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História Am I Loving You? - 3 Temp. Até que a morte nos separe


Escrita por: GiowObsessed

Notas do Autor


AMOREEEES, EU NEM ACREDITO QUE ESTOU FAZENDO ISSO!!!! EU VOLTEI!!
Mas calma!!! Antes de tudo, tem algumas coisas que eu gostaria de esclarecer, mas prometo que vai ser rápido!
Eu fiquei por muito tempo tentando tomar partida do meu último capítulo postado aqui na história, e eu não conseguia de jeito nenhum. Eu tentava de todas as formas, e não conseguia criar, o que acabou me desanimando muito e me deixando afastada da história. Porém, como nunca fez parte dos meus planos abandonar isso aqui, durante esse tempo todo eu elaborei um novo recomeço que tem tudo para dar errado, ou tudo para dar certo. Depende de vocês. Trouxe essa obra-prima hoje e não faço ideia da reação que vai ser. Dependendo dos feedbacks que eu receber, e SE eu receber, vou me esforçar muito pra continuar levando à diante, e não estranhem a demora de capítulos ou a falta de muitas palavras, desde que eu entrei na faculdade a minha vida tem entrado num ritmo frenético. Caso realmente não seja o que vocês esperaram, e eu não ter o Feedback, vou entender isso como uma resposta de que realmente não é para eu continuar. Mas que pelo menos tentei!
Ou seja: Esse capítulo é um teste. Tudo vai depender da resposta de vocês <3333
Agora chega de enrolação. E boa leitura :)

Capítulo 99 - 3 Temp. Até que a morte nos separe


 

5 anos depois

 

 

Millie

 

 

    - Domaine Leflaive. – Li o nome do vinho e o abri em seguida. -Talvez esse seja a melhor opção para hoje. -Suspirei e enchi minha taça até menos da metade. Comecei a beber. -Entra. -Pedi, ao escutar batidas na porta. 

    -Millie? -Ouvi a voz da minha mãe.

    -Sim? -Apoiei a taça na mesinha ao meu lado e me levantei do sofá. 

    -Ah, meu Deus, olhe pra você! -Ela se aproximou de mim, com os olhos cheios de água, me fazendo sorrir de canto. -Eu sempre te imaginei neste vestido de noiva. -Sorriu. -Ele fez parte de um dos melhores momentos da minha vida. -Acariciou meu rosto. -Como se sente? -Perguntou e eu pensei um pouco.

    -Bonita. -Sorri sem cerimônia, enquanto ela me admirava. 

    -Hoje é o seu grande dia. -Falou num tom baixo, me fazendo assentir que sim. 

    -Pode me ajudar com o véu? 

    -Mas é claro. -Me levou até o grande espelho do cômodo, me deixando de frente para ele. Então posicionou a pequena coroa acompanhada do enorme véu na minha cabeça, o que nos fez me admirar. -E a Alison e o Tyler? -Perguntou e eu suspirei. 

    -Estão com o pai deles. -Respondi, a deixando um pouco em silêncio.

    -Não acha que eles deveriam fazer parte deste momento?

    -Não há motivo nenhum para isso.

    -Isso é você ou Finn que diz? 

    -Chega. -Respondi, me voltando a ela. -Não estrague tudo, por favor.

    -Eu só não quero que...

    -Finn não sabe que estou me casando hoje. -Falei de uma vez, deixando-a calada por alguns segundos. Então levantou as sobrancelhas. 

    -Ele não sabe?! 

    -Não. 

    -E nem os seus filhos?! 

    -Mãe, dá pra você parar de meter os meus filhos em tudo?! -Reclamei. -Esquece, o meu casamento está acontecendo hoje, e nenhum deles vai aparecer aqui! -Concluí, deixando-a calada. 

    -É essa a sua escolha?

    -Sim, é essa a minha escolha. 

    -Millie, eu só quero me garantir de que...

    -Do que? -A interrompi. 

    -De que está fazendo as escolhas certas na sua vida, Millie. -Me deixou em silêncio. 

    -Eu tenho cem porcento de certeza de que estou fazendo as escolhas certas na minha vida, mãe. -Respondi. -Agora, por favor, me deixe me preparar para o meu “felizes para sempre”. Sozinha. -Pedi e ela assentiu que sim. 

    -Só não se atrase. -Pediu e saiu do cômodo, me deixando em minha própria companhia. 

    Suspirei e me sentei no sofá, aguardando pelo chamado do meu pai. Cruzei minhas pernas e admirei meu scarpin, que combinava com o vestido de noiva. 

    Eu menti. Finn sabia sobre o meu casamento. Por mais que esse não fosse o meu plano, eu acabei contando ontem à noite, o que pode ter sido um erro. Na verdade, ontem à noite foi o próprio erro. Eu e Finn não nos víamos há 2 anos, praticamente. Somente nas festas de aniversário dos nossos filhos, ou quando os buscávamos por causa da guarda compartilhada. Após o aniversário de 1 ano do Tyler, fomos nos afastamos cada vez mais, até nos perdermos no tempo. Nossas vidas tomaram rumos diferentes. De todos nós, na verdade. Quando nos separamos, ficou muito difícil de manter a amizade com os meninos. Uma coisa afetou a outra. Sempre se tornava motivo de complicações e discussões. Sabe quando você tem aquele casal no grupo de amigos, que quando se separam fica super difícil de combinar um evento sem que um deles não compareça? Pois é. Afetou o grupo inteiro. E eu lamento muito por isso, mas às vezes os rumos fogem do nosso controle. E não há quem desfaça os planos que o destino já havia preparado para a gente. Deixarei essa parte para depois. 
    -Millie? -Fui desperta ao ouvir meu pai me chamar, enquanto batia na porta. Então entrou e me admirou, com lágrimas nos olhos, de felicidade. -Está na hora, princesa. -Sorriu de canto para mim, e eu devolvi o sorriso. 

    Me levantei e peguei meu buquê de flores. Então peguei o meu amuleto para pendurá-lo na minha mão, durante a cerimônia. Meu amuleto da sorte era um terço de diamantes que ganhei na semana em que a Alison nasceu, eu o rezava todos os dias para que a minha filha nascesse saudável e com vida. Logo depois, ele se tornou o meu amuleto, quando eu soube que a gravidez do Tyler era de risco. Todas as noites eu dormia com o terço encostado em minha barriga, enquanto eu tinha milhares de contrações e infecções urinárias. Foi isso que abençoou o meu filho para que ele não viesse a falecer durante a minha gravidez e nem no parto. 

    -Mamãe ama vocês. -Sussurrei com um sorriso no rosto e beijei o meu amuleto, logo o juntando ao meu buquê. Então me voltei ao meu pai.

    -Pronta? -Me perguntou. Então assenti que sim. 

    Estendeu a mão e eu a segurei. Logo fomos para a porta da Igreja onde eu estava me casando. 

    Suspirei brevemente outra vez. Acho que o tom do meu blush consegue esconder um pouco o tanto que estou pálida. 

    As portas se abriram e a música começou a tocar. E lá estava ele, me esperando no altar. Meu noivo, Jake. 

    Comecei a dar passos lentos com meu pai. 

    Que é amor, eu sei. Só não sei se o amor corresponde a ele ou ao sentimento de ser amada. De ser desejada. De ser tudo o que eu, Millie Bobby Brown, mereço ser. Será que é suficiente? E se não for suficiente? 

    Às vezes tento entender o motivo de eu só ter ligado para ele em momentos específicos. Foi saudade ou necessidade? Até hoje eu não sei dizer. 

    Estar com o Jake era maravilhoso. Ele me fazia eu me sentir amada, me trouxe conforto e segurança desde que as borboletas no meu estômago morreram. Me fazia esquecer das dores que eu já senti, mas não por completo. Ele não me fez superar. Mas está tudo bem, eu não posso mentir para o amor, mas posso mentir para mim mesma, até que eu acredite na minha própria mentira e a torne uma verdade. E eu espero que o amor também não esteja mentindo pra mim. Ainda não consigo entender se isso é paixão ou ansiedade. Às vezes eles nos confundem direitinho. 

    Apesar de tudo, estamos juntos há 2 meses, então fiquei noiva. Ele realizou o meu maior sonho, que era casar-me. E por mais que eu tenha sonhado com o meu casamento por tantos anos, eu não tenho certeza se era dessa forma que eu deveria estar me sentindo hoje. Talvez todas as noivas entrem em pânico nesse momento. 

    Meu pai beijou a minha mão e me entregou para o Jake. O olhei nos olhos e pude enxergar a felicidade dele ao me admirar. Então sorri para ele e nos voltamos ao padre. 

    Ele ia dizendo as coisas mais bonitas que eu já pude ouvir. Aproveitei para admirar a Igreja e os convidados. Todos estavam muito felizes, inclusive a família dele, que não tinha me conhecido até então. Tentei procurar mais um pouco e notei que Noah ainda não havia chegado. Só ele conseguiria vir hoje, dos meninos, mas pelo visto não veio a tempo. Pelo menos abri um enorme sorriso, ao encontrar a Lilia mais para os fundos. A presença dela confortou com o meu coração em dobro, por ela e pelo Noah. 

   -Por favor, repita comigo. “Eu, Jake” -O padre começou.

   -Eu, Jake... -Sorriu para mim.

   -“Te recebo, Millie, como minha esposa” 

    -Te recebo, Millie, como minha esposa... -Ele ia dizendo, após o padre. -Te prometo ser fiel, te amar e te respeitar... -Enxugou a lágrima. -Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza. Na riqueza e na pobreza. -Sorriu. -Até que a morte nos separe. -Terminou, o que me fez enxugar uma lágrima, ao engolir seco. Então chegou a minha vez.

    -Eu, Millie. -Sorri, o admirando. -Te recebo, Jake, como meu marido... -Agarrei o meu terço, junto do meu buquê. -E te prometo ser fiel. Te amar e te respeitar, na saúde e na doença. -Mais uma lágrima desceu. -Na alegria e na tristeza. Na riqueza e na pobreza. -O admirei novamente e concluí. -Até que a morte nos separe. 

    -Até que a morte os separe! -O padre finalizou com um sorriso no rosto. -Pode beijar a noiva! 

    Então nos beijamos e todos aplaudiram. 

    Demos as mãos, com a maior felicidade dentro de nós, e corremos com rumo à saída em meio de muitas risadas, diante à chuva de arroz que caía em nós dois, enquanto ainda nos aplaudiam. Mais um sonho realizado na minha vida. Muito obrigada, Jake. 

    Nosso rumo agora foi ao salão de festas onde comemoraríamos a cerimônia. Era um lugar lindo, uma mansão que tinha um enorme gramado com várias árvores e flores lindas. 

 

    [...]

 

    E depois de tantas recepções, fotos, parabéns e festas, finalmente pude me afastar um pouco dos convidados para poder dançar com meu noivo no jardim. Meu desejo era ficar presa nesse momento para sempre. Sem ir para frente, e sem voltar para ontem. Tudo, menos ontem. 

 

    -No que está pensando? -Me perguntou, ao colocar meus cabelos para trás da orelha. 

    -Em hoje. -Respondi num tom baixo e sorri de canto. -No agora. 

    -Você está feliz com o agora? -Perguntou e nós rimos.

    -Mais do que eu esperava. -Cruzei meus pulsos atrás de sua nuca. -Mas gostaria de abraçar os meus filhos. -Ri e enxuguei uma lágrima.

    -Por que eles não estão aqui? Eu te disse que...

    -Não, Jake... -Assenti que não e sorri de canto. -Eles são muito pequenos para isso tudo, eu não quero que um descuido atrapalhe o crescimento deles.

    -Isso não é um descuido, é o seu casamento. -Ele disse, me deixando em silêncio. -Não vão pensar que eu serei o pai deles por causa disso. 

    -Jake, por favor, agora não.

    -Falo sério, Millie. Vamos morar juntos, o que vai fazer em relação a isso? Ver os seus filhos aos finais de semana?

    -Você sabe que não, e é por isso que vamos embora da Inglaterra. 

    -E por que não podemos morar com eles aqui na Inglaterra? -Perguntou. -Eu juro que ainda não entendo. 

    -Jake, eu já te disse que não vou morar em nenhum lugar que dificulte o relacionamento deles com o Finn. E acabou, você aceitou fazer isso. 

    -Eu aceitei por você.

    -Então pronto. Agora, chega dessa conversa. -Apoiei a cabeça em seu ombro. 

    -Me desculpa, meu amor. -Me acariciou e beijou minha cabeça. -Me desculpa, é que isso tudo é muito novo pra mim. Digo, eles já sabem que eu sou o padrasto deles? Eles sabem o que é um padrasto? 

    -Jake, por favor... -Pedi num tom baixo. -Me deixe aproveitar a noite do nosso casamento. -Permaneci com a cabeça apoiada nele. -Essa noite é sobre nós, somente. -Concluí e fechei os meus olhos, sentindo a brisa da noite me acalmar. 

    -Está bem, me desculpa. -Acariciou meus cabelos com bastante carinho. -Eu amo você. -Ele disse, o que me fez abrir os olhos. 

    -Eu também amo você, Jake. -O admirei e nos beijamos lentamente. Foi um beijo bem gostoso.

    Me admirou e acariciou a lateral do meu rosto, me fazendo sorrir. 

    -Mal posso esperar para a lua de mel. -Ri sem cerimônia. 

    -É muito bom saber disso. -Respondeu e me acariciou de um jeito inapropriado. 

    -Jake... -Retirei a mão dele e suspirei. 

    -Foi mal. -Riu abafado e admirou os fundos do jardim. -Tem alguém querendo te ver. -Sorriu e apontou. Então me virei para trás e encontrei o Noah se aproximando com um sorriso no rosto, me fazendo o devolver no mesmo instante. -Eu vou entrar. -Jake disse e se afastou de nós dois. 

    -Noah! -Abri outro sorriso, com os olhos cheio de lágrimas. Dei uma breve corrida e o alcancei. Nos abraçamos fortemente. E que saudade desse abraço. Eu poderia passar dias ali dentro. -Chegou tarde. -Brinquei, ainda o abraçando forte. 

    -E ainda tentei vir o mais rápido possível. -Respondeu e nós rimos. Então nos admiramos e ele enxugou minha lágrima. Segurou em minha cintura e começamos a dançar lentamente por ali. -Você conseguiu mesmo. Se casou antes dos trinta. -Rimos. 

    -Caso contrário, eu já estaria me preparando para passar o resto da minha vida com você. -Sorrimos e ele me fez dar uma voltinha. Então juntei meus pulsos por trás de seu pescoço. -Não conseguiria ter feito nada disso sem saber que ainda tenho você. 

    -Por que diz isso? -Perguntou e eu dei de ombros.

    -Sinto que é muito para assimilar e entender ao mesmo tempo. -Respondi, fazendo-o pensar um pouco. -O que houve? -Perguntei, e ele pensou um pouco mais. 

    -Por que tenho a sensação de que isso tudo é uma correria, Millie? -Perguntou. E eu que precisei pensar, depois dessa.

    -Como assim?

    -É como se isso fosse uma urgência na sua vida. Uma válvula de escape. -Respondeu, me fazendo rir.

    -Noah, você não pode tomar as dores do Finn. 

    -Eu tomei as suas dores, Millie. -Me calou. -Alison? Tyler? Cadê eles? -Perguntou. -É o seu casamento, Millie. 

    -Eu não quero que eles fiquem confusos, Noah.

    -Eles ou você, Millie? -Perguntou, me fazendo suspirar. E o olhar no fundo dos olhos. 

    -Eu amo o Jake, Noah. -Disse, deixando-o quieto. -Ele pediu a minha mão em casamento e eu fiz o que qualquer mulher faria no meu lugar. Eu disse “sim”. 

    -Exatamente, e você não é “qualquer mulher”, Millie. -Respondeu. -Não duvido que você o ame. Nem um pouco. -Me olhou nos olhos. -Só saiba de que você não precisa ter pressa para ser feliz de novo, Millie. 

    -Eu nunca fui tão feliz quanto estou agora, Noah. -Sorri e lacrimejei. -Por favor, esteja feliz por mim também. -Terminei e ele sorriu.

    -Mas é claro que eu estou, Millie. 

    -Promete? -Perguntei e ele riu abafado. 

    -Prometo. -Cruzamos os dedos mindinho. Então ele me abraçou bem forte. -Você merece ser a pessoa mais feliz do mundo. Não deixe ninguém te fazer o contrário disso. -Ele disse, o que me fez apertar os olhos e chorar. 

    -Eu não vou. -O abracei mais forte ainda. Então suspirei e nos admiramos 

    -Não chora. -Enxugou meu rosto. -Você é a noiva, vai borrar a maquiagem. -Rimos. Então eu limpei a garganta. 

    -E o Finn? -Acabei perguntando. Não consegui me segurar. -Como ele está? -Perguntei e ele riu abafado. 

    -Pelo visto vocês realmente se evitam a todo custo, hein.

    -Você sabe que sim. -Retirei um cigarro e um isqueiro que estavam presos entre meu peito e ao decote do vestido. -Nós só nos ligamos quando é a respeito das crianças, não ao menos perguntamos um “como você está?”. -Prendi o cigarro na boca e o acendi, expulsando a fumaça em seguida. -Eu não faço questão de saber, e nem ele. -Fumei outra vez.

    -Então por que pergunta pra mim? 

    -Porque se eu perguntar pra ele, ele vai mentir pra mim. -Respondi e ele suspirou.

    -Eu também ando ocupado, Millie, nós não nos falamos muito. Da última vez ele estava se ausentando dos projetos da carreira por causa dos filhos, é só o que eu sei. 

    -É, eu também sei. -Expulsei a fumaça, enquanto ele me admirava. 

    -O que é isso, agora? -Perguntou, assentindo para o cigarro.

    -Hollywood. -Fumei e o aproximei dele. -Quer? 

    -Não, eu passo. -Respondeu. -Está fumando outra vez? -Perguntou decepcionado. 

    -Eu juro que é só dessa vez. 

    -Você já disse isso pra mim antes. E nunca é “só dessa vez”. 

    -Mas agora é, eu prometo. -Respondi e fumei mais uma vez. 

    -Alison já te viu fazendo isso? -Perguntou, me deixando de boca aberta. 

    -Pelo amor de Deus, vai retirar a guarda dos meus filhos, agora?! -Cruzei os braços. -É claro que eu não fumo perto deles, é só um cigarro! Nada demais, relaxa. -Respondi e voltei a fumar. Então suspirei -Eu acho que... -Dei de ombros e pensei um pouco. -Sei lá, que talvez eu estivesse esperando alguma mensagem pelo dia de hoje, ou... -Franzi a testa e ri abafado. -Que seja, esquece. 

    -Como assim, Millie? Mensagem de quem? -Me perguntou. -Do Finn? -Me admirou e eu dei de ombros. -Mas como, se ele nem sabe que... 

    -Eu contei pra ele. -Respondi, deixando-o calado. Até que suspirou.

    -B-bom... Que bom... certo? Digo, ele deveria saber, era melhor que ele soubesse antes de...

    -Eu não queria ter dito. -O interrompi. -Não daquela maneira, eu estava alterada, e... -Pensei e fumei outra vez, voltando a ficar nervosa. 

    -Como assim você estava alterada? Quando foi isso, Millie? 

    -Ontem à noite. -O admirei com os olhos molhados. Levei o cigarro à minha boca.

    -Você está tremendo. -Ele disse, ao franzir a testa. Merda, ele conseguiu notar meu nervosismo. -Millie, olha pra mim. -Se aproximou e me admirou. -O que foi que aconteceu ontem? 

    -Nada, eu... -Dei de ombros. -Nós bebemos, só isso. 

    -“Nós”? Como assim, vocês estavam juntos ontem?! 

    -Nós precisávamos resolver uma questão na escola da Alison, foi só por isso que eu estive em Atlanta. 

    -Mas resolver algo na escola não faz com que fiquem alterados com bebida. -Ele respondeu, com uma feição de desconfiado. Desviei meus olhos dos dele e levei o cigarro à boca. -Vocês transaram, Millie? -Me perguntou, num tom mais desconfiado ainda. Por essa eu não esperava. -Responda. 

    -Por que você acha isso? 

    -Millie, você transou com o Finn? -Perguntou num tom sério. -Sim ou não, responda. 

    -Não, Noah.

    -Millie. -Continuou, como se não acreditasse em nada que saía da minha boca. -Eu não vou perguntar de novo, nós estamos falando de uma coisa gravíssima entre vocês dois. -Permaneceu me admirando. -Você e o Finn transaram ontem à noite? -Perguntou com um olhar cínico. 

    -Ele te disse alguma coisa? 

    -Ele deveria me dizer alguma coisa? 

    -Ele te disse, ou não? 

    -Ninguém me disse nada, Millie, sou eu quem está te perguntando francamente. -Terminou, me fazendo rir abafado. 

     -Ótimo. Porque se ele tivesse dito alguma coisa, estaria mentindo. -Apaguei meu cigarro. -Ontem à noite eu ainda estava noiva, Noah. Não transei com ninguém. -Respondi, deixando-o quieto. -Me surpreende você pensar isso de mim. 

    -Eu não pensaria se não tivesse motivo. 

    -Qual o motivo?

    -O motivo é pela forma como você agiu enquanto me contava sobre ontem. Então tive minhas dúvidas.

    -Não precisa mais ter dúvidas. Não me senti bem em ter contado para o Finn que eu estava noiva da forma como eu contei, foi só isso. 

    -Eu admiro você ter contado a ele. -Respondeu. -Não gostaria de saber se ele também fosse se casar? 

    -Por que, ele te disse que vai casar? -Perguntei e ele riu abafado.

    -Não me disse nada, Millie. -Respondeu. -Mas eu não ficaria surpreso se dissesse. -Merda. O que isso queria dizer? 

    -Seja o que for, eu só quero que ele seja feliz. -Disse, disfarçando o meu incômodo. 

    -Eu também. -Sorriu e me abraçou apertado. -Eu vou entrar e beber alguma coisa, vem comigo?

    -Eu já estou indo.

    -Mas não demora. E vê se larga esse cigarro, você é linda demais pra fumar desse jeito. O loiro ficou perfeito em você. -Rimos e ele entrou na mansão de festas. 

    Dei um suspiro e me sentei em um dos bancos que tinham por ali. 

    Eu sei que disse que seria só aquele cigarro, mas o fim desse assunto me fez precisar de mais um. É só mais um, eu prometo. 

    Retirei meu segundo e último cigarro dos peitos e o acendi com o isqueiro. E esse cigarro, esse específico papel que enrolava milhares de drogas e substâncias ao mesmo tempo, que era o meu refúgio para me fazer esquecer de certas coisas, assim que eu o coloquei na boca, me trouxe a lembrança daquela maldita noite. 

 

    Flashback On 

 

    Coloquei o meu cigarro entre os lábios e o acendi com o isqueiro, assoprando a fumaça em seguida. Era uma tarde chuvosa de sábado, precisei vir à escola em que a Alison estuda para buscar o seu boletim atualizado, e conversar sobre qualquer coisa que precisasse com os professores dela. Sendo assim, eu e Finn acabamos nos encontrando lá dentro, é óbvio, já que ele também precisava participar. Eu estava na Inglaterra por uns dias para organizar o meu casamento com o Jake, mas precisei vir à Atlanta por conta disso, para resolver essas coisas. Durante esse processo, eu e Finn não trocamos uma palavra um com o outro, diretamente. E eu também não faço questão, só fiz isso pela minha filha. Então o que me restou, foi acender esse cigarro ao sair da escola, já que só tínhamos nós dois por ali. 

    -Você fuma agora? -Ele me perguntou, enquanto andávamos. 

    -Isso é tudo o que você tem pra me dizer? -Perguntei ironicamente. -Qual o problema de eu fumar?

    -Nenhum, Millie, eu só não queria que isso não acontecesse perto da Alison e do Tyler. 

    -E não acontece, Finn, eu não sou uma viciada. -Fumei outra vez. -Seus filhos têm uma ótima mãe, fique despreocupado. -Suspirei e me sentei no banco que tinha ali. Estávamos do lado de fora da escola, mas num lugar coberto. 

    -O que está fazendo?

    -Esperando esse temporal passar. 

    -Como assim?

    -Eu vim de táxi, estou hospedada num hotel. -Expulsei a fumaça. -Amanhã volto para a Inglaterra.

    -O meu carro está ali, não quer uma carona?

    -Não, está tudo bem. 

    -Essa chuva não vai passar tão cedo, Millie.

    -Finn, eu já disse que está tudo bem. Sei me cuidar, pode ir pra casa. 

    -Isso tudo é orgulho? -Me perguntou, me fazendo suspirar sem paciência. 

    -Finn, na boa, se...

    -Entrar no meu carro não vai fazer tudo virar um conto de fadas, Millie, ainda estamos separados. 

    -E vamos continuar. 

    -Sim. -Respondeu. -É só uma carona, e mais nada. -Terminou, me fazendo pensar um pouco. Até que suspirei e me levantei. Aceitei a carona dele. 

    Pegamos um pouco de chuva, mas não tinha problema. O problema foi entrar no carro dele e ter que relembrar de muita coisa que eu não queria. No fundo, era esse o meu motivo por negar essa gentileza do Finn a todo custo. Eu sabia que isso seria um gatilho para mim. 

    O hotel que eu estava hospedada ficava há mais de meia hora de distância. E durante todo esse tempo, o climão reinava dentro do carro entre nós dois. O que ajudava era a rádio ligada e o barulho da chuva caindo do lado de fora, que por sinal só aumentava.

    Cada minuto que passava o meu coração palpitava mais ansioso, por não saber se digo alguma coisa, ou não, se abro a boca ou fico quieta. Acho que é melhor engolir esse clima calada, do que eu sair desse carro machucada. Já chega de cicatrizes internas. 

    -A propósito, você ficou linda desse jeito. -Ele disse, o que me fez despertar dos pensamentos. E gelar por dentro.

    -O quê? -Perguntei como se não tivesse escutado, então ele me admirou rapidamente.

    -Seu cabelo. -Respondeu. -O loiro combina. -Parou no sinal e me admirou novamente. -Agora sim, a Alison é a sua cópia. 

    -Ela sempre se pareceu comigo. -Respondi e voltei a admirar a janela. 

    -Eu que sei. -Riu abafado. -Convivo com ela o suficiente para saber. -Brincou, e eu me voltei a ele sem paciência. 

    -Isso não era pra ser “só uma carona”? -Perguntei estressada. 

    -Era, e continua sendo. -Respondeu e eu me virei novamente. Então, pouco tempo depois, nós finalmente chegamos. 

    -É aqui. -Apontei e ele encostou o carro. -Obrigada por me trazer. 

    -Relaxa. -Destrancou as portas. -Boa viagem amanhã. 

    -Obrigada, me avisa quando buscar a Alison e o Tyler na casa da sua mãe. 

    -Ok, vou amanhã de manhã. -Respondeu e eu assenti que sim com a cabeça. -Nem se eu quisesse ir agora eu conseguiria, as ruas já estão alagadas. -Puxou o freio de mão. -Vou fazer uma hora e ver se essa chuva passa. 

    -É melhor, está perigoso para dirigir. -Peguei minha bolsa e ameacei abrir a porta. -Tem um bar aqui na recepção do hotel, se preferir esperar lá dentro. 

    -Isso não era pra ser “só uma carona”, Millie? -Brincou sem cerimônia.

    -Eu não estou te chamando para beber comigo, Finn. É só uma opção, você quem sabe. -Respondi e saí do carro. 

    -Ok, muito obrigado pela dica. -Sorriu de canto e eu bati a porta. 

    -Pelo amor de Deus... -Suspirei e entrei no hotel, indo direto para o elevador. -Boa noite. -Sorri ao cumprimentar uma moça ali dentro e apertei o botão do segundo andar. Chegando lá, peguei meu cartão de acesso e o inseri na maçaneta do meu quarto, logo abrindo a porta. 

    -Ah, olá! -A camareira que estava lá dentro sorriu para mim, o que me fez franzir a testa. -Me perdoe, não deu para fazer a faxina antes! 

    -Mas eu não queria faxina, vou embora amanhã. 

    -Então deve ter se esquecido de retirar a plaquinha da maçaneta, não é?! -Sorriu. 

    -O quê?! -Sussurrei e me voltei à maçaneta. E lá havia a porra da plaquinha “Solicito faxina”. -Ah, merda... -Revirei os olhos. 

    -Está tudo bem, querida, vou levar de quinze a cinquenta minutos para terminar! Por que não aguarda no bar da recepção?! Inaugurou essa semana. -Continuou sorrindo para mim, e eu sem acreditar. 

    -Que seja... -Sussurrei irritada e dei meia volta. 

    -Tchauzinho! -Acenou e eu bati a porta. 

    -Inacreditável. -Ri de deboche e chamei o elevador, enquanto pegava um cigarro e meu isqueiro na bolsa. E assim que fui o colocar na boca para acendê-lo, vi o sinal no corredor de proibido fumar. -Mas é claro. -Debochei de mim mesma e os guardei. Então entrei no elevador e desci para a recepção, agora indo direto para o tal do bar que eu ainda nem conhecia. E até que era um lugar bem agradável, ainda mais por quase não ter ninguém. Mas dentre as poucas pessoas que tinham, ele também estava ali sentado em uma das mesas distantes, enquanto mexia no celular. 

    Pensei duas vezes em dar meia volta, mas eu já me cansei de evitar o inevitável. Então dei um suspiro e fui até lá. Me sentei de frente para ele. 

    -Olha quem veio. -Sorriu de canto e bloqueou o celular. 

    -A camareira está limpando, precisei esperar. -Respondi sem cerimônia alguma.

    -Esqueceu de retirar a plaquinha? 

    -Sim, pra variar... -Cruzei os braços. 

     -Aqui está, moço. -O garçom deixou um copo na mesa. 

    -Obrigado. -Ele agradeceu e bebeu um gole do uísque com gelo.

    -Você está dirigindo. -Reclamei. 

    -Não é nada, só preciso reabastecer. -Tomou mais um gole. 

    -E para a moça bonita? -O garçom me perguntou.

    -Hã? -O admirei. -Não, eu não quero beber nada. 

    -Tem certeza? -Reforçou, me fazendo pensar. E mudei de ideia. 

    -Tequila, por favor. 

    -É pra já. -Sorriu e nos deixou à sós, me fazendo suspirar. 

    -Fez uma escolha forte. -Finn disse, ao segurar seu copo.

    -É, eu sei.

    -Você está bem? -Perguntou, me deixando meio ansiosa. 

    -Claro que estou, por que eu não estaria? 

    -Eu não sei. -Bebeu outro gole de uísque. -Cigarros, tequila, idas e vindas à Inglaterra... -Me admirou. -Mal tem tempo para ver os seus filhos. 

    -É só uma correria, e nada mais. -Respondi. -Já disse que quando isso terminar eu vou voltar a ficar com os meus filhos como antes. 

    -É algo sobre a sua família? -Perguntou, e eu assenti que não com a cabeça. -Os seus pais estão bem?

    -Sim, Finn, eles estão bem. A minha família está bem. -Respondi, como quem quer acabar com esse assunto de uma vez por todas. E o garçom trouxe a minha bebida. -Obrigada. -Tomei um gole e ficamos à sós, novamente. 

    -Millie, olha. -Se ajeitou e suspirou. -Eu sei que não estamos mais juntos faz um bom tempo, a nossa relação não tem sido a melhor de todas, e que você não quer mais que eu tenha nada a ver com a sua vida, mas nós temos um vínculo um com o outro para sempre por causa dos nossos filhos. Querendo ou não. 

    -Eu sei disso, e daí?

    -Daí que eu preciso de que me conte as coisas. -Ele disse, me fazendo suspirar de estresse. -Millie, olha só...

    -Finn, nós temos dois filhos. -O interrompi. -Isso não quer dizer que eu precise te ligar pra fazer fofoquinha da minha vida e te contar como foram os meus finais de semana. 

    -E nem eu quero que você faça isso, só que nós precisamos esclarecer certas coisas por causas das crianças. É só isso. 

    -E o que seriam essas coisas? 

    -Eu não sei, me diga você. 

    -Eu não tenho nada pra dizer, já disse que está tudo bem.

    -Se está tudo bem, o que você tanto faz na Inglaterra? -Me perguntou, o que me deixou meio sem resposta. -Você conheceu alguém? -Disse, me fazendo rir. 

    -Como é que é?! -Ri outra vez. -Finn, por acaso você se esqueceu que nós não usamos mais aliança? Por quê você está me perguntando isso, nós não temos mais nada. 

    -E você acha que eu pergunto isso porque tenho ciúmes? -Perguntou de um jeito cínico. -Millie, pelo amor de Deus. Faz anos. É como você disse, não temos mais nada, e eu já superei isso. -Uau. Um tapa na cara e tanto. -O único motivo pelo qual eu pergunto isso é pelos meus filhos. Caso contrário, não me importo com quem você deixa de sair ou não. 

    -Que bom, Finn, eu aprecio muito isso. De verdade. -Sorri cinicamente e bebi minha tequila, suspirando em seguida. -Não estou saindo com ninguém, está bom pra você? 

    -Para a minha preocupação, está ótimo. 

    -Você não precisa ficar preocupado com nada disso. Eu nunca faria nada com ninguém que pudesse ser uma ameaça para os meus filhos. -Respondi. -As pessoas com quem eu me relaciono não passam de um sexo casual que dura vinte minutos, e nada mais. 

    -Pelo visto, anda se divertindo muito, então. -Bebeu outro gole de uísque.

    -Eu tento, nas minhas horas vagas. -Cruzei as pernas. -Você não? 

    -Por que a pergunta?

    -Eu não sei, é só uma pergunta. -Dei de ombros, e ele suspirou. 

    -Às vezes é difícil fazer sexo e não se apegar à pessoa. Sabe como é? -Bebeu mais um gole. -Então eu decidi sossegar um pouco o meu facho com essa putaria toda e ficar tranquilo, na minha. 

    -Você se apegou a alguém? -Perguntei, sentindo uma leve pontada de ardência no corpo.

    -Hm. -Engoliu a bebida. -Você não sabe o que é isso, relaxa.

    -Como assim?

    -Você não se apega a ninguém, Millie. Sempre foi suficiente pra você mesma e usa isso a seu favor. -Me admirou por alguns segundos. -E está certa por fazer isso, então vá em frente. 

    -Você se apaixonou por alguma mulher enquanto transavam? -Perguntei, fazendo-o suspirar. -Parece que está apaixonado.

    -Millie, olha só... -Apertou os olhos com os dedos, como se estivesse cansado, e me admirou. -Eu superei você. -Disse num tom calmo. -Uma mulher gostosa que deu pra mim no meu carro não é capaz de fazer um estrago comigo nem se ela quisesse. -Concluiu, me deixando calada, e chamou o garçom. Espera, isso foi um elogio para mim? -Me vê mais um, por favor. -Ele pediu. 

    -Não acredita mais no amor? -Perguntei um pouco decepcionada. 

    -Não é que eu não acredite. Só precisei parar de romantizar muita coisa na minha vida. -Tomou o último gole do uísque gelado dele. Então eu desviei os olhares dos dele e bebi mais um pouco da minha tequila. -Te deixei desconfortável? -Me perguntou. 

    -Hm? -O admirei, como se eu não tivesse prestado atenção. -N-não, tá tudo bem. Eu estou bem. -Assenti que sim com a cabeça. Então o garçom voltou.

    -Aqui está. 

    -Obrigado. -Finn pegou o copo cheio e devolveu o vazio. E ficamos somente nós dois, mais uma vez. 

    -Alison sente a sua falta. -Disse, fazendo-o me admirar. 

    -Hã? 

    -Ela sempre me diz algumas coisas que me deixam isso claro. A cada momento em que estou com ela, eu presto atenção em tudo o que ela diz e da forma como ela interage. Consigo sentir essa falta que ela tem de... -Olhei para baixo, tentando encontrar a palavra. 

    -De mim? -Perguntou, e eu o admirei. -Sinto ela completamente desgarrada de mim quando estamos juntos, ela não gosta de grude, está mais pra independente. -Riu abafado. -É de você que ela não para de falar um minuto sequer quando está comigo. -Ele disse, me fazendo pensar um pouco. 

    -Então ela ainda está lidando. -Respondi.

    -Como assim?

    -Sente a sua falta quando está comigo, e sente minha falta quando está contigo. Ela queria que estivéssemos juntos. 

    -Eu achei que ela já tivesse entendido a nossa situação. 

    -Ela entendeu, só não aceita. 

    -Você acha?

    -Tenho certeza. -Afirmei. -Semana passada ela me entregou um desenho que tinha feito na terapia.

    -E o que era?

    -Todos nós. Você, eu, Tyler, ela e Doug. -O admirei, e ele logo suspirou. 

    -Nós sabíamos que isso não ia ser fácil, Millie. 

    -Está tudo bem, ela vai passar por isso. -Respondi, ao me apoiar na mesa e pensar, um pouco preocupada. 

    -Você acha que isso afeta o Tyler da mesma forma?

    -Não. -Assenti que não, ainda pensando. -Tyler só tinha dois anos quando nos separamos, ele mal vivenciou isso. -O admirei. -Alison já tinha quatro anos. Ela sabia exatamente o que estava acontecendo. 

    -É, e agora que ela tem seis anos de idade, parece que é muito mais esperta do que pensei que ela poderia ser. 

    -Os dois são. Nunca vi uma criança aprender a falar tão rápido quanto o Tyler, e nunca vi uma menina com tanta personalidade quanto a Alison. -Assenti que não, sorrindo de canto, bem boba. -São tão iguais, mas tão diferentes. -Sorri mais ainda. 

    -Eles são tudo pra gente, não é? -Ele disse, com o mesmo sorriso bobo que o meu. 

    -São tudo e mais um pouco. -Assenti que sim e lacrimejei. -Ai, meu Deus... -Enxuguei os olhos. 

    -Tá tudo bem? 

    -Está sim. -Me abanei e suspirei em seguida. -Às vezes eu só penso, que... -Dei de ombros. -Sei lá, que eu gostaria de largar tudo. -Assenti que não. -Abrir mão de mais coisas do que já abri em relação à minha vida corrida e à minha carreira, só para ficar mais alguns minutos perto deles. -Enxuguei a lágrima. -Buscar a Alison na escola mais vezes, tentar não chegar atrasada nas apresentações do dia das mães, viver esse último ano de creche mais perto do Tyler... -Bebi meu último gole de tequila. -Sinto um medo ardido de não ser tão presente na vida deles quanto eu deveria ser, e falhar como mãe. -Chorei mais ainda.

    -Ei, Millie, calma... -Pegou na minha mão, o que me deixou meio surpresa. -Você não precisa pensar desse jeito. Ok? Eu e você fazemos de tudo, o possível e o impossível por eles dois, damos o nosso sangue por isso. E você sabe. -Ele disse e eu assenti que sim, ainda em meio de algumas lágrimas. Então ele começou a acariciar os meus dedos com o polegar. Por favor, Finn. Só não me faça ter uma recaída por sua culpa. -Estamos juntos nessa. Conseguimos fazer os nossos filhos serem as crianças mais felizes do mundo todos os dias. Eu e você. -Concluiu num tom baixo, estando mais aproximado de mim, enquanto nos admirávamos. E acabou subindo uma tensão entre nós dois que eu não esperava.

    -Obrigada. -Soltei a mão dele rapidamente e enxuguei meu rosto, para dar uma despertada desse clima que bateu do nada. -Você está certo. 

    -Fica tranquila. -Ele me disse. Daquela forma e com aquele tom de voz que acalma os meus milhares de nervos num estalo de dedos. Como se a voz dele fosse uma endorfina para o meu sistema nervoso.

    -Eu vou ficar... -Suspirei e me ajeitei. -Acho que isso aqui também já está começando a fazer efeito. -Ri abafado, ao assentir para o meu copo vazio. 

    -É, eu também já me sinto tontinho. -Riu. 

    -Você ainda vai pra casa? -Perguntei, o deixando em silêncio enquanto me admirava. Acho que ele não esperava por essa pergunta.

    -Você quer que eu vá? -Respondeu a minha pergunta com outra, e agora eu que fiquei calada.

    -Eu ainda vou esperar o meu quarto ser liberado, então você quem sabe. -Respondi, como quem não ligasse.

    -Bom, então eu gostaria de pelo menos terminar esse copo. -Sorriu de canto, de um jeito que eu bem conheço. E bebeu mais um gole de uísque. Tudo o que eu fiz foi desviar meus olhares dos dele, mais uma vez, e observar o bar. Esses cruzamentos de olhares nossos são capazes de fazer com que um erro aconteça essa noite. -Millie? -Ele me chamou, então tive que voltar a encará-lo -De alguma forma eu estou te deixando incomodada? -Perguntou. O que ele queria dizer com isso? 

    -Não, Finn, é claro que não. -Ri abafado. -Por qual motivo acha isso? -Perguntei, e ele só me admirava. Me admirava muito, por sinal.

    -Sinto que ainda posso ser uma ameaça para você. -Respondeu, o que me deixou surpresa. Tudo que eu soube fazer foi rir e assentir que não. 

    -Finn. Eu superei você. -Respondi pausadamente. 

    -É mesmo?

    -Sim. É mesmo. -Cruzei os braços e voltei a admirar o bar. 

    -Então por que você nem ao menos olha pra mim? -Perguntou, o que me fez gelar. 

    -Isso não é verdade. 

    -Pois parece. Desde que se sentou aqui é como se quisesse fingir que eu não existo. -Ele disse e se aproximou de mim. -Por que não consegue mais me olhar nos olhos, Millie? 

    -Eu não sei de onde está tirando isso. -Assenti que não. -De verdade. -Afirmei e olhei para trás, na procura do garçom 

    -Tudo bem então, eu acho que já vou indo. -Ameaçou se levantar. 

    -Espera. -Pedi sem pensar, fazendo-o se acomodar de novo onde ele estava. Cala a boca, Millie, deixa ele ir embora. -Olha... -Fechei os olhos e suspirei. -Me desculpa, eu só... -O admirei. -Não esperava por isso aqui... -Apontei para nós dois. -Hoje. -Concluí, fazendo-o suspirar. 

    -É, e nem eu. -Bebeu outro gole do uísque. -Mas sabe, eu adoro dar uma fugida da rotina de vez em quando. -Sorriu de canto para mim, me fazendo devolver. Mas que merda, parece que fica cada vez mais fácil de ceder. 

    -Pois não, moça? -O garçom apareceu. 

    -Ah, por favor, me traz mais um. -Entreguei meu copo vazio e ele se foi. E ficou um climinha esquisito ali entre nós dois, até o moço voltar com a minha bebida. -Muito obrigada. -Sorri sem cerimônia. E aqui estamos eu e Finn à sós, mais uma vez. 

    -Sabe... -Me admirou. -Eu até que estou gostando muito “disso aqui”, como você falou. -Assentiu para nós dois, ainda com um sorrisinho no rosto. -Senti sua falta, Millie. -Afirmou me admirando, enquanto eu tomava um gole da minha tequila. E foi ali que meu coração começou a querer falar, palpitava mais e mais. 

    -Sentiu? -Perguntei num tom de quem não se importava.

    -Saiba que eu fui muito feliz ao seu lado. -Bebeu outro gole do álcool, agindo como um completo convencido.

    -Eu também fui, Finn. -Respondi, sem demonstrar um pingo de fraqueza. Eu estava sendo fria como gelo. 

    -Às vezes me lembro de tanta coisa. -Assentiu que não, enquanto pensava. -Das nossas viagens, nossas conquistas... Da nossa vida com os nossos amigos, Caleb, Sadie, Noah, Gaten, Jack... -Ele ia dizendo, e logo me deparei com milhões de pensamentos e lembranças dentro de mim. -Eles faziam a vida parecer tão idiota e divertida quando estavam por perto, era uma palhaçada só. -Riu, e eu acabei rindo junto, por me lembrar desses momentos tão felizes que tivemos. 

    -Era mesmo... -Encerrei as risadas e pensei um pouco, sentindo uma leve decepção dentro de mim. -A vida era mais leve. -O admirei, e não pude ignorar o jeito como ele retribuía o olhar. Parecia que ele estava sendo mais grato do que nunca por estar olhando para mim naquele momento. 

    -Será que a gente não podia ter feito diferente? -Me perguntou, o que me fez gelar mais uma vez. -Acho que nós podíamos ter nos entendido melhor naquela noite. -Ele disse, e eu já estava em choque. Sentindo toda aquela ansiedade e incerteza me invadir pela milésima vez por causa desse filho da puta. -Nós deixamos isso tudo acabar nas nossas vidas desse jeito, da noite pro dia. -Ele ia dizendo, enquanto admirava seu copo na mesa, como se estivesse se lamentando sozinho. Talvez até mesmo desabafando um arrependimento. Pelo amor de Deus, Millie, só não se deixe levar por essa conversa. -Nós éramos felizes, Millie. -Pegou seu copo e me admirou. -Às vezes só me pergunto se podia ter sido diferente, mas... -Assentiu que não com a cabeça. -Depois me lembro de que foi melhor as coisas terem acontecido do jeito como aconteceram. -Bebeu mais um gole. E eu comecei a sentir o nó na garganta. 

    -Nós chegamos num acordo, Finn. 

    -Eu me lembro, Millie. -Assentiu que sim. -Chegamos num acordo frio, cheios de ódio um do outro. -Ele riu abafado. -Noite inesquecível, aquela. 

    -Eu nunca senti ódio de você. 

    -Então por que estamos desse jeito? -Perguntou de deboche. -Eu e você. Hein? 

    -Eu não sei, Finn.

    -Foi a sua escolha, Millie. -Ele respondeu, me deixando quase que sem palavras. 

    -Então sou eu a filha da puta? 

    -Você achava que era eu?

    -Vai se foder, Finn!  Você quis isso tanto quanto eu! -Cruzei os braços e suspirei de raiva. -Você quis isso... -Disse para dentro, e bebi mais um pouco da minha tequila, que conseguia acalmar um pouco dos sentimentos dentro de mim. Ou talvez os aflorava ainda mais.

    -Será que eu quis? -O ouvi dizer um tom bem baixo, enquanto olhava para a bebida em seu copo. 

    -Do que você está falando? -Perguntei num tom cansado.

    -Sei lá, Millie, de que talvez eu quisesse ter consertado as coisas entre a gente. -Me admirou. -Ter feito diferente. 

    -Não, você não quis. 

    -Como você sabe? 

    -Se você quisesse, teria feito. Teria ido atrás de mim. 

    -Pra quê, pra eu me foder mais do que eu já estava fodido?! -Perguntou, me deixando quieta. -Doeu pra caralho, Millie. Te superar doeu. E muito. -E o nó na garganta se fez novamente. -Sabe o que é você não saber mais o que fazer em relação a isso?! Se liga ou não, se manda mensagem, se tenta ir atrás ou se tenta esquecer?! -Sei, Finn. Eu sei exatamente o que é sentir tudo isso, da forma mais literal possível. -Eu só quis me proteger, Millie. Quis ter a certeza de que iria ser apenas uma questão de tempo pra eu te esquecer. E que então iria parar de doer. -Terminou meio frustrado e bebeu o último gole do uísque. -Não queria que doesse mais, é por isso que eu não fui atrás. -Apoiou o copo de vidro na mesa. Acho que eu desisto. Essa bebida, que desce ardendo pela minha garganta, não aguenta mais querer me fazer desembuchar o que está entalado. O álcool já está há meia hora empurrando quase que todas as palavras pela minha boca à fora. Então que se foda, eu vou deixar isso se libertar de uma vez. 

    -E se não doer mais? -Perguntei meio insegura, fazendo-o me admirar. 

    -Como assim? -Perguntou. Então cruzei minhas pernas para disfarçar o meu nervosismo. 

    -Você arriscaria tudo de novo? -Só falta o meu coração sair pela boca. -Tentaria fazer tudo voltar a ser como era antes, agora mesmo, se pudesse? -Foda-se, eu já deixei estampado na minha cara o quanto esse homem mexe comigo de uma forma filha da puta. Anda logo, Finn, acaba comigo de uma vez. 

    -Eu acho que... -Pensou e suspirou. Então apertou os olhos. -É melhor darmos tempo ao tempo, Millie. 

    E não é que ele acabou mesmo comigo? Agora ele me destruiu de vez. Mas tudo bem, não é como se eu estivesse perfeitamente bem antes dessa porra toda. 

    -O que houve? -Ele perguntou, após eu rir abafado e desviar os olhares dos dele. -Millie? 

    -Vem cá, você tá de sacanagem comigo?! -O admirei surpresa, e explodindo de raiva. Tanta raiva, que até chorei. -Você acha o quê?! Que pode simplesmente olhar pra mim e me fazer uma puta chantagem emocional, Finn?! Tá falando sério?! 

    -Do que você tá falando, Millie?! 

    -Quanto mais você quer me foder?! Hein?! -Chorei mais ainda. Agora sim, que ódio do Finn. 

    -Mas Millie, o que eu posso fazer?! Só estou sendo sincero com você, não era isso o que você tanto pedia quando tirou a aliança do seu dedo?!

    -Isso não te dá o direito de vir pra cima de mim e falar nenhuma dessas merdas que você quer que eu acredite! Está achando o quê?! Que pode ficar jogando uma porrada de coisa na minha cara e mexendo comigo desse jeito?! Me deixando mais confusa e nervosa a cada palavra que você diz?! -Eu só sabia chorar. Meu tom de voz era trêmulo, e quase alto o suficiente para ser um grito de desespero. -A cada olhar que você me dá, Finn?! 

    -Eu não tenho culpa se você ainda não superou, Millie, caralho! -Agora doeu. E doeu muito.

    -VAI SE FODER, FINN! 

    -VAI VOCÊ, MILLIE! -Deu um leve empurrão na mesa, puto da vida, deu pra perceber. -Porra! -Reclamou e bufou, agora olhando para qualquer lugar, menos pra mim. Então ele que se foda. 

    Peguei minha bolsa e me levantei mais puta ainda, sem mais nem menos. O choro já não esperou mais um segundo sequer para desabar pelo meu rosto. 

    -Millie. -Ele se levantou. -Millie, na boa! 

    -Some da minha vida. -Enxuguei minhas lágrimas, enquanto saía daquele bar. 

    -Millie! -Ainda ouvia a voz dele, aquela voz que não saía da porra da minha cabeça nenhum minuto sequer, todos os dias. Eu já não aguentava mais essa tortura. Insônia, ansiedade, vício... Ele não fazia ideia do que tinha feito comigo. Finn passou a ser o diabo na minha vida. Mas não aquele de quem a gente foge. Aquele por quem a gente quer cometer todos os pecados que existem, a fim de que ele nos deseje, e de que nos ame cada vez mais e mais. Então, tudo o que me restou foi correr. Ir para longe dele o mais rápido possível, em meio de passos largos, enquanto meu rosto se enxarcava de lágrimas. É impressionante o que uma pessoa pode fazer com a outra, não é? -Millie! -Ouvi a sua voz, mais uma vez. E vou continuar escutando, porque ele não vai embora até me parar e tentar conversar. Pelo menos eu consegui entrar no elevador antes dele, mas não adiantou nada. Assim que fiquei de frente para a porta do meu quarto, percebi que ele chegou no segundo andar pela escada de emergência. E nada de eu achar o cartão para abrir a porta. -Millie. -Começou a se aproximar de mim. 

    -Finn, só, por favor, some da minha vida! -Pedi aos prantos e abri a porta, mas não consegui fechá-la a tempo quando entrei no quarto. Ele me fez o favor de a segurar para que eu não a fechasse.

    -Eu não vou sumir da sua vida. -Respondeu esbaforido. -Por favor me deixa entrar. 

    -Não, vai embora! 

    -Eu não vou embora! -Ele quase gritou. Então foda-se, eu desisti. Soltei a porta, mesmo contra a minha vontade, e ele entrou na porra do quarto. -Dá pra me escutar?! 

    -Não, eu não aguento mais te escutar! O que é que você quer de mim?! 

    -Eu quero o seu perdão, Millie! 

    -Você nunca vai ter o meu perdão, Finn! -Respondi soluçando de chorar. -Já chega, eu não suporto mais isso! Mais nada disso! 

    -Você acha que eu suporto?!

    -Eu não ligo, só quero que me deixe em paz! -Minhas mãos já estavam tremendo. Eu era uma pilha de nervos, prestes a explodir a qualquer instante a partir de agora. -FINN, VAI EMBORA!
    -NÃO, MILLIE!
    -EU VOU LIGAR PARA A RECEPÇÃO, ELES VÃO TE TIRAR À FORÇA DAQUI!  

    -LIGA, MILLIE, PODE LIGAR, EU ESTOU POUCO ME FODENDO PRA ISSO! -Respondeu, e tudo o que eu fiz foi me sentar no sofá do quarto aos prantos. Até levei minha mão à testa, pela dor de cabeça absurda que eu estava sentindo. -ANDA, LIGA! 

    -Me diz logo o que você tem pra me dizer. -Pedi, num tom de voz mais calmo. Antes que eu entrasse numa crise. -Faz o que você veio fazer aqui e some, vai embora, por favor... -Suspirei e fechei meus olhos, ainda em meio de um choro bem doído. Até que senti uma companhia no sofá comigo. 

    -Eu só senti que deveria vir atrás de você, Millie. -Falou num tom mais baixo, estando bem perto de mim agora. -Me desculpa, eu também estou muito confuso com isso tudo. -Pegou na lateral do meu rosto e o acariciou. Conseguiu fazer com que eu me rendesse um pouco mais. A qualquer minuto eu já poderia estar entregue a ele, completamente. Talvez eu já até estivesse, ao me dar conta de que eu já estava molhada, e com os olhos fechados para que eu sinta mais ainda esse carinho dele no meu rosto. Eu não tinha mais resistência alguma contra isso. Caso eu tivesse, estaria sendo hipócrita comigo mesma. 

    -E se eu não resistir? -Perguntei quase sussurrando. Que se foda, eu acho que daqui já não tem mais volta.

    -Então não resista. -Colocou meus cabelos para trás da orelha, e acariciou meu lábio inferior com o polegar. 

    -O quanto isso vai doer? -Perguntei já ofegante, o acariciando desde o peitoral, por fora da camisa, até chegar em seu cinto. Então comecei a retirá-lo. -Quão machucada eu vou ficar depois disso? 

    - O mesmo que eu, e que talvez seja muito. -Me pegou com vontade na cintura, o que me fez ofegar imediatamente, até mordi o lábio. Há quanto tempo ele não me fazia delirar dessa forma. -Vai ser como enfiar uma faca na ferida que está tentando cicatrizar, não vou mentir. -Sussurrou e veio beijar o meu pescoço, enquanto acariciava a minha coxa. Eram aqueles beijos molhados que só ele sabia dar. Era como se o meu corpo implorasse por isso. E ele estava mesmo, implorando há anos. -Mas eu passaria por essa facada de novo com todo o meu prazer, só pra gente foder gostoso pela última vez... -Falou no meu ouvido, me fazendo arrepiar no mesmo instante.

    -Ah, isso, por favor... 

    E foi assim que aconteceu. Eu perdi para a incerteza, para a inconsciência, para o desespero de afeto e para dependência. Perdi para o tesão. Perdi para o Finn. E foi simplesmente assim que aconteceu, o tão esperado erro da noite. E talvez da minha vida. 

    Obrigada, meu Deus. Obrigada por me fazer ser dele essa noite. Nem que seja só essa. Acho que o meu corpo precisava dessa dose de endorfina que o Finn causava em mim. E precisava tanto, que quando me dei conta, eu já estava me despindo por cima dele, enquanto quase nos sufocávamos com beijos tão severos e desesperados, que mal dava para raciocinar. Para respirar, muito menos. Só dava para sentir, como nunca foi sentido antes. Parecia que estávamos nos beijando pela primeira vez, em toda a nossa vida. 

    -E se isso não for certo...? -Perguntei, ofegante como nunca imaginei que um dia ficaria, ao desgrudar os nossos lábios molhados. 

    -Então a gente faz ser... -Respondeu quase sussurrando, me admirando de cima a baixo, com uma sede absurda do meu corpo e meus lábios. Então desceu as alças do meu sutiã lentamente, em meio de carícias em meu braço, que me faziam arrepiar. Subiu com as carícias até o meu ombro, e dali subindo cada vez mais, até que aconcheguei meu rosto em sua mão, outra vez, e dei um selinho em seu polegar. Àquela altura eu já tinha ido ao delírio. Levei minhas mãos para trás e retirei meu sutiã, deixando-o pelo chão do quarto, estando agora só de calcinha. Eu amava vê-lo me admirando dessa forma, como quem estivesse admirando o olimpo em pessoa. E essa pessoa era eu. -Você é tão perfeita... -Ele disse, contornando as curvas da minha silhueta com as mãos, da forma mais gostosa que alguém podia me acariciar. Parecia que ele queria captar para sempre esse momento dentro dele, para que relembrasse quando quisesse. Ele estava sedento por mim, e eu por ele. 

    -Me deixa ser sua outra vez... -Sussurrei, enquanto me aproximava dele. -Nem que seja pela última vez... -E o beijei do jeito mais gostoso possível. Era um beijo que se tornava mais severo a cada segundo, o desespero era intenso, de verdade. E em meio de tanta língua e saliva, eu retirei a jaqueta dele, e logo sua camisa. 

    -Você nunca deixou de ser minha... -Ofegou, enquanto retirava o seu cinto. Então o passou por trás de minha cintura, e me puxou para frente com muita vontade, quase encostando os nossos lábios. -Nunca deixou de ser. -Assentiu que não, admirando os meus lábios. E dali, não resistimos a mais nada. 

    Eram beijos entre agarro, e agarro entre beijos. O jeito que ele me tocava, como me pegava em todas as partes do meu corpo era capaz de me deixar marcas. As mais gostosas e bonitas que ele já pôde deixar. 

    A minha urgência em tê-lo era maior do que eu pensei. O meu corpo já estava suando, por causa de tanta adrenalina e de sentimentos entre nós dois. Por causa de tanta troca, tanto toque, de tanta química. Principalmente, por estar me entregando a ele, novamente. E que sensação do caralho, ela é maravilhosa, é a melhor que existe. É como aquele cigarro que eu mal via a hora de acender. Mas eu era o cigarro, ansiando, implorando para que ele me acenda com sua chama. Eu ajoelharia por isso. Porque era como se eu tivesse morrido por dentro. Não por perder o Finn. Mas por perder os sentimentos que ele provocava dentro de mim toda vez que sentia o meu sabor, o gosto da minha pele em sua boca, o tato do meu corpo quente e escorregadio de suor, de todo tipo de transpiração, das lágrimas no meu rosto e da minha excitação. Não importa quem mais me tivesse. Me entreguei a homens e mulheres durante todo esse tempo com tudo o que eu tinha para oferecer de mim, o que não era pouco. Era, na verdade, um prato cheio, um banquete para quem estivesse faminto. Mas só o Finn sabia me receber. Não importava mais com quantos homens ou mulheres eu transava para tentar esquecê-lo e achar outros átomos compatíveis com os meus além dos átomos do Finn. Eu achava que era impossível não existir mais ninguém nesse mundo que acendesse a minha chama da forma como ele faz. Mas não era impossível. Eu tirei a prova real, ninguém foi capaz. E a pior parte é: Jake também não foi. Era como entregar rosas para quem quisesse receber violetas. Mas como eu disse antes, Finn tem o poder de me receber da forma como qualquer um deveria. Mas ele não é qualquer um, e é isso que o torna especial quando se trata de sexo. O filho da puta sabe como causar o incêndio dentro de mim. Ele é a minha pólvora, pronto para causar o estrago e me destruir se ele quisesse. 

    -Finn... -Ofeguei seu nome pela milésima vez, entregue ao prazer que ele me dava. 

    -Eu senti tanta saudade de você... -Ofegou de volta e me pegou com vontade na cintura com as duas mãos. Me inclinou um pouco e veio distribuindo beijos molhados desde a barra da minha calcinha. 

     -Hmm, isso... -Mordi meu lábio e joguei a cabeça para trás, ao fechar os olhos e agarrar seus cabelos, o sentindo beijar cada pedacinho de mim, cada beijo acima do outro. Dali, para acima do umbigo. De acima do umbigo, para o vão entre os meus seios, e para o meu colo, pescoço, me deixando cada vez mais molhada. Se é que possível. E enquanto isso, eu o sentia completamente duro, por dentro da calça, em meios dos meus movimentos de vai e vem com os quadris. 

    Me pegou com força e mudamos de posição, agora eu estava quase deitada no sofá, e ele por cima de mim. E nós dois sem separarmos nossos lábios por nada. Aquele beijo me incendiava inteira, acho que eu demonstro pelos tantos arranhões de tesão que deixo pelo corpo dele, e pelas tantas vezes que eu o agarro nos cabelos, pela minha vontade absurda de grudar esse homem em mim, colar o corpo dele com o meu. A saudade que eu senti disso ninguém imagina. 

    E então adivinhem? No meio de todos esses beijos enxarcados e mordidas de lábio, ele começou a retirar a minha calcinha. Agora sim. Eu estava cem por cento entregue a ele. 

    -Essa sempre foi a minha parte favorita, sabia...? -Jogou minha lingerie no chão do quarto e me ajeitou novamente. -Te ter nua assim e poder te lamber toda... -Abriu as minhas pernas e me lambeu desde a minha intimidade até a minha barriga, da minha barriga até o meu colo, do meu colo até o meu queixo. Foi aí que eu morri de vez. 

    -Awn, Finn, pelo amor de Deus... -Gemi, com a cabeça para trás, toda suada e ofegante. Minha feição era de quem implorava por mais.

    -O quê, o que você quer? -Pegou no meu queixo e me olhou nos olhos. E foi esse olhar que me quebrou, eu voltei a sentir tudo por ele. Tudo e mais um pouco. -Me diz o que você quer. -Pedia, com os lábios coladinhos aos meus, enquanto ofegávamos. 

    -Quero te dar. -Pedi desesperada. 

    -Quer?

    -Quero, eu quero te dar, quero sentir você, eu quero o que você quiser, pelo amor de Deus, só me come... -Continuei desesperada e o puxei para continuarmos nos engolindo. E a gente se engolia gostoso pra caralho. 

    Eu o acariciava por todo o lugar, sentindo o corpo dele tão suado quanto o meu. Mas eu amava sentir aquela melação toda. 

    Comecei a descer minha mão pelo peitoral dele bem devagar, até eu chegar aonde eu queria. Desabotoei sua calça e comecei a masturbá-lo com muita vontade, que estava guardada há muito tempo. Até paramos de nos beijar, porque ele começou a gemer bem abafado para mim, enquanto a gente se encarava com uma vontade filha da puta. Eu já estava arrepiada inteira, gemendo junto dele. E do nada, essa conversa de adultos tomou uma proporção divina, quando ele veio começar a me lamber e me chupar nos seios. E aí, eu já achei que estivesse gemendo alto, até ele resolver ir me chupar lá embaixo. Daí sim, eu gemi alto. 

    -Finn! -Eu ainda não gritava, mas estava bem alto. -Ah, porra, isso... -Me curvei toda pra trás, ao revirar os olhos. Ele me lambia e me chupava inteira, me molhava de todas as formas. Que delícia me entregar desse jeito. E que chupada filha da puta. -Hmmm, vai, isso... -Ia me contorcendo toda, já até tinha enfiado as unhas no sofá. E depois de continuar sentindo mais um pouco do meu gosto, ele veio se aproximar de mim novamente. Foi aí que senti os dedos dele dentro de mim. -Awwn, Finn! -Esse é o meu ponto fraco.

    -Gosta, né? -Perguntou ofegante, pertinho de mim. E eu me contraindo toda, não sei se fico gemendo, não sei se beijo ele, me dá vontade de fazer tudo ao mesmo tempo. Que sede desse homem. -Eu sei do que você gosta, me lembro de você gemendo assim pra mim... -Me abriu um sorriso de tesão que me fodeu. Esse sorriso agora acabou comigo, me desmontou inteira. E como se não bastasse, veio morder bem de leve o meu lábio inferior e o puxar bem devagar, ainda me ouvindo gemer. E assim que ele tirou os dedos de dentro de mim, os colocou na minha boca, e eu fiz exatamente o que ele queria. Comecei a chupá-los com um tesão que mal cabia dentro de mim, até fechei os olhos. Mas como a minha vontade suprema era outra coisa, eu não quis esperar mais um segundo sequer. O afastei de mim e me ajeitei. Fiquei de joelhos e fui por cima dele, que estava sentado. E aí, quem se sentou fui eu. Mas sentei nele. Sem mais nem menos, fomos nos ajeitando, e ele me ajudou a colocá-lo dentro de mim. E quando entrou...

    -AWWN, ISSO! -Não me aguentei, foi uma gemedeira só. 

    -Ah, Millie, caralho... -Ele gemeu e jogou a cabeça para trás, agarrando todo o meu corpo, enquanto eu sentava nele mais do que nunca, daqui ninguém me tira. 

    Agora sim eu delirei. Isso sim tava bom pra caralho. 

    Fazia muito tempo que eu não sentia essa conexão com alguém durante o sexo. E com o Finn é diferente, isso vai além de um prazer carnal, vai muito além de qualquer outra coisa. Eu só espero, do fundo do meu coração, que essa noite, para ele, só não seja uma recaída. Eu espero que eu não seja só uma parada adicional na vida do Finn para que ele possa decidir o que quer, e que ele não esteja perdendo o meu tempo. Mas mesmo que seja isso, mesmo que eu não passe de uma distração, eu acho que não me importo.  Eu prefiro que ele me use, mas que volte a causar tudo isso dentro de mim, do que nunca mais sentir nada disso. E a conclusão que eu chego com isso tudo é: ser dominada pelo Finn é um vício. E talvez seja o mais perigoso que exista. 

 

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    Se eu tinha um poder em minhas mãos, era a Millie. Com toda a minha certeza, era ela. 

    Todos os dias da minha vida eu me pego perguntando a mim mesmo como que ela foi capaz. Como que ela foi capaz disso tudo, de mudar a minha vida do dia pra noite, de me transformar em outra pessoa. Como que ela foi capaz de me fazer sentir coisas inexplicáveis e inacreditáveis às vezes por mim mesmo. Ela foi capaz disso tudo e mais um pouco, uma única mulher no mundo todo. Ela era o poder em forma de gente. O sonho de muitos, e pesadelo de outros. Para mim, ela consegue ser os dois ao mesmo tempo. Então o poder em minhas mãos era somente ela, que consegue me fazer sentir a minha essência de vida, e que desperta coisas dentro de mim que ninguém jamais conseguiria. Ela tem esse dom sobre mim. E sem ela, eu me sinto um nada, um completo vazio. 

    É ela quem traz sentido à minha vida. Somente ela. E eu afirmo isso com toda a minha certeza, porque nessa noite, dividindo o meu suor com o dela, fazendo-a ser minha e me obrigando a ser dela, numa troca deliciosa de toques e prazer, eu me sinto vivo outra vez. Esperei dois anos por isso, e finalmente ela está aqui, em cima de mim e me implorando para não parar. 

    -Hmmm, Finn... -Desacelerou os movimentos e jogou a cabeça para trás, enquanto eu a acariciava com tanta força em suas costas, que devo a ter deixado arranhada. Eu não queria nunca mais soltá-la.

    -Millie... -Ofeguei, ao parar de beijar o pescoço dela. Eu estava tão desorientado com o que eu via e ouvia, que nem sabia o que fazer primeiro. Se a beijava, se a acariciava, se a abraçava, era um mix de tudo isso ao mesmo tempo. Uma euforia só. -Nem sei quanto tempo eu vou levar pra ter que te esquecer de novo... -Me ajeitei no encosto do sofá, para que agora eu tivesse a visão dela inteira em cima de mim. Uma das minhas mãos estava atrás do meu pescoço, e a outra agarrada à cintura dela, a auxiliando nesses movimentos que me levam à loucura.

    -Não precisa me esquecer... -Pegou minhas duas mãos e as colocou em seus quadris. -Relembra desse momento sempre que você quiser... -Sorriu bem safada e começou a subir minhas mãos pelas suas curvas até chegar em seus seios, me deixando apertá-los com uma vontade que mal cabia em mim. 

     Aproveitei e a abracei, mantendo minha outra mão presa em sua cintura, e comecei a meter bem rápido e fundo, que se foda. Acho que nem ela esperava por isso. Tanto que os gritos de prazer e tesão tomaram conta do quarto do hotel naquele instante. E sendo honesto, a gente não tem muito direito de fazer um barulho desses dentro de nenhum lugar que incomode alguém, pelas experiências que já tivemos juntos. 

    -Shhh, geme baixinho... -Peguei na lateral do rosto dela. -Olha aqui pra mim. -Pedi quase sussurrando e ela me admirou, se derretendo de prazer, com os lábios coladinhos nos meus. Então voltei a beijá-la bem gostoso, ao agarrar em seus cabelos, e voltei a meter com força dentro dela. E como toda ação tem reação, ela voltou a gemer deliciosamente gostoso, com a testa encostada na minha. É assim que dá merda, é numa dessas que eu me apaixono de novo, mesmo sabendo que não posso mais me apaixonar pela Millie. 

    Era realmente como eu tinha dito pra ela antes disso tudo, estava sendo como enfiar uma faca na ferida. E pra ser sincero, numa ferida imensa, que parece não querer cicatrizar nunca. Até onde será que valeria a pena a gente se machucar desse jeito? Eu acho que essa resposta nós nunca vamos saber, e eu nem sei se quero saber. Se vai dar bom ou ruim, eu não estou nem aí. Tudo o que me importa agora é o agora. É esse momento que pode nunca mais se repetir, ele foi um completo imprevisto que pode ter vindo pra foder de vez comigo e com ela. Principalmente com ela, porque eu ainda sou uma ameaça. Eu sei disso, mesmo que ela negue. Conheço a Millie o suficiente para entender toda a sua linguagem verbal e corporal, então sim, eu sei de que ainda sou uma ameaça, e que ela não superou porra nenhuma. E tá tudo bem, nem eu superei. Mas às vezes a gente tem que mentir sobre certas coisas, até mesmo para que, no final das contas, nós mesmos acreditarmos na própria mentira. 

    Após eu e ela acalmarmos os movimentos no sofá, decidimos nos levantar e ir para a cama. Dessa vez, ela começou a vir por cima, enquanto eu permanecia deitado. E agora foi ela quem veio me lamber por todo o meu tronco e peitoral, e que sensação do caralho, eu queria me derreter inteiro na língua dela. E pelo visto ela ouviu o meu pensamento, porque dali ela foi fazer o que me faltava, foi descendo até começar a me chupar. Daí foda-se, eu já me apaixonei de novo por ela, pela milésima vez, só nessa foda. 

    -Ah, Millie, vai... -Agarrei nos cabelos dela, e àquela altura eu já estava no céu, no paraíso mais lindo que existe. Ali ela ia e vinha com a língua, com os lábios, mãos, o que quer que fosse. Eu conseguia ver e sentir a vontade que ela tinha de mim, isso era nítido. E ela continuou ali por mais alguns minutos, nada muito demorado, até porque senão eu ia gozar. E para que a gente ainda possa aproveitar mais um pouco esse momento meu e dela, que logo vai acabar. Infelizmente. 

    -Senti saudade do seu gosto, sabia? -Sorriu convencida, enquanto voltava para perto de mim. 

    -Eu sei que sentiu. -Levantei o meu tronco e a abracei, após ela ter se sentado no meu colo, então voltamos a nos beijar em meio de carícias e movimentos. Até que ela levou seus pulsos para trás de minha nuca, voltando a me agarrar nos cabelos. E aí eu precisei descer os meus beijos afagados e descontrolados para o pescoço dela, a deixando molinha e entregue outra vez. Gemia e me acariciava na lateral do rosto, enquanto eu sentia a pele dela se arrepiar na minha boca. Ela se contorcendo cada vez mais e mais. 

    A Millie é o tipo de convite que ninguém recusa. Ela é a sensualidade e tesão em mulher, sempre foi. Ela nasceu com esse dom, parece que ela tem um diabo nos olhos, que possui qualquer um. E ser possuído por ela é viciante. Mas o que também é viciante é o sabor dela. Ela tem gosto doce, daqueles que quando você prova a primeira vez, se torna o seu sabor preferido. Se torna viciante, você perde o controle da situação e não quer mais parar de sentir aquele gosto nunca mais na sua vida. É como aquele doce que você não quer dividir com ninguém, e reza todos os dias para que ele nunca tenha que ser dividido. E infelizmente isso aconteceu comigo. É por isso que me custe o que custar, eu não iria me atrever a perder a oportunidade dessa noite ter nos acontecido hoje. É um puta de um privilégio. 

    -Eu amo me sentir desse jeito... -Ela disse manhosa, ainda sentindo os meus beijos por todo o seu corpo, agarrada aos meus braços. -Desejada por você... -Me acariciou, ainda sentada no meu colo, com uma perna de cada lado meu. 

    -E eu amo poder desejar você... -Respondi e voltei a beijar seus lábios. Então ajeitamos a nossa posição e invertemos, agora eu a deitei na cama e fiquei entre as pernas dela, ainda nos beijando. Só interrompi o beijo para fazer algo melhor ainda, que foi me posicionar e entrar nela mais uma vez. 

    E foi assim que a gente matou o que estava nos matando. Os gemidos continuavam por bastante tempo dentro do quarto, enquanto a gente terminava de se deliciar daquele momento único. Os meus cabelos já estavam molhados, de tanto que eu suava, e ela também. A cama estava úmida, os lençóis bagunçados e o chão do quarto cheio de roupas e vestígios de uma noite atípica. Eu acho que nunca fiquei tão grato por reviver momentos na minha vida quanto agora. 

    Nossa sanidade foi deixada nesse quarto de número 202. E aproveitando que as paredes não falam, nós também não vamos. Vai ser mais seguro para nós dois manter isso em segredo. Ou, quem sabe, até mesmo fingirmos que isso nunca aconteceu. 

    -Ah, Millie... -Ofeguei como nunca, estando prestes a gozar com ela. -Isso...

    -Vai, Finn, vai! -Gemeu alto e levantou o tronco, aproximando meu rosto do dela, ao pegar nos meus cabelos. -Isso, vai! -Gemeu comigo, e segundos depois nós gozamos. Eu percebi, quando ela revirou os olhos e enfiou as unhas na minha pele, enquanto gemia aos gritos. Era isso o que eu mais amava ouvir. 

    -Ah, porra... -Gemi de volta, ainda ofegando junto dela, bem pertinho um do outro. 

    E a gente ficou ali ainda por uns bons minutos, só ofegando e raciocinando o que tinha acabado de acontecer entre a gente. E por mais que ainda tivesse uma conexão, mas eu comecei a perceber que o clima foi esfriando. -Merda, eu não usei camisinha. -A admirei. 

    -Está tudo bem, eu uso diu. -Respondeu ofegante, me fazendo respirar de alívio. 

    E agora me vem a dúvida. Será que a gente conversa sobre o que aconteceu? 

    -Millie, olha... -Comecei, e com bastante incerteza sobre isso. Porque o clima de verdade esfriou. -Eu acho que a gente...

    -Merda... -Ela sussurrou em choque, como se tivesse se lembrado de alguma coisa. 

    -O que foi? -Perguntei, e ela ainda em choque.

    -Não, não, não... -Me afastou e se levantou com pressa, começando a vestir a calcinha. E eu só franzi a testa. Aquela reação me deixou com muita dúvida. 

    -O que foi, Millie? -Perguntei, mais uma vez.

    -Nada, Finn, só... -Respondeu nervosa, enquanto vestia um blusão. -Por favor, se veste e vai pra casa. -Pediu nervosa, e foi até sua bolsa e pegou um cigarro e o isqueiro. E eu sem entender nada. Na verdade, quase nada. -Isso foi um erro, a gente não devia ter... -Ela dizia cada vez mais nervosa, querendo chorar, eu percebi. -Foi um erro, eu não devia... -Assentiu que não com a cabeça e acendeu o cigarro, segurando o choro. Até que foi para a janela e começou a fumar ali, logo apoiando a testa e sua mão. 

    -Ok, olha... -Comecei, sem nem saber o que dizer. Me sentei na cama, cobrindo o meu colo com o lençol. -Eu não sei, não esperava por essa reação depois de... -A admirei, e ela admirando o chão, com o cigarro preso entre os dedos, e o rosto cheio de lágrimas. -Millie, eu sei que a gente não contava com isso, mas... Tá tudo bem, já aconteceu, e de certa forma...

    -Eu estou noiva. -Ela me admirou, ainda chorando. E agora eu entrei em choque. Me tirou todas as palavras. Eu nem sei o que sentir primeiro. -Vou me casar em menos de vinte horas. -Terminou. E eu sem palavras. Até que ela botou o cigarro na boca e voltou a admirar a vista. 

    Eu juro que não sei como reagir.

    -Olha pra mim. -Pedi, curto e grosso, e aí ela me admirou. Sua mão tremia, e outra lágrima escorreu dos seus olhos. -O que foi que você disse? -Pedi, ainda sem acreditar. 

    -Que eu vou me casar, Finn. -Respondeu num tom baixo, completamente emocionada. Eu não podia estar acreditando nisso.

    -Cadê a sua aliança?

    -Eu tirei. 

    -Por quê? -Perguntei, e ela admirou o chão.

    -Não queria que você visse. -Respondeu pra dentro e voltou a fumar, observando a vista. Agora sim, eu fervi de raiva.

    -Millie, olha na porra dos meus olhos. -Pedi, e ela me admirou sem paciência. Mas que se foda. -Isso é verdade? -Perguntei, e ela só soube chorar. -Responde! 

    -Você não acha que é verdade?! -Me respondeu num tom alto, agora caída de vez no choro. Então foi até a sua bolsa e começou a revirar algumas coisas. Até que pegou algo. -Toma. -Me entregou um anel de noivado na minha mão. E eu em choque. -É verdade. -Lamentou, no meio do choro, e fumou outra vez. Suas mãos não paravam de tremer.

    -Você mentiu pra mim. -Disse, e deixei essa porra de aliança em qualquer lugar. -Por que você mentiu pra mim?! -Perguntei quase gritando. 

    -Me desculpa, eu tive medo de contar! -Chorou mais ainda.

    -“Medo de contar”?! -Me levantei desesperado e vesti minhas calças, enquanto ela não olhava. -Millie, olha aqui pra mim. -Me aproximei dela, já bufando de raiva. -Há quanto tempo você conhece esse cara? -Perguntei, mas ela não me respondia. Eu estava rangendo os meus dentes. -Anda, Millie, responde. -Pedi, prestes a ter um ataque. 

    -Dois meses. -Ela respondeu, e agora eu entrei em surto. Tudo que eu soube fazer foi rir de deboche e me virar de costas para contar até cinco. Caso contrário, a coisa teria ficado feia. 

    -Me escuta aqui... -Me aproximei dela, quase espumando de raiva. -Por acaso você tem noção da gravidade disso, Millie? -Perguntei, ainda controlando o meu tom de voz. -Esse cara já esteve alguma vez em contato com a minha filha? -E agora era eu quem tinha lágrimas nos olhos. -RESPONDE, MILLIE!

    -É CLARO QUE NÃO! -Gritou de volta. -É CLARO QUE EU NUNCA DEIXEI, ELE NUNCA TEVE CONTATO COM NENHUM DOS DOIS! 

    -AONDE QUE ESSE MERDA TAVA, ENQUANTO OS MEUS FILHOS ESTAVAM CONTIGO?!

    -NA INGLATERRA, EU ESTIVE SOZINHA COM ELES O TEMPO TODO! 

    -COMO EU VOU SABER QUE É VERDADE?! -Respondi. -ME DIZ, MILLIE, COMO EU VOU ACREDITAR NISSO?! -Perguntei, num desespero só. A única coisa que se passava pela minha cabeça eram os meus filhos, e principalmente a Alison. -VOCÊ FICOU MALUCA?! PERDEU A NOÇÃO?! -Eu estava num estado de pânico. -COMO É QUE VOCÊ DEIXA A SUA PRÓPRIA FILHA DE SEIS ANOS PERTO DE UM CARA QUE VOCÊ MAL CONHECE, MILLIE, QUAL É O SEU PROBLEMA?! 

    -PARA DE FALAR ISSO DE MIM, EU NUNCA PERMITI ISSO ACONTECER!

    -MAS VAI PERMITIR! -Respondi. -OU VOCÊ NÃO PENSOU QUE IRIAM MORAR JUNTOS, QUANDO ACEITOU COLOCAR AQUELA PORRA DE ALIANÇA NO SEU DEDO?! HEIN?! 

    -PARA DE SER INJUSTO! 

    -“INJUSTO”?! -Ri de deboche, puto da minha vida. E aí eu pensei um pouco, para tentar acalmar o meu tom de voz, porque a coisa tava feia. Muito feia. -Quer saber, eu vou ser injusto sim. -A admirei, com sangue nos meus olhos. -A partir de amanhã, Millie, depois que se casar, você não verá mais os seus filhos. -Disse, e me virei de costas para pegar minhas coisas e ir embora. 

    -Como é que é?! -Ela respondeu, mas eu não dei a mínima. Então ela correu até mim e me puxou pela gola da camisa. -OLHA PRA MIM! 

    -O QUE É?! 

    -VOCÊ NÃO VAI TIRAR OS MEUS FILHOS DE MIM! 

    -EU JÁ TIREI! 

    -VOCÊ NÃO TEM O DIREITO NENHUM DE FAZER ISSO, VOCÊ NÃO VAI! 

    -ENQUANTO VOCÊ MORAR COM UM FILHO DA PUTA QUALQUER, ALISON E TYLER NÃO VÃO MAIS FICAR DENTRO DE CASA COM VOCÊ E COM UM OUTRO QUALQUER! EU NÃO POSSO PERMITIR UMA LOUCURA DESSA! 

    -ELE NÃO É UM QUALQUER, VAI SER O MEU MARIDO!

    -AH, É MESMO?! -Ri de deboche. -POIS SAIBA, MILLIE, QUE EU NÃO VOU ESPERAR O SEU MARIDO PASSAR A MÃO NA MINHA FILHA! -Gritei, e agora todas as minhas lágrimas caíram. Simplesmente me senti ameaçado pelo maior medo da minha vida. -NÃO VOU, MILLIE! -Continuei chorando, e ela também. Até que soltou a minha camisa e me admirou por alguns segundos.

    -Você nem o conhece, Finn. -Ela lamentou. 

    -E nem você, Millie. -Falei, a olhando nos olhos. 

    -Ele nunca faria uma coisa dessas!

    -Ah, é, quem disse?!

    -EU ESTOU DIZENDO, PORQUE EU NUNCA DEIXARIA ISSO ACONTECER! 

    -AH, VAI BANCAR A BOA MÃE, AGORA?! 

    -VOCÊ É UM FILHO DA PUTA! 

    -SOU UM FILHO DA PUTA QUE SE IMPORTA COM OS TEUS FILHOS, SEJA GRATA UMA VEZ NA SUA VIDA!

    -EU QUERIA QUE ELE FOSSE OS PAIS DOS MEUS FILHOS, POR ISSO ACEITEI ME CASAR!
    -ENTÃO VAI, ENGRAVIDA DELE, QUE EU QUERO VER! EU FAÇO QUESTÃO DE VER! 

    -PELO AMOR DE DEUS, VAI EMBORA DA MINHA VIDA DE UMA VEZ! SAI DAQUI! 

    -EU VOU, MILLIE, E TENHA A CERTEZA DE QUE QUANDO EU SAIR POR AQUELA PORTA, OS MEUS FILHOS VÃO FICAR COMIGO! VOCÊ É UMA IRRESPONSÁVEL! 

    -QUE CULPA EU TENHO SE ME APAIXONEI POR OUTRA PESSOA?! HEIN, FINN?! -Ela gritava aos prantos. -EU TE ESQUECI E FUI SEGUIR A MINHA VIDA! EU ESPEREI VOCÊ ME PEDIR EM CASAMENTO DURANTE ANOS, DURANTE A MINHA VIDA INTEIRA! E AGORA OUTRA PESSOA ME PEDIU, E EU FINALMENTE DISSE “SIM”!

    -AH, ENTÃO SEMPRE FOI ESSE O PROBLEMA, NÃO É?!

    -VOCÊ GOSTARIA QUE EU AGISSE DESSA FORMA CONTIGO?! SENDO INJUSTA, SE VOCÊ TIVESSE SE APAIXONADO POR OUTRA PESSOA?!

    -É DIFERENTE, MILLIE, EU NÃO VOU ME CASAR COM ELA! -Respondi, e agora ficamos os dois quietos. Acho que falei demais, coisa até que não devia. E assim que eu soltei essa bomba, percebi o quão em choque ela ficou. Não dizia absolutamente nada, só me encarava. Até que outra lágrima escorreu pelo rosto dela.

    -Então tem “ela”? -Me perguntou, com a voz falha. Eu sabia que isso seria um gatilho.

    -Isso não interessa agora.

    -Você também mentiu pra mim. -Ela disse, me olhando com raiva. -Mentiu pra mim sobre estar com alguém.

    -É claro que eu menti. 

    -Ela conhece os meus filhos? -Cruzou os braços, num tom de deboche.

    -Não seja cínica. 

    -Responde.

    -Mas é claro que não conhece, Millie, ela é uma distração! 

    -Você disse que está apaixonado. 

    -Apaixonado ou não, eu não sou louco de colocar alguém na vida das crianças sem te avisar primeiro! 

    -Você a ama? -Perguntou, me fazendo rir de deboche. 

    -Millie, na boa, de onde você tá tirando isso?

    -Finn, você a ama? -Perguntou de novo, me fazendo suspirar. E o choro dela querendo descer inteiro.

    -Sei lá, talvez e daí? -Respondi como quem não se importa. E agora foi ela quem riu de deboche. 

    -Você é um canalha. -Riu novamente e fumou o cigarro.

    -Olha só, você é a última que pode xingar alguém aqui dentro. 

    -Pode me xingar de volta. -Cruzou os braços. -Já foi “ingrata”, “irresponsável”, “louca” ... -Franziu a testa. -Falta algum? 

    -Fala sério... -Suspirei e virei de costas, começando a andar pelo quarto, para que a minha raiva não se exploda outra vez.

    -Qual o nome dela? -Perguntou, me fazendo suspirar cansado.

    -De quem, Millie? 

    -Da sua amada. -Respondeu, me fazendo rir e apoiar as mãos nos quadris. 

    -Jessica. -Respondi. -E o dele?

    -Jake. -Respondeu curta e grossa. E que se foda, eu que não quero mais papo algum. 

    -Pode avisar para o Jake que ele ainda vai poder aproveitar muito os momentos de casados, depois da lua de mel. Porque, enquanto ele estiver na sua casa, Alison e Tyler ficam comigo. 

    -Eles também são os meus filhos. 

    -São sim, e você vai vê-los quando quiser. Mas não com esse cara por perto. 

    -E como que eu vou ter certeza de que você não está dividindo eles com a Jessica?

    -Da forma como eu sempre te dei certeza de tudo. Não minto igual a você. -Respondi, e tudo que ela fez foi rir de deboche e voltar para a janela, pronta para acender outro cigarro. E eu fui terminar de me vestir para ir embora. -Ah, e só mais uma coisa. -Me voltei a ela. -Até quando iria continuar escondendo isso de mim? -Perguntei, e ela soltou a fumaça do cigarro com a boca. 

    -Não por muito tempo. -Respondeu, e então eu assenti que sim com a cabeça e virei de costas para ir embora. -Finn? -Me chamou, e eu a admirei. -O que me fez ter essa recaída hoje foi a sua presença. Bem ou mal, você ainda é um gatilho pra mim, e acaba se tornando o meu ponto fraco. -Lamentou. -Por isso eu vou te pedir para que a gente não se encontre mais. Temos que fazer esse acordo. -Ela disse, e eu ouvindo. -Para o meu bem-estar emocional eu te peço isso como um favor. Quero que me prometa que o que aconteceu hoje naquele bar não se repita nunca mais. Não podemos tentar ser amigos. -Terminou, e levou o cigarro de volta à boca. Eu até pensei em discutir, mas tenho mais o que fazer da minha vida. 

    -Te prometo. -Respondi sem cerimônia alguma, e tudo o que ela fez foi assentir que sim com a cabeça e voltar a admirar a vista da janela. Então eu abri a porta do quarto para ir embora. -A propósito. -Comecei, e ela me admirou. -Parabéns pelo noivado. -Fechei a porta do quarto, agora a deixando sozinha lá dentro.

    Tudo o que eu fiz foi suspirar. Ainda era muita coisa para raciocinar, depois daquilo tudo. Até agora eu não sei o que sentir, e nem como digerir tudo o que foi feito e dito dentro daquele quarto. Mas tudo bem, tudo o que eu preciso agora é de uma ótima noite de descanso. Amanhã é outro dia. 

 

Flashback Off 

 

    Acordei no susto, inclusive um pouco ofegante. Eu não paro de pensar e sonhar sobre aquela merda toda de ontem à noite nem um minuto sequer. Eu estava no sofá da sala, com a Alison dormindo ao meu lado. Pegamos no sono enquanto assistíamos um filme. Vi o horário no meu celular, e já era tarde da noite. Millie já devia estar casada à essa hora. 

    Suspirei e desliguei a televisão, e em seguida desliguei o tablet que deixo ao meu lado, para ver o Tyler dormindo no quarto dele. E graças a Deus ele dormia como um anjo. 

    -Papai? -Ela me chamou.

    -Oi, meu amor? -Acariciei os cabelos loiros dela. -Está com fome? Quer um leite quentinho? Papai faz pra você. 

    -Eu quero dormir. -Respondeu, e eu sorri de canto. 

    -Eu sei, vou te colocar na cama. -A peguei no colo, e ela apoiou a cabeça no meu ombro. 

    -Mister Rabinho! -Ela reclamou e apontou.

    -Ai, meu Deus, quase esquecemos o Mister Rabinho! -Peguei o coelho de pelúcia do sofá. -Toma. -A entreguei e fui subir as escadas. 

    -Ele não dorme sozinho. 

    -Eu sei que não, é por isso que você cuida dele, igual cuida do seu irmão. -Sorri para ela, e logo entrei em seu quarto. -Prontinho. -A coloquei na cama e a aconcheguei nos cobertores. -Está tudo bem? -Perguntei, enquanto acariciava os seus cabelos, e ela assentiu que sim. 

    -Quando a mamãe vai voltar? -Perguntou, me fazendo suspirar. 

    -Filha, você sabe que a mamãe e o papai ainda não estão legais. A gente vai tentar fazer com que ela fique aqui. Tá bom? 

    -Promete, papai?

    -Prometo, meu amor. -Sorri e toquei na pontinha do nariz dela, fazendo-a sorrir. -Boa noite, filha.

    -Boa noite. -Respondeu, já de olhos fechados, e eu a beijei demorado na cabeça. 

    -Alison? -A chamei e ela me admirou. -Papai ama você. 

    -Também te amo. -Sorriu e fechou os olhos. 

    Saí do quarto dela e fui para o quarto do Tyler, que ficava ao lado. E me agachei para ficar do lado dele. 

    -Papai também ama você, tá? -Sussurrei, ao acariciar seus cabelos castanhos. E o beijei na testa, enquanto dormia. E agora sim, eu fui pro meu quarto, e o Doug já estava na cama me esperando. -Chega pra lá, garotão, tu não vale nada. -Me aconcheguei na minha cama e suspirei, voltando a pensar em tudo aquilo de novo, infelizmente. E o que mais me indignava era a promessa que eu tinha feito pra Millie, sobre nunca mais nos vermos. Será que era possível? -É, vai ser difícil, viu? -Desabafei em voz alta, enquanto acariciava o Doug, e meu celular vibrou na mesinha. Até pensei em deixar pra lá, mas começaram a entrar mais mensagens, e eu precisei ver. Mas quando bati o olho, me surpreendi. Tinham mensagens no grupo com os meninos e com os Duffers, e que já estava parado há séculos. Mas resolvi abrir as mensagens.

 

    Duffers: Atenção, fomos contatados por uma agência que nos convidou para participar de um evento em Los Angeles em homenagem e comemoração ao aniversário do lançamento de Stranger Things. Fiquem atentos às nossas mensagens, vamos precisar da confirmação e presença de todos, para a hospedagem do hotel. Ainda vamos detalhar dias e horários. Leiam e avisem se recebido.

 

    Sadie: Recebido.

    

    Gaten: Recebido.

 

    Noah: Recebido.

 

    Caleb: Recebido. 

 

    E aí, me entrou mais uma mensagem. 

 

    Millie: Recebido. 

 

    Por essa, ninguém esperava. Nenhum de nós. Pelo visto, vamos nos reencontrar depois de anos. E além disso, tem o mais importante. Quebrar a promessa que eu fiz ontem à noite. Eu e Millie ainda vamos ter que aprender a lidar muito um com o outro, ao invés de só fingirmos que não existimos. 

    Então é isso. Vamos lá. 

 

    Finn: Recebido. 

 


Notas Finais


Dormi muda e acordei calada.
Espero ter atendido às expectativas de vocês, ou até ter superado!!! E vocês não sabem o prazer que eu sinto em publicar mais um capítulo depois de tanto tempo!!
ME FALEM O QUE ACHARAM, HEIN!!!
Beijos, meu amores! E dependendo do que acontecer, até breve!


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