História Amada pelos Deuses - Retorno

Após se separarem, ainda no topo do vulcão, com a escuridão já tomando conta do céu enquanto pequenos pontos de luz surgiam na pequena cidade, o rosado resolveu perguntar.

Natsu – Volta comigo Lucy? – chamou a atenção da loira, deixando a mesma confusa.

Lucy – Claro que eu vou voltar com você – sorriu tendo suas mãos seguradas por Natsu – Amanhã cedo iremos voltar para casa todos juntos.

Natsu – Não estou falando da casa de seu pai... Volta comigo para o Reino das Águas – surpreendeu a garota – A faculdade era só um pretexto para ficar perto do Gray, certo? Mas agora... Você me ama, não é mesmo? Então... Pra que continuar aqui? Vamos para casa, pra nossa casa!

Lucy ficou em silêncio por alguns segundos, sem saber o que responder ao rosado, pois ela não queria voltar para o Reino das Águas, não agora –... Natsu, eu... Eu não quero voltar agora – respondeu um pouco sem jeito – Apesar de tudo que aconteceu... Eu ainda tenho amigos em outros Reinos, e antes de você assumir como rei e eu, respectivamente, como rainha, quero passar esse tempo com eles... – explicou – Com o meu pai também...

Natsu – Entendo... Então terei que voltar sozinho – soltou um pequeno suspiro, tornando a surpreender à loira.

Lucy – Como assim? – não entendeu.

Natsu – Vou voltar para o Reino das Águas, há algo que preciso buscar que está lá – explicou – Mas eu prometo voltar logo – forçou um sorriso, fazendo com que Lucy estreitasse os olhos em indignação.

Lucy – VOCÊ ESTÁ DE BRINCADEIRA COMIGO? – indagou em um tom mais elevado – Nós acabamos de nos reencontrar e você já quer partir e me deixar sozinha de novo?

Natsu – Você tem o seu pai e os seus amigos – abriu um sorriso sacana, provocando a loira.

Lucy – NATSU! – voltou a exclamar.

Com o sol já completamente escondido, fazendo com que o brilho criado pela lava no fundo do vulcão se intensificasse, Natsu encarou a loira seriamente, fazendo com que a mesma se assustasse um pouco.

Natsu – Eu estou indo para buscar algo que quero lhe mostrar – informou – Eu preciso lhe contar... Sobre o que aconteceu com... – hesitou por alguns instantes – Com sua mãe.

Lucy – M-Minha mãe? – no mesmo instante, milhares de perguntas veio à sua cabeça – Natsu... – soltou as mãos do rosado, passando a segurar o rosto do garoto – Isso que você tem a me dizer... É aquilo de que você dizia ser culpado pela morte da minha mãe? – indagou um pouco pálida.

Sentindo as duas mãos da loira sobre sua face, Natsu apenas fechou os olhos, confirmando com a cabeça.

Lucy – N-Natsu, eu já lhe disse varias vezes... Minha mãe morreu por causa de uma doença – comentou – Mas mesmo assim você continua insistindo nesse assunto... Natsu, me conte! O que aconteceu?

O rosado retirou as mãos da loira de seu rosto –... Quando eu voltar – respondeu calmamente.

Lucy queria muito saber, mas percebeu que Natsu parecia estar com um pouco de medo em falar sobre aquilo, por isso não insistiu.

Natsu voltou a pegar na mão da loira – Vamos voltar... Levy já deve estar ficando preocupada – abriu um sorriso sem graça ao puxar a garota em direção à porta que dava acesso ao quarto de Loke.

Lucy – Vamos voltar para a fornalha? – desanimou – Já estou toda suada, mesmo tendo ficado apenas um tempinho lá embaixo...

Natsu – Pare de reclamar – soltou uma pequena risada.

Alguns minutos depois os dois chegaram até o quarto de Loke, se deparando com o mesmo pelado, vestindo apenas uma cueca.

Lucy/Loke/Natsu – AH! – se entre olharam.

Natsu – O que está fazendo pelado? – indagou indignado.

Lucy apenas corou, tentando desviar os olhos, mas falhando em tal ato – O físico dele é igual ao do Natsu...

Loke – ESSE É O MEU QUARTO! – respondeu sem sair do lugar para se tampar – Por que não bateram na porta?

Natsu/Lucy – Realmente, poderíamos ter feito isso – pensaram com uma gota na cabeça.

Loke – Estou me preparando para o banho... Mas... Lucy-san, certo? – viu a loira confirmar com a cabeça – As garotas já foram tomar banho... Já devem estar acabando.

Lucy – Entendo – respondeu calmamente – Que tipo de banho eles tomam aqui? De lava? Se for de água, com certeza deve arrancar a pele de tão quente...

Natsu – Você não disse que estava suada? – chamou a atenção da loira – Eu não te mostrei, mas atrás do vulcão há um pequeno lago esquentado pelo vulcão... Como uma terma – explicou, surpreendendo a garota.

Lucy – ONDE? – indagou em um tom mais elevado.

Loke – A Virgo está esperando do lado de fora do quarto... Ela irá te guiar – respondeu – Mas se quiser, pode tomar banho conosco, já que as garotas já devem estar terminando – abriu um sorriso gentil, não se incomodando com a presença de Natsu.

Lucy – Não, obrigada – deixou o quarto rapidamente.

Natsu – Acho que precisamos conversar sobre esse seu assédio em cima da minha noiva – comentou seriamente.

Loke – Foi mal – soltou uma pequena risada – Foi mais forte que eu... Mas mudando de assunto, agora que estamos sozinhos... – se virou para o local onde guardava suas vestimentas – Eu quero lhe dar algo.

Natsu – Me dar algo? – estranhou – Por quê? – não entendeu

Loke – Bem, você é um importante amigo – voltou a rir – Além de ser nosso aliado agora, então quero lhe dar isso – se virou para o rosado, mostrando um cachecol todo quadriculado em suas mãos.

Natsu – Um cachecol? – estranhou – Eles usam isso aqui? Apesar de não sentirem calor, será que sentem frio? – não entendeu – Parecem... Escamas de dragão...

Loke – É dito que esse cachecol foi feito da pele de nosso ancestral – surpreendeu Natsu – O que nossos anciões dizem é que nós, a família real, somos descendentes diretos de um grande dragão que dominava os céus e aterrorizava até mesmo os deuses – explicou.

Natsu – D-Dragão? – não podia acreditar – De verdade? – ainda surpreso, colocou a mão sobre o cachecol – Realmente, não se parece com nenhum tecido conhecido... Escamas de dragão? – se empolgou, mas conseguia se controlar para que seus olhos não brilhassem.

Loke – É seu – estendeu os braços para que o rosado o pegasse.

Natsu já ia pegar, mas hesitou – T-Tem certeza? – viu o amigo confirmar com a cabeça – Você não vai pedir a Lucy em troca não né? – estreitou os olhos.

Loke – Como eu disse, estou lhe dando! – exclamou.

Natsu então finalmente pegou o cachecol – Obrigado – estava maravilhado com aquilo.

Loke – Certo... – rapidamente vestiu uma bermuda – Agora vamos!

Natsu – Ahn? – não entendeu, só pode ver Loke deixar o quarto rapidamente – Aonde ele vai? – resolveu seguir o garoto.

Loke e Natsu se direcionaram rapidamente para os fundos do castelo, que dava acesso à saída da parte de trás do vulcão, onde o pequeno lago em que as garotas relaxavam se encontrava.

Natsu – EI, o que está pensando em fazer? – indagou desconfiado.

Loke – Nada de mais – adentrou a floresta fechada, seguindo uma estreita trilha.

Não demorou muito para que os dois chegassem ao lago.

Natsu – Eu sabia! – se esconderam atrás de uma pedra rodeada pelo mato – Ei... – sussurrou chamando a atenção do amigo – Se você olhar para a Lucy, eu juro que te mato! – sussurrou com o cachecol ainda em mãos.

Loke – Você vai olhar para minha irmã, para a Virgo e para a Aries, por que não posso olhar para a Lucy-san e para as outras? – indagou indignado no mesmo tom do rosado.

Natsu não pode responder. Logo os olhos dos dois se voltaram para o lago, vendo que as garotas estavam ali perto, reunidas. Ambos coraram fortemente enquanto viam as mesmas sentadas apenas com os ombros pra fora da água.

Natsu/Loke – Quase da pra ver!

Loke – Natsu, faz a água evaporar! – pediu em um sussurro.

Natsu – Está louco? Se eu fizer isso seremos descobertos! – o respondeu.

Loke – Então... – enterrou as duas mãos no chão.

Natsu – O que ele vai fazer? – não entendeu, mas logo percebeu que os olhos do garoto haviam ganhado um leve tom alaranjado – Ahn?

Se passaram apenas alguns segundos e o rosado pode ouvir os gritos das meninas.

Levy – Está muito quente! – exclamou ao se levantar da água, sendo acompanhada pelas outras.

Wendy – Mas foi de repente... – não entendeu.

Juvia – Está até... Borbulhando – percebeu.

Lucy – Vamos sair! – fez com que todas se direcionassem à pequena faixa de terra que havia entre a lagoa e a floresta.

Loke – Pronto – abriu um sorriso sacana.

Não demorou muito e logo se podia ver quatro pontos brilhantes em meio ao mato, dois azuis e dois alaranjados, que passou despercebido pelas garotas.

Natsu – Mulheres... São realmente incríveis... Parecem tão delicadas – nem mesmo piscava – Pequenos... – encarou Levy e Wendy – Mas sensuais... – levou as mãos ao rosto rapidamente – UMA DELAS É MINHA IRMÃ! QUAL O MEU PROBLEMA? – não demorou muito e voltou a olhar – Se não fosse a Lucy, com certeza eu teria um harém... – encarou a loira corando ainda mais, se lembrando do dia em que tomou a poção de Aries.

Em puro reflexo, Natsu pulou sobre Loke, tampando os olhos do mesmo.

Loke – O-O que está fazendo? – indagou indignado em um tom mais baixo.

Natsu – Não posso te deixar olhar pra ela! – respondeu no mesmo tom do amigo.

Loke – Para com isso, estamos perdendo um tempo precioso – tentava se soltar do rosado, mas não conseguia.

Os dois só pararam sua “pequena luta” quando sentiram uma aura mais fria os rondar.

Já cobertas, as garotas os olhavam completamente enfurecidas.

Wendy – Natsu-nii... – o chamou friamente.

Aries – Loke-sama – estava completamente corada.

O rosado saiu de cima de Loke, encarando a pequena – Wendy, Levy... Eu juro, eu não vi nada! – por algum motivo, as duas ficaram ainda mais irritadas – A Lucy... Não está aqui? – se perguntou ao ver que estavam cercados pelas garotas, mas que a loira não estava entre elas – Ah... – só então percebeu que Lucy na verdade estava dentro do lago, com seus olhos brilhando em um intenso azul.

Natsu – Vai dar merda, vai dar merda, vai dar merda – tentou se levantar para sair dali, mas foi barrado pelas outras garotas – Não posso ataca-las, eu sou aquele que está errado... Isso é o que chamam de... Castigo divino? – começou a suar frio, vendo a enorme quantidade de água que se reunia sobre suas cabeças – Isso vai doer... Sinto muito por você Loke! – viu a enorme bola de água cair rapidamente em direção a eles – Ainda bem que não irei sentir nada... – fechou os olhos para que não vissem o brilho dos mesmos.

Ao perceber que a loira finalmente o havia “atingido”, se deitou sobre o chão, fingindo ter sido acertado.

Kinana – Perderam a consciência...

Juvia – O que fazemos agora? – indagou enquanto encarava os dois rapazes caídos.

Levy – Deixe-os ai! Vamos voltar para dentro – exclamou ainda indignada, deixando o local logo depois.

Lucy saiu de dentro do lago, vendo as garotas adentrarem na floresta. Ao se aproximar dos dois rapazes, se agachou ao lado de Natsu, segurando as duas bochechas do mesmo fortemente com uma única mão –... Não pense que eu não percebi – comentou friamente, se levantando e deixando os dois logo em seguida.

Quase dois minutos depois, o rosado se levantou.

Natsu – Ei! Loke, ainda está vivo? – indagou um pouco preocupado.

Loke – Sim – soltou um longo suspiro – Consegui evitar parte do ataque.

Natsu – Como? – voltou a se surpreender com o rapaz.

Loke – Devido a grande quantidade de água, elas não perceberam que utilizei o fogo para evaporar parte do ataque – explicou – Mas ainda sim, estou um pouco dolorido... Você o evitou por completo? – viu o rosado confirmar com a cabeça.

Natsu então ajudou Loke a se levantar – Eles carregam um pequeno mecanismo, bem simples, que cria uma pequena faísca... Eles expandem essa faísca a tornado uma chama – pensou calmamente enquanto levava Loke até a lagoa, já que já era a vez dos garotos de se banharem de qualquer forma – Loke disse que o tamanho da expansão varia de pessoa para pessoa, mas que os membros da família real podem expandir o fogo mais do que os outros, além do excelente controle... Se eu pudesse aumentar uma gota de água em pelo menos uns quinhentos mililitros, eu seria invencível – suspirou.

Horas depois, quando todos já se preparavam para dormir, Natsu entrou no quarto que utilizava enquanto permanecia no Reino do Fogo.

Natsu – Ela já está dormindo... – pensou ao ver a loira deitada sobre a cama, logo depois fechou a porta e se aproximou lentamente – Apesar de tudo, por algum motivo não quero chegar perto, mas... – corou violentamente – Por que ela está dormindo só de roupas intimas? – não entendeu.

Ao chegar à cama, o rosado deu o máximo de si para não fazer barulho e despertar a loira, mas assim que se deitou viu o movimento rápido de Lucy, que subiu sobre seu corpo, se sentando em cima de sua cintura.

Natsu – O-O que está fazendo? – perguntou ainda mais corado ao ver a loira daquele jeito sobre seu corpo – Por que está apenas de roupas intimas?

Lucy – Por causa do calor... – fez com que Natsu percebesse o suor sobre sua pele – Estava usando uma regata e um shortinho, mas ficaram encharcados – explicou – Mas agora é a minha vez de perguntar... Por que estava espionando o banho das garotas? – indagou em um tom mais frio.

Natsu – E-Eu não estava...

Lucy se abaixou, se aproximando da face de Natsu –... Mentiroso – tomou os lábios do garoto, o surpreendendo.

Natsu –... É-É isso o que ganho... Por mentir? – perguntou corado ao ver a loira se afastar.

Lucy apenas abriu um sorriso malicioso.

Natsu – Eu te odeio! Nunca te amei! Só estou te usando! Para falar a verdade existem pelo menos duas mulheres com quem eu já fiquei em cada Reino que visitei... – foi interrompido ao ter seu rosto segurado.

Lucy –... Pervertido – voltou a beijar o rosado.