu. -Assentiu para ele, fazendo-o ir embora. Pegou o copinho e o estendeu. -Ao meu aniversário. -Sorriu meio torto, já estando alta. -E à minha família de merda. -Levou à boca e o virou por inteiro, apoiando a testa em sua mão e deixando o copinho na mesa com um pouco de brutalidade, como se tivesse ficado meio fraca. E então levou as costas da mão à boca.

    -Você acabou de tomar uma dose dupla. -Cruzei meus braços. -E agora tomou uma simples, já são oito doses, Millie.

    -E daí, Finn? -Me perguntou meio devagar, mal raciocinava.

    -Não quer parar? -Perguntei, fazendo-a assentir que não com o dedo para mim.

    -Não paro até fazer efeito. -Disse, me fazendo rir.

    -Você acha mesmo que não fez efeito?!

    -Não, porque eu ainda me lembro dessa merda de dia, e... -Assentiu que não com a cabeça. -É.

    -Isso não tem efeito imediato, Millie, já chega. Já tomou demais, não é bom pra você.

    -Quem se importa?

    -Eu me importo. -Disse, fazendo-a dar uma risada abafada.

    -Você se importa. -Começou a mexer nos meus dedos, como se estivesse pensando em alguma coisa. -Só você... -Lacrimejou.

    -Não é verdade.

    -E daí? Ninguém liga pra verdade. -Enxugou uma lágrima e me admirou outra vez. -Só me contam mentiras, e... Mentiras, mentiras e mais mentiras. -Enxugou outra lágrima. -Só sabem fazer isso, mesmo... -Disse meio devagar e deu de ombros. -Por que está comigo? Eu devo ser mentirosa também.

    -Eu conheço você, Millie. E você não é mentirosa.

    -Tá na porra do meu DNA. -Riu e deu batidinhas no seu braço, no local de onde se tira sangue. -Se eu acabar virando uma... víbora, mentirosa, infeliz, ou... -Outra lágrima. -Você me larga, pro seu bem.

    -Eu não vou te largar. -Disse, deixando-a calada. Até que pegou em minhas mãos na mesa e me admirou.

    -Mais um.

    -Não.

    -Por favor!

    -Já chega, Millie.

    -Agh, mas que frase chata! Não aguento mais ouvir isso! -Deu um tapinha na mesa e cruzou os braços, virando o rosto de mim.

    -Tudo bem, olha aqui. -Pedi e nada, então dei um suspiro. -Millie.

    -O quê?

    -Eu não quero mais que beba, porque já bebeu demais. Isso não vai fazer bem pra você. -Terminei e ela simplesmente aproximou o tronco de mim, com a cabeça apoiada em sua mão.

    -Isso é a única coisa que vai me fazer bem.

    -Não vai. -Assenti que não. -Está falando devagar, seus olhos já estão vermelhos.

    -Porque eu não paro de chorar!

    -Não, porque você não para de beber. -Sei lá, só quero que ela desista de se embebedar cada vez mais.

    E ficamos os dois se encarando. Ela com cara de pidona e eu pensando sobre aquilo.

    -Millie, eu só quero o seu bem.

    -Eu sei disso. -Pegou em minha mão outra vez. -Só entenda o meu lado, por favor. -Terminou, me fazendo dar um breve suspiro. Pois sim, conseguiu me convencer.

    -O último. -Respondi e levantei minha mão para chamar o garçom. E então ele veio.

    -Pois não?

    -Me traz mais uma dose simples, por favor.

    -Não, dose dupla, por favor. -Ela abriu um sorrisinho pro cara.

    -Nada de dose dupla. -Disse para ela, me voltando ao homem em seguida. -Simples, por favor.

    -Fiiinn! -Me olhou exausta, num tom pidão.

    -O que foi?

    -Bom, será só isso? -Ele perguntou.

    -Sim, só isso. -Respondi.

    -Não! -Ela riu. -Vem cá, vem cá. -Chamou o cara para perto. -Me traz aquela... -Fraziu a testa. -Aquela com o...

    -Sal e limão? -Ele perguntou, fazendo-a abrir um sorrisinho.

    -Isso. -Assentiu que sim.

    -Tudo bem, dose simples de tequila com sal e limão. Como na primeira, certo? -Perguntou para ela.

    -“Como na primeira”? -Franziu a testa e olhou para mim. -Quantas eu já tomei?

    -Oito. -Respondi sem saco.

    -“Oito”?! -Gargalhou. -Não, não, eu bebi três.

    -Bebeu oito. E vai beber a nona agora. -Respondi para ela, que ainda franzia a testa.

    -Tá, traz como quiser. -Ela disse para o homem num tom sem paciência.

    -Como na primeira dose, por favor. -Pedi.

    -Tudo bem, volto já. -Respondeu e saiu. E então me voltei para a Millie, que tinha a cabeça apoiada na mão e os olhos fechados.

    -Já não se lembra de quantas virou? -Perguntei, fazendo-a abrir os olhos. E permaneceu me admirando durante um tempo. Um bom tempo mesmo.

    -Você é tão lindo. -E continuava me admirando. -Fica comigo, fica?

    -Millie, eu sou o seu namorado. -Disse, fazendo-a assentir que sim com a cabeça.

    -Graças a Deus... -Passou as mãos no rosto, como se estivesse exausta. E o cobriu por alguns segundos, até que deu um largo suspiro. -Sabe o que me estressa?

    -Hm.

    -Isso me estressa. -Assentiu para tudo em volta dela. -Tudo me estressa, esse mundo me estressa. Entendeu, esse negócio de... -Assentiu que não com a cabeça, tentando encontrar a palavra certa. -E tipo, foi tudo por minha causa, sabe?! -Apontou para si, ao falar meio atordoada. -A mentira foi pra mim, aquela... mulher, vaca veio de lá... -Apontou para o outro lado do bar. -Lá da casa do caralho pra quê?! -Colocou as mãos na testa indignada. -Pra me fazer mal, porque sempre foi assim, Finn. -Se aproximou de mim de novo. -Essa mulher tem invejinha de mim. -Debochou e riu. -Ela tem inveja da merda dos milhões que eu tenho, e...

    -Shh, fala baixo. -Pedi e ela fez.

    -Tem inveja da minha fama, da minha sorte, da minha vida. Entendeu? Ela me odeia, Finn, ela queria ser eu. -Bateu em seu peito. -Ela queria ser eu, porque sabe que a minha vida é incrível! -Riu outra vez. -Ela sabe que eu tenho saúde, sabe que eu sou jovem, que eu sou gostosa, eu sou rica! Daí eu sou rica e gostosa pra caralho, entendeu, meio mundo me quer porque eu não sou igual àquela velha que me xinga e... Entendeu? -Ainda atordoada, porém falando a verdade. E eu apenas a ouvindo. -Ela sabe que eu tenho um puto de um marido foda, tá?! Porque você é marido, não é namorado de ninguém, você é o MEU marido.

    -Ok, só não se exalta.

    -Mas é isso! Ela sabe que eu tenho um puto de um marido foda e gostoso, sabe que nós somos novos, e que a gente transa gostoso pra caralho todo santo dia, ela sabe dessa merda toda. -Assentiu que sim com a cabeça. -Sabe por que que essa mulher é tão chatinha?

    -Hm, por quê?

    -Porque ela não trepa. -Deu de ombros. -Aposto que ela nunca gozou, deve nem saber o que é isso.

    -É, pode ser.

    -Ter aquela sensação de estar gozando com a pessoa que ama, aquela sensação de ser tão desejada, aquela sensação de tipo “puta que pariu, como gozar é gostoso!” ela nunca sentiu isso. -Riu, sem dar a mínima. -To errada?!

    -Não mesmo.

    -É, eu sabia... -Revirou os olhos. -E ainda vou além, tá?

    -Hm.

    -Sabe por que ela fala da minha filha?

    -Por quê?

    -Porque... -Abriu um sorrisinho. -Ela seeempre, sempre quis ter uma menina.

    -Bom, ela teve a sua mãe. -Disse, fazendo-a assentir que não com o dedo pra mim. Ainda com o sorrisinho no rosto.

    -Não sendo a primeira filha. -Sussurrou e começou a rir. -Teve os primeiros quatro filhos homens. -Mostrou quatro dedos. -Ela nunca quis ter tanto filho assim, mas só pararia depois que viesse a menina que ela queria. Daí veio a quinta filha, uma mulher dessa vez, a minha mãe. E você acha que ela ficou satisfeita? -Assentiu que não com a cabeça. -A única menininha que ela tanto quis, veio problemática. É surtada.

    -Não fala assim da sua mãe, Millie.

    -Finn. -Pegou em minhas mãos. -A minha mãe é surtada. -Disse pausadamente.

    -Por que diz isso?

    -Porque eu sei sobre o passado dela. -Respondeu meio devagar e ficou um tempo em silêncio. -Ela é louca, Finn. -Terminou e cruzou os braços. Não sei até que ponto é verdade ou não, não sei até que ponto é o álcool falando por ela, ou se a verdade está sendo dita por causa do álcool. Mas não é hora para perguntas.

    -Com licença. -O moço voltou, depositando um copinho de shot na frente na dela, tendo um pedaço de limão preso entre bordas dele. E depositou também um potinho com um pouco de sal na mesa.

    -Obrigado. -Agradeci por ela e ele se foi.

    -É difícil ser eu. -Abriu um sorrisinho irônico e colocou um pouquinho de sal nas costas de sua mão, mas estava tão atordoada, que caía mais sal para fora do que na mão dela. -Bem difícil mesmo. -Pegou o pedaço do limão, e com a outra mão pegou o shot, o estendendo outra vez. -Ao meu aniversário. -Revirou os olhos e deu um suspiro. -E à minha família de... Foda-se. -Lambeu o sal, virou a tequila à baixo e mordeu o pedaço do limão, apertando os olhos em seguida. -Puta que pariu! -Deixou o copinho de mal jeito, fazendo-o cair. E então jogou sua cabeça para trás. -Wow! -Gargalhou durante um bom tempo. -Esse foi forte, hein! -Se voltou a mim e voltou a gargalhar. Mas gargalhava mesmo, chegava a lacrimejar.

    -Tá bem? -Perguntei, enquanto ela recuperava o fôlego, mesmo ainda em meio de algumas risadas.

    -Bebe um pouco, vai. -Continuou rindo.

    -Nem pensar, eu estou dirigindo.

    -E daí?! A gente dorme nos seus pais!

    -Continuo dirigindo.

    -Af, então a gente dorme aqui, olha que lugar legal!

    -Desiste, eu não vou beber.

    -“Desiste, eu não vou beber.” -Debochou, em meio de risadas. E eu sério na minha. -Ai, amooor...

    -Que é?

    -Vem aqui pro meu lado, eu quero te beijar.

    -Vamos pro carro e a gente se beija.

    -Não, eu quero ficar... -Pediu manhosa.

    -Mas você não vai beber mais nada. -Disse, e ela fez o número um pra mim, com cara de pidona. -Não.

    -Só mais um.

    -Não.

    -O último.

    -Não.

    -Vai, eu pago depois. -Olhou para os lados de si mesma. -Cadê minha mochila?

    -Você deixou no carro.

    -Putz. -Abriu um sorrisinho e desviou os olhares dos meus, começando a mexer nos cabelos.

    -Eu não quero que você pare de beber pelo dinheiro, quero que pare porque não é bom pra você.

    -Por quê?

    -“Por quê” o quê? -Perguntei e ela deu de ombros.

    -Sei lá, você quem disse.

    -Disse o quê?

    -Que eu não posso beber.

    -Eu não disse isso, você pode sim beber. Já é maior de idade.

    -Sério?! -Abriu um sorriso. -Estamos esperando o quê, então?! -Riu. -Garçom, trás mais duas!

    -Millie! -A chamei a atenção. -Não trás não! -Assenti para o garçom.

    -Finn Wolfhard!

    -Millie Brown! -Respondi, fazendo-a gargalhar.

    -Que que é?! -Me olhou de cima a baixo e abriu um sorrisinho -Gostoso.

    -Ok, podemos ir embora?

    -Por quê, já que você disse que eu posso beber?!

    -Porque você já bebeu demais! Olha o seu estado, só tende a piorar!

    -E daí que já bebi demais?! -Cruzou os braços e riu de deboche. -É porque sou “Millie Bobby Brown”?! -Debochou de seu nome.

    -Não, Millie, é claro que...

    -“Millie Bobby Brown não pode ser grossa”, “Millie Bobby Brown não pode ter filhos”, “Millie Bobby Brown não pode transar”, “Millie Bobby Brown não pode fumar, não pode beber, não pode fazer nada de errado, porque é um exemplo para criancinhas e menininhas” -Cruzou os braços e revirou os olhos. -Viu como as pessoas são? -Permaneci quieto. -Por que é que o meu nome importa tanto, hein?! Por que o mundo é tão sensível?! Eu não posso fazer nada, que já vira tumulto! Já vira fofoca, já vira exemplo para pessoas inúteis que não tem o que fazer da vida e me usam como espelho! Por quê?!

    -Porque você é uma influenciadora, Millie.

    -E daí?! Eu sou um ser humano, sou de carne e osso! Eu faço merda, eu penso besteira, eu sinto raiva de pessoas, eu xingo, eu faço o que eu quiser! É isso que a merda do mundo não consegue entender, “Millie Bobby Brown não pode fazer isso.”, “Millie Bobby Brown fez a minha filha ficar grávida.”, Millie Bobby Foda-se! Ninguém tem nada a ver com a minha vida, entendeu?! Porra, me deixem viver a minha vida me paz!

    -Millie...

    -E daí que eu tive uma filha?! Eu sou uma pessoa normal, eu sinto tesão, eu transo, eu tenho um útero e engravidei! O que tem de tão “Oh, meu Deus!” nisso?! Não tem nada demais, calem a porra da boca! Se a filhinha do papai engravidou, o problema é dela! Se a criancinha me ver bêbada na rua e achar que isso é legal, o problema é dela! Meu Deus do céu, mas que coisa ruim, que falta de liberdade! -Cruzou os braços e olhou para mim. -Eu to errada?!

    -Não.

    -Então pronto! Eu hein, que idiotas, ficam fazendo coisas só porque eu faço! Pergunta, eu pergunto, eu sou Deus?! -Me perguntou.

    -Não.

    -Não, eu tenho que ser Deus, porque não é possível! -Estendeu o braço. -Garçom, por favor!

    -Millie, não pede mais nada.

    -Eu não vou pedir nada.

    -Pois não? -O garçom perguntou.

    -Olha só, me responde, uma coisa. -Limpou a garganta. -Eu sou Deus? -Perguntou, fazendo-o franzir a testa. -Me responde o que você vê aqui, porque não é possível.

    -Millie...

    -Não, deixe ele responder.

    -O que eu respondo? -Ele me perguntou.

    -Que não.

    -Não. -Respondeu.

    -Tá vendo?! Não tem motivo algum pra me imitarem, seja lá o que eu fizer! Mas que coisa escrota!

    -Me desculpem, precisam de mais alguma coisa?

    -Não, pode ir embora. -Ela respondeu.

    -Tudo bem, pode apenas me entregar sua identidade outra vez? -Pediu, fazendo-a olhar para ele com uma feição de exausta.

    -Por que é que você não pesquisa no Google? -Perguntou, deixando-o em silêncio. -É só você digitar a porra do meu nome que vai aparecer: Aniversário: a data de hoje de 2004. E bem embaixo vai estar escrito “18 anos”, é simples!

    -Não é mais a data de hoje, já é dia seguinte. -Tirei a identidade dela do bolso. -Vai dar uma da manhã. -A entreguei para o cara.

    -Obrigado, eu volto já. -A pegou e saiu dali.

    -Por que isso estava com você?!

    -Eu sabia que você iria esquecer na mochila, então eu a peguei quando saímos do carro.

    -Ainn, que amor... -Pegou em minhas mãos e as beijou. -Fica aqui do meu lado, vem... -Me acariciou com vontade no braço.

    -Vamos embora.

    -Aqui está, foi o gerente quem pediu. -Me devolveu a identidade dela.

    -Tudo bem, obrigado. -A guardei no bolso e ele saiu dali.

    -Beleza, vamos.

    -Não, eu quero mais um. -Pediu manhosa outra vez. E eu decidi ir na dela.

    -Quer mais um?

    -Quero.

    -Então em casa a gente toma mais um. -Disse, fazendo-a abrir um sorrisinho. -Mais quantos você quiser.

    -Aceito.

    -Então... -Peguei uma nota alta de dinheiro do meu bolso, pois deve ter dado caro. Ela bebeu nove shots de tequila, sendo que uma delas foi dose dupla. E o que sobrar do dinheiro fica de gorjeta pro cara. -Vambora. -Deixei o dinheiro na mesa e me levantei, indo para o lado dela em seguida.

    Se levantou com dificuldade, se segurando na mesa e na parede.

    -Eu estou tonta. -Ela riu.

    -Ah, eu sei que está. -Envolvi a cintura dela e passei seu braço por trás de meu pescoço. -Vem, vamos pro carro.

    -Não, espera. -Me parou.

    -O que foi?

    -Eu quero fazer xixi.

    -Não dá pra fazer me casa? -Perguntei e ela assentiu que não, me fazendo dar um suspiro. -Tá, Millie, vem. -Fui com ela até um homem que polia os copos do bar. -Por favor, onde é o banheiro?

    -Corredor à direita. -Apontou.

    -Obrigado. -Fui até lá com a Millie, entrando no banheiro com ela.

    -Ei, isso é de menina.

    -E daí?

    -Você é menino.

    -E daí?

    -Vão brigar com você.

    -Que briguem, você não entra aí bêbada sozinha.

    -Finn!

    -Sozinha você não entra, Millie. Vamos. -E então entrei com ela. A cabine era minúscula, sendo assim eu a esperei na porta do lado de fora.

    -Ei! -Uma mulher me olhou torto, após entrar no banheiro.

    -Sou gay. -Disse, e ela ainda me olhava torto. E então eu dei um suspiro e tapei meus olhos. -Melhorou? -Perguntei. E após alguns segundos os destapei, percebendo que ela já estava em algumas das cabines. -Como se ela fosse abaixar as calças e mijar aqui na minha frente, existe cabine pra quê? -Pensei alto. -Eu hein, frescura.

    -Tá falando comigo? -Millie perguntou.

    -Não. -Olhei as horas em meu celular. -Millie, já se passaram três minutos. Quantos litros de urina cabem na sua bexiga?! -Perguntei e ela gargalhou.

    -Engraçado.

    -Tá, falta muito?

    -Não, eu já terminei há muito tempo.

    -E não saiu daí ainda por quê?

    -Porque você tá na frente da porta, não dá pra abrir. -Ela disse e eu me toquei, a porta abre para fora.

    -Porra. -Disse e a abri pra ela. E então ela foi lavar as mãos.

    As lavava em meio de risadas, não parava de rir. Até que foi enxugar as mãos.

    -Ué, cadê o papel?

    -Não tem papel, é essa máquina que sai vento quente.

    -Quê?! -Riu outra vez. -Onde?!

    -Na sua frente. -Disse e ela se tocou.

    -Ah. -Aproximou suas mãos do negócio, até que começou a sair vento junto de um barulho muito alto. -AAAH! -Deu um grito e saiu dali correndo, me abraçando bem forte em seguida, o que me fez rir pelo susto que ela levou. -Não, não! -Continuava me agarrando.

    -Millie, o que foi?! -Ri pela situação. E a máquina logo parou de emitir o som estrondoso.

    -Cadê?! -Olhou para o negócio de secar as mãos, ainda abraçada comigo.

    -Foi só o barulho, Millie.

    -Não, eu quero sair daqui. -Escondeu o rosto em mim.

    -É sério que você se assustou?!

    -Sim, eu quero ir embora. -Ela disse, me fazendo rir de canto bobamente. E então a envolvi na cintura outra vez.

    Saímos do bar, já estando no estacionamento. E então fomos até o carro.

    Abri a porta do carona pra ela, sendo assim ela entrou. Então dei a volta e logo entrei também, fechando a porta sem seguida.

    Coloquei o cinto de segurança nela e em mim, começando a dar a partida do carro.

    E assim fui, enquanto seguia pelas estradas de Atlanta com rumo à nossa casa, em plena madrugada. Até que as ruas estavam movimentadas ainda, achei que não fossem estar. E durante os dez minutos de estrada que se passaram, eu achei que a Millie já tivesse pego no sono. Mas percebi que não, após ela ligar o rádio e escolher uma estação qualquer. Até que aumentou o volume bruscamente, me fazendo abaixá-lo em seguida.

    -Ei! -Ela raclamou.

    -Não precisa dessa música aos berros. -Disse e ela riu.

    -Ai eres un dolor en el, pero es tan sabroso... -Riu outra vez.

    -Na minha língua, por favor.

    -Me quer gemendo na sua língua? -Me abriu um sorrisinho. -Así que me gusta.

    -Independente do que você esteja falando, encosta a cabeça e dorme.

    -Sólo duermo después de amarte en la cama. -Voltou a rir.

    -Você está agitada, se acalma um pouquinho, vai.

    -Ai, Finn, sabes que no estoy bien, estoy borracho, estoy loco, queriendo dar, dame un descuento, vete! -Deu um suspiro.

    -E ela continua falando em espanhol.

    -Sé que si digo lo que en la moral me siento, sabes, sé que no va a hacer la diferencia, porque, cielos!

    -Tá doida demais, meu Deus do céu...

    -Estoy realmente loca, porque quiero! Me encanta volverme loca, estoy doidonaaa! -E voltou a gargalhar. -Quiero tener sexo, muy sexo, dale!

    -Pelo visto ainda não terminou.

    -Finnieee! -Gargalhou outra vez e me acariciou. -Ai, amor, eu te amo. -Ainda ria. -Te quiero, te quiero más! Te quiero MUCHO! -Riu e me encheu de beijos no braço.

    -Obrigado pelos beijos, eu também te amo.

    -Eu sei que me ama, sempre me amou. -Riu outra vez. -Eu sempre soube que seria você. -Me deu dois tapinhas no ombro e voltou à sua posição normal. Ficou quieta no banco do carona, mas não por muito tempo.

    Simplesmente tirou o cinto de segurança e se ajeitou melhor no banco.

    -Millie, coloca o cinto.

    -Não. -Respondeu, me fazendo revirar os olhos.

    -Eu não vou pedir de novo.

    -Eu sei que não. -Me abriu um sorrisinho e se aproximou de mim, começando a me encher de beijos no pescoço.

    -Millie... -Respirei fundo na tentativa de me conter. -Millie, para.

    -Não, amor... -Disse meio manhosa e os intensificou ainda mais. -Eu quero você... -Continuou com os beijos.

    -Millie, eu estou dirigindo.

    -Shh, para de falar.

    -Millie, eu...

    -Shhh... -Encostou o dedo indicador em meus lábios e voltou a fazer as maravilhas que fazia antes, agora começando a abrir alguns dos botões da minha camisa social, já me deixando com vontade. Porém eu preciso me conter.

    Continuava beijando meu pescoço e começou a acariciar meu tronco com bastante vontade, também aumentando a minha.

    -Eu to louca por você... -Riu maliciosamente ao sussurrar no meu ouvido. -Gostoso... -Mordeu minha orelha e voltou a se deliciar de meu pescoço, o que acabou me fazendo soltar um suspiro por prazer. Que ela quer dar eu sei, só não sei se evito que isso aconteça, como já estou fazendo, ou se eu acelero para chegarmos mais rápido em casa para nos divertirmos. O foda é que eu não quero transar com ela bêbada assim, é covardia.

    -Millie...

    -Você não quer...? -Me perguntou num tom sensual, e então acariciou meu membro, notando que eu já comecei a ficar duro. Aí fodeu. -Se você tá com vontade, não evita... -Me acariciou e lambeu meu pescoço. -Pode comer a bucetinha que você quer... -Abriu um sorrisinho, me deixando todo arrepiado depois dessa. Eu juro que to me controlando ao máximo, mas aí ela pega no meu rosto e o vira, beijando meus lábios dessa vez. E eu confesso que não quis parar, mas estava dirigindo. Porém antes de eu poder pensar em qualquer coisa, escuto a buzina de algum carro que vinha na outra pista, me fazendo desviar bruscamente. E então nós rimos um pouco pela situação.

    -Millie, volta pro seu lugar. -Disse após me recuperar um pouco, mesmo sabendo que ela não iria me obedecer.

    -Quer que eu tire a minha calcinha pra você? -Aí ela me fode.

    Se afastou de mim e começou a tirar a calcinha mesmo, bem devagar. Achei que ela tivesse zoando, mas pelo visto não estava.

    -Ei, tá fazendo o quê?

    -Facilitando o seu trabalho. -Riu e a jogou em meu colo, me fazendo pegá-la cheio de vontade. E puta que pariu, tava encharcada. Até passei a língua nos lábios.

    -Você tá molhada, hein.

    -Se você soubesse o tamanho do tesão que uma mulher bêbada sente... -Disse e voltou a me beijar no pescoço. -Saberia que o meu tesão por você chega a ser maior ainda... -E a minha excitação aumenta, a cada vez que ela sussurra pra mim e que me beija no pescoço, já soltando arfados por prazer bem no meu ouvido. Mas eu ainda sei de que não posso transar com ela, não está nem consciente do que está fazendo. Eu não posso fazer isso com ela, de jeito nenhum.

    -Millie, você não sabe o que tá fazendo... -Disse com dificuldade.

    -Sim, eu sei o que estou fazendo. -Me beijou nos lábios outra vez, sorte que foi rápido. -Eu estou te convencendo a dar um jeito em mim essa noite, porque eu estou toda molhadinha pra você... -Ela disse meio atordoada, me fazendo morder o lábio. Pelo amor de Deus, não deixa levar. -Eu te mostro, já que você não acredita. -Se afastou de mim e abriu um pouco as suas pernas. E tudo o que eu queria que ela não fizesse, ela fez. Começou a enfiar dois dedos bem lá dentro, molhando mais ainda tudo o que eu queria estar chupando bem agora. Porém mantive postura. -Hmm... -Fechou os olhos e mordeu o lábio. -Ahh... -Aí não, gemer já é golpe baixo. -Hmm, isso... -Abriu um sorriso e acelerou um pouco os movimentos que fazia. Até que graças a Deus os retirou de dentro dela, mas insatisfeita os passou delicadamente em meu lábio inferior, o que me fez o umedecer de imediato.

    -Que delícia... -Sussurrei para mim mesmo, ao sentir o gosto da excitação dela.

    -Para o carro, vai...

    -Não, Millie, eu não vou transar com você agora.

    -Sim, você vai.

    -Por quê?

    -Porque eu não vou te obedecer. E eu quero saber o que você faz comigo quando eu não te obedeço... -Sorriu outra vez e voltou para o meu pescoço. -Um pouquinho só, vai...

    -Amanhã.

    -Amanhã não, agora.

    -Agora não, Millie. Você está bêbada, e...

    -Finn, pelo amor de Deus! O meu dia foi uma merda, eu não aguento mais chorar e ficar triste por isso, tive que virar uns vinte shots de tequila à baixo pra ficar bêbada e agora eu estou! E daí que eu não vou me lembrar?! Você pode fazer isso, é meu marido! Só, pelo amor de Deus, me faz ficar um pouco satisfeita, vai! -Ela terminou manhosa.

    Realmente, o dia dela foi uma merda. O próprio aniversário foi do caralho de tão ruim. Não acho que ela esteja tão alcoolizada ao ponto de eu contar isso pra ela amanhã e ela se arrepender, mas está bêbada o suficiente para não se lembrar de nada. Mas de uma coisa que ela disse é certa: Sou o marido dela. Não qualquer pessoa, não um namoradinho qualquer que vai se aproveitar dela bêbada por covardia, e ela sabe disso. Eu mesmo sei disso. Ela confia em mim e quer que eu a deixe satisfeita com apenas alguns minutos de prazer, é o mínimo que eu posso fazer por ela.

    Então foda-se, é hoje que a gente fode no carro.

    -É isso mesmo que você quer? -Perguntei.

    -Sim! -Abriu um sorriso.

    -Então encosta. -Pedi.

    -Não vou encostar.

    -Encosta, Millie.

    -Eu não vou te...

    -Você já está ganhando o que deve por não me obedecer, encosta agora. -Pedi num tom meio grosso, fazendo-a abrir um sorrisinho. E então fez o que eu pedi, enquanto eu simplesmente saía do meio da estrada com o carro, o estacionando num canto escuro que não fosse atrapalhar a ida e vinda de nenhum veículo. -Agora a gente não sai daqui até você gritar enquanto goza. -Abri as pernas dela e caí de boca naquela buceta molhada e deliciosa, começando a chupar todinha.

    Foi só eu começar a fazer isso, que ela se largou total. Ficou toda largada no banco, com as pernas todas abertas pra mim, obviamente também por eu as estar segurando. E logo começou a arranhar tudo que podia dentro do carro pelo prazer que ela sentia.

    Está tão atordoada, que quando não escuto gemidos simultâneos, escuto risadas. Risadas por estar satisfeita, risadas de prazer, risadas que terminavam em gemidos, com certeza. Tudo porque ela mal raciocina, mas tudo bem, estou fazendo isso somente por ela. É óbvio que eu amo chupar ela, mas no momento eu faço somente por ela.

    -Isso tá bom pra caralho... -Disse e deu uma risada, voltando a gemer em seguida, ao pegar em meus cabelos como se estivesse meio fraca. -Me chupa toda, vai... -Me pediu num tom cansado.

    Continuava a chupando com vontade, confesso. Segurava com força em suas coxas para que ficasse quieta, sabe-se lá o que o álcool vai fazer com ela sentindo prazer assim só porque a domino com a minha língua, a enchendo de lambida e saliva exatamente onde ela mais gosta. E é claro, alternando sempre na velocidade da chupada, o que a deixa louca. E por isso ela não para de gemer.

    -Isso... -Ela disse num tom bem atordoado. E vai continuar assim até o final, porque ela está entregue a mim e ao álcool das nove doses de tequila que ela bebeu minutos atrás. E o final que eu me refiro não é o final completo da nossa possível foda no carro, e sim somente quando ela gozar. O objetivo é deixá-la satisfeita, e não eu me divertir com ela desse jeito.

    Não sei se devo esperar ela gozar na minha boca ou enquanto senta em mim, só sei de que ela quer sentir prazer de algum jeito. Melhor continuar a chupando e deixar que ela decida o que vai querer, apesar de eu estar a fim que ela sente em mim.

    -Finn... -Me chamou meio manhosa e ofegante.

    -O quê? -Me voltei à ela, que me admirava com um sorrisinho no rosto.

    -Continua... -Pegou em meus cabelos e se abriu mais ainda pra mim, me fazendo abrir um sorrisinho de canto. E antes de voltar a chupar ela todinha como estava fazendo antes, apenas a acariciei. A acariciei na parte inferior de sua coxa, indo direto para seu ponto delicioso e agora completamente molhado. Não só por minha saliva, mas também pela excitação dela que já até escorria. Sentir isso na minha língua é maravilhoso. E após eu a acariciar por vontade minha, a ajeitei melhor no banco, a trazendo mais para mim. E voltei a ouvir seus gemidos de tesão absurdo, enquanto eu a chupava sem pudor algum.

    E assim eu permaneci, mas não por muito tempo. Pois como eu disse, não fazia ideia do que ela estaria a fim de fazer ou não. Mas eu logo tive a certeza do que era, quando ela começou a me afastar um pouquinho, mas ainda querendo que eu não parasse. Só que eu entendi qual foi a dela.

    Dei fim ao que eu fazia e me afastei dela, me ajeitando melhor no banco do carro. E ela percebeu o motivo, então não esperou mais um segundo sequer e logo veio até mim, se sentando em meu colo em seguida.

    Pegou com força na gola de minha camisa e nós começamos a nos beijar como se não nos beijássemos há muito tempo. Estava intenso demais, algo quase descontrolado, assim como ela estava nesse momento, que já até fazia o vai e vem por estar desesperada de tesão.

    -Pera aí... -Parei de beijá-la e comecei a abrir minha calça, mas ela pegou em meu rosto e voltou a me beijar. Até demorei para voltar ao que eu estava fazendo, porque o beijo estava do caralho de bom. -Espera... -A afastei um pouco e abri o zíper da calça, conseguindo retirar o meu membro dali. E ela ficou tão feliz depois dessa, que eu nem sei como descrever. Só sei de que eu logo comecei a adentrá-la devagar, mas quem disse que ela queria esperar? Sentou com tudo nele e foda-se o meu ato carinhoso de não querer machucar, mas tudo bem.

    Começou a sentar forte a partir dali e não parou mais, mas estava bem satisfeita, pois também não parou mais de gemer com vontade. E eu não vou mentir, tava muito gostoso. O fato de estarmos fazendo sexo no carro completamente escuro, parado em qualquer lugar da estrada, onde qualquer carro que passasse por ali saberia o que estaria acontecendo entre nós dois, pelo carro com certeza já estar balançando por causa dos nossos movimentos, que ficam mais fortes a cada segundo.

    Minhas mãos permaneciam encaixadas bem na dobrinha da coxa dela, às vezes presas à sua cintura, a incentivando mais ainda nos movimentos que ela fazia em cima de mim. E é claro que eu não deixava de acariciar o corpo maravilhoso que ela tem por nada, ia e vinha com minhas mãos, as subia e descia por todo seu tronco. Sei que ela adora, e eu adoro ainda mais.

    -Awwnn, Finn... -Mordeu o lábio e soltou uma risada, ainda sem parar com os movimentos em cima de mim. -Essa é a melhor parte do dia...  

    -Eu sei que é... -A acariciei ofegante, com bastante vontade. E então ela jogou os cabelos para o lado e voltou a me beijar com total euforia. -É tão gostosa, sempre foi... -Apertei suas nádegas com força e levei os beijos para o seu pescoço, a fazendo gemer mais ainda.

    -Hmm... -Agarrou meus cabelos e começou com o rebolado, enquanto ela tinha o corpo envolvido por meu braço. -Eu sempre quis fazer sexo com você, sabia...? -Me perguntou bem ofegante, com o corpo completamente colado ao meu por estarmos transando num banco do carro, então estava apertado. Mas que fiquemos o mais colado possível, é mais gostoso.

    -Ah, é? -Voltei a beijá-la no pescoço.

    -Aham... Desde que nós éramos bem novos... -Riu meio atordoada, então me beijou outra vez, mordendo meu lábio inferior em seguida. E então pegou mais velocidades nas sentadas que ela dava, podendo ouvir meus arfados enquanto ela geme na minha boca. Ainda noto a presença do álcool ingerido por ela, através do cheiro e do gosto que o nosso beijo tem.

    -Tá satisfeita agora? -Perguntei ofegante, subindo com minhas mãos por dentro do moletom dela e a acariciando em todos os lugares que eu podia, já podendo sentir a transpiração de seu corpo.

    -Aham... -Riu outra vez e apoiou uma de suas mãos na janela fechada do carro, que já chegava a embaçar um pouco. -Gostoso... -Sorriu maliciosamente e me beijou outra vez, precisando parar em seguida para gemer. -Isso, vai! -Jogou a cabeça para trás, ainda apoiada na janela do carro, já ofegando bastante.

    -Tá gostando? -Ofeguei ao perguntar, só pra ter a certeza de que ela estava bem, e então peguei em suas nádegas outra vez. To me segurando todo pra não dar um tapa bem dado nelas, mas deixa pra quando ela estiver sóbria.

    -Muito... -Umedeceu os lábios e deu um suspiro delicioso de prazer, começando a enfiar as unhas em minha pele. -Finn... -Abriu outro sorrisinho e ofegou. -Isso...

    -Só por favor, me promete de que não vai se arrepender disso... -Apertei meus olhos e voltei a acariciar suas coxas cheio de vontade delas, de tão gostosas que são. Fico louco com esse corpo que ela tem, mesmo estando coberto pelo moletom. O conheço perfeitamente para imaginá-lo completamente nu em cima de mim, enquanto ela sua cada vez mais a cada segundo. E já posso dizer que até eu estou suando.

    -Nunca que eu vou me arrepender disso... -Riu outra vez e me beijou, encostando mais as nossas línguas do que lábios. -Deixa as pessoas nos verem, é mais gostoso... -Começou a abrir a janela do carro.

    -Não, não é pra ninguém ver. -A fechei em seguida, e nós ainda no ato. Agora imaginem se eu também tivesse bêbado a comédia que seria.

    -Quer me ter só pra você, é...? -Abriu um sorrisinho.

    -Sim, só pra mim. -A acariciei com vontade outra vez, estimulando mais ainda as sentadas bem fortes que ela dava. -Assim, todinha pra mim... -Agarrei em sua cintura e voltei a atacar o pescoço dela com beijos molhados e algumas mordidas, percebendo que ela jogou a cabeça para trás ao gemer e ao enfiar as unhas em mim novamente.

    -Finn... -Começou a ofegar como nunca dessa vez, ainda apoiada na janela embaçada, agarrando em meus cabelos com a outra mão em seguida. -Awwn, Finn! -Os agarrou com mais força, provavelmente se derretendo pelo que eu fazia no pescoço dela. E pelos nossos movimentos deliciosos, por eu ter começado a dar uma ajuda. -Hmm, isso! -Gemeu alto, enquanto eu ainda sentia o gostinho do suor do pescoço dela. E foi logo após esse gemido, que eu percebei que o nosso sexo já chegaria no final.

    -Gostosa... -Ofeguei e voltei a beijá-la no pescoço, ao pegar em sua cintura e a aproximar de mim bruscamente, porque obviamente eu também estava empolgado.

    -Finn! -Me arranhou com brutalidade, agora mais entregue a mim do que antes. -Awwn! -E após o último e alto gemido, tive a certeza de que ela chegou lá.

    Simplesmente se rendeu, seu corpo ficou completamente fraco, como se tivesse perdido todas as forças por alguns instantes, além de estremecer um pouco. E aí veio o que nunca tinha acontecido antes, ela começou a rir. Mas ria demais, ria sem motivo. Só ria completamente atordoada, talvez por estar tendo a melhor sensação que já pôde ter. Talvez por estar tendo um orgasmo sob o efeito do álcool. Só sei de que ela ria, ainda completamente agarrada a mim. Até que jogou a cabeça para trás, o que me fez notar uma lágrima que escorria de seu olho, mas ela a enxugou. E ainda ria.

    -Você tá bem?

    -Melhor impossível. -Começou a cessar as risadas, e então deu um suspiro de cansaço e pelo fôlego quase perdido. -De novo.

    -Não.

    -Sim

    -Não.

    -Mais uma, vai!

    -Não. Vai pro seu lugar e veste a calcinha, vamos pra casa.

    -A última. -Me abriu um sorrisinho.

    -Chega, Millie. Já está tarde, meu amor. -A beijei nos lábios. -Anda, vai pro seu lugar. -Pedi e ela revirou os olhos, mas logo fez. E então eu guardei meu membro dentro da calça, mesmo não gozando. Mas foda-se, já disse que o meu objetivo não era esse. Pelo menos agora ela tá bem. -Veste, agora. -A entreguei a calcinha dela, e então a vestiu.

    -Amor, eu to com sono.

    -Então encosta a cabeça e dorme.

    -Não, eu quero deitar na cama ali atrás. -Apontou para o banco de trás e começou a rir.

    -Então vai ali pra trás, vai. -Disse, e então ela abriu a porta do carro e saiu. -Millie! -A chamei, já abrindo a porta para ir atrás dela.

    -Me chamou? -Perguntou, ao abrir a porta da parte de trás. E então entrou no carro, se deitando de qualquer jeito nos bancos de trás. -Feliz aniversário, Finn.

    -Obrigado. -Assenti que não com a cabeça e dei um suspiro, dando a partida com o carro em seguida, na esperança de que ela ao menos cochilasse um pouco. Ou de que ela pelo menos não caia no chão, mas acho que tá tudo bem.

    E depois de mais ou menos uns quinze minutos no volante, chegamos em casa.

    Durante o caminho todo ela não deu mais uma palavra sequer. Muito menos começou a rir. Ficou imóvel e quieta, vai ver ela acabou dormindo.

    Estacionei o carro na frente de casa e o desliguei, dando um suspiro ao encostar minha cabeça no banco.  

    -Que dia... -Apertei meus olhos com os dedos e saí do carro, indo para a parte de trás em seguida.

    Abri a porta, encontrando a Millie do mesmo jeito como havia me desejado “feliz aniversário”. E acabou sendo um pouco trabalhoso e complicado de a tirar dali, por eu precisar ter cuidado com ela e não a acordar, mas eu consegui a pegar no colo. Envolvi suas costas e as dobras dos joelhos, e a retirei de dentro do carro, fechando a porta por leve chute, já que minhas mãos estavam ocupadas. E amanhã eu pego o resto das coisas no carro.

    -Finnnnn...

    -Hm?

    -Onde é aqui? -Me perguntou bem grogue, sem ao menos ter os olhos abertos.

    -Fica tranquila, Millie, você tá comigo. Para de falar e descansa.

    -Tá... -Respondeu bem sonolenta. -Você me aguenta?

    -Se eu estou te carregando, sim.

    -Eu te amo, Finn, feliz aniversário.

    -Eu também te amo, mas não é o meu aniversário. É o seu.

    -Feliz aniversário, Millie. -Disse para si mesma, me fazendo rir. E então cheguei na porta de casa.

    -Ok, se segura um pouquinho agora, tá? -A deixei no chão, mas ela quase caiu. -Ei, não cai não. -A peguei e a envolvi com força na cintura para deixá-la segura junto a mim, fazendo-a deixar a cabeça apoiada em meu ombro, enquanto eu abria a porta de casa com a chave. -Pronto, vamos. -A peguei no colo novamente, do mesmo jeito como estava antes. Mas agora mantinha os braços envolta de meu pescoço, com a cabeça ainda encostada em meu ombro.

    E foi só eu acender as luzes do primeiro andar, que meu coração parou por alguns segundos.

    -Mas que porra é... -Comecei, o que fez Jack despertar e dar um pulo da poltrona onde cochilava. Estava até vestindo um chapeuzinho de festa.

    -OK, CHEGARAM! -Ele gritou, fazendo todo o resto se levantar no susto.

    -Mas o que é que... -Eu continuava, até que fui interrompido pelos bastões estourados por eles, o que fez um barulho do caralho dentro de casa, além de agora estarem voando milhares de papeizinhos coloridos pela sala. Foi tão alto, que até a Millie tomou um susto no meu colo.

    -O que está acontecendo...? -Ela me perguntou num tom baixo e sonolento, ao forçar a vista pela claridade e ao levar a mão à testa.

    -SURPRESAAAA!!! -Gritaram Jack, Noah, Caleb, Gaten e Sadie. Todos os cinco com chapeuzinhos de festa e com a língua de sogra entre os lábios.

    -Galera, de novo? -Perguntei meio frustrado e sem entender nada.

    -Não gostaram da surpresa?! -Sadie perguntou.

    -Por que demoraram tanto pra chegarem?! -Gaten perguntou.

    -Não importa, já que chegaram, vamos festejar! -Disse Noah.

    -Não, pessoal, agora não é a hora. -Respondi.

    -Mas por quê?! -Jack perguntou.

    -Nós planejamos tudo! -Disse Noah.

    -Eu sei, é só porque...

    -Ah, meu Deus! -Millie me interrompeu e logo levou sua mão à boca. -Eu sei o porquê estão aqui! -Ela disse, fazendo-os franzir a testa.

    -Sim, Millie, é o seu...

    -FELIZ ANO NOVOOO!! -Deu um grito e saiu do meu colo às pressas, quase caindo no chão. -FELIZ ANO NOVO, GALERA, FELIZ ANO NOVO! -Começou a abraçá-los um por um.

    -O quê?!

    -Millie, você tá bem?!

    -AMOR, FELIZ ANO NOVO! -Me deu um abraço totalmente forte.

    -Ok, Millie, se acalma...

    -Por que não estão festejando?! -Franziu a testa. -Vamos festejar! -Pegou em meus braços e os chacoalhou.

    -Não, me escuta aqui, hoje não é ano novo. -Peguei no rosto dela.

    -Não?! -Franziu a testa pra mim.

    -Não.

    -Então... -Se voltou a eles. E logo apontou para o Noah, abrindo um sorrisinho em seguida. -Noah...

    -Eu? -Ele franziu a testa.

    -É o seu aniversário!

    -Não, Mills, na verdade...

    -FELIZ ANIVERSÁRIO! -Disse e correu pra cima dele, o abraçando com toda a força.

    -É sério, o que houve com ela?! -Ele perguntou chocado.

    -Querem saber o que houve com ela? -Apoiei as mãos nos quadris.

    -Sim! -Responderam em sincronia.

    -Virou nove shots de tequila. Tá bêbada. -Respondi. -Foi isso o que aconteceu com ela. -Disse, fazendo-os levantarem as sobrancelhas.

    -É sério?!

    -Sim, é sério.

    -Quem?! -Ela perguntou.

    -Você mesma. -Peguei na mão dela. -Vem.

    -Não, Finn!

    -Millie, você não está bem. Vamos, por favor.

    -Eu estou ótima!

    -Não, não está.

    -Pera aí, galera, o que está acontecendo? -Caleb perguntou. -Por quê que ela está assim, Finn, nos explica!

    -Tá, eu explico. -Disse e me voltei à Millie. -Mas antes de tudo, você sobe comigo.

    -No voy a subir, no quiero! Quiero ir de fiesta!

    -Tá bom, que porra foi essa? -Jack perguntou.

    -Quê que tá acontecendo? -Sadie perguntou.

    -Millie, eu já disse que quero que fale na minha língua.

    -Pero no entiendes lo que quiero, va a funcionar en español!

    -Eu to com medo, isso é normal? -Noah perguntou.

    -Finn, deixa ela um pouco com a gente. -Sadie me pediu. -E depois você sobe com ela. -Terminou, me fazendo dar um suspiro.

    -Tá, Millie. Você fica.

    -UHUL, EBA! -Me abraçou fortemente.

    -Mas escuta aqui, é só um pouco. E chega.

    -Tá bom. -Abriu um sorrisinho e me deu um selinho, me abraçando em seguida.

    -Ok. Então por que não nos sentamos, já que tem muita história por vir? -Noah sugeriu pela situação. E então nos sentamos todos nos sofás, sendo que a Millie se sentou de lado em meu colo, ainda com o braço envolta de meu pescoço.

    -Beleza, e aí?! -Jack começou.

    -Por que ela virou nove shots?! -Noah perguntou.

    -Ela tá bem?! -Disse Gaten.

    -Galera... -Assenti que não. -Depois. -Pedi num tom baixo e eles entenderam.

    -Bom... -Caleb continuou. -E então, como estão?

    -Na verdade, eu é que pergunto. -Respondi. -Invadiram a nossa casa de novo?

    -Pelo visto... -Noah abriu um sorrisinho sem graça.

    -É, nós falamos com os seus pais de novo, Finn.

    -Não conseguimos nem falar com os pais da Millie hoje. -Disse Sadie.

    -Quem é que se importa com eles? -Millie perguntou, recebendo um olhar meu que ela conhece. -O quê?!

    -Ok, acho que já entendi o motivo da revolta e da bebedeira. -Disse Gaten.

    -Eu também. -Disse Jack.

    -Tá, então quer dizer que o bonitinho também veio dessa vez? -Perguntei, para não voltarem com o assunto dos pais da Millie e não irritá-la com isso.

    -Ah, pois é. -Ele respondeu. -Eu tive que vir dessa vez, eu fiz questão, já que no seu aniversário eu não consegui vir. Tanto que eu te liguei no dia para me desculpar.

    -Sim, eu me lembro. Fica tranquilo, pelo menos tu tá aqui. E isso é importante pra ela, por incrível que não pareça no momento.

    -É, eu imaginei. -Rimos.

    -Ah, e não se preocupem. -Sadie começou. -Talvez a Millie tenha ficado meio chateada por não termos ligado pra ela hoje, mas fazia parte da surpresa.

    -É, nós queríamos que ela achasse que tínhamos esquecido do aniversário dela. Daí ela ia chegar em casa e BOOM, SURPRESA! -Disse Noah, o que a fez gargalhar.

    -Surpresa! -Voltou a rir e me deu um beijo na bochecha, me fazendo rir um pouco.

    -Tá doidona, meu Deus. -Afirmei.

    -Ainda queremos saber sobre isso. -Disse Jack.

    -Não agora, por favor. -Respondi.

    -Teve a ver com a festa, não é? -Caleb perguntou.

    -Teve. -Assenti que sim. -Enfim, assunto pra depois.

    -Tudo bem, entendemos.

    -Só esperamos que a Mills tenha tido uma boa festa de aniversário. -Disse Gaten.

    -É, Mills, feliz aniversário! -Disse Sadie.

    -Feliz aniversário, Millie! -Disse Noah.

    -Meu aniversário? -Ela perguntou.

    -Sim!! -Responderam.

    -Quando?! -Franziu a testa.

    -Hoje. -Disse Caleb.

    -Na verdade, ontem. Hoje já é dia seguinte. -Disse Sadie.

    -É, foi ontem/hoje. Foi dia dezenove. -Disse Jack.

    -Quê?! -Me perguntou com a testa franzida.

    -Você fez aniversário. -Respondi.

    -Sério?!

    -Sim.

    -Que legal! -Se ajeitou em meu colo.

    -Ué.

    -Gente, não tentem entender. -Disse. -Já não raciocina mais.

    -Quem? -Ela perguntou.

    -Eu, Millie. -Brinquei, fazendo-a rir da minha cara.

    -Você o quê?!

    -Desisto.

    -Ok, por que eu estou achando isso incrível? -Jack perguntou.

    -Eu sei o motivo. -Noah abriu um sorrisinho e apontou para mim e para a Millie. -Mike e Eleven.

    -Garoto, não dá ideia! -Bufei, me referindo à Millie, que logo deu um suspiro de surpresa pelo comentário que ele fez.

    -Ah, meu Deus! -Se voltou a mim com a mão na boca. -Mike!

    -Alá, tá vendo? -Assenti pro Noah, me referindo à Millie.

    -Eu não acredito! -Riu e se levantou às pressas, logo pegando uma latinha de Coca-Cola que estava em cima da mesinha. E a deixou de frente pra ela, assentindo com a mão aberta para a latinha, do jeito como a Eleven faz. -Por que nada acontece?!

    -Porque você não tem poderes de verdade, Millie. -Respondi.

    -O que você disse?! -Se voltou a mim.

    -Obrigado, Noah! -Sorri ironicamente para ele.

    -Malz, não achei que ela fosse levar a sério.

    -Eu vou conseguir, vocês vão ver! -Se voltou à latinha. E então a amassou de uma vez com as duas mãos. -HAHAHA, CONSEGUI! -Voltou a gargalhar.

    -Ok, eu nunca tinha visto ela nessa situação antes. -Disse Caleb.

    -Nem eu. -Disse Gaten.

    -Ai, foi engraçado! -Enxugou uma lágrima de tanto rir e voltou a gargalhar, já deitada no chão. Até que o Doug foi pra cima dela, todo feliz. -QUÊ ISSO?!

    -É o seu cachorro, Millie.

    -Ai, neném, que susto! -O abraçou bruscamente e o acariciou. -AI, AMOR, HMMM, LO QUE UN PRECIOSO PUPPY!

    -Gente, que caralhos ela tá falando?

    -Não tenta decifrar, Gaten. É melhor. -Respondi.

    -Que, acostarse aquí conmigo, viene. -Ela disse, a se deitar no chão outra vez, mas agora com o Doug deitado em cima dela.

    -É isto. -Disse Jack.

    -Gente, agora pergunta que não quer calar: -Noah começou.

    -Hm.

    -Diz.

    -E a Alison, cadê? -Perguntou.

    -FIIIIIIINN, CADÊ A ALISON?! -Se voltou a mim desesperada, ainda no chão.

    -Tá com os avós dela, Millie. -Respondi.

    -Ah, ela tá bem, ti neném de mamãe. -Voltou com a atenção para o Doug.

    -Pois é, eu já imaginei isso, já que ela não está aqui com vocês. -Disse Gaten.

    -É, ela está bem, não se preocupem. -Disse. -Só evitem perguntas que desesperem a Millie.

    -Pode deixar.

    -Finn? -Se voltou a mim outra vez, agora com sua mão na testa. -Eu estou tonta, me ajudar a levantar? -Riu, me fazendo dar um suspiro.

    -Vem. -Me levantei e fui até ela, a pegando no colo como antes em seguida. -Vamos dormir.

    -Calma aí, me levantou muito rápido. -Riu outra vez. -Minha pressão, porra.

    -Tá, eu vou subir com ela. Vou ver se dou um jeito nisso, ela não tá bem.

    -Percebemos.

    -Cuida dela.

    -Adiós amigos. -Ela riu.

    -Boa noite, Millie.

    -Boa noite, Mills.

    -Fica bem.

    -Melhoras.

    -Já volto, pessoal. -Disse e me dirigi à escada, com ela ainda em meu colo.

    -Noah! -Millie o chamou. -Feliz aniversário! -Deu tchau pra ele.

    -Haha, valeu, Mills. -Ele respondeu, e então segui com ela com rumo ao nosso quarto.

    -Por que me desejaram “melhoras”?! Eu não estou doente.

    -Mas está alcoolizada.

    -Como você sabe?!

    -Porque eu sei.

    -Ain, você sabe de tudo. -Me deu um beijo na bochecha. -Por que não podemos ficar com eles?

    -Porque agora você vai dormir. E eles também.

    -E você?

    -Também.

    -Vai dormir comigo?

    -Sim, como eu sempre durmo. -Entramos no quarto e fui com ela até o nosso banheiro.

    -Ei, a cama tá ali.

    -Você não vai pra cama agora. -A coloquei no chão. -Tira a roupa.

    -Ahhh, preguiça. -Respondeu, me fazendo revirar os olhos.

    -Olha, Millie, você é difícil de lidar, sabia? -Retirei o moletom dela.

    -Por quê? -Franziu a testa.

    -Tira o resto da roupa. Agora. -Pedi, fazendo-a bufar. E então liguei o chuveiro, abrindo somente a torneira da água fria.

    -Por que está fazendo isso?

    -Porque eu vou te dar banho. Vem.

    -Não, Finn. -Assentiu que não.

    -Sim.

    -Não, por favor... -Pediu manhosa.

    -Millie, é pro seu bem.

    -Não, eu estou com sono, eu quero ir pra cama.

    -Você já vai pra cama, meu amor, é rapidinho. -Peguei na mão dela. -Vem, por favor. -Pedi e ela veio, mesmo não querendo.

    -Vai ficar aqui comigo?

    -Sim, eu estou aqui.

    -Não vai embora.

    -Eu não vou embora. -Acariciei a mão dela. -Vai pra debaixo do chuveiro. -Pedi e finalmente ela fez, mesmo demorando um pouco para ir. Mas ela não sabia que a água estava gelada, até sentir o choque térmico em seu corpo.

    -Finn! -Se cobriu com os braços pelo frio e veio para perto de mim. -Não, eu não quero mais!

    -Já está acabando.

    -Não, eu quero sair! Por que fez isso?! -Perguntou num tom de choro.

    -Millie, entenda que eu só quero o seu bem.

    -Não, por favor, eu quero sair! -Continuava na tentativa de sair de dentro do boxe. Mas eu estava bem ali na porta, não iria a deixar sair. -Finn!

    -Tá bom, você vai sair. Olha pra mim. -Peguei em seu rosto.

    -Não, eu quero agora! Quero sair e ficar perto de você, por que fez isso?!

    -Shhh, tudo bem, para de falar.

    -Por favor, me deixa sair.

    -Quer que eu entre com você?

    -Quero sair... -Começou a chorar.

    -Tudo bem, você já vai sair. Vem aqui. -Entrei ali e a abracei forte. De roupa e tudo, foda-se. -Tá tudo bem, eu estou aqui com você. -A acariciei, mesmo estando toda molhada de banho, enquanto chorava. Álcool em excesso dá nisso. -Eu só quero cuidar de você, Millie, e nada mais.

    -Mas... -Continuava chorando.

    -Vamos, a última vez.

    -Não! Não, é muito ruim!

    -Não é tão ruim assim, eu vou entrar com você, tá? -Disse para confortá-la e fui para debaixo do chuveiro, ainda abraçado com ela, sentindo a água gelada nos molhar por inteiro. Realmente, estava horrível, mas eu ficaria ali com ela. O que eu não faço por essa garota?

    -Pronto, já acabou. -Ela disse num tom entristecido, ainda agarrada a mim.

    -Só mais um pouco, deixa te molhar. -Acariciei seus cabelos e a beijei na cabeça, com ela já tremendo. Mas o banho gelado é bom para ela, pois a vai dar uma acordada. E vai ser melhor para a ressaca que ela vai ter amanhã. -Pronto, tá tudo bem. -A acariciei outra vez.

    E permanecemos nós dois ali durante mais alguns minutinhos, até eu finalmente desligar o chuveiro após dar banho nela.

    Saí dali com ela ainda agarrada a mim e respirando ofegante por causa da água tão fria. E saber que ela ainda tremia de frio partia o meu coração, mas é para o bem dela. Então eu logo peguei a toalha e a ajudei a se enxugar, além de aquecê-la, enquanto eu ainda permanecia encharcado.

    Peguei um blusão meu que eu sei que ela adora e a vesti, após também vestir uma calcinha nela, mesmo já estando morta na cama. Inclusive penteei seus cabelos, eu sei que ela gosta de cuidar deles, então eu fiz isso por ela, que permanecia deitada de lado já quase dormindo. Então deu um pouquinho de trabalho, mas eu fiz.

    -Finn...? -Me chamou, já fechando os olhos de tanto sono.

    -Hm?

    -Eu quero a minha filha. -Disse meio triste.

    -Ela tá bem e está dormindo agora. E você vai fazer o mesmo. -A acariciei.

    -Mas eu sinto falta dela. -Se voltou a mim, com os olhos marejados.

    -Eu também sinto. Mas amanhã nós vamos vê-la, tá? -Perguntei, fazendo-a assenti que sim com a cabeça.

    -Obrigada.

    -Para de agradecer.

    -Obrigada por cuidar de mim. -Ela disse, me fazendo rir de canto.

    -Na saúde e na doença. -Respondi. -Sei que não está doente, mas você não tá batendo bem. -Ri, fazendo-a abrir um fraco sorriso. E então a beijei nos lábios.

    -Por favor, não me deixa. -Ela pediu num tom baixo, enquanto acariciava meu rosto.

    -Eu nunca deixaria você. -Respondi no mesmo tom e a admirei.

    -Então fica aqui comigo. -Continuava me acariciando. -Por favor.

    -Posso pelo menos trocar a minha roupa? -Perguntei, mas ela não me respondeu nada. -Tudo bem, eu fico com você. -A cobri com o edredom da cama e apaguei a luz do abajur, me aproximando dela em seguida. Até que simplesmente se virou de frente para mim e me agarrou, me prendendo nos quadris com sua coxa, também prendendo meu tronco a ela com seu braço, que me agarrava. Então apoiou a cabeça em meu peitoral, estando bem pertinho de mim.

    -Eu te amo. -Sussurrou pra mim, já de olhos fechados.

    -Eu também te amo. -A envolvi com meu braço e a beijei na cabeça, começando a acariciá-la.

    Não demorou muito e eu logo percebi que ela finalmente caiu no sono. Nem se mexia, só respirava, ainda na mesma posição que estava, já me causando um pouco de dormência por isso. Mas eu não me importo.

    Consegui me afastar dela aos poucos sem a acordar, até que saí da cama e fui adiantar a minha vida.

    Entrei logo no banheiro e me meti debaixo do chuveiro, após tirar aquela roupa toda molhada do corpo. E eu tomei uma ducha bem rápida, por dois motivos: Queria logo voltar para perto dela e me garantir de que ela estivesse bem e segura. E eu ainda queria descer para esclarecer as coisas para os meninos, pois não devem estar entendendo nada.

    Desliguei o chuveiro e me enxuguei com a toalha, vestindo agora uma roupa limpa e seca.

    Me certifiquei de que a Millie estava bem, outra vez, e então desci para o primeiro andar, os encontrando conversando nos mesmos lugares que estavam antes.

    -Ei, até que enfim! -Disse Jack.

    -Achamos que você não voltaria mais! -Disse Sadie.

    -Afinal, o que houve? -Gaten perguntou.

    -A Millie tá melhor? -Noah perguntou.

    -Eu vou explicar pra vocês resumidamente. -Me sentei perto deles.

    -Tudo bem, pode falar. -Disse Caleb.

    -Hoje teve a festa de aniversário na casa dela. E os avós maternos foram chamados.

    -Aqueles lá? -Noah perguntou.

    -Sim.

    -Mas o que tem isso? -Jack perguntou.

    -Calma, esperem eu terminar. -Continuei. -Antes dessa festa, no dia anterior, ela já começou a discutir com os pais sobre algumas coisas. Com a mãe dela principalmente, nem eu sei exatamente o motivo, mas sei que tem a ver com os avós da Millie. Ela não queria de jeito nenhum que eles viessem para o aniversário, ela comenta comigo sobre isso há um tempo. Mas eu nunca soube o porquê seria tão ruim se eles viessem. -Dei um suspiro. -Até chegar ontem à noite.

    -Putz, galera.

    -É sério?

    -Deu merda? -Noah perguntou, me fazendo rir de deboche.

    -Primeiramente, a mãe dela virou outra pessoa. Tratou a Millie sem respeito, obrigando ela a fazer isso e aquilo. Mentiu pra Millie diversas vezes, parecia estar ligando o foda-se o dia inteiro, no próprio aniversário dela. Tudo por causa da merda daqueles avós.

    -Mas como assim? -Jack perguntou.

    -Eu sei lá, eu não faço ideia de como que seja a relação da Kelly com os pais, mas pelo visto é uma merda. Uma merda total. Quando eles chegaram, ela não quis que a Millie me apresentasse a eles. E nem que apresentasse a Alison.

    -Mas por quê?! -Noah perguntou.

    -Porque ela mente, gente. Ela não conta a verdade, nunca contou sobre mim ou sobre a Alison. Não que ela seja obrigada a contar, mas então que não fique pedindo pra Millie nos esconder deles.

    -Pois é, claro que não! -Disse Sadie.

    -Gente, que estranho. -Disse Gaten.

    -Demais, cara. E além disso tudo, a Millie ainda foi conversar com os avós. E me levou junto.

    -E aí?

    -Como foi?

    -As piores pessoas que eu já conheci. -Assenti que não com a cabeça. -O avô não diz uma palavra sequer, parece morto. Não faz porra nenhuma.

    -Eu hein. -Disse Jack.

    -Mas Finn, vai que ele é surdo-mudo? -Sadie perguntou.

    -Não é nada. -Respondi.

    -Tá, mas e a avó? -Caleb perguntou.

    -O nome dela é Katherine. -Comecei. -E foi por causa dessa filha de uma puta que a Millie tá assim agora.

    -Finn, não xinga assim.

    -Ah, eu xingo. -Assenti que sim com a cabeça. -Foda-se, ela eu vou xingar. Que tivesse pensado antes de abrir a boquinha e chamar a Millie de dada, oferecida, desesperada por homem, desonra da família, vergonha da família, e...

    -Gente! -Disse Sadie.

    -Que caralho é isso?! -Jack perguntou chocado.

    -Calma, tem mais. -Disse, tentando pensar. -Ah sim, chamou a Millie de mentirosa e disse que a Kelly devia ter nojo e vergonha dela.

    -Amada?! -Disse Noah.

    -Ok, eu estou em choque. -Disse Gaten.

    -Estamos. -Disse Caleb.

    -E você ficou como nessa história toda?! -Jack me perguntou.

    -Eu fiquei com as unhas agarradas no sofá pra não voar em cima daquela mulher nojenta do caralho. Me segurei todo.

    -Você não disse nada?! -Sadie perguntou.

    -A Millie não queria que eu dissesse, ela me mandou prometer. E eu prometi.

    -Você conseguiu ficar quieto? -Noah me perguntou.

    -Não. Chegou uma hora que eu precisei abrir a boca, de tanta raiva.

    -O que ela disse?

    -Ela falou de você?

    -Não, ela não falou de mim. Ela falou da minha filha. -Disse, deixando-os em silêncio.

    -Ah, não. -Noah cruzou os braços.

    -Puta que pariu. -Caleb se exaltou.

    -O que foi que ela disse da coisa mais perfeita do mundo?! -Jack perguntou.

    -Nem me façam lembrar dessa merda, antes que eu queira dar um soco em alguém! -Disse irritado.

    -Gente, que vacilo! -Disse Gaten.

    -Mano, que mulher escrota! -Sadie disse irritada.

    -Total! Daí eu não me aguentei, comecei a jogar um monte de coisa na cara dela e foda-se.

    -Bom, agora ela deve te odiar. -Disse Jack.

    -Que odeie! Não sou obrigado a agradar ninguém, muito menos de quem eu peguei um ranço fodido! E quer saber?! Que a mãe dela também me odeie depois dessa, ninguém fala assim da Millie na minha frente, e muito menos da minha filha!

    -Arrasou, porra.

    -Essa Katherine disse alguma coisa de você? -Gaten perguntou.

    -Mano, ela me perguntou como que eu consegui engravidar a Millie e continuar com ela! E ainda disse que eu tinha que ter ido embora pra ela aprender! Tipo assim, mano, ela tem retardo essa mulher?!

    -Gente, eu to até rindo depois dessa. -Disse Jack.

    -Pode rir, ela é louca! Surtadíssima! -Respondi.

    -Na moral, que raiva. -Disse Noah.

    -E o homem nessa confusão toda? -Caleb perguntou.

    -Quieto, só respirava. -Dei um suspiro. -Depois que eu me exaltei nas palavras com a avó dela, a Millie me pediu pra ir dar uma volta com a Alison. E eu não soube mais sobre o que elas conversaram.

    -Putz.

    -Cara, que merda.

    -Pois é. Só sei de que depois ela foi pro quarto comigo e chorou demais. Disse que queria terminar com a festa, porque estava muito triste. Inclusive, ela me disse que conversou com o avô dela.

    -E ela não disse sobre o que foi? -Noah perguntou.

    -Não.

    -Não faz ideia sobre o que possa ter sido? -Jack perguntou.

    -Ideia alguma. -Assenti que não. -Só que eu fiquei com raiva por ela, até eu fiquei triste com a situação toda. Daí ela acabou com a festa e todos foram embora.

    -Mas e essa tequila toda que ela bebeu? -Sadie perguntou.

    -Foi na festa?

    -Não, ela tinha conversado comigo que estava a fim de sair pra beber, abstrair e se alegrar um pouco. Então nós deixamos a Alison lá com os pais dela e fomos para um bar qualquer que achamos por perto.

    -Mas a Millie pode beber assim? -Sadie perguntou. -Ela amamenta, até onde eu sei não pode beber tanto assim, mas posso estar falando besteira.

    -Não, você tá certa. A Millie não deveria ter bebido tanto, porque ela amamenta, mas ela conversou sobre isso comigo no carro quando estávamos indo. Ela vai parar de amamentar esse mês, então não tem problema. Não vai interferir na Alison.

    -Pera, mas a Millie fez as pazes com a mãe? -Caleb me perguntou, me fazendo rir.

    -A Millie tá puta, com ódio puro. E com razão, tá? Não quero ofender ninguém, mas puta que pariu, a Millie não é obrigada a engolir nada disso.

    -Com certeza não. -Disse Gaten.

    -Muito menos agora, já tem dezoitão. -Disse Jack.

    -Pois é, eu falei pra ela. Daí nós fomos pro bar e ela virou nove shots. E eu não queria que ela tivesse bebido tudo isso, na verdade não queria que nada disso tivesse acontecido. O aniversário dela foi um inferno.

    -Imaginamos...

    -Bom, pelo menos ela se alegrou depois de tanta bebida? -Jack perguntou.

    -Mais ou menos. Ela chorou um pouco e começou a falar muito sobre a “merda” de família que ela tem. Me disse que sabe sobre o passado horrível da mãe dela, e assim vai.

    -“Passado horrível”? -Sadie perguntou.

    -Nem me perguntem, gente. Eu acho que sobre isso ela não vai se abrir com ninguém tão cedo.

    -Tudo isso me choca, porque ela nunca nem mesmo me disse sobre algum “passado” da mãe dela. Muito menos sobre esses avós filhos da puta, eu nem sabia que eles existiam! -Disse Noah.

    -Ninguém sabia. É parte da família Inglesa dela, quase ninguém sabe sobre. -Disse. -Agora eu sei o porquê.

    -Você acha que ela vai se abrir sobre esse passado da mãe dela com você, Finn?

    -Não sei. Mas eu não vou perguntar absolutamente nada pra ela, se eu ainda não sei é porque não é o momento certo de saber. Deixa que ela me conta no tempo dela.

    -Sim, claro.

    -Ela com certeza deve comentar com você em algum momento. -Disse Caleb.

    -É, eu também acho. -Dei um suspiro outra vez. -Sei lá, gente. Só sei de que tá foda, viu.

    -Percebemos. -Disse Noah.

    -Ela tá bem alterada, mesmo. -Disse Jack.

    -Ela já dormiu? -Gaten perguntou.

    -É, eu subi pra dar um banho nela. A coloquei na cama agora.

    -Cavalheiro lindo. -Disse Jack.

    -Finn é um sweet. -Disse Noah.

    -Falem sério, é o mínimo que eu vou fazer por ela. Viram o estado da garota?

    -Ah, se vimos. -Disse Sadie.

    -Ela tá doidona. -Disse Caleb.

    -Tá demais. -Disse Gaten.

    -Tá ligado que amanhã ela vai ficar de ressaca, né? -Jack perguntou.

    -Porra, ressaca fodida. -Respondi. -Ainda mais ela, que não está acostumada nem com um shot de tequila e virou nove.

    -Nossa, é mesmo. -Disse Caleb.

    -Vai ser ressaca em dobro. -Noah riu.

    -Po, se a gente soubesse... -Disse Jack.

    -O quê?

    -É melhor ela tirar o dia para descansar amanhã, não acha? -Sadie me perguntou.

    -Pois é, nós podemos ir embora se quiserem... -Disse Gaten.

    -Ou. -Franzi minha testa. -Estão loucos?

    -O quê?

    -Ninguém vai embora.

    -Mas Finn, ela tá mal. -Disse Jack.

    -E daí? Acham que tendo todos vocês aqui, não vai fazer bem a ela?

    -Vai que não, né...

    -Ela vai querer descansar, não é? -Caleb perguntou.

    -Não, sem essa. Vocês ficam. Fizeram essa surpresa toda, e como vocês viram, ela gostou. Achando que era festa de ano novo, mas gostou.

    -E o meu aniversário. -Disse Noah.

    -O meu também. -Respondi. -Não parou mais de me dar “feliz aniversário” no carro.

    -É isto. -Disse Jack.

    -Álcool em excesso dá nisso, já disse. -Disse.

    -Concordo, Finn.

    -Mas vocês acham que ela vai ficar de boa ao ver isso aqui tudo amanhã? -Sadie perguntou.

    -Gente, ela não vai nem se lembrar de que viu vocês hoje. Relaxem, ela vai ficar bem. E se passar mal eu vou cuidar dela, acabou.

    -Finn maridão. -Disse Caleb.

    -Ah, ele é perfeito. -Disse Jack.

    -Enfim. -Suspirei. -Acomodem-se.

    -Então a gente dorme aqui na sala? -Noah perguntou.

    -Não, dormem lá no corredor. -Respondi.

    -Hm, rude.

    -E vocês dois vão dormir lá em cima? -Gaten perguntou.

    -É, eu vou dormir na cama com ela. É melhor, caso ela passe mal ou acorde meio sem saber quem ela é ou onde está.

    -É melhor mesmo que ele fique lá em cima com ela, vai que. -Disse Noah.

    -Pois é.

    -Então é isso, eu vou ficar lá em cima com ela.

    -Beleza, Finn. -Disse Jack.

    -É, a gente se vê amanhã. -Disse Caleb.

    -Tá, eu vou lá pegar as coisas pra vocês e...

    -Não precisa, vai dormir. -Disse Sadie.

    -Ué. -Franzi a testa.

    -É, Finn, relaxa. -Disse Noah.

    -Nós que decidimos dormir aqui, então nós pegamos as coisas. -Disse Caleb. -Relaxou.

    -Sabem onde fica tudo? -Perguntei.

    -Claro, já somos de casa. -Disse Noah.

    -Então tá bom. Se virem aí.

    -Tranquilo.

    -Bom, obrigado pela festa surpresa, galera. Valeu mesmo. -Disse e abracei cada um.

    -Vocês merecem. -Disse Sadie.

    -A Millie principalmente. -Disse Jack.

    -Esperamos que ela fique feliz amanhã. -Disse Gaten.

    -E que ela fique bem. -Disse Noah.

    -É, eu acredito que amanhã ainda seja um dia meio difícil, então não estranhem se ela não estiver num bom humor o tempo todo. Deem um desconto, ela ainda tá bem abalada com tudo isso.

    -Tudo bem.

    -E por favor, não comentem nada sobre o aniversário dela. Nem sobre os pais ou algo do tipo. Vamos fingir que nada aconteceu.

    -Isso, vamos tentar animá-la o máximo possível. -Disse Noah.

    -Valeu, pessoal. E não importa com que tipo de humor ela acorde amanhã, ela ama vocês.

    -Ah, eu já ia perguntar. -Sadie riu.

    -Nós sabemos, Finn. -Disse Jack. -Fica tranquilo, amanhã vai ser um dia bom.

    -Vai sim. Ela ama recebê-los aqui. -Disse e resolvi brincar. -Eu nem tanto, mas ela adora.

    -Ah, ou!

    -Sossegou, hein.

    -Enfim, fiquem à vontade e durmam bem. Qualquer coisa, chamem. -Comecei a subir as escadas.

    -Valeu, Finn.

    -Obrigado, coração.

    -Finn rainho.

    -Eu hein. -Respondi. -Vão dormir, vão.

    -Pode deixar.

    -Só mais um aviso: -Me voltei a eles. -Não importa que horas da madrugada vocês durmam, sem brigas, sem chiliques, e pelo amor de Deus, sem gritos. Falem baixo, ouviram?

    -Ai, que lindo, tinha que ser pai. -Disse Noah.

    -Alá, tá todo pai. -Disse Caleb.

    -Da filha da Millie, por favor. -Disse Gaten.

    -Meu orgulho todinho. -Disse Sadie.

    -Ele é um Sugar Daddy, ele. -Jack terminou, me fazendo mandar o dedo do meio pra eles. -Desculpa.

    -Pistolou. -Disse Noah.

    -Bora dormir e calar a boca logo, beijo, Finn. -Disse Jack.

    -Boa noite, Finn.

    -Tchau, Finnie.

    -Boa noite, gente. Vem garotão. -O chamei e ele veio, entrando no quarto comigo, finalmente.

    Millie se encontrava do mesmo jeito como estava antes. Realmente, tá dormindo pesado, graças a Deus.

    Doug subiu na cama e se deitou ao lado dela, apoiando a cabeça em seu quadril, o que me fez sorrir de canto. Só espero que não a acorde.

    A cobri melhor com o edredom e a beijei na testa, indo para o outro lado da cama e me deitando ao seu lado.

    Peguei meu celular e me distraí um pouco com ele durante alguns minutos, até que ouço alguns movimentos no corredor. E vozes também.

    -Shh, fala baixo! -Sadie sussurrou.

    -To falando baixo! -Eles sussurravam.

    -Pega o de casal pra mim, porra. -Noah sussurrou.

    -Não, você dorme no sofá. -Disse Caleb.

    -É porque eu sou branco, Caleb?

    -Parem de falar, mano! -Jack sussurrou.

    -Ihh, nervosa.

    -Olhem só, se a Millie levantar puta e quiser bater em alguém, vai ser me você, hein. -Disse Jack.

    -A Millie nada, o Finn que vai bater em todo mundo, então calem a pombas da boca.

    -Como é que é, Noah?!

    -Só calem a boca! -Gaten sussurrou, me fazendo rir baixinho. Então eu deixei meu celular de lado e me ajeitei melhor na cama, me aproximando da Millie.

    Apoiei uma de suas pernas em meus quadris, como antes. E então envolvi meu tronco com seu braço, já que ela estava agarrava a mim desse jeito, a envolvendo com o meu braço em seguida outra vez.

    -Dorme bem, eu to aqui com você. -Sussurrei enquanto a acariciava E desse jeito eu acabei dormindo também.

 

    [...]

 

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    Acordei pelo não tão alto e gostoso barulho da chuva que caía do lado de fora e que batia na janela do quarto.

    Comecei a abrir meus olhos lentamente, mais do que o normal, pela sensibilidade absurda à luz que entrava no quarto, que nem era tanta. Mas eu finalmente consegui abri-los por completo, mesmo forçando a vista um pouquinho, encontrando Finn ao meu lado. Estava agarrado ao meu braço e minha perna. Mas ele também me envolvia com seu braço, enquanto dormíamos.

    Afinal, como eu vim parar aqui? Não me lembro de termos voltado para casa ontem à noite. Na verdade, eu não me lembro de absolutamente nada sobre ontem à noite. Só sei de que acabei de acordar com uma dor de cabeça surreal, nem consigo descrevê-la. Deve ser enxaqueca, disso tenho certeza.

    -O que aconteceu...? -Sussurrei para mim mesma, ainda na tentativa de me lembrar de algo relacionado a ontem à noite. E foi só eu me sentar na cama, que comecei a ver tudo girando. Senti uma tontura fortíssima, o que me fez apertar meus olhos com os dedos de imediato. Além de ter me dado um enjoo fodido, – desculpem o termo – me fazendo levantar da cama às pressas.

    Foi o tempo de eu me agachar na frente da privada e colocar tudo pra fora, enquanto seguro meus cabelos. “Tudo” sendo nada, pois eu não me lembro de ter comido algo antes de dormir. Na verdade, não me lembro absolutamente nada. Então eu desisto de tentar me lembrar.

    Vomitei três vezes, o que mesmo assim não foi o suficiente. O enjoo melhorou bastante, mas não por completo. Então eu dei descarga e permaneci sentada no chão, encostada na bancada do banheiro.

    -O que foi que eu fiz? -Perguntei a mim mesma, ao esconder meu rosto com as mãos. Com certeza eu fiz merda, só não sei se foi muita. Mas pelo meu estado nesse momento eu acho que foi muita.

    Consegui me levantar me apoiando na bancada, pois ainda estou meio tonta. E assim que eu levantei, minha cabeça voltou a latejar. Então eu permaneci em pé, com as mãos apoiadas na pia, com minha cabeça baixa e olhos fechados, na esperança de que pelo menos a tontura passe. Até que o senti me abraçar por trás, levando meus cabelos para o lado e me dando um beijo na nuca em seguida.

    -Como você tá? -Perguntou, me fazendo dar uma risada.

    -Pra ser sincera, acho que eu estou morrendo. -Ergui a cabeça e nos admirei através do reflexo do espelho.

    -Não é nada, só uma ressaca. Você vai melhorar.

    -“Só uma ressaca”?! Eu nunca me senti tão mal assim, nem mesmo em Las Vegas por causa daquele porre todo.

    -Bom, então pelo visto nove shots de tequila passou dos seus limites. -Ele disse, e então me voltei a ele.

    -O quê?! -Perguntei, fazendo-o rir abafado.

    -Joga uma água no rosto, vai. -Me pediu, e então eu fiz. -Até amanhã você já está melhor. -Me entregou a toalha de rosto.

    -Ah, que bom saber. -Revirei os olhos e enxuguei meu rosto, deixando a toalha na pia. -Eu preciso de que me diga o que aconteceu ontem à noite. -Disse, enquanto íamos para a cama.

    -Quer mesmo saber? -Respondeu, recebendo um olhar meu que ele conhece.

    -Para, não me assusta.

    -Relaxa, eu to brincando contigo. -Nos sentamos na cama. -Por onde eu começo?

    -Do começo? -Respondi, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

    -Jura, Millie?

    -Juro, conta.

    -Bom... -Deu um suspiro. -É melhor eu te pedir pra contar.

    -Como assim?

    -Até onde você se lembra? -Perguntou, me fazendo pensar um pouco.

    -Eu acho que... -Franzi a testa. -Me lembro de que nós chegamos no bar e de que eu bebi umas duas doses de alguma coisa.

    -Duas doses mais sete.

    -O que eu bebi?

    -Tequila pura. E duas doses com sal e limão.

    -Nossa... -Passei minhas mãos no rosto e dei um suspiro. -Acho que eu comecei a perder a consciência a partir da terceira.

    -Não se lembra de mais nada a partir disso? -Perguntou, me fazendo assentir que não.

    -Me conta. -Pedi.

    -Bom, não aconteceu nada demais. Você só começou a beber mais e falar sobre o seu aniversário. Daí você chorou um pouco, ainda falando sobre várias e várias coisas, e...

    -Que tipo de coisa?

    -Sobre o seu aniversário, sobre a sua avó e a sua mãe. E depois você meio que se revoltou contra a sua fama, mas isso foi o de menos.

    -Tá, e aí?

    -Daí você chegou num nível que não parava mais de rir, você ria de tudo.

    -Pelo amor de Deus, me diz que eu não passei vergonha naquele lugar.

    -Não, você ficou sentada comigo o tempo todo. Só falava comigo.

    -Graças a Deus. -Disse aliviada.

    -E depois de tanto você recusar a ir pra casa, eu finalmente te convenci. E nós fomos pro carro.

    -Viemos pra casa e dormimos, não foi? -Perguntei, na esperança de que fosse isso e de que eu não tenha feito mais nada alcoolizada. -Diz que foi.

    -Não tá a fim de ouvir o que aconteceu no carro? -Perguntou, me deixando sem saber o que responder. -Você quem sabe.

    -É muito grave?

    -Depende de você.

    -Finn, o que foi que eu fiz?!

    -Quer saber ou não?

    -Tá, quero. -Respondi, meio com medo da resposta.

    -Olha só, você começou a ficar com um tesão fodido.

    -Ah, não.

    -É. E você tava querendo transar comigo, só que você tava muito doida, Millie. Eu não queria fazer aquilo justamente por causa disso. -Ele dizia, e eu só com a mão na boca, sem reação. -Só que você tirou a calcinha e começou a se masturbar dentro do carro. -Ok, agora eu arregalei os olhos. -Não me olha assim não, você quem fez!

    -Continua!

    -Tá, daí que depois de tanto você se jogar em cima de mim, eu... Nós...

    -“Nós”...?! -Perguntei desesperada, já sabendo da resposta.

    -Se eu falar, você vai brigar comigo?

    -Diz!

    -Tá, a gente transou no carro!

    -O quê?!

    -Pelo amor de Deus, não fica com raiva de mim! -Pegou em minhas mãos.

    -Finn!

    -Eu juro que tentei evitar, eu juro. Só que você me pediu tanto, que até ficou meio triste. E aí eu fiquei mais triste ainda por você ter tido um dia tão ruim e eu não estar fazendo nada pra te deixar feliz, ou algo do tipo, eu juro que em momento algum eu quis abusar de você!

    -Mas...

    -Eu nem gozei, Millie, eu brochei por você! Tem noção do que é isso?! Nenhum homem faria isso por uma mulher, mas eu fiz por você!

    -Finn! -O interrompi. -Para, eu não estou chateada com você!

    -Não?

    -Não, eu entendo o seu lado! Bom, eu acho, mas não é isso que importa!

    -Então por que você tá assim?

    -Porque isso foi arriscadíssimo, olha o que fiz! Eu quis transar bêbada, tem noção do perigo?!

    -Mas você estava comigo!

    -Sim, estava, mas poderia não estar! E se eu tivesse outro namorado?! Ele poderia se aproveitar de mim, eu não posso fazer essas coisas! Eu nem devia estar consciente de que era você no carro comigo!

    -Sim, você sabia.

    -Como sabe?! Eu estava doida!

    -Millie, você sabia que era eu. Disse meu nome várias vezes e ainda me deu bronca por eu estar evitando transar contigo, porque eu era o seu marido e eu podia. -Ele disse, me fazendo franzir a testa.

    -Tem certeza de que eu disse isso?

    -Absoluta. Por isso eu fiz, porque você sabia que era eu, e não um infeliz qualquer que iria se aproveitar de você. -Terminou, me fazendo dar um suspiro.

    -Tá... -Assenti que sim com a cabeça. -Menos mal.

    -Então você não tá brava? Ou, sei lá, arrependida?

    -Não, eu confio em você. -Dei um suspiro. -Foi bom, pelo menos? Tipo, eu parei de te encher o saco depois disso? -Perguntei e ele riu.

    -Quer saber se você ficou satisfeita?

    -Sim. Porque primeiro: eu não me lembro de porra alguma. Segundo: eu não faço ideia de como uma pessoa bêbada transa.

    -Foi normal, foi bem rápido. E sim, foi bom, você gostou. Mas rolou uma coisa que eu nunca presenciei antes.

    -Lá vem.

    -Calma, não é nada demais. Só que quando você chegou lá, você riu demais. E chorou.

    -Como é que é? -Franzi a testa.

    -Sei lá, foi a sua reação.

    -Como assim?! -Ri indignada.

    -Eu que te pergunto, o que aconteceu?

    -Finn, eu não me lembro nem de que ontem eu estava viva, quer que eu me lembre o porquê que eu ri e chorei quando eu tive um orgasmo?!

    -Sei lá, vai que você sabe.

    -Não! Isso nunca aconteceu comigo antes!

    -Não mesmo, foi doido. Você riu, daí escorreu uma lágrima do seu olho. -Ele disse e eu ri.

    -Mas que porra é essa.

    -Pois é, eu fiquei meio preocupado na hora, mas você disse que tava bem.

    -Tá, e depois?

    -Depois você disse que queria dormir e deitou nos bancos de trás. E me deu feliz aniversário. -Franzi a testa.

    -Tá...

    -E aí nós viemos pra casa. Te dei um banho e te coloquei pra dormir. -Deu um suspiro. -Basicamente foi isso. -Terminou, me fazendo rir por frustração.

    -Eu parecia uma criança, né?

    -Millie, faz parte. Você estava fora de si, acontece.

    -Mesmo assim. -Assenti que não com a cabeça. -Que falta de responsabilidade.

    -Não, você tem responsabilidade até demais. Nós dois sabíamos que você iria ficar alterada, você foi beber justamente pra isso.

    -É, eu sei... -Dei um suspiro e fechei meus olhos, ao levar minha mão à testa. -Se arrependimento matasse...

    -Ei, relaxa. Agora já foi.

    -Não, não foi. -Respondi. -Estou falando da ressaca.

    -O que você está sentindo?

    -Eu estou meio tonta, minha cabeça lateja de tanta dor e meu enjoo parece que piora a cada minuto.

    -Quer vomitar?

    -Ainda não, eu acabei de ir.

    -Fica tranquila, é assim mesmo. Depois você vai melhorar.

    -É, mas até lá... -Dei um suspiro e ele se levantou da cama.

    -Vem. -Pegou em minhas mãos. -Vamos descer, você vai gostar do que tem lá embaixo.

    -O que tem lá embaixo?

    -Você vai ver.

    -Finn, eu não estou no clima pra festa.  

    -Eu sei que não, fica tranquila e confia em mim. Vem. -Respondeu e me ajudou a levantar.

    -Ah... -Dei um suspiro de dor.

    -O que foi?

    -Minha cabeça não para de explodir.

    -Vai parar, vamos descer que eu vou cuidar de você. -Me beijou nos lábios.

    Fomos para as escadas e começamos a descer com rumo ao primeiro andar. Mas ao chegarmos na metade dela eu franzi minha testa e me voltei ao Finn.

    -Eles dormiram aqui? -Perguntei bem confusa.

    -Sim, dormiram. -Ele respondeu. E então todos eles que conversavam ainda deitados nos colchões olharam para nós. Pelo visto também acordaram cedo.

    -Oi, gente!

    -Oi, Mills!

    -Está bem?!

    -Feliz aniversário, Millie!

    -Parabéns!

    -Obrigada, pessoal. -Agradeci, ainda sem entender nada. E me voltei ao Finn novamente. -Desde quando estão aqui?

    -Desde ontem à noite. -Respondeu. -Eles te explicam. -Terminou e nós descemos, fazendo-os se levantarem.

    -E aí, Millie? -Disse Jack.

    -Como você tá? -Sadie pegou em minhas mãos.

    -Muito mal. -Respondi.

    -É, nós imaginamos. -Disse Noah.

    -Até pensamos em ir embora ontem à noite. -Disse Caleb.

    -Se quiser, nós podemos ir pra casa. -Gaten concordou.

    -Por que eu iria querer isso? -Franzi a testa.

    -Ah, pra você descansar. -Sadie respondeu.

    -Você não está muito bem, né. -Disse Jack.

    -E daí? Ninguém precisa ir embora.

    -Mesmo? -Noah perguntou.

    -Sim, vocês até melhoram o clima. -Respondi. -Só não esperem que eu fique agitada o tempo todo, porque tá bem difícil.

    -Sem problemas. Seremos compreensíveis. -Disse Caleb.

    -Isso, nós vamos te ajudar. -Disse Gaten.

    -Bom, eu acho que o namorado dela ajuda melhor do que nós. -Disse Jack.

    -Qualquer um ajuda melhor do que nós. -Disse Noah.

    -Ei, não me metam nesse meio não! -Sadie riu.

    -Mas tá bem ruim mesmo, Millie? -Caleb me perguntou.

    -Demais. -Fiz feição de desgosto. -Até mesmo quando eu estava grávida tinha mais disposição.

    -É, então tá tenso. -Disse Jack.

    -Eu disse que seria ressaca em dobro. -Disse Noah.

    -Galera, o café tá quase pronto, pros viciados em cafeína. -Finn se voltou a nós.

    -Ou seja, pra você mesmo, né. -Disse Jack.

    -Sossega, todo mundo aqui gosta de café. Inclusive você.

    -Eu sei, to de drama.

    -Quer biscoito? -Noah perguntou.

    -Perguntou o biscoiteiro, alá. -Jack respondeu.

    -Enfim, bora pra cozinha comer alguma coisa. -Disse Finn.

    -Que bom, to faminto. -E então fomos para a parte da cozinha, começando a pegar o necessário para comermos. E as comidas de preferência de cada um, até que nos sentamos à bancada.

    -Adoro tomar café da manhã nessa casa, meu Deus. -Disse Jack.

    -Então se interna, filho. -Finn respondeu.

    -Tão vendo como ele é? -Jack reclamou.

    -Vou fazer ovo, quem vai querer? -Noah perguntou.

    -Me.

    -Yo.

    -Eu também.

    -Geral, então?

    -É, faz pra geral. -Finn respondeu.

    -Não precisa, eu não vou querer. -Disse.

    -Não?

    -Vai comer o quê, Millie? -Finn me perguntou.

    -Nada, por enquanto.

    -Não, alguma coisa você vai comer.

    -Finn, eu estou indisposta.

    -Tá, mas você precisa comer. Anda, quer o quê?

    -Viram, que homem compreensível? -Assenti pra eles.

    -Quando você estava grávida eu mandava você comer e você comia.

    -Sim, porque mesmo estando enjoada eu tinha fome. Inclusive eu tinha uma criança na barriga, precisava comer por ela.

    -Ai, que lindos.

    -Né, também adoro.

    -Perfeitos.

    -Tá, mas você não pode ficar sem comer. Quer que eu faça um sanduíche pra você? -Perguntou me fazendo assentir que não.

    -Tem fruta?

    -Tem banana e maçã.

    -Escolhe pra mim, então.

    -Come a maçã, é mais doce. -Pegou uma da geladeira e me deu. -É melhor pra sua ressaca.

    -Valeu. -Disse e a mordi.

    -Tenta comer toda, por favor.

    -Tu come assim com casca? -Jack me perguntou.

    -Sim, por que não? -Respondi.

    -Sei lá, tenho agonia.

    -Alá o viado falando. -Finn brincou.

    -Dá licença que eu tenho agonia?

    -Toda, coração.

    -Mais alguém quer fruta? -Perguntei.

    -Não, valeu.

    -To bem comendo misto.

    -Eu quero, alguém me dá uma banana, por favor. -Noah pediu.

    -Vai querer descascadinha também? -Finn riu.

    -Ah, vai me dizer que você come banana com casca?

    -Claro que não, porra. -Riu outra vez e a descascou pro Noah. -Toma, segura.

    -Me dá na boca.

    -“Na boca” o caralho, segura.

    -Eu to ocupado aqui, meu bem, vambora.

    -Ai, saco. -Ele disse e deu pro Noah na boca, nos fazendo rir.

    -Doeu? -Perguntou de boca cheia.

    -Eu hein.

    -Reclama não, que eu to fazendo meu ovo.

    -Cala a boca aí, mano. -Disse Caleb.

    -É, só fala merda. -Disse Jack.

    -Vai todo mundo comer meu ovo. -Ele gargalhou.

    -Que bom que eu não vou. -Respondi e mordi a maçã.

    -Tá perdendo, meu ovo é gostosão.

    -Se puder parar, eu agradeço. Tá piorando meu enjoo.

    -Tu para, hein, Noah. -Finn riu.

    -Gente, qual é o nome disso aqui? -Assentiu o ovo na frigideira para o Finn. -Me diz.

    -“Saco escrotal”. -Finn respondeu e eles gargalharam. Até eu ri, confesso.

    -Obrigada. -Agradeci, pelo comentário dele.

    -Desculpa, não me segurei.

    -Não me diga. -Respondi.

    -Beleza, quem quer café? -Finn perguntou, fazendo todos levantarem a mão. -Então tá bom.

    -O lobo tá gentil hoje. -Disse Gaten.

    -Ah, nem vem. Eu sou gentil sempre.

    -É sim, po. Quando dormia lá em casa não fazia porra nenhuma por mim. -Disse Caleb.

    -Na sua também?! -Noah perguntou. -Achei que fosse só na minha.

    -Eu também achei. -Disse Jack.

    -Que isso, gente.

    -É sério! Era assim “Finn, pega água pra mim”, aí ele “Levanta e pega”, sendo que o infeliz já estava na cozinha! -Disse Caleb.

    -Porra, teve um dia que a gente viajou geral por causa da premiação de IT, né. Daí a gente estava tomando café no hotel e ele levantou pra pegar a comida dele. -Jack começou.

    -Porra, tu não esquece dessa história, hein.

    -Não mesmo, faço questão de contar! Mano, eu dei o meu prato pro filho da puta, falei “Pega um presunto pra mim”, aí ele “tá bom”. Voltou pra mesa lindo e formoso, com o prato dele cheio de comida e nada do meu prato ter voltado. Aí eu perguntei “Porra, cadê meu presunto?” aí ele “Tá lá no seu prato”, daí eu falei “Cadê o meu prato, caralho?!”. E tipo assim, vocês não sabem o que essa criatura respondeu!

    -Fala, fala!

    -Diz aí o que tu respondeu! -Jack assentiu para o Finn.

    -“Tá lá na mesa, vai pegar.” -Ele gargalhou.

    -Caralho!

    -Nossa, escroto!

    -Mano, eu queria um presunto! Só UM!

    -Mas olha só, isso foi vingança, tá?! -Finn se defendeu.

    -Vingança do que, meu amor?!

    -Não se lembra da madrugada desse dia não?!

    -Ihh, tem mais! -Gaten riu.

    -Conta, conta! -Sadie pediu.

    -Porra, eu e Jack estávamos dividindo o quarto nesse hotel. Daí ok, só que esse garoto sente um calor que vem lá do cu dele e deixa a porra do ar-condicionado ligado no mínimo, toda porra da noite! Quase que nevava naquela merda.

    -Lá vai ele reclamar do meu calor.

    -Reclamo mesmo, porque eu te disse mil vezes que a porra da minha garganta fica seca de madrugada por causa disso. Enfim, o filho da puta levantou pra ir no banheiro de madrugada e eu dei graças a Deus, porque eu tava morrendo de sede. Daí eu falei “Jack, aproveita que tu levantou e pega uma garrafa de água pra mim no frigobar”, aí ele “Tá bom”. Foi, fez o xixi dele em paz e foi pro frigobar. Só que ele volta pra cama sem garrafa nenhuma, daí eu perguntei “Porra, cadê minha água?” aí ele “Ih, esqueci que era pra você e bebi. Levanta e pega lá”. Virou pro lado e dormiu, mano! Porra!

    -Gente, não sei quem é pior. -Noah riu.

    -Ele é pior! Eu deixei o presunto dele lá por vingança!

    -Tá, e você levantou pra beber água, afinal? -Caleb perguntou.

    -Levantei! Puto da vida, mas levantei! Foi quase que eu não matei ele sufocado com o travesseiro.

    -Eu jogava a água na cara. -Disse Noah.

    -Ah, mas ele fez pior. -Disse Jack.

    -Fez?! -Sadie riu.

    -Fiz. Bem feito, se fodeu.

    -O que você fez?! -Eles perguntaram.

    -Acabei com as garrafas de água antes dele querer beber. Daí ele que teve se virar pra pedir mais, saracutiou o hotel inteiro pra achar a porra da camareira.

    -E falava em polonês ainda por cima a filha da puta. -Jack respondeu.

    -Mano, bem feito. É isso.

    -Ah, vai se foder.

    -Tá bom.

    -E tu ficou mijando por mais quantas horas do dia, meu querido? -Caleb assentiu para Finn.

    -Passei o dia todo no banheiro, quase. Mas foi por uma boa causa.

    -Muito bom que a gente achando essas histórias incríveis e a Millie de boa. -Noah riu.

    -Não, é que eu já sei dessa história toda. -Respondi.

    -Ah, coisa de casal.

    -Não, ele me contou essa história muito antes da gente namorar.

    -Ah, coisa de ficantes.

    -Enfim. -Finn encheu minha caneca de café. -Se a gente for contar nossas histórias agora, vamos terminar só ano que vem.

    -Tá com açúcar? -Perguntei.

    -Sim.

    -Obrigada. -Agradeci e dei um selinho nele.

    -Meu ovo tá pronto, venham pegar. -Disse Noah.

    -Alá, tá dando uma de Finn. -Disse Caleb. -Mandando todo mundo levantar e ir pegar.

    -Na moral, eu duvido que ele já tenha feito algo assim com a Millie. -Disse Jack.

    -O quê?! -Ri. -Ah, meu querido, não duvide.

    -É sério?!

    -Até com a namorada?!

    -Ah, nem foi, Millie. -Disse Finn.

    -Mas é claro que foi! Já perdi a conta de quantas vezes eu te pedi água de madrugada quando você levantou e você se negou a pegar, me mandou levantar!

    -Po, eu fui pro banheiro, não pra cozinha!

    -E daí, você tava em pé! Custava descer e pegar água pra mim?!

    -Mas você teve que levantar e pegar, Millie? -Gaten me perguntou.

    -Claro que não, eu obrigava ele a pegar pra mim. -Ri de deboche. -Até parece.

    -Ui, poderosa!

    -Aí sim!

    -Millie não deixa barato não.

    -Não mesmo, eu sofro. -Disse Finn.

    -Alá o drama, tá vendo. -Disse.  

    -Mas nada supera eu com cara de taxo tendo que pedir trezentas garrafas de água pra mulher que falava outra língua.

    -Aí, por falar em “outra língua”, que porra foi aquela ontem à noite?

    -É mesmo, a Millie tava falando em espanhol?!

    -Quê?! -Me voltei ao Finn. -Isso aconteceu?!

    -É, pelo visto ela não se lembra de nada. -Disse Noah.

    -De absolutamente nada. -Ele respondeu e se voltou a mim. -Ontem quando nós chegamos eles estavam aqui te esperando pra fazer uma festa surpresa. Nem eu sabia de que eles estariam aqui, mas estavam. Daí você começou a falar uns negócios em espanhol que ninguém entendeu nada. Só sabemos de que você achou que fosse Reveillón.

    -E o meu aniversário. -Noah terminou.

    -Ah, não... -Apoiei minha cabeça em minha mão pela dor de cabeça e dei um suspiro. -Foi mal, gente. Ontem o dia foi péssimo.

    -Sabemos. -Sadie lamentou.

    -É, e relaxa. Você não tava consciente das coisas. -Disse Jack.

    -Foi engraçado até. Você chegou na sala e começou a tentar amassar a latinha de Coca-Cola tipo a Eleven. Daí começou a rir do nada. -Caleb riu.

    -Graças a quem? -Finn assentiu para o Noah.

    -Opa. -Ele respondeu.

    -É sério mesmo que eu fiz isso? -Perguntei e eles assentiram que sim, me fazendo dar uma risada. -Não me deixa beber nunca mais, por favor. -Pedi pro Finn.

    -Ah, pelo menos não foi nada sério. Tem gente que sai do controle total. -Disse Gaten.

    -Ela não saiu do controle, porque eu arrastei ela lá pra cima. -Disse Finn. -Se não... Só tinha a piorar, eu falei pra vocês.

    -Finn salvador da pátria, outra vez. -Disse Noah.

    -Mas por que o espanhol?

    -Eu sou fluente. -Dei um gole de café, notando a feição deles de surpresa. -Foi mal, acho que eu nunca comentei sobre isso.

    -É sério?! -Sadie perguntou.

    -Que foda! -Disse Jack.

    -É, eu tenho tios espanhóis. Só por isso.

    -Ela é sinistra. -Disse Finn.

    -É mesmo. -Disse Noah.

    -Que foda.

    -Adorei.

    -Gente, o ovo do Noah é gostosão. -Gaten disse e eles riram.

    -Eu falei, porra.

    -Eu nem ia falar nada, mas tá mesmo. -Disse Caleb. -Tava me segurando pra não falar.

    -Por que será, né?! -Eles conversavam entre si, até que o meu enjoo começou a piorou de vez, me fazendo dar um suspiro e acariciar minha barriga.

    -Ei, você tá bem? -Me perguntou num tom baixo, enquanto eles conversavam. -Tá muito enjoada? -Acariciou minha barriga.

    -Muito... -Respondi com meus olhos fechados pela indisposição.

    -Quer vomitar? -Me perguntou, mas eu não respondi pela incerteza. -Se quiser eu vou com você, não tem problema.

    -Millie, tá tudo bem? -Me perguntaram, me fazendo assentir que não com a cabeça.

    -Vem, vamos lá. -Finn se levantou comigo e fomos até o banheiro, onde lá eu fiz o mesmo procedimento como quando acordei. Porém agora ele segurava meus cabelos, e eu ainda não tinha vomitado. Esperei mais um pouco, e nada vinha.

    -Eu não vou vomitar.

    -Tem certeza? -Perguntou, me fazendo assentir que sim. E então me levantei, sentindo aquela dor de cabeça se agravar ainda mais. -Se precisar vir, me avisa.

    -Tudo bem.

    -Comeu a maçã toda?

    -Sim.

    -Tá, então termina de beber o café se conseguir, que eu vou te dar uma aspirina.

    -Obrigada, amor. -Agradeci e nós saímos dali, voltando para perto dos meninos.

    -Ei, tá tudo bem?

    -A maçã foi embora?

    -Não. -Ele respondeu. -Alarme falso.

    -Por enquanto. -Respondi e dei mais um gole de café.

    -Pelo menos vai passar. -Disse Gaten.

    -Vai sim. -Disse Sadie.

    -Por falar em “alarme falso”, posso perguntar uma coisa pra vocês? -Disse Jack.

    -Hm. -Respondi.

    -Vocês já passaram por um alarme falso?

    -Como assim? -Finn perguntou.

    -Na minha gravidez? -Perguntei.

    -Isso.

    -Sim. -Respondi.

    -Sério?!

    -Ai, meu Deus! -Eles se animaram.

    -Contem, contem!

    -Porra, nesse dia a gente levou um puta de um susto. -Finn riu.

    -Nossa, eu fiquei desesperada. -Afirmei.

    -Mas foi bem rápido, graças a Deus.

    -Mesmo assim, contem! -Pediram ansiosos.

    -Já que insistem...

------------------------------------------------ Flashback On ---------------------------------------------------------

 

    Era madrugada e nós estávamos dormindo. Eu já estava indo para o final do oitavo mês de gravidez, ou seja, está chegando o grande dia. E nós mal conseguimos esperar, estamos tão ansiosos para essa menina chegar nas nossas vidas, que nem sei. Mas antes dela, como primeiro filhinho, temos o nosso cachorro que está dormido na cama com a gente. Já cresceu desde o dia em que o tiramos da rua, mas ainda é um filhote. Na verdade, ele vai sempre ser um filhote para nós dois.

    A noite estava sendo aconchegante e tranquila, até o momento em que eu começo a sentir contrações fortíssimas na minha barriga. Mas muito fortes mesmo, mais do que o normal. E então eu acabei acordando no susto.

    -Ah... -Dei um suspiro e me ajeitei melhor na cama, tentando pensar no que poderia ser, até que começo a acariciar minha barriga. E a dor se torna muito, mas muito mais forte. Se a minha filha não estiver nascendo agora, eu estou morrendo. -Finn... -O chamei, já roçando os dentes de dor. -Finn! -O chamei outra vez ao empurrar seu ombro, enquanto minha outra mão acariciava a minha barriga.

    -AI, QUE FOI?! -Acordou no susto. -LEVANTEI.

    -Shhh! -Apertei os olhos de dor e comecei a respirar fundo.

    -Amor, o que foi?! -Perguntou preocupado e se aproximou de mim. -Millie, o que houve, fala pra mim! -Acariciou minha barriga.

    -Finn, eu acho que... -Apertei os olhos outra vez. -Eu acho que é agora. -Voltei a respirar fundo.

    -O quê?! Pera aí, Millie, agora?!

    -Amor, eu acho que ela tá nascendo... -Abri um sorriso, ainda morrendo de dor, e peguei na mão dele, a apertando com toda a força em seguida pela dor insuportável que eu senti. -Ah, porra!

    -Ok, ok, se acalma. Olha pra mim. -Pegou em meu rosto e segurou com força em minha mão. -Respira fundo, eu to aqui com você.

    -Tá... -Voltei a respirar fundo, tentando me acalmar, enquanto ele me acariciava na barriga. -Ok, mantém a calma... -Ia dizendo para mim mesma.

    -Isso, fica calma, que...

    -AHH! -Joguei minha cabeça pra trás de tanta dor.

    -MEU DEUS, CALMA, EU NÃO SEI O QUE FAZER!

    -LIGA PRO MÉDICO!

    -CADÊ SEU CELULAR?!

    -TÁ LÁ EMBAIXO, LIGA DO SEU!

    -TÁ BOM! -Pegou o celular na mesinha e ameaçou se afastar de mim.

    -NÃO, NÃO, NÃO!

    -O QUÊ?!

    -FICA AQUI DO MEU LADO, NÃO SAI DAQUI!

    -OK, EU NÃO VOU SAIR!

    -ENTÃO FICA! -E outra contração fodida. -AHH!

    -CALMA, MANTÉM A CALMA!

    -PARA DE GRITAR, TÁ ME DEIXANDO NERVOSA!

    -TÁ, DESCULPA!

    -ENTÃO PARA!

    -TÁ, DES... -Limpou a garanta. -Desculpa, eu to nervoso!

    -Liga logo, Finn!

    -Calma, eu não sei qual é o número!

    -Você não salvou?!

    -Não, eu esqueci! -Permaneceu procurando o número de telefone na lista de chamadas, enquanto eu segurava com força em sua mão, ainda respirando fundo. -Acho que é esse! -Levou o celular à orelha.

    -Isso, liga!

    -Alô?! Oi, aqui é o... -Franziu a testa. -Porra, eu liguei pra caixa postal! -Desligou.

    -Ai, ai, tá doendo! -Gemi de dor outra vez. -Espera um pouquinho, filha, pelo amor de Deus...

    -Ok, me escuta. -Pegou em meu rosto. -Nós temos que ir pro hospital.

    -É, eu acho melhor.

    -É?

    -Aham... -Assenti que sim com a cabeça, ainda meio ofegante.

    -Ok, vem. -Se levantou da cama e veio pro meu lado. -Consegue levantar?

    -Acho que sim. -Tentei me levantar devagar, até que senti uma pontada filha da puta. -AHH, NÃO DÁ!

    -Quer que eu te carregue?!

    -Não sei! -Respondi e ele tentou me pegar nas costas e por debaixo das pernas. -Não, não, não, assim não dá!

    -Merda, e agora?! -Se sentou do meu lado.

    -Não sei, Finn, eu to nervosa! -Comecei a me abanar.

    -Não fica nervosa, tá? Olha pra mim, eu to aqui com você, Millie. -Pegou na minha mão outra vez.

    -Eu não sei o que fazer, não sei se ela está nascendo ou não!

    -Ainda não é o dia dela nascer, e se for alarme falso?

    -Mas tá doendo muito! -Me contraí de dor outra vez. -Isso não para!

    -O que você sente?

    -Contrações fortíssimas, dói tudo! -Apertei sua mão outra vez.

    -Beleza, foda-se. -Retirou a minha calça de moletom e abriu minhas pernas, indo para o meio delas em seguida. -Vem, Alison, pode vir. Papai tá esperando, vem.

    -Finn!

    -O quê?!

    -EU NÃO VOU PARIR AQUI!

    -Então...

    -SHHH! -Disse, calando nós dois por completo. -Pararam...

    -Pararam?

    -Pararam.

    -Pararam o quê?

    -As contrações. Pararam. -Disse, começando a acariciar minha barriga outra vez. -Não sinto mais nada.

    -Então foi alarme falso, porque ela não chegou aqui não.

    -Eu sei. -Me sentei na cama e permaneci pensando, ainda confusa. -O que foi isso?

    -Talvez as contrações que o médico disse que você poderia ter.

    -Mas estavam muito fortes, Finn.

    -Bom, vai que são assim mesmo.

    -Que estranho... -A acariciei outra vez. -Eu não sinto mais dor alguma, não sinto nada.

    -Graças a Deus, já tava pegando o celular pra gravar o nascimento dela.

    -Ela não vai nascer aqui de jeito nenhum. Se isso acontecer de novo e ela estiver mesmo nascendo, nós vamos pro hospital. Então salva o número do médico amanhã, caso isso aconteça de novo, ouviu?

    -Tá bom. Mas porra, que susto que eu tomei, hein.

    -Ah, e eu. -Disse, enquanto vestia minha calça de moletom que ele acabou tirando. -Fiquei desesperada. -Me deitei na cama outra vez.

    -Então tá tudo bem?

    -Pelo visto, sim... -Dei um suspiro. -Alarme falso.

    -Então eu acho melhor ela saber que não deve mais dar susto assim na gente, tá ouvindo, meu amor? -Subiu minha regata e acariciou minha barriga, ao se aproximar dela. -Assim você mata o papai de susto e a sua mamãe também. -A beijou, me fazendo abrir um sorriso. -Eu sei que você quer nascer e a gente também quer que você nasça, mas por favor, só tenta sair daí quando for o momento certo, tá? -Sorriu e a encheu de beijos, me fazendo sentir um pouco do movimento dela na minha barriga.

    -Ela está interagindo com você.

    -Mesmo?

    -Sim. -Abri um sorriso. -Ela escutou sua voz e ficou feliz.

    -Bom saber que ela fica feliz ao me escutar. -Sorriu outra vez e aplicou o último beijo ali. -Podemos dormir? -Se voltou a mim.

    -Sim. -Ri.

    -Então que bom. -Me deu um selinho e apagou o abajur do seu lado. -Boa noite, amor.

    -Boa noite. -Disse e me virei para o lado na intenção de dormir, mas logo mudei de ideia. -Amor?

    -Hm?

    -Estou com desejo.

    -Ai, meu pai do céu.

 

---------------------------------------------- Flashback Off ------------------------------------------------ 

 

    -Iti, gente, que amor! -Disse Caleb.

    -Né, eu to soft! -Disse Noah.

    -Ai, queria tanto ter visto! -Disse Jack. -Imagina ter presenciado isso, que coisa linda!

    -Coisa mais fofa do mundo, sim ou claro? -Gaten riu

    -Vocês que são uns fofos assim. -Abri um fraco sorriso.

    -Né, são demais. -Finn riu. -Toma. -Me deu uma aspirina.

    -Obrigada. -A engoli junto do café. E então me despertei pelo meu celular que começou a tocar. -Finn, pega pra mim? -Pedi e ele fez.

    -É o seu pai. -Me entregou.

    -Obrigada. -Atendi e o levei à orelha. -Oi, pai.

    -Mills?

    -Ava? -Franzi minha testa. -O que houve, por que está me ligando?

    -Eu quero saber, vocês vão buscar a Alison logo?

    -Sim, daqui a pouco. O que houve, por que está falando assim? -Perguntei meio preocupada, até que comecei a ouvir vozes no fundo num tom altíssimo, como se fossem gritos. -Isso são gritos?!

    -Millie, a mamãe e o papai não param de brigar. Eu nem consegui dormir.

    -Eles estão brigando?! -E mais dor de cabeça. -Ava, onde você tá? Cadê a Alison?!

    -Nós estamos na sala, ela está aqui comigo.

    -Mas onde?!

    -No lugarzinho que ela dorme. Estou no sofá com ela.

    -Ela tá dormindo?!

    -Não, está acordada. -E mais gritos no fundo. -Mills, eu não sei o que fazer.

    -Tudo bem, fica calma e me escuta, tá?

    -Sim.

    -Não mexe na Alison. Deixa ela quieta, nem tenta a pegar no colo. Entendeu?

    -Tudo bem.

    -Agora eu preciso de que dê o telefone pra minha mãe, agora.

    -Mas eles estão no quarto.

    -Então vai até lá e dá o celular pra ela. Rápido, pra não deixar a Alison sozinha.

    -Não, Millie, eu tenho medo da mamãe!

    -Ava, você não tem que ter medo dela!

    -Mas eu tenho! -Respondeu numa voz de choro, me fazendo dar um suspiro. -Por favor, venham buscar a Alison logo. Eles não param de brigar desde ontem à noite quando você foi embora, eu estou com medo.

    -Você não tem que ficar com medo de nada.

    -Eu sei, mas eu quero você aqui. -Terminou, me fazendo dar outro suspiro.

    -Tá, fica tranquila, que nós estamos indo.

    -Agora?

    -Sim. Fica quieta e não mexe com Alison, nós estamos indo.

    -Você vai resolver a briga deles, Mills?

    -Eu vou ver o que eu posso fazer, Ava.

    -Tudo bem. -Respondeu com a mesma voz de choro. -Venham logo, por favor.

    -Nós estamos indo. Qualquer coisa me liga. -Desliguei e escondi meu rosto com as mãos, dando um breve suspiro pela situação toda. E por eu estar cansada, além de estar passando mal.

    -Millie o que houve? -Finn me perguntou. E então me voltei a ele.

 

    -Nós precisamos buscar a Alison. -O admirei. -Agora.

 


Notas Finais


E pelo visto, os problemas ainda não acabaram :))))) (E não acabarão tão cedo, heuheu)
AMO A MILLIE BÊBADA E FIQUEI TODA BOBA COM ESSE FLASHBACK, TÃO AMORES <3
Gostaram, povo?? Depois tem mais, mas só depois. To enroladinha esses dias, me perdoem.
Deixa eu só perguntar uma coisa: Topariam uma "sleepover" com a Ava??


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