História Amar pode Machucar - "As pessoas ficam boba quando se apaixonam"

Embora eu fosse muito impulsivo às vezes, eu também gostava da sensação de calmaria que tinha se instalado depois do Ano Novo. Eram tipos comuns de agitação agora, como aulas, treinos, trabalhos e tudo que os últimos seis meses estudando envolvem. E eu me sentia bem com isso, porque não tinha nada muito inesperado acontecendo.

As coisas estavam bem.

Claro, aconteceram algumas coisas nessas quase três semanas, como Nico ter apresentado Will para a família. Obviamente, foi um pouco confuso no começo. Hades, pelo o que eu entendi, não aceitou muito bem de primeira. Mas depois foi se acostumando, o que foi totalmente o oposto das minhas primas. Hazel e Bianca praticamente soltaram fogos de artifício com aquilo, afinal tinham gostado de Will desde que ele se mudou pra cá.

O resto do pessoal pareceu nem estar muito surpreso. Leo apenas disse que já estava na hora deles se assumirem porque já estava ficando chato fingir que não sabia; Jason apenas sorriu para os dois de um jeito que eu achei bem típico dele, na verdade, acho que ele estava apenas feliz por Nico; Piper os parabenizou e disse que eles formavam um belo casal; já os outros, bem, a maioria já sabia então as reações foram meio diversas.

Acho que a mais engraçada foi a de Luke, porque ao mesmo tempo que ele fez uma careta, ele sorriu. Era como se se sentisse levemente dividido e acho que isso se devia ao fato de que Luke sempre foi protetor com Will, de um jeito que eu só era com Tyson. Os dois eram tão amigos que às vezes eu me sentia um intruso, mas sabia que assim como eu tinha me tornado amigo deles, eles também tinham feito o mesmo por mim. E era bom sentir aquilo.

Sorrio em meio em meus devaneios e apenas sinto quando Annabeth me cutuca no braço, indicando que eu deveria prestar atenção no exercício que a Sra. Doods estava passando. Coço a nuca em constrangimento e começo a copiar o que eu perdi.

- Você não tem jeito mesmo, Cabeça de Algas. – diz sorrindo de leve e me passando discretamente o seu caderno.

Sorrio a ela e mando um beijo no ar pra ela de brincadeira. Annabeth ri baixinho e bate de leve em meu ombro.

E no meio disso tudo ainda tinha Annabeth. Não vou dizer que o que aconteceu no Ano Novo não mexeu comigo. Seria mentira se dissesse isso, mas eu percebia pelo jeito como Annabeth me olhava que, assim como eu, ela também estava insegura. Por mais que tivéssemos admitido que gostamos um do outro, ainda parece que tem uma barreira que precisa ser quebrada.

No entanto, com motivos diferentes. Annabeth tinha medo de gostar de mim e eu via isso toda que ela olhava para o nada com aquela expressão perdida, como se tivesse em conflito consigo mesma. E aquilo acabava comigo. Era por isso que eu estava indo com calma, porque tinha medo dela escapar por entre meus dedos se fosse rápido demais. O meu medo era consequência do dela e eu não podia culpá-la pelo que ela sentia.

Eu apenas podia ter paciência e esperar que com o tempo eu pudesse quebrar tudo aquilo que tinha envolta de Annabeth.

- O sinal é negativo, Cabeça de Algas. – murmura pra mim ao ver a minha conta no caderno.

Olho para ela rapidamente e verifico a minha conta, percebendo que tinha errado o sinal no meio do exercício. Arrumo e depois olho para Annabeth novamente, esperando que agora esteja certo. Ela sorri pra mim e eu acabo sorrindo de volta.

- Eu disse que você consegue. – fala em tom que eu julgo ser orgulhoso.

Sinto o rosto esquentar e sorrio de canto. Annabeth pega minha mão naquele ato tão comum pra gente e começa a acariciar a minha pele com o seu polegar, fazendo-me retribuir com um aperto fraco.

- Vamos almoçar com todos hoje? – pergunta casualmente já que tínhamos terminado o que a Sra. Doods tinha passado.

- Uhum. – murmuro. – Hazel e Bianca queriam fazer uma festa surpresa pro Nico. – comento aleatoriamente. – Mas meu primo descobriu e proibiu a festa, deixando minhas primas e Will bem chateados.

Annabeth ri de leve, sabendo como Nico era. Ela me olha com um sorriso carinhoso que faz todo o meu peito se aquecer.

- Sabe, eu entendo ele. Não é todo mundo que gosta de comemorar o próprio aniversário. – diz suavemente, ainda acariciando a minha mão com o seu polegar.

- Mas é tãoooo legal. – cantarolo. – Minha mãe sempre faz um bolo azul pra mim. – digo alegremente, fazendo-a rir.

Quando Annabeth vai falar alguma coisa, o sinal bate. Nos levantamos e seguimos para os armários, guardando as coisas e depois caminhando até o refeitório. Durante o caminho, ficamos conversando.

- Você não gosta de comemorar o seu aniversário? – pergunto entrelaçando meus dedos aos dela novamente.

Annabeth dá de ombros, parecendo indiferente.

- Nunca tive muitos motivos para comemorar meu aniversário. – diz como se não fosse nada.

- Ah, mas isso vai mudar! – digo com entusiasmo. – Vou te levar a algum lugar no seu aniversário e prometo que você vai adorar. – falo a fazendo sorrir.

- Você nem sabe quando é meu aniversário. – diz vitoriosa.

Rio e a envolvo com os braços, fazendo com que suas costas encostassem em meu peito quando estamos entrando na fila da cantina. Ela segura meus braços ao seu redor e ficamos assim até termos que nos separar para pegar nosso almoço e irmos nos sentar.

- Mas e sobre o aniversário de Nico? Vocês marcaram alguma coisa? – pergunta Annabeth. – Quer dizer, Will não parece o tipo de pessoa que cede fácil. – justifica.

Rio disso enquanto nos sentamos à mesa junto com os outros.

- Em outras palavras: ele é teimoso. – digo a fazendo sorrir e concordar. – Combinamos de sair pra comer, já que isso é o mais próximo que vamos chegar de comemorar o aniversário de Nico.

- Ah sim. Entendi agora. – diz Annabeth começando a comer.

- Você vai comigo, não vai? – pergunto também começando a comer e alheio aos que meus amigos estavam conversando.

Annabeth me olha e limpa a boca antes de responder.

- Você quer que eu vá? Mas é o aniversário do Nico. Achei que fosse só pra família. – diz como se não estivesse entendendo. – Eu só estava curiosa. – justifica ficando vermelha.

- Mas você é da família. – digo sorrindo e beijando sua bochecha. – Somos todos uma família, afinal somos amigos, não somos?

Annabeth acaba sorrindo e corando um pouco mais também. Ela concorda com a cabeça de leve, comendo sua comida e me olhando de canto. Acaricio seu braço suavemente e penso no que aquilo queria dizer.

Talvez ela ser da família tivesse outro significado pra mim, já que o que eu sentia por ela não era apenas amizade. Isso me faz sorrir um pouco mais. Era bom pensar nas possibilidades.

Enquanto comemos, os outros vão se sentando na mesa. Posso perceber que Calipso e Leo sentaram um do lado do outro, o que me fez sorrir pra mim mesmo. Puxo papo com Annabeth e com os outros, deixando a coisa rolar.

- Hey, Jason. – chamo.

Ele levanta o rosto e me encara.

- Sim?

- Você sabe se amanhã tem treino? – pergunto me lembrando que talvez não fosse ter.

Tiago tinha tido que talvez não vinha essa semana e como eu não tinha perguntado pra ninguém da direção, resolvi perguntar para o Jason.

- Tem sim. Tiago pediu pro meu treinador avisar que ele vem. – responde de leve.

Aceno com a cabeça em concordância.

- E o jogo? Já decidiram o dia? – pergunto.

- Do campeonato? Ainda não. Estamos com um jogador a menos, já que o substituto do Octavian sofreu uma lesão. – comenta fazendo uma careta ao falar o nome do garoto.

Eu próprio faço uma careta, mas logo deixo isso de lado e olho para Will.

- Ah não. – diz ao reparar no meu olhar.

- Vai, eu ainda não entendi porque você está no xadrez. – digo em tom insistente. – Você nem gosta de xadrez!

- Isso é verdade. – apoia Luke.

Will revira os olhos.

- Não tem por que você não ir. – diz Nico em tom suave.

Os dois trocam olhares como se tivessem tendo uma conversa silenciosa.

- Mas eu prometi. – diz fazendo bico.

Nico ri dele e lhe dá um selinho, o que foi extremamente fofo da parte do meu primo. E muito estranho também. Nico não era de afetos por isso aquilo não foi algo muito comum pra mim.

- Eu tento. – diz Will fazendo-nos sorrir. – Mas com uma condição. – diz pra Nico.

Meu primo suspira e concorda.

- Tá, eu vou falar com a Hazel. – diz revirando os olhos.

Franzo as sobrancelhas pra eles.

- Hazel está namorando o Frank. – explica Will rapidamente e depois passa o braço ao redor de Nico.

- Ah tá. – digo em entendimento.

Frank era o “irmão” da Clarisse, na verdade, era seu primo. Mas como seus pais tinham morrido no exército, ele passara a morar com Ares, seu tio. Confesso que já tinha conhecido o pai da Clarisse e posso dizer com certeza que não nos damos bem, mas como ela é minha amiga, acabamos fingindo que não existe problema nenhum entre a gente.

Mas voltando ao chinês, Frank era um doce de pessoa. Meio atrapalhado e grande, mas, ainda sim, um bom amigo. Lembro que ele adorou o Tyson quando ele e Clarisse foram passar uns dias lá em Los Angeles. E mesmo tendo quebrado uns três copos, eu tinha gostado dele.

- O Frank é um cara muito legal, Nics. Ele vai cuidar bem da Hazel. – digo com um sorriso tranquilizador.

- Você também conhece ele? – pergunta Thalia.

- Conheço sim. Ele foi pra L.A. uma vez. – digo dando de ombros.

- Eu já vi ele também. – comenta Annabeth pela primeira vez. – Conversei uma vez com ele quando veio atrás da Clarisse. – explica.

- Viu? Disse que ele era legal, pequeno. – comenta Will para Nico, que cora com o apelido.

- Ela ainda é a minha irmã. – diz revirando os olhos. – Mas vou falar com ela.

- Assim que se fala. – digo sorrindo pra ele.

Então voltamos para o assunto do time e quando Will ia fazer o teste. Confesso que eu estava feliz por estar ali com os meus amigos, mesmo que parecesse que Leo e Calipso estivessem evitando falar comigo. No meio das conversas, eu sorrio aos dois como se dissesse que estava tudo bem. E eles sorriem de volta. Então eu acho que está tudo bem.

Annabeth pega a minha mão e aperta de leve, como se também estivesse dizendo que estava feliz por estar ali. Eu podia ver o brilho nos olhos dela ao ver todo mundo rindo e aquilo me fez pensar que Annabeth tinha um bom coração, no fim das contas. Ela só escondia isso muito bem.

- Bem? – pergunto baixinho pra ela.

- Uhum. – diz sorrindo pequeno.

Annabeth apoia a cabeça no meu ombro e suspira de leve.

- Quer sair amanhã? – pergunto aleatoriamente, sentindo meu rosto corar.

Annabeth ergue os olhos pra me olhar e abre um belo sorriso em seguida.

- Tipo, um encontro? – pergunta em tom divertido.

- Hum, é. – respondo.

- Claro que quero. – diz me dando um beijo na bochecha e me fazendo sorrir.

- Ótimo. Vamos no shopping. – digo com um sorriso.

***

Na hora da saída, vejo que Jason está sentado em um dos bancos sozinho, por isso caminho até ele e me sento ao seu lado. Percebo que ele está com uma prancheta e que está bem concentrado no quer que seja.

- O que está fazendo? – pergunto com curiosidade.

Jason ergue os olhos pra mim e morde o lábio inferior.

- Vendo como ia ficar o jogo se Will entrar na defesa. – comenta. – Luke disse que essa é a sua posição.

- Ah sim, Will é bom. Principalmente quando está jogando com Luke. Os dois formam uma boa equipe. – digo dando de ombros e olhando o esboço do campo no papel.

- Faz muito tempo que eles jogam juntos? – pergunta com os olhos em mim.

- Will treina desde que era moleque, já que seu pai e seu irmão mais velho adoram jogar. – comento. – Por isso que eu não entendi porque Will foi pro xadrez ao invés do futebol. – digo em tom curioso e meio indignado.

Jason faz um sinal com a cabeça e guarda as coisas na bolsa, olhando pra mim em seguida com uma expressão indecifrável.

- Eu perguntei pro Nico o motivo de Will não ter ido pro time. – começa de forma cautelosa. – Foi por causa do Octavian.

Franzo as sobrancelhas enquanto nos levantamos e começamos a caminhar.

- Por quê?

Jason solta um suspiro.

- Parece que Octavian provocou o Nico uma vez e Will estava junto. Alguma coisa sobre a sexualidade do nosso primo. Pelo que eu entendi, Will defendeu o Nico, já que “Ele foi teimoso e deu uma de herói” não seja exatamente uma boa definição. Palavras dele. – comenta sorrindo.

Sorrio também porque aquilo é bem a cara do Nico.

- Então deve ter sido o Will que reclamou do Octavian na primeira vez. – digo pensativo. – Quer dizer, faz sentido. Eu conheço o amigo que eu tenho e se isso realmente aconteceu, ele com certeza não ficou quieto.

Paramos perto do carro de Jason e nos encostamos na porta, ainda conversando.

- Realmente, faz sentido. – diz fechando os olhos e respirando fundo. – Acho que eu nunca vou esquecer o que ele fez com Leo. – diz baixo e entrecortado.

Toco o braço de Jason e sei o que ele quer dizer com aquilo. Acho que eu também nunca ia esquecer, porque ter visto ele quase de afogar foi desesperador. Assim como foi desesperador ver Luke machucado.

Suspiro e tento tirar isso da mente.

- Falando em Leo. – começo em tom curioso. – Ele e Calipso estão namorando?

Jason olha pra mim e acaba abrindo um sorriso divertido, como se visse que minha curiosidade é genuína.

- Eles estão mais ou menos. – diz em tom divertido. – Acho que do mesmo jeito que você e Annabeth estão. – brinca.

Sinto meu rosto ficar quente e coço a nuca em constrangimento.

- Ela te contou? – pergunto me referindo ao beijo.

Jason sorri.

- Em relação ao Ano Novo? – pergunta. Assinto. – Não precisou. Conheço Annabeth, Percy. Sei quando ela está feliz.

Sorrio com isso e bagunço meu próprio cabelo.

- Você acha que ela está feliz? – pergunto incerto.

Jason ri e bate em meu ombro amigavelmente.

- Tenho certeza que ela está. Annabeth gosta de você, Percy. – diz com um sorriso sincero, que faz meu peito se aquecer.

Penso no sorriso que Annabeth sempre me dá quando estamos juntos e acabo sorrindo de forma boba. Era bom saber que eu fazia tão bem a ela quanto ela fazia a mim, porque eu não podia negar mais que adorava estar com ela. Não depois de todo tempo que passamos juntos.

Acho que todos achavam que estávamos juntos, mesmo que não estivéssemos cem por cento. Mas eu não ligava para o que os outros estavam pensando, acho que nunca liguei. O importante era saber o que Annabeth pensa e sei que ela ainda está insegura. Talvez demore muito tempo pra ela admitir tudo o que sente, mas era aquela velha história. Eu esperaria por ela, o tempo que fosse necessário.

- Ela estava feliz hoje também. Acho que isso tem haver com você. – brinca Jason.

- É. Vamos sair amanhã. – digo constrangido, mas ainda com um sorriso. – Mas mudando de assunto. Você nunca me contou como começou a namorar a Piper. Ela parece ser uma garota legal.

Jason sorri de um jeito apaixonado e morde o lábio como se estivesse relembrando como aconteceu.

- Ah, foi meio confuso no começo. – comenta de leve. – Piper se mudou pra escola meses depois de você se mudar, assim como Leo. E logo eu estava amigo do latino. Annabeth ficou amiga dela e, de repente, estávamos todos andando juntos. Na verdade, eu nem sei quando comecei a gostar dela. – diz franzindo a testa.

Sorrio a ele e bato meu ombro com o dele.

- A gente nunca sabe, Jason. Simplesmente acontece.

Ele assente e continua.

- E então teve um dia que tínhamos ido na casa do Leo e eu vi Piper cantando. – ele sorri com a lembrança. – Foi tipo aquele negócio de filme, sabe? Aquela troca de olhares, o coração batendo rápido e tudo mais. – ele ri. – E aí eu percebi que gostava dela mais que uma amiga. Pensando agora, eu devia estar parecendo um idiota. Annabeth teve que chamar umas três vezes pra mim voltar pra realidade.

Rio disso, tentando imaginar a cena. Deve ter sido engraçado.

- As pessoas ficam bobas quando se apaixonam. – digo sorrindo.

Jason pensa um pouco e então começa a rir.

- Que foi? – indago curioso.

- Fico imaginando como vai ser a minha irmã apaixonada. – diz ainda rindo.

Rio também. Se já era estranho ver Nico apaixonado, imagina Thalia que sempre disse que nunca iria se apaixonar. Que nunca ia ser mandada por ninguém. Mas pensando bem, talvez ela estivesse começando a se apaixonar.

- Talvez não demore muito. – digo sorrindo.

Jason concorda com a cabeça.

- Mesmo vendo que Thalia está começando a gostar de Luke, não consigo vê-la com aquele sorriso bobo, ou sendo meiga com ele. – diz.

- Eu acho que os dois vão brigar muito antes de admitirem que se gostam. – digo sincero. – Na verdade, acho que Luke vai ter amansar a fera antes de qualquer coisa.

Jason sorri.

- Se Thalia ouvir que estamos falando isso dela, acho que ela nos castra. – diz em tom divertido.

Rio disso, pensando que ia ficar furiosa.

- É nosso segredo, Jason. – digo rindo.

- Com certeza. Quero todas as partes do meu corpo intactas. – brinca de volta.

Rimos disso e conversamos mais um pouco.

Era bom falar com Jason, principalmente quando o assunto era algo tão leve quanto o que estávamos tendo agora. E depois de tudo, eu não consigo mais lembrar das nossas desavenças no passado. Das brigas ou do jeito como ele me tratava. Agora eu só penso que talvez tenhamos perdido tempo implicando um com o outro, quando podíamos ter sido amigos desde o início.

Porque Jason era da família e isso devia ter nos aproximado, não afastado. Mas é como eu sempre digo, às vezes amigos são mais a nossa família do que a nossa própria família. E era bom dizer, agora, que meus primos eram meus amigos. Mostrar que além dos laços sanguíneos, também nos dávamos bem.

Acho que é por isso que Hera é a minha tia menos favorita, porque ela não entende isso. Não entende que amigos também são da família. Espero que ela veja que está errada, principalmente agora que Dany está morando com eles. Afinal, ele não tinha uma ligação sanguínea com Zeus, mas ainda era da família.

Bem, isso só o tempo dirá. Assim como minha relação com Annabeth, eu precisava deixar o tempo resolver.