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História Amaldiçoado - Capítulo IX - Segredos do Verão Passado - Parte I


Escrita por: _Janna

Notas do Autor


Bem-Vindos amores, enfim alcancei as postagens do Nyah!, então pedirei calma e paciência quanto as atualizações.

Então, pela imagem abaixo e pelo título do capítulo vocês sabem que as coisas começam a se revelar para à Tenten né? Calma, é sim o Deidara na Art ~ que não me pertence, encontrei na net. Créditos ao autor. Apenas editei~ mas ele não tem nada a ver com o colar de Rubi, este pertence à mãe da Ten e no decorrer do capítulo vocês entenderão o porque que coloquei as duas imagens em apenas uma.

Enfim, Boa Leitura!

Capítulo 9 - Capítulo IX - Segredos do Verão Passado - Parte I


Fanfic / Fanfiction Amaldiçoado - Capítulo IX - Segredos do Verão Passado - Parte I

As três amigas decidiram que não era hora de falar sob o ocorrido. Hinata sabia que algo estava errado e isso só ficou mais claro quando Neji a ameaçou. Todavia, Tenten parecia irredutível em sua decisão de não falar nada. Temari parecia alheia a qualquer coisa que não fosse Gaara.

E não era pra menos, a recuperação do ruivo estava cada vez mais satisfatória. A Sabaku se perguntava qual o motivo de tanta disposição vinda do irmão. Sim, já que o mais novo não parava mais em seu quarto. Sempre andando pelo Hospital e até fazendo amigos. O que não era muito comum. Gaara só mantinha contato com as pessoas que se aproximavam se sua irmã, no caso Kiba, Tenten e Hinata. Sua namorada, Ino, foi uma aproximação inesperada. A loira apareceu no corredor enquanto o ruivo corria desesperado pelo mesmo, havia tido a primeira visão paranormal durante a aula e estava assustado. Claro que, durante muito tempo ele manteve isso em segredo. Até não suportar mais e se entregar às drogas.

Naquele momento o trio inseparável já haviam saído do Hospital, o horário de visitas terminara e elas não conseguiram ficar mais tempo. Seguiam no carro de Temari em direção à casa que um dia Tenten morou com sua falecida mãe. 

- O Gaara estava tão animado - começou a Mitsashi com um sorriso fechado - Estou feliz que a recuperação dele esteja sendo mais rápida do que esperávamos - a citação do irmão da Sabaku fez a loira apertar o volante com força e abrir um sorriso largo. Aquele assunto acalentava seu coração. 

- Sim, isso é ótimo! - ela completou extasiada e observando a rua enquanto dirigia, Tenten se encontrava no assento ao lado do motorista e Hinata no banco de trás, no meio para poder observar as duas - O médico falou que se ele continuar assim em breve receberá alta - ela já havia repetido aquilo várias vezes. Mas conhecendo a amiga, a Mitsashi sabia que ainda ia repetir muito mais.

- Realmente, é uma noticia maravilhosa - a voz suave e melodiosa de Hinata se fez presente. Tenten olhou-a pelo retrovisor e viu os olhos perolados voltados para o exterior do carro, ela estava abismada com toda aquela movimentação - Nunca havia passado por aqui antes - comentou e sorriu ao passar por um prédio todo ornamentado para o Natal - Que coisa linda! - ela exclamou pondo ambas as mãos no rosto. A outra morena franziu o cenho com a reação dela. Certo que Tenten também gostava daquela época do ano, sentia um aconchego agradável ao ver aquele clima de paz e harmonia, mesmo sabendo ser temporário, onde no dia seguinte cada um voltava para seus afazeres e se esqueciam dos momentos agradáveis que compartilharam ao lado dos outros no dia anterior. Mas ela não, ela sempre gostara de viver aquela paz e guardava com carinho todas as lembranças dos Natais que ela passou ao lado de sua amada mãe.

- Hina... - ela chamou curiosa e viu o par de olhos enluarados se voltarem pra si num misto de curiosidade e preocupação. A maioria das vezes a Hyuuga a olhava assim, como se questionasse algo de forma silenciosa.  E Tenten tinha quase certeza que era algo relacionado ao seu primo, Neji - Você gosta de Natal? - questionou com o cenho franzido, aquele sorriso singelo ainda brincava em seus lábios carnudos.

- Oh! - a Hyuuga aparentemente foi pega de surpresa - Eu... Acho que é um momento lindo, uma linda época... - ela parecia perdida nas palavras - Toda essa decoração, - voltou a observar a cidade movimentada. Tókio era uma das mais belas no Natal, toda sua decoração era feita com muito esmero. Quem fazia e montava toda aquela arrumação parecia fazer com o próprio coração e isso encantava os turistas e até mesmo os moradores que já deveriam estar habituados com as inovações anuais - Tudo parece ser feito com um toque de amor, o que deixa muito lindo... Nunca havia visto isso antes - completou ainda imersa na linda visão a medida que o carro seguia caminho por uma das avenidas mais movimentadas da cidade.

- Você nunca viu uma arrumação de Natal? - questionou Tenten com um leve deboche, seu tom de voz continha um certo mistério. Como se não fosse aquela pergunta que ela queria fazer. Mas aparentemente apenas Temari notou isso, já que olhou a morena com o canto do olho e voltou sua atenção para o trânsito rapidamente. - Onde você morava não ornamentavam a cidade no Natal ? - questionou agora voltando sua atenção para uma imensa árvore de pisca-pisca enquanto passavam por uma praça, também totalmente enfeitada.

- O que? - a Hyuuga arregalou os olhos, era bem verdade que no seu Clã eles não comemoravam a época, pelo menos não da forma como faziam no resto do mundo. As comemorações e datas especiais no Clã de Guerreiros era feita de forma tradicional, e isto vinha desde muito antes da invenção da energia elétrica. O que deixava pisca-pisca e cidade iluminadas e enfeitadas fora de cogitação. - Claro que... - ela baixou o olhar, não gostaria de mentir - Não - falou olhando para as próprias mãos. Tenten e Temari se entreolharam curiosas - Digamos que minha família tinha o próprio modo de comemorar o Natal - seu tom era um pouco melancólico - Então se levarmos para o lado convencional, sim, é a primeira vez que vejo tudo isso - o ar inocente voltou a dar o charme único que havia nos olhos da menina de cabelos negros-azulados.

- Hm... - foi tudo que Tenten falou. 

O resto do caminho foi mais tranquilo, sem perguntas comprometedoras ou insinuações. Todavia, a cada vez que Tenten abria a boca, Temari tinha certeza de que algo não estava certo. E mais do que isso, a morena parecia ter um alvo certo para suas suspeitas. Hinata. Era como se a Hyuuga soubesse de algo que as outras não soubessem e Tenten sabia disso, querendo arrancar a todo custo essa informação da mesma. Aparentemente Hinata sempre se esquivava das perguntas comprometedoras e respondia as mesmas de forma tranquila, o que deixava a Mitsashi frustrada e decidida de que estava ficando paranoica. 

A Sabaku deixou a amiga em sua antiga casa. Tenten se despediu rapidamente das duas e saiu, ficou parada olhando a Hyuuga sentar-se ao lado de Temari - no lugar que antes ocupava - e as duas seguirem caminho. Virou-se encarando a casa que sem sua linda e animada mãe, recebia uma aparência fúnebre e assombrada. Já estava de noite e tudo estava apagado. A mulher que comprou a casa ligou de última hora avisando que tinha um compromisso e não poderia faltar, permitiu que Tenten fosse até lá para buscar o que ainda lhe era de interesse já que a mesma ainda tinha a sua chave. Normalmente naquela hora ela estaria sendo recebida com um abraço caloroso e cheio de carinho de sua mãe. Quase podia sentir o ar quente lhe envolver e as palavras serem ditas com animação pela Senhora Mitsashi:

" O jantar está pronto, preparei a comida preferida da minha filha preferida " - seriam suas palavras

- Mas mãe... Você só tem uma filha - ela sussurrou fechando os olhos como se respondesse ao vento. Sentia o abraço caloroso de sua mãe lhe envolver, se perguntava se era possível. No fundo sentia que, de onde estivesse, ela estava olhando por ela.

Abraçada ao próprio corpo ela sentiu uma imensa vontade de chorar. Seu corpo pequeno se chocando ao vento frio que fazia naquela noite de Tókio. Levantou os olhos castanhos lentamente e mais uma vez olhou para a casa escura. Moveu lentamente os pés na direção da mesma. Ergueu a mão direita e tocou com a ponta do dedo indicador e em seguida o médio a madeira fria da porta de entrada. Fechou os olhos sentindo-se tragada para outro mundo.

**

Era Natal, e como em todos os anos anteriores ela andava calmamente em direção à sua casa. Certamente naquela hora sua mãe já estaria com o jantar pronto e perguntaria o motivo de sua demora, a qual ela responderia:

– Provas, mãe! É fim de ano, a senhora sabe como é... - falou em voz alta assim que adentrou a casa. Como de costume o lugar estava todo ornamentado para a época do ano, a árvore de Natal branca e toda iluminada dava um charme à mais a parte escura da sala. Alguns presentes que ambas acumulavam durante o mês de Dezembro para darem no dia vinte e quatro ocupavam o local abaixo da mesma. Pisca-piscas azuis e brancos pelas paredes e um pequeno papai-noel que dançava sempre que alguém passava por ele. Certo que, neste último caso o boneco era ligado à tomada. O que fazia a conta de luz vir mais cara, mas a senhora Mitsashi parecia não se importar.

– Querida! - a mulher de pelo menos quarenta anos apareceu da cozinha, estava com um avental florido e com uma travessa de Lasanha em mãos, aparentemente quente - Eu já ia perguntar o motivo da demora... - ela falou se aproximando até Tenten e deixando a comida em um cômodo. Abriu os braços largamente para abraça-la - O jantar está pronto, preparei a comida preferida da minha filha preferida - ela brincou ainda abraçada à filha. A garota revirou os olhos e sorriu de canto

– Mas você só tem à mim de filha - ela se afastou fazendo um biquinho e a mãe sorriu abertamente e jogando o corpo para trás no processo.

– Por isso mesmo - ela falou apertando a bochecha da menina que estirou língua em forma de birra - Me respeita! - deu um tapa de leve no ombro de Tenten que riu pulando para abraçar a mãe mais uma vez.

**

Ela se afastou bruscamente sentindo um empurrão. O que era aquilo afinal? De primeiro teve a sensação de estar vivendo tudo aquilo outra vez, mas depois deduziu que era apenas uma mera espectadora. Seria um déjà-vu? Não, era real demais para ter sido apenas uma lembrança... Era como se seu corpo houvesse sido tragado no tempo de volta àquele dia.

– TENTEN! - uma voz masculina lhe assustou. Ela olhou para o lado com os olhos arregalados e só então se deu conta de que Deidara estava ali.

– Dei..Deidara ? - indagou tocando o ombro do rapaz que arqueou uma sobrancelha loira com o gesto, ela estava agindo de forma estranha

– Não, uma assombração! - e fez uma careta, levando um tapa na cara no processo. Mas não ficou bravo, já esperava esse tipo de reação da mesma. Apenas esboçou um sorriso e voltou a olha-la - O que está fazendo? Estou te chamando desde que enrolei a esquina e você não me respondia. Fiquei preocupado... Parecia em uma espécia de transe - ele falou desconfiado e ela franziu o cenho. Se perguntou quanto tempo havia ficado imersa naquelas lembranças.

– Jura? - questionou ainda aérea, Deidara achou suspeito, mas apenas assentiu - Eu... Vim buscar algumas coisas antes de passar a casa para o nome da compradora - respondeu olhando novamente para a casa escura

– Ah... Então decidiu se mudar mesmo ? - o tom do loiro demonstrava desgosto e ela arqueou uma sobrancelha e o olhou sob o ombro

– E você? O que faz aqui ? - indagou cruzando os braços - Não me diga que está me seguindo! - acusou e ele abriu a boca estarrecido

– Que? Tá doida Mitsashi? Esqueceu que eu moro aqui perto? - irritou-se e em segundos a expressão da morena passou de acusatória à sem jeito, sorriu tentando disfarçar

– Claro, você mora à duas quadras daqui - falou pondo a mão na nuca e rindo da própria idiotice. Deidara revirou os olhos.

– Exato! Não vem com essa de que se esqueceu do que fazíamos sempre que saíamos da faculdade - sorriu safado e ela o empurrou

– Ora seu...

– Ah Tenten - fez bico - Admita que gostava - ele se virou para ela de forma perigosa. Tenten deu um pulo, ainda não estava totalmente recuperada do surto de excitação que tivera mais cedo com o Hyuuga. E claro, não podia negar que Deidara também era um ótimo amante.

" Também? Quando foi que você transou com o Hyuuga ? " seu lado consciente falou e ela revirou os olhos internamente. Era verdade afinal.

– Deidara! - ela alertou com o dedo enriste - Afaste-se! - mandou incerta, sabia que aquilo só atiçaria ainda mais o desejo do loiro. Deidara adorava o jeito que ela se negava, só pra depois gemer feito louca em seus braços. Bem, pelo menos era assim antes. Mal sabia ele que agora o corpo da Mitsashi clamava por um certo Hyuuga. E, mal sabia os dois que este certo Hyuuga observava a cena de um carro próximo dali, se controlando para não sair de lá e arrancar a cabeça do rapaz ousado. Ao qual tinha a descendência e coragem de se aproximar da sua Tenten.

Sua mão forte apertava o volante do carro desligado e silencioso. Os olhos perolados aos poucos ganhavam um tom demoníaco. As veias lentamente se aproximavam das extensões laterais dos mesmos e pulsavam a medida que chegavam ao seu destino. Naquela altura Tenten já estava presa entre a porta e Deidara. Neji trincou os dentes e levou a mão esquerda até a porta do veículo. Pronto para abri-la, foi quando a Mitsashi usou uma perna para chutar o loiro e afasta-lo de si. Não parecia satisfeita. O loiro sorriu de canto e ergueu as mãos em sinal de rendição.

– Tudo bem, tudo bem - ele falou - Está claro que você está de TPM - ela cerrou os punhos e grunhiu enquanto batia o pé irritada. Odiava quando ele falava isso - Posso pelo menos te ajudar ? - perguntou. Seus olhos azuis demonstravam sinceridade e nenhuma segunda intenção nas palavras

– Não! - cruzou os braços

– Vamos logo - ele revirou os olhos pegando a chave a abrindo a porta, ignorando os protestos da mesma. Ainda irritada ela bateu o pé uma segunda vez e entrou na casa se dando por vencida. Afinal, duvidava muito que conseguisse organizar tudo aquilo sozinha.

***

Já haviam se passado duas horas desde que Tenten e Deidara começaram a arrumar as coisas na antiga casa da Mitsashi e essa já estava exausta. Uma dor incômoda já se instalava na coluna da morena pelo tempo que ela passara sentada no chão de forma desleixada. O loiro ao seu lado parecia entretido com as fotos que a mãe da garota fizera questão de guardar. Os olhos azuis do rapaz hora ou outra se voltavam na direção dela e em seguida das fotos. Algumas dela - as mais recentes - com ele. Não era segredo para a Senhora Mitsashi do quase namoro da filha, a qual apoiava veementemente por acreditar que o rapaz era uma pessoa que boa índole. E não era que não fosse, mas na maioria das vezes ele se deixava levar pelo momento e isso acarretou em um acumulo de desgosto por parte da morena que não quis assumir algo com ele e se magoar ainda mais futuramente. 

Durante uma época de sua vida a garota realmente chegou a achar que gostava dele, mas decidiu que o melhor era não insistir em uma relação a qual ela não via lucros. Sabia o quão explosivo e ciumento ele poderia ser. Kiba era a pessoa que mais sofria com isso e a garota não queria ter que escolher entre os amigos e um cara que poderia traí-la e magoa-la a qualquer instante. Afinal, o loiro nunca gostava quando ela saía com a Sabaku e o Inuzuka, sempre insinuando coisa dos dois.

- Deidara... - a pronuncia de seu nome o fez erguer os olhos azuis para ela com uma expressão curiosa - Eu vou até o sótão verificar se ainda há algo de útil lá - ela completou se levantando com uma mão nas costas e com uma expressão de dor

- Tem certeza de que não quer terminar isso outro dia? - perguntou olhando seu relógio de pulso digital e concluindo que já passavam das nove da noite

- Desculpe Dei... Sei que estou extorquindo você - ela disse sem jeito e ele sorriu daquela maneira que a deixava corada da cabeça aos pés, dito e feito. Deidara sabia bem o efeito que tinha na Mitsashi mesmo depois do fim do relacionamento dos dois. Mas a verdade é que além do amor doentio que sentia por ela, também se sentia como um irmão mais velho que ela nunca teve. Uma imensa vontade de cuidar dela. Em seus olhos castanhos um brilho reprimido de dor, mas que nem ela mesma sabia o porque. Ou talvez soubesse... Estava lá ela, apaixonada por um homem totalmente proibido e que ainda por cima fazia questão de deixa-la perturbada.

Qual era a do destino afinal? Deidara estava ali, e era lindo. Seus longos cabelos loiros e lisos caíam de forma despojada pelas costas e ombros, exceto os momentos em que ele insistia em prender uma mecha no alto da cabeça e que muito lembrava o penteado da namorada de Gaara, Ino. Os olhos azuis que pareciam um pedaço do céu no fim da tarde. Sarado e bom de cama? O que mais iria querer? Claro que, ela sabia que ele não era o exemplo de homem. Mas ainda assim demonstrava realmente se importar com ela. E como diz o ditado, " O amor muda as pessoas ". Todavia, lá estava ela, apaixonada pelo professor de Histologia e um cara ainda mais cafajeste que o próprio Deidara.

- Não precisa se preocupar com isso - ele falou semicerrando o olhar ao notar a expressão triste dela - O que houve ? - questionou inclinando levemente a cabeça e vendo-a suspirar pesadamente e espalmar a mão na testa como se testasse a própria temperatura. Tenten respirava lentamente e até parecia que com muito custo tentava suportar um peso invisível em suas costas. 

- Eu... - pensou um pouco, seria muito indelicado falar do Hyuuga para o ex - Só não me sinto bem aqui - enganou, mas ainda era verdade - Cada lugar dessa casa me lembra a mamãe e... Eu só quero terminar isso o mais rápido possível - ela engoliu um soluço e os olhos lacrimejaram, falar sobre aquilo ainda machucava demais - Mas mesmo assim obrigada, você me ajudou muito - ela sorriu de canto e ele franziu o cenho

- Deixe de besteiras Tenten, só irei sair daqui com você - ele resmungou voltando a se concentrar as milhares de fotografias espalhadas ao seu redor - Pode ir até o sótão, eu termino por aqui - ele concluiu buscando um álbum vazio para guardar as lembranças de uma época em que ambos consideravam ser feliz. Tenten não respondeu, com uma mão na cintura ela sorriu vendo o loiro fazer seu "trabalho" e com um sorriso de canto concluiu que definitivamente gostaria de ter se apaixonado por ele e não por Neji.

"Bem, talvez eu possa dar uma chance a ele e... " ao notar os rumos dos pensamentos ela meneou com a cabeça e seguiu para seu destino. Não queria e não poderia se envolver nem com ele, nem com Neji e nem com ninguém. Mas será que conseguiria?

***

O sótão da antiga casa dos Mitsashi estava muito empoeirado e com bastante coisa que Tenten tinha certeza de que não precisaria. Sua mãe era do tipo de pessoa que adorava guardar recordações, muitas delas desnecessárias. E a morena não poderia levar tudo aquilo para sua nova casa. Por isso estava separando o útil, do que sabia que não iria jamais precisar. 

Naquele momento ela estava sentada em uma mesinha antiga que pertencera à sua vô, não sabia em que local de seu novo apartamento colocar o móvel, mas tinha certeza de que sua mãe iria gostar que ela ficasse. A mesma era toda de madeira talhada e na cor preta. Possuía um pequeno assento acolchoado e várias gavetas. Uma delas chamou a atenção da jovem por estar trancada, lembrava-se vagamente de que a mãe guardava o que havia ali dentro em sete chaves. Instintivamente levou a mão ao cadeado de ferro e franziu o cenho, onde poderia estar a chave ? Lembrou-se de ter visto quando era pequena a mãe abrir uma das gavetas e pegar algo em um fundo falso da mesma. Num ímpeto ela começou a abrir cada uma delas e verificar qualquer possível abertura. Sabia que o que estava fazendo era errado e que muito provavelmente sua mãe não se orgulharia disso, mas quem iria acusa-la ? Seja lá o que houvesse ali dentro, era patrimônio seu afinal. Uma lembrança da mulher mais alegre e corajosa que conhecera, da qual herdou a sua personalidade forte e altruísta. Na terceira gaveta ela viu o que parecia ser uma marca de mão, todo o fundo da gaveta estava muito empoeirado, mas uma parte em especial parecia que havia sido tocada ao longo dos anos e por isso estava mais claro. Bateu contra a madeira e esta retornou um som oco. 

Sua testa se enrugava cada vez mais, com um pouco de dificuldade ela conseguiu encontrar o local certo e retirar o fundo falso. E lá estava a chave. Igualmente empoeirada e com algumas teias de aranha ao seu redor. Sem se importar ela pegou lentamente o objeto de ferro e o observou por incontáveis segundos. Sua mente se martirizava por sentir que fazia algo errado, mas ainda assim, algo dentro de si dizia que ela deveria fazer aquilo.

Respirou fundo. Sua mente congelou por alguns segundos e tudo que ela conseguia imaginar eram as probabilidades do que poderia haver ali. Sem mais conter a curiosidade ela levou a chave até o cadeado e o destrancou. Tudo foi feito lentamente pela jovem Mitsashi que se sentia dividida. Abriu lentamente a gaveta e lá ela encontrou vários objetos e fotos. Logo estava olhando cada uma delas e tentando reconhecer seu possível pai. O homem ao qual nunca soubera da existência, sua mãe nunca havia lhe falado nada sobre ele. E mesmo que não estivesse tendo exatamente a resposta que queria, podia ver que nas fotos sua mãe se encontrava sempre sorrindo e com pessoas que ela não conhecia. Jamais saberia quem eram aqueles que também sorriam lado a lado com sua amada mãe. Mas pela semelhança imaginou serem seus familiares. Uma lágrima teimosa escorreu pela face da garota que logo limpou-a com as costas da mão. Queria muito poder ter conhecido-os, mas ainda era tempo, não era? Ela poderia ir atrás dessas pessoas, procura-las através das fotos e pronunciar-se como filha de Mitsashi Yuki, sua mãe.

Estava decidido, procuraria sim suas origens. Começou a guardar cada uma das fotos. E em meio aos demais objetos que haviam naquela gaveta, um em especial chamou sua atenção. Era um diário. 

Um diário? 

Nunca soubera que sua mãe escrevera um. Lentamente levou as mãos até o caderno de couro também preso a um pequeno cadeado. O que irritada e apressada pela curiosidade foi parar longe assim que ela bateu com a ponta do mesmo na borda da mesinha, marcando-a e quebrando a tranca. Tenten segurou com apenas uma mão o livro que muito provavelmente continha os segredos de sua mãe, afinal, era para isso que serviam os diários, certo? 

Notou-se tremula, não sabia ao certo se queria aquela verdade. Mesmo que a tenha buscado durante toda sua vida. Pensou em joga-lo num rio ou numa vala de esgoto, apenas para não quebrar a maldita promessa que fizera a Yuki de que jamais procuraria informações de seu pai ou de qualquer outro membro de sua família.

- Porque? Porque mãe? - ela questionou como se o diário fosse responde-la. Estava dividida em um dilema, saber a verdade ou fingir que nunca encontrara aquilo? - Dane-se! - ralhou irritada abrindo as primeiras páginas, um pouco amareladas pelo tempo em desuso, mas ainda assim riscadas com letras as quais ela reconheceria em qualquer lugar. Sim, era a letra de sua mãe.

Respirou fundo mais uma vez para conter a ansiedade e leu a primeira folha, a qual estava datada com o ano e a idade de sua mãe na época:

" 1985, 13 anos.

Querido diário, hoje minha mamãe me disse que era sempre bom guardar recordações. Que as vezes, estes são os únicos meios que temos para nos lembrar daqueles que já se foram ou que não veremos mais. Ela me deu esse diário. Prometi que escreveria apenas quando estivesse me sentindo sozinha e com vontade de conversar com alguém. Bem, eu posso conversar com você? Posso te contar um pouco da minha vida e dos meus planos?

Olá, me chamo Mitsashi Yuki e sou filha de Mitsashi Tenten. Meu pai nunca me assumiu, por isso prefiro não comentar sobre ele. Minha mãe me diz que não devo guardar rancor, que isso só faz mal a mim, mas ainda assim não consigo não pensar em como minha amada mamãe deve ter ficado desamparada, tão jovem e com um filho nos braços para criar sozinha. Sim, a vovô e o vovó morreram num naufrágio. Prometi a mim mesma que jamais deixaria meu filho desamparado, que daria a ele todo amor e carinho. 

Tenho planos para o futuro. Pretendo me tornar bolsista em uma das melhores faculdades de Tókio e em tempo integral irei a igreja. Sou muito religiosa e por isso só me entregaria ao meu marido, após o casamento. Tudo isso é legado da minha mamãe. Ela tem uma mesinha a qual sempre costuma escrever nela, gosto de observa-la. Ela parece um Anjo. É guerreira, forte e destemida. Em cinco anos eu concluirei meus estudos e avançarei na faculdade...

Desculpe, já está tarde e preciso dormir. Amanhã tenho prova. Até mais, meu mais novo amigo. Ah! E aliás, vou te chamar de Fred. "

O rosto da Mitsashi estava encharcado pelas lágrimas. Ela sequer conseguia racionar direito. Sua mãe sempre fora um doce. E ela... Ela recebia o nome de sua avó? A mulher que lutou contra todo o preconceito e opiniões chulas para a época em que ser mãe solteira era quase um crime? Estava realmente emocionada. Sua garganta seca e soluços que não conseguiu conter provinham do fundo da mesma. Uma pitada de tristeza tomou conta de seu coração pelo homem que deveria chamar de avô, ele fora um cafajeste. Mas ainda assim, ela não conseguia conter a felicidade que sentia. Seu coração estava acelerado, era como se fosse alimentado pelo conhecimento que por anos desejou ter. Continuou lendo cada linha de cada página, até o momento em que a leitura começou a ser cansativa e ela resolveu avançar alguns anos. 

" 1990, 19 anos.

Olá Fred, quanto tempo né? Me desculpe meu velho amigo, de verdade. Eu ando muito atarefada e cheia de problemas para resolver. Sim, acabo de entrar na faculdade e também fui convidada para participar do grupo de canto da igreja. Minha mãe ficou muito animada e eu gostaria muito de dar essa felicidade à ela. Mamãe não está muito boa de saúde, parece que a qualquer momento pode desmaiar e isso me preocupa. Ela insiste em dizer que está bem, quando sei que não está..."

Tenten parou a leitura no caminho e pulou mais alguns anos. Certamente levaria aquele diário consigo para lê-lo completamente quando tivesse chance. Ali estava toda a vida de sua mãe. E sinceramente, até o momento ela não vira nada estranho e que explicasse o motivo da mesma ter omitido tais fatos. Pelo menos não até agora... 

" 1994, 23 anos.

Fred! Eu tive um sonho, e que sonho maravilhoso! Acordei cheia de vida e feliz. Comentei do meu sonho com minha mãe, mas ela disse que era loucura da minha parte algo assim acontecer e... Bem, me deixe te contar, só assim poderá me entender. 

Eu estava na igreja, mas sozinha. Olhei para os lados à procura de alguém e tudo que vi foi uma luz muito forte vinda de um dos corredores. Andei até lá e me deparei com um brilho tão grandioso que me forcei a fechar os olhos. Aos poucos senti que o brilho diminuía e voltei a abri-los. Era um homem, Fred! Não! Não um homem! Era um Anjo. Eu vi suas asas, elas se fechavam a medida que o brilho diminuía. Ele tinha uma áurea linda e olhava para mim de forma singela. Seus olhos eram azuis, assim como os cabelos. Cabelos longos e da mesma tonalidade dos olhos. Sua pele tão alva que parecia leite. Fred! Acho que estou apaixonada.

Apaixonada por um Anjo!

Sei que é loucura. Mas ele me propôs uma missão. Disse que precisava da minha ajuda para criar uma arma. Certo, eu não entendi muito bem essa parte. Mas Fred! Eu fui chamada para um serviço do senhor, eu estou muito feliz. Muito mesmo. Sinto vontade de chorar de alegria. Não sinto medo, apenas farei o que for necessário. Eu fui escolhida, nada mudará! "

Tenten franziu o cenho, que conversa louca de sua mãe era aquela? Anjo? Sonho ? Escolhida ? Chamada para um serviço do senhor? Certo! Nunca imaginou que sua mãe era tão religiosa... Parou e pensou, na verdade nunca notou nenhum sinal cristão nas atitudes da mãe. Então... O que será que acontecera? Ao continuar a folhear o diário, Tenten percebeu que sua mãe não escrevera por pelo menos dois anos.

" 1996, 25 anos.

Fred, me desculpe o tempo. Sei que deve estar com saudades de ouvir minhas lamúrias e crises pessoais. Mas eu vim até aqui para te contar uma novidade. Eu estou grávida. Sim, grávida! Estou muito feliz. Dan está acompanhando a minha gestação desde que... bem, desde que nós fizemos esse filho. Uma parte de mim está muito feliz por conceber a ele uma criança que servirá para os propósitos do céu. Criança esta que não poderia ser gerada lá, com a sua amada. Pois é Fred, o Dan tem dona. Ela é um Arcanjo, mas não podia se ausentar do céu para que juntos tivessem essa criança. Eu deveria estar desesperada. Desesperada por ser mãe solteira e ter perdido minha virgindade com um Anjo que por acaso tem outra mulher. Bem, isso deveria ser errado, não é? Mas no fundo... Algo me diz que é o certo ao se fazer.

Dan me contou que o Inferno tem uma arma, um tal de Demônio prodígio. Eu não entendi muito bem, mas sei que é meu bebê que irá lutar ao lado do céu. Ele ou ela, irá ser o que eles chamam de Anjo prodígio. Terá habilidades especiais, as quais inicialmente passaram despercebidas, mas que com o avançar de sua idade irá se desencadear. São elas: Ver a índole das pessoas através de seus olhos. Eu achei isso muito interessante. Dan me disse que era uma habilidade única que ele possuía; Controlar o tempo de acordo com suas emoções. Achei um pouco arriscado, e se ela se irritasse com algo? Teríamos uma tempestade? Mas ele me disse para ficar tranquila, que inicialmente seria em fracas proporções; E claro, uma das coisas que mais gostei foi que ela terá visões... E não Fred, não são visões do futuros e sim do passado. Se ela chegar em um lugar totalmente desconhecido  e se concentrar, poderá ter um déjà-vu do que aconteceu ali em uma linha do tempo de pelo menos sete mil anos. Isso é incrível, não é? Ele me disse que serviria para encontrar os inimigos caso acontecesse algo.

Fred, você percebeu que já chamo meu bebê de "ela" ? Sim, eu sinto, vai ser uma menina! Uma garotinha linda para eu cuidar e amar, assim como a mamãe cuidou de mim. E em homenagem eu darei o nome dela para meu bebê. Mitsashi Tenten."

A Mitsashi estava totalmente perplexa. Mas que toda história de Anjos, Demônios, Habilidades e perder a virgindade com um Anjo que namora um Arcanjo? Não, não, não e NÃO! Algo estava muitíssimo errado.

O que significava tudo aquilo afinal? 

- Anjos... - instintivamente a mente da morena viajou até a primeira vez em que fora visitar Gaara.  Tudo que ele dizia chegava a ser absurdo. Falou de anjos e demônios, falou dos... Hyuuga's. - Mas o que?  - indagou-se pondo a mão na testa e respirando com dificuldades. Lembrou-se do dia em que foi para a biblioteca e teve a surpresa da repentina surpresa de Neji lá... Logo em seguida Hinata apareceu muito desconfiada. Na verdade, todas as vezes em que parecia que algo poderia acontecer entre ela e o Hyuuga, a garota aparecia. Como se pudesse prever seus passos. 

Uma onda de imagens veio à sua mente e forçando-a a segurar a cabeça devido a dor aguda que sentia. Sentia-se sobrecarregada de tanta informação. A lembrança da sombra da menina de cabelos negros-azulados e o que pareciam ser um par de asas entreabertas, logo em seguida a lembrança de seus olhos que certamente não eram normais. Jamais vira algo daquele tipo, nem mesmo em seu ensino de Medicina ouvira falar em alguma mutação genética que ocasionasse naquilo. 

E Neji? O que significava aquilo que pareceu ser veias ao lado de seus olhos quando Hinata apareceu na biblioteca? Com muito custo colocou na cabeça que era coisa de sua cabeça e algum efeito óptico, mas será que deveria crer veementemente nisso agora? Ele estava paralisado, como se soubesse com precisão por onde a Hyuuga andava e sentisse sua aproximação com um instinto sobre-humano. Ao irem no hospital visitar o Sabaku e a estranha recusa de Hinata ao entrar no quarto e inventar uma desculpa para sair e só voltar quando era hora de ir.

"- Tenten, você sabe o que está acontecendo, só não quer acreditar. Não quer acreditar na possibilidade de que as pessoas que se aproximaram recentemente de você não tinham intenções de serem suas amigas - Gaara falou-lhe olhando para a porta aberta de seu quarto. Mais ao longe - no corredor - Hinata estava sentada em uma cadeira e de olhos fechados. A Mitsashi olhou na mesma direção e por breves segundos teve a impressão de que a Hyuuga estava em uma espécie de transe. "

Desesperada e sem saber o que fazer, Tenten voltou a folhear de forma apressada as páginas do diário. Assustou-se ao se deparar com várias delas rasgadas e outras totalmente riscadas. O que havia acontecido ali? O que sua mãe queria esconder dela afinal? Num ímpeto de loucura, passou de forma desleixada pelos papéis e parou em uma parte aleatória. 

" 2000, 29 anos

Não adianta Fred, eu não suporto mais viajar de cidade em cidade. Não suporto mais fugir. Quando aceitei essa missão, ninguém me avisou que eu poderia perder tudo. Bem, levando em consideração que Dan quase morreu para nos salvar, pode-se levar em conta que ele também não sabia.

Eu estou dentro de um ônibus, Tenten está dormindo ao meu lado. Dan voltou para o céu e para os cuidados de seu amado Arcanjo. Mas antes de ir, ele me deu um colar. É estranho sabe, esse colar tem um pingente de rubi e é lindo. Ele pediu para que eu jamais o tirasse e me falou que nele havia um feitiço que selava e omitia nossa existência da terra tanto para os Anjos, quanto para os Demônios. Me dói saber disso. Tenho vontade de chorar à todo instante. 

Minha mãe foi morta.

Assim como todos os meus conhecidos. Tudo por causa do fruto que eu decidi gerar. A cada segundo que se passa eu corro o risco de bater de frente com um Demônio que com apenas um movimento pode tirar minha vida e de minha filha. Mas ainda assim, além de qualquer coisa, eu a amo! E se for necessário eu darei sim a minha vida para protege-la. Os últimos dias tem sido uma luta para mim, estou a beira de um precipício e não sei o que decidir, não sei se devo contar para ela. Mas julgo que seja melhor não, ela ainda é pequena demais para entender que está no centro de uma Guerra em que o destino da humanidade será decidido. 

Meu amado Dan me prometeu que apenas na hora certa, quando as habilidades dela já se destacassem, é que ela iria ser procurada. Ou é claro... Se eu morrer. Porque isso significará que eles nos encontraram e infelizmente ele não pode deixar ela correr nenhum risco. Eu sei que é loucura, sei que é coisa da minha cabeça. Mas posso jurar que vi um brilho de dor nos olhos azuis de Dan ao descobrir que não poderia acompanhar as etapas da vida dela comigo. Sim, para proteger a mim e a Tenten, o Céu abriu mão de nós temporariamente. Anjos num só lugar chamariam muita atenção. E ele me disse para ir embora outra vez, levar comigo minha filha. Me pediu para ser esperta na hora de escolher minha nova cidade. Eu estou voltando para minha cidade natal, Tókio. Por ser o lugar onde nasci e me criei, é mais provável que eles pensem que eu quis manter distancia para não levantar suspeitas... Bem, pelo menos é assim que eu penso.

É isso que eu espero..."

Um grito de horror ecoou pela casa. Tenten se viu presa em uma espécie de linha do tempo. Era como se pudesse ver toda aquela cena dos momentos em que a mãe passou e que estava relatado no diário. Sentiu um frio percorrer-lhe a espinha e impulsivamente começou a chorar. 

Que conversa era essa de que estava no centro de uma guerra que decidiria o destino da humanidade? E além disso, o que Neji e Hinata tinham a ver com isso? Um choro compulsivo e descontrolado tomou conta dos sentidos da jovem Mitsashi que não sabia o que pensar.

- Tenten!? - Deidara levantou-se assustado assim que a ouvira gritar e correu em direção ao sótão. Não sabia se sentia alívio ou tristeza ao ver a jovem chorar descontrolada e com o que parecia ser um caderno abraçado ao próprio corpo como se sua vida dependesse disso. - O que houve? - ele se aproximou e por instinto a abraçou forte contra o peito. Sentiu o corpo menor totalmente tremulo e os ombros se mexiam a medida que ela soluçava descontrolada.

- Ela... Ela nunca me contou... Porque? - foi tudo o que disse enquanto segurava o braço do loiro e apoiava seu rosto na curva do pescoço do mesmo. 

Deidara ficou preocupado e sem saber o que fazer. Olhou para os lados e os móveis empoeirados que haviam ali, deduziu que estar naquele lugar era demais para a Mitsashi que não superaria tão cedo a morte da mãe. 

- Vem... Vamos pra casa - chamou ele tentando puxa-la dali

- Não... Ainda tenho muito o que fazer - ela disse de cabeça baixa e olhando o diário da mãe. Todas as informações ainda sambavam em sua mente.

- Ten... - ele falou como se tentasse cuidar de um animalzinho assustado. - Você sabe bem que não tem condições de continuar aqui. Vem, vamos! Eu estou sem carro no momento mas posso ligar pro Sasori ou você pode dormir lá em casa e amanhã se estiver melhor... terminar isso - Tenten sabia muito bem que não tinha condições de permanecer ali. Assim como sabia que as opções que Deidara dera lhe eram um pouco suspeitas.

Ainda um pouco receosa ela ergueu o olhar para fita-lo e suas orbes castanhas se encontraram às azuis celestes. Ele parecia realmente estar preocupado. Passou uma mão com carinho pelo rosto da Mitsashi enquanto limpava algumas lágrimas que ainda teimavam em molhar sua face. Ela comprimiu os lábios carnudos como se tentasse se recuperar da crise e baixou o olhar. Deidara sorriu. Ela nem imaginava o quão linda ficava daquele jeito, toda frágil e delicada. O que fazia o coração de qualquer homem feito se despedaçar. Era quase como tocar uma joia rara.

- Você parece um Anjo - ele sussurrou sem maldade e ela franziu o cenho.

" Se o que acabo de descobrir for verdade...Você não sabe o quanto estará certo " pensou ela esboçando um sorriso. 

- Tudo bem Dei... Obrigada - ela agradeceu e ele sorriu, daquele jeito que a deixava totalmente corada e ofegante. Deidara era lindo demais, e antes de Neji, ela apreciava muito homens de aparecias exóticas. " Como se o Hyuuga fosse normal " pensou rindo pelo nariz e balançando negativamente a cabeça

- Algum problema? - indagou o loiro achando ser o motivo da graça e ela abriu o largo sorriso que lhe era uma marca registrada. O rapaz ficou feliz com isso, ela jamais sorriria daquele jeito por falsidade.

- Não, desculpe... - respondeu simplesmente olhando o diário em suas mãos. Apenas suspirou. Jamais imaginaria que sua vida mudaria de forma tão radical do dia para a noite.

***

- Deida, não acho certo passar a noite no seu apartamento - falou Tenten parando de frente ao enorme prédio e olhando para o mesmo com a cabeça erguida. Sua voz continha uma entonação de insegurança. Sua mente ainda trabalhava com muitas possibilidades. Acabara de descobrir um outro lado da realidade ao qual sempre julgou ser estórias religiosas e nada mais. 

Sim, Tenten não era religiosa. Ela tinha suas crenças, mas não cresceu seguindo religião alguma. Já que, após o ocorrido com sua mãe e todo esforço que a mesma teve para "despistar" os perseguidores, a senhora Mitsashi optou por não frequentar mais a igreja.

- Porque não? - o loiro perguntou abrindo o portão e pondo uma mão espalmada nas costas da morena, num leve impulso para que ela adentrasse o local - Olha, eu não sei o que de fato houve lá no sótão, mas está claro pra mim que você não está em condições de andar sozinha por aí - ele respondeu soltando-a - E como o Sasori não retornou minha ligação... - deixou a frase no ar, apenas indicando com um aceno seu prédio novamente - Vem... - falou daquele jeito baixo e sensual, com um sorriso perigoso que brincava em seus lábios. Aquele mesmo que há tempos era o único que mandava a sanidade da Mitsashi para os ares. Bem, há tempos... Porque atualmente a jovem andava em ponto de ebulição. Sabia que se concordasse em dormir no apartamento do loiro algo poderia acontecer. Mas por outro lado, Deidara tinha razão. Ela não estava em condições de sair sozinha àquela hora da noite - Não vou fazer nada que você não queira - e piscou o olho esquerdo, fazendo o direito brilhar no ato e uma quentura se instalar na região abaixo do ventre da garota.

"Droga, ainda não me recuperei da dose Hyuuga" pensou ao notar como seu corpo queria aquilo. Certo que, não era com Deidara que ela queria ir para a cama, mas há quanto tempo não havia transado? Ela sequer se lembrava. Seus desejos afloravam. E, naquele momento, Deidara lhe parecia uma boa opção. Claro que, se arrependeria depois por usar alguém para "esquecer" outro. Todavia tinha que confessar para si, que naquela altura do campeonato já não tinha mais controle total de suas ações.

A mesma apenas esboçou um sorriso que pareceu refletir o que o loiro lhe dera anteriormente e acenou positivamente adentrando o prédio que o mesmo morava.

Ao dar o primeiro passo, um vento gélido soprou e esvoaçou os cabelos da Mitsashi que parou subitamente e sentiu um frio percorrer sua espinha e se alastrar por todo seu corpo, deixando-a em alerta. Instintivamente os olhos castanhos se voltaram para a rua, de forma analítica e minuciosa ela observou cada detalhe daquele local. Algo lhe informava de um perigo iminente, tal qual estivesse sendo observada por alguém... Alguém com sede de sangue.

- Tenten - sentiu um toque em seu braço e assustou-se, quase pulando do local em que estava e no mesmo instante voltou sua atenção para o par de olhos azulados que lhe fitavam com preocupação - Algum problema? - arqueou a sobrancelha loira e ela franziu o cenho

- Não... - respondeu baixando a cabeça e suspirando. Deidara mais uma vez indicou o caminho com um aceno e ela seguiu para o mesmo. Mas, não sem antes olhar novamente para trás e observar a rua vazia, exceto talvez, por um carro prata e de vidros fumê estacionado em frente ao prédio vizinho. Suspirou e balançou negativamente  a cabeça. Estava ficando louca.

***

Enquanto isso, no interior do automóvel Neji observava o portão do prédio ao qual Tenten adentrara a poucos segundos. Seu celular na mão que tremia devido a uma fúria perigosa que crescia cada vez mais no interior do moreno. Não conseguia acreditar que a Mitsashi havia caído numa conversa tão boba quanto aquela. Quais eram suas intenções afinal? 

A vontade nítida de matar Deidara fazia seu sangue ferver. Ele que não ousasse tocar em um fio de cabelo da única garota capaz de lhe fazer perder o controle. 

Hyuuga! - uma voz masculina e irritada ecoou do aparelho telefônico e trouxe o rapaz de volta a realidade.

- O que foi Jiraya? - indagou ele com uma expressão insatisfeita 

Como assim o que foi? - o mais velho irritou-se ao perceber que o jovem Hyuuga não prestara atenção em uma única palavra que ele lhe dissera - Acabei de mandá-lo para uma missão importante e você simplesmente não deu ouvidos? Sinceramente Neji, as vezes eu acho que você não quer encontrar o assassino de seu pai - Jiraya era um dos três Arcanjos, sendo ele o renegado. Mas, ainda assim se importava com o bem-estar daqueles que o rodeavam. Estes eram exceções, apenas Naruto, Sasuke, Neji e alguns outros.

- Eu já sei quem foi! - ele disse entre dentes e cerrando o punho livre. Num instante o automóvel ficou pequeno, quente e abafado demais. O Hyuuga abriu a porta do veículo com fúria e saiu do mesmo, fechando os olhos e tentando relaxar o máximo possível. Sua única vontade no momento era adentrar aquele prédio e arrancar a Mitsashi de lá a força. Ele queria matá-la, mas sentia que não conseguiria. Seu jeito de agir e pensar, tal como se impor, era algo que ele apreciava e que não havia encontrado em mulher nenhuma antes. Até poderia dizer que era uma das qualidades de ser um Anjo, mas também não conhecera nenhum outro ser alado que agisse de tal maneira. Era de sua personalidade. 

Poderia usá-la como refém, atrair Dan para sua armadilha e matá-lo. Vingar a morte de seu pai. O motivo? Nunca houve motivos claros. Tudo que ocorreu após aquela noite foi desastre. Seu Clã se destabilizou por completo. Neji não entendia o motivo daquilo. Porque o um dos eleitos aos três grandes Arcanjos iria causar tumulto na morada dos melhores guerreiros celestes? Era tudo muito confuso, mas se tinha alguém que poderia lhe responder essa pergunta...Esse alguém era o próprio Dan. E ele o faria descer à terra, e como faria.

Ou não se chamava Hyuuga Neji.

Sabe que não temos certeza - a voz do outro lado da linha soou cautelosa, tal como notasse o perigo iminente. O Hyuuga estava prestes à perder o controle.

- Como assim!? - ralhou, sua respiração começava a ficar pesada a medida que sua mão tremia - Você sabia Jiraya... - ele parou de falar ao sentir uma dor aguda. Instintivamente levou a mão livre em direção à testa onde sentia o pano que cobria sua marca arder como ácido. As pernas perderam o equilíbrio e os joelhos tocaram o chão a medida que ele fechava os olhos com força. Há quanto tempo não sentia aquela dor alucinante? Ele sabia o que estava acontecendo. Aprendera com muita dificuldade a controlar àquilo. Mas ainda assim, sabia que era perigoso quando estava com raiva

Neji... NEJI! - chamou, mas não obteve uma resposta direta

- Desgraçado...! - sibilou baixinho. Jiraya sabia que aquilo não era pra ele. Neji abriu os olhos lentamente em direção ao céu.  A lua cheia refletia seus olhos perolados com veias que saltavam ao redor do mesmo. Quem visse a cena naquele momento certamente se assustaria. Até parecia que o Hyuuga estava sendo possuído ou coisa do tipo.

Hyuuga me responda - ordenou nitidamente preocupado e pronto para sair de onde estava e ir na direção do moreno

- Viu Jiraya! - ele exclamou. Espalmou uma mão no chão enquanto a outra levava o celular novamente em direção ao seu ouvido - Ele sabe que eu estou tentando chegar na preciosa filhinha dele... - disse com a respiração mais calma e o Arcanjo renegado entendeu que o mesmo estava retomando o controle de seu corpo - ACHA QUE ISSO VAI ME PARAR ? TEM QUE FAZER MELHOR QUE ISSO! - ele gritou aos quatro ventos, nem se importava se alguém iria ou não ouvi-lo. Ao contrário disso, seria capaz de matar qualquer um que lhe olhasse feio naquele momento.

Neji me escute... Você precisa retornar agora, isso é uma ordem! - Jiraya tentava manter o controle. Se o Hyuuga atingisse o segundo estágio de sua maldição naquele momento seria o fim de todos os seus planos. Ele ouviu o mesmo bufar contrariado.

- Não pretendo e não vou voltar agora, sábio tarado - disse o apelido carinhoso que o Uzumaki dera ao Arcanjo assim que se conheceram devido à seu grande conhecimento sobre tudo e claro, por sempre estar à procura de uma bela moça para passar a noite.

NÃO ME CHAME ASSIM! - ele ouviu um som de madeira se rachando e deduziu que o mais velho dera um forte soco em sua mesa - ESCUTA AQUI PIRRALHO, EU TENHO IDADE PRA SER SEU AVÔ. SEM CONTAR QUE AINDA SOU UM ARCANJO E VOCÊ É SÓ UM FILHO DE ANJO. O QUE NÃO TE DÁ O DIREITO DE IR CONTRA MINHAS ORDENS. VOCÊ AINDA ME DEVE OBEDIÊNCIA - ele gritou tão alto que o Hyuuga obrigou-se a jogar o aparelho contra a parede, não só pelo tom de voz como também pelas palavras do mesmo. Neji sabia que era verdade. Ele era o melhor guerreiro que seu Clã um dia já teve, mas além de não treinar há séculos, ainda era apenas um filho de Anjo e ocasionalmente deveria obediência aos demais. Não que ele se importasse com isso, mas era necessário se ainda quisesse a ajuda o Arcanjo renegado.

Por outro lado Jiraya estava possesso. Não só por aquele que possuía o colar que ativava o segundo estágio da maldição de Neji dar às caras novamente, como também ter que fazer o Hyuuga retornar às pressas para a mansão por causa dos efeitos que a maldição causavam quando ativada. Ele teria que trancar Neji por alguns dias, e isso ocasionalmente acarretaria em um atraso na sua missão e um avanço para a menina Hyuuga.

- Ele disse que o colar era de uma cobra envolta em um rubi, mas a verdade é que isso não revela muita coisa. Me desculpe Neji... - sussurrou Jiraya ao se aproximar da janela e sentir a energia avassaladora que se aproximava aos poucos. Era o Hyuuga com uma áurea tão perigosa que era sentida à milhares de quilômetros de distância por um Arcanjo experiente como Jiraya.

***

Lá estava ela, sentada em uma das cadeiras da mesa de jantar de Deidara. Sua atenção fixa no aparelho celular que lhe pertencia. Como explicar a si mesma tudo o que estava acontecendo? Ou pior, como explicar aos outros? Não! Não poderia contar aquilo para ninguém, certamente a chamariam de louca. Mas no fim, acabaria enlouquecendo se não compartilhasse com ninguém o motivo de sua preocupação.

- Tenten, você pode conversar comigo. Sabe disso... - a voz do loiro e suas palavras que pareciam ser a resposta para seus problemas fizeram a Mitsashi fechar os olhos. Ela queria muito poder confiar nele, mas se colocando no lugar dele... Ela não acreditaria. Sabia que Deidara era tão cético quanto ela, histórias de Anjos? Isso não combinava nenhum pouco com o jeito de ser do rapaz.

Inclinou um pouco a cabeça na direção do sofá onde estava sua bolsa e material da faculdade. Assim como alguns objetos que usara para apresentar o trabalho. E que trabalho! 

Tenten sabia que o que fizera foi errado, foi levada pelo momento e perguntava-se como deixou acontecer... A verdade é que, simplesmente aconteceu. Ela não conseguia lidar com o fato de que Hyuuga Neji a tinha tão fácil em suas mãos. Mas ele tinha. Voltou a fechar os olhos e sua mente vagueou até o momento em que estivera à sós com o Hyuuga. O homem mais complicado, frio, distante, sexy e perigoso que já conheceu. Um sentimento de culpa assolou seu corpo e fez uma sensação estranha se instaurar em seu ser no momento em que se recordou da verdade... Ele era casado. Tudo bem que, havia saído de casa. Mas ainda assim... Suspirou cansada.

Sentiu o peso do olhar do loiro sob si e voltou a fitá-lo. Não soube por quanto tempo ficaram se encarando. Procurava nos olhos de Deidara uma saída para seus problemas. Queria desesperadamente acreditar que só sentia aquela maldita atração pelo Hyuuga por ele ser assim, tão parecido ao seu quase ex. E no fundo ela sabia que não. Deidara e Neji eram homens completamente distintos. 

O loiro sempre fazia questão de mostrar o quanto era desejado pelas mulheres, capaz de mentir para agradá-las e no dia seguinte esquece-las. Ele tinha lábia. Na maioria das vezes sorrindo de forma sarcástica ou até mesmo curvando aqueles lindos lábios carnudos em um sorriso sensual. Como naquele momento. Até parecia que fazia aquilo para seduzi-la, e conhecendo-o bem... ela diria que era exatamente o que ele fazia. E o principal de tudo, Deidara era muito claro, quase transparente ao seus olhos. Ela podia interpretá-lo facilmente com apenas uma palavra ou gesto.

Já Neji era um grande bloco de gelo ambulante. Poderia até ser comparado à um iceberg, onde na verdade via-se apenas a ponta do grande desastre e o mar de mistérios que ele era. Tudo que via-se era apenas homem frio, indiferente e extremamente sexy que se apresentava como seu professor de Histologia. Mas... Afinal, quais segredos aqueles olhos enluarados escondiam? 

Ela estava disposta a descobrir. 

Enganado estava o Hyuuga se achava que ela era como qualquer outra a qual ele tentara seduzir. Independente dos seus desejos e vontades, Tenten tinha personalidade e caráter. Ela o enfrentaria se possível, arrancaria à tapas aquela máscara fria que ele usava sempre, se necessário. Mas ela o desvendaria, ou não se chamava Mitsashi Tenten.

- ... Pra você tudo bem? - questionou Deidara cruzando os braços. Tenten piscou várias vezes como se tentasse sair de um transe e retornar à realidade. Ao focar novamente sua atenção no loiro, ela percebeu que ele parecia levemente irritado. Mas porque? - Você não ouviu nada do que eu disse! - ele pôs uma mão em cima da mesa e inclinou o corpo para frente, praticamente colando os rostos. A garota sentiu o sangue ferver, o que era aquilo afinal? Naquele dia todos os homens deliciosos resolveram testar a sanidade da Mitsashi? 

- O-Ouvi sim...! - ela engoliu em seco ao ver a atenção dele se voltar para seu busto parcialmente exposto. E corou. - O que está olhando? - indagou levando às mãos ao decote por instinto e fazendo cara de poucos amigos.

- Ah, Ten... - ele disse num tom que mesclava o malicioso e... dengoso? Aquilo definitivamente não combinava com Deidara - Nada que eu não já tenha visto - e levou o indicador apontando para a própria cabeça - E o que me lembro muito bem... Cada detalhe - se eles não estivessem tão próximos ela não teria ouvido a última parte. Viu o loiro se aproximar aos poucos e levar uma mão ao seus cabelos, foi um toque leve, mas suficiente para reacender uma antiga chama no corpo da morena. Os olhos castanhos se arregalaram e ela se esquivou do toque. Levantou-se e andou apressada até a sala de estar.

- Deida...Ah.. - ela tentou argumentar, mas sentiu o corpo masculino colar ao seu. Era incrível como ele conseguia ficar excitado tão rápido, e ela não compreendia. No momento, apenas sentia a ereção do loiro pulsar em suas costas e fechou os olhos.

Desejava Neji, na verdade, já havia assumido para si mesma estar apaixonada pelo Hyuuga. Mas ele era proibido, ela sabia disso. E não gostava de usar as pessoas, mas naquele momento, Deidara pareceu uma ótima saída para seus problemas. Afinal, também o desejava e isso a dividia por completo. Mesmo sabendo que, o que sentia pelo moreno vinha em proporções avassaladoras. O que não sentiu nem mesmo quando o loiro lhe pediu em namoro. Deduziu que, talvez realmente gostasse do proibido.

E no fim das contas, Neji havia transado com Shion... Aquilo então seria o troco? Talvez...! Apenas fechou os olhos ao sentir um arrepio percorrer sua espinha e se espalhar por todo seu corpo, tal como quando ele a prensou contra a parede da sala e beijou-lhe o pescoço. Um beijo molhado, misturado a um leve roçar dos dentes que ameaçaram morder e marcar a pele da morena.  Em seguida sua língua que brincava com os pelos eriçados. Mais um gemido gutural escapou da garganta feminina e ela por instinto levou a mão direita aos cabelos loiros e a esquerda segurava a mão livre de Deidara e levava a mesma até sua intimidade por cima da calça. Enquanto a outra mão do rapaz brincava nos meios femininos.  

Ela apenas se entregou. 

Aquele jogo era de dois, e ela estava louca pra jogar também. Perigosa e ousada, eram as características que cercavam a Mitsashi naquele momento.

" Hyuuga Neji, você está imensamente enganado se acha que eu vou ficar à sua espera pra sempre... Seja homem, tenha atitude! " pensou e gemeu.

 


Notas Finais


Só esclarecendo. Existem TRÊS colares diferentes. No próximo iremos descobrir porque o Neji suspeita do Dan. O que houve afinal para que o Hyuuga tenha tanta certeza de que ele está envolvido na morte de seu pai? Explicarei no próximo.

Este capítulo será dividido em três partes, tudo revelação por parte da Ten. Vale lembrar isso. Claro que, pode vir a ocasionalmente vocês descobrirem coisas sobre o passado deles haha. O que acharam?

Beijos da tia Janna!


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