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História Amada pelos Deuses - A Lendo


Escrita por: Vinilu

Notas do Autor


Espero que gostem do capítulo

Qualquer erro ou contradição, me avisem, por favor!

Boa leitura a todos!

Capítulo 108 - A Lendo


—... A futura rainha do Reino das Águas ainda está muito verde. Só espero que ela mesma tenha consciência disso – Marian comentou calmamente com a loira já sentada ao seu lado.

— Eu sei que ainda tenho muito a aprender, você não precisa ficar dizendo o óbvio – Lucy a respondeu no mesmo tom.

— Você quer saber como eu consigo ouvir tão bem, certo? – a jovem de cabelos azulados indagou, voltando a surpreender a loira.

— Leu meus pensamentos de novo? – Lucy questionou com certo espanto.

— Você já deve ter ouvido falar da batalha que houve anos atrás, que fez eu e meus irmãos sermos expulsos... – a pequena começou a explicar.

— Sim, assim como das consequências que houveram para aqueles que foram controlados pelo livro negro de Worer... – a loira a respondeu.

—... Diferente dos meus irmãos, a deusa d’água me purificou. Com isso obtive a benção de ouvir melhor que qualquer outro, ainda que tenha perdido a minha visão – Marian explicou.

— Mas ao ponto de ouvir pensamentos... – Lucy permaneceu desconfiada.

— Eu não posso ouvir pensamentos, é só que você é muito fácil de se ler – a jovem de cabelos azulados a respondeu, abrindo um pequeno sorriso de canto.

Lucy não disse mais nada. Ainda que fosse verdade que a pequena não podia ouvir seus pensamentos, ela não sabia como evitar a leitura que a jovem fazia de todo o resto.

—... Achei que queria me perguntar algo... Mas como não é o caso, deixe-me perguntar. Já pensou em tudo que cai e que poderá cair sobre os seus ombros ao assumir como rainha? – Marian conseguiu prender a atenção da loira.

—... Você é a irmã que salvou a vida de Natsu... Acho que você não me usaria para prejudica-lo... – Lucy murmurou consigo mesma, como se tentasse convencer a si mesma que estava tudo bem em falar com aquela garota — Eu já andei pensando em algumas coisas. Mas confesso que ainda não consigo ter essa realidade em minha mente, onde estarei como rainha de um reino inteiro, ainda mais um tão grande como presenciei que é o Reino das Águas... Eu não consigo imaginar o que deverei fazer além de apoiar meu marido...

Marian prendeu a risada, provocando Lucy, a fazendo acreditar que era de deboche.

— Não fique irritada, não estou achando engraçado o fato de você não saber o que fazer. Apenas me surpreendeu o fato de você conseguir se abrir para alguém que mal conhece ainda – a pequena de cabelos azulados sorriu ao explicar.

— Natsu parece confiar em você, então não vejo motivo de não fazer o mesmo... – a loira a respondeu com as bochechas levemente avermelhadas.

— E porque ficou brava por ele passar o dia comigo ontem? Ciúme? Não, espera, você acabou de dizer que não vê motivo de não confiar em mim... – Marian pareceu tentar provocar mais uma vez.

— Não é isso, eu só queria... – Lucy foi interrompida.

— Ah é, tem o fato do banho também, apesar de sermos irmãos... – fez com que a loira ficasse vermelha de raiva —... Além de me ver nua, tem o fato de ele ter sido o primeiro a chupar meu peito... Mas... – foi a vez de Marian ser interrompida.

— O QUE? – Lucy se levantou rapidamente, tomada pela indignação.

—... Mas isso foi quando ele era um bebê ainda – a pequena explicou, fazendo com que a loira voltasse a se sentar com certo constrangimento —... Acho que ainda lhe falta um pouco de confiança em seu marido, não é mesmo? Talvez o pouco tempo que passou desde que se conheceram não permitiu que os dois construíssem uma base firme para o relacionamento de vocês?

Lucy abaixou o olhar e também não respondeu àquilo. De certa forma ela sabia que a irmã de Natsu tinha razão. Ainda que realmente amasse o rosado, eles se conheciam não tinha nem mesmo um ano, e dizer que o amor entre eles era o suficiente era algo muito superficial e bobo de se dizer. Lucy sabia que haviam coisas que ela e Natsu só poderiam conquistar com o tempo, e que teriam que lutar contra adversidades ainda maiores que as de outros casais.

—... De qualquer forma. A futura rainha tem amigos em outros reinos, certo? – ouviu a loira confirmar – E o que vai fazer se uma guerra entre os reinos acontecer? Vai ajudar a mata-los?

— NÃO! – ela bradou.

— Então prefere deixar que matem Natsu e os outros que contam com você? – Marian deixou a loira espantada — Por acaso acredita que após o fim de uma guerra, todos voltam felizes e de mãos dadas?

— Basta não permitirmos que a guerra aconteça! – Lucy exclamou vendo como estava sendo encurralada.

— Talvez você consiga convencer todos do Reino das Águas a não lutarem, afinal será a futura rainha... Mas como fará com que outros reinos, como o Reino do Céu, não nos ataquem? Ainda mais com esses reinos tendo reis como os deles... Se nos atacarem, deveremos simplesmente permitir que nos matem?

Mais uma vez Lucy se viu sem uma resposta.

—... Lucy – Marian ficou bem mais séria, deixando a loira ainda mais tensa — O casamento já aconteceu, mas você ainda tem que decidir. O que você realmente é? O que é mais importante para você? Ser rainha do Reino das Águas ou ser a amiga de Mirajane e os demais?

Um silêncio parecido com os anteriores pairou entre elas, mas dessa vez aquilo se tornou em algo desconfortável, fazendo com que que Marian soltasse um leve suspiro.

—... Parece que ainda há dúvidas... No fim, as preocupações de Natsu não eram à toa – a pequena voltou a surpreender Lucy — Sim, ele que me falou todas essas coisas e sobre como você poderia se posicionar em uma possível guerra. Como aquela a apoia-lo, seu apoio seria benéfico ou prejudicial se estivesse pensando mais nos inimigos do que nos seus próprios amigos?

Lucy se manteve em silêncio enquanto suava fria e tinha seus olhos levemente arregalados, acreditando que qualquer coisa que dissesse apenas a faria parecer ainda mais errada.

— No fim, não vejo outra opção além de aceitar o pedido do meu irmãozinho... – Marian voltou a suspirar.

—... Pedido? – Lucy não entendeu.

— Voltarei com vocês para a capital e botarei um pouco de juízo nessa sua cabecinha – ela explicou, deixando a loira boquiaberta.

 

Algumas horas mais tarde, Lucy se viu nua, sentada em um banquinho num enorme banheiro enquanto tinha seu corpo lavado por Marian.

— Ainda estou tentando entender porque estamos tomando banho juntas... – a loira comentou com certo constrangimento, notando também quão grande era o local, podendo caber até mesmo todos os funcionários daquele castelo ao mesmo tempo ali dentro.

— É uma boa forma de nos entrosarmos – Marian sorriu enquanto esfregava as costas de Lucy, mas levando as mãos aos seios da mesma logo em seguida enquanto os seus próprios pressionaram as costas da jovem de cabelos loiros — Eles são realmente grandes! – a pequena exclamou com certo espanto — Mas será que o Natsu prefere grandes como os seus ou pequenos como os meus? – sussurrou no ouvido de Lucy, voltando a provoca-la.

— Não começa... – a loira soltou um leve suspiro, se acostumando aos poucos com as provocações da garota.

As duas então trocaram de posição. Foi quando Lucy pôde ver as cicatrizes marcadas nas costas de Marian, indicando onde os açoites haviam lhe ferido de forma mais cruel.

—... Você estaria disposta a dar sua vida pelo Natsu se fosse preciso? – a pequena questionou ao notar a reação de Lucy com as marcas.

—... Você por acaso sabe de algo que eu ainda não sei? Toda hora suas perguntas envolvem algo relacionado à uma guerra... – Lucy a respondeu fugindo da pergunta de certa forma.

— Só de ver a situação em que os reinos se encontram, da para entender que é uma possibilidade.

— Sabe... – a loira chamou a atenção de Marian enquanto esfregava as costas da mesma — Se eu tivesse nascido no Reino das Águas, eu conseguiria lhe responder com convicção de que faria de tudo pelo povo e pelos meus amigos que aqui vivem... Mas eu não nasci no Reino das Águas. Eu sou filha de dois humanos comuns, até pouco tempo atrás eu era uma humana comum... Não é que eu me importe menos com o povo do Reino das Águas, é só que também posso ter um pouco da visão do outro lado... Se uma guerra realmente acontecer, os humanos também serão envolvidos, não? Sem falar que eu sei que há pessoas no Reino do Céu que podem ajudar a impedir essa possível guerra... Ainda que você me veja como alguém que não está preparada, eu também posso ser aquela a encontrar uma maneira de resolver as coisas sem que uma batalha entre os reinos seja necessária.

—... Você tem um ponto, mas não lhe dou toda a razão – Marian a respondeu sentindo a loira massagear sua cabeça.

Naquele mesmo instante, Natsu estava em um cômodo particular com o avô.

—... E então? Sua raiva passou? Por que quer falar comigo? – o velho questionou calmamente sentado em uma poltrona acolchoada enquanto o rosado apenas olhava através da enorme janela.

— Não estou com raiva... Mesmo sem saber quem o senhor era... Eu te amava... Eu te amava, e doeu ver que o senhor não sentia o mesmo – Natsu o respondeu calmamente.

— E quem disse que eu não sentia o mesmo? – ele o respondeu, podendo ver o rosado soltar uma pequena risada sarcástica logo em seguida.

— Sim, o senhor me amava tanto que quis me matar... Engraçado esse amor.

— Eu amo muito mais o Reino das Águas, por isso fiz o que fiz. E não vejo motivo para voltarmos a esse assunto – o avô do rosado o respondeu sem nem mesmo hesitar.

— De qualquer forma, não foi por isso que vim aqui... – Natsu se virou e então encarou o avô — Eu quero saber como fez para criar o Jardim... Como fez para tornar aquela parte do oceano livre do acordo com o Reino do Céu? – ele questionou seriamente.

O velho Gepeto o encarou por alguns instantes, como se pensasse no que deveria dizer. Mas logo o mesmo soltou um leve suspiro.

— É melhor você não saber disso... – ele comentou em um tom de pesar.

— E por que não? – Natsu indagou com certa desconfiança.

— Mesmo que você diga que não vai usar tal habilidade, nada me garante isso. Mas se você não souber ela, então terei certeza de que não a usará – o velho explicou — Você quer ficar como eu?

—... Se for pelo bem do Reino das Águas, não vejo isso como algo ruim – Natsu o respondeu com seriedade.

—... Apenas me fez ter mais certeza de que não devo lhe ensinar... Como a morte do rei poderia ser o melhor para o Reino das Águas? – o avô do rosado voltou a suspirar.

— E o que eu deveria fazer então? – Natsu perguntou sendo tomado pela revolta.

— Você está se preocupando demais para quem ainda nem assumiu! Relaxe um pouco, curta sua esposa! Mesmo que imortal, cada segundo é importante! E nada vai mudar se você ficar sofrendo por antecedência! – o velho se levantou da poltrona ao explicar — E você também terá o auxilio de seus nobres. Não precisa carregar o fardo todo sozinho!

Natsu nada disse, apenas mordeu os lábios, sabendo que o avô tinha razão. Mas ele não podia evitar aqueles sentimentos de responsabilidade e aflição que lhe enchiam junto com a preocupação.

 

Na manhã seguinte, Natsu e Lucy já estavam em frente à parede d’água, prontos para partir. Lucy suava fria, já que tinha certa pequena de cabelos azulados do outro lado de Natsu.

... Ela vai mesmo com a gente?”, não havia acreditado.

... Será uma de minhas nobres...”, Natsu explicou.

— Não vejo a hora de começar o treinamento da Lucy – Marian sorriu ao falar com mais intimidade.

—... Você tem mesmo que ir? – a avó de Natsu indagou com certa tristeza.

— É meu destino tornar o Natsu um homem! – a pequena a respondeu convicta de sua decisão.

... Não sei se ela fez isso pra me provocar ou se apenas gosta de duplo sentido...”, Lucy ainda tentava compreender a irmã de seu marido.

—... Mas... – a mulher insistiu, mas acabou interrompida pelo marido

— Deixe a menina ir, aposto que ela terminou de ler todos os livros da nossa biblioteca... Agora ela quer ler todos os da capital, certo? – ele sorriu ao brincar.

— Poderia não revelar meus verdadeiros motivos assim, vovô? – Marian se aproximou e então o abraçou. Logo depois a mesma abraçou a mulher.

—... Te amo vó... Obrigada por tudo que fez por mim – ela agradeceu em um tom mais baixo, fazendo os olhos de sua avó brilharem em um leve azulado enquanto se enchiam de lágrimas.

A pequena de cabelos azulados então se afastou, apenas acenando antes de finalmente partir com o irmão e a esposa do mesmo.

 

—... Não chore... – o avô de Natsu falou com a esposa enquanto permaneciam parados em frente à parede d’água.

— Mas... Você agiu contra o Natsu-chan por causa dela, para impedir de acontecer o que ela viu... Mas agora ela está... – ela não conseguiu nem mesmo concluir.

— Ela está indo para garantir que o irmão será o melhor rei que o Reino das Águas poderia ter, para criar seu próprio destino... Confie nela, afinal nós a criamos e ensinamos tudo que sabíamos – Gepeto abraçou a esposa ao concluir, a confortando em seus braços.

—... Você não poderia ter ficado um velho mais alto? – ela brincou devido a baixa estatura do marido atrapalhar no abraço.

— Cala a boca, senão vou te mostrar o que mais ficou velho! – ele a respondeu indignado.

— Meu marido é um velho pervertido! O que fiz para merecer isso? – ela soltou uma pequena risada.

Mas antes que o avô de Natsu pudesse dizer algo, apenas viu a esposa voltar a chorar. O mesmo soltou um suspiro, continuando a abraça-la.


Notas Finais


Até o próximo!


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