História Amargo e Doce - Um Dia Da Caça, Outro Do Caçador

Mais semanas se passaram e o inverno chegou congelando facilmente tudo ao redor. Yukiji já estava se acostumando com a ideia de que nunca mais tocaria nos lábios de seu amado.

_O natal já está chegando, vai fazer alguma coisa nessas férias? – Yukiji perguntou para o sensei que estava tomando seu delicioso capuccino de sempre na cafeteria.

_Acho que essas férias ficarei em casa. – Ele respondeu sorrindo.

_Entendo. – Yukiji gostou do que ouviu “Assim poderei ver ele nas férias um dia ou outro” ela pensou.

_E você?

_O mesmo. – Ela respondeu indo em direção ao balcão.

_Então podemos nos esbarrar qualquer dia no prédio. – Ele disse sorrindo e ela virou o pescoço para trás olhando e o coração dela disparou forte “Não tem jeito, eu amo mesmo ele” ela pensou pegando no coração assim que se voltou para frente.

Ukitake estava se perguntando cada vez mais vezes o que era o interesse que ele tinha nela “Ela é só uma aluna, uma aluna” ele pensou parando de olhar ela.

Depois que saiu da cafeteria, Yukiji foi se encontrar  com Rin no cinema conforme haviam combinado.

_O que é isso? – Yukiji pensou alto ver Saga e Kyouta junto de Rin enquanto se aproximava deles, mas eles não ouviram.

_Oi, Yuki-chan. – Rin acenando. – Olha quem eu encontrei no caminho.

_Ah, sim, estou vendo. Olá. – Yukiji disse gentil para os meninos que a cumprimentaram de volta.

_Será que se importa se a gente assistir o filme com vocês? – Kyouta perguntou olhando Rin.

_Eu acho que seria interessante. – Ela respondeu sorrindo para ele e olhou para Yukiji em seguida.

_Ah, sim, sem problemas. – Yukiji respondeu sem graça. “De novo esse cara?” Ukitake se perguntou observando Yukiji entrar no cinema com o Saga ao seu lado, Ukitake estava na rua andando com Kyoraku e outras duas mulheres, “Que seja, não é da minha conta” ele pensou desviando o olhar.

 

“Achei que eu e ela havíamos vindo juntas” Yukiji pensou já dentro do cinema. Rin fez questão de sentar-se ao lado Kyouta num lugar um pouco longe de Saga e Yukiji. Saga estava um tanto sem graça pois não havia planejado aquilo. Vez ou outra ele olhava para Yukiji e ficava a admirando, “Ela é tão branquinha, não havia nome melhor para colocarem nela” ele pensou lembrando que Yuki significa neve. Yukiji estava vestindo calça jeans, uma blusinha simples com um casaco por cima e estava pegando gosto em se maquiar levemente. “Como os lábios dela ficam atraentes nesse batom vermelho”

_O que foi? – Yukiji perguntou vendo o menino a olhar boquiaberto, deixando de dar atenção ao filme.

_Não, nada. – Ele disse sem graça voltando a olhar para frente e engoliu seco a saliva que ele havia aglomerado na boca depois de se imaginar beijando ela.

“O que deu nele?” Yukiji se perguntou vendo ele quase enfiar o canudinho do refrigerante no nariz, então ela riu baixinho e ele admirou o sorriso dela antes de rir junto. Saga começou a ficar um pouco nervoso conforme o filme foi acabando. “Queria ficar um pouco mais com ela” ele pensou ao ver os créditos do filme começarem. Ao saírem Yukiji viu o batom de Rin todo borrado e ela sorrindo feito tonta.

_Vamos esperar vocês aqui. – Saga disse vendo Yukiji arrastar a amiga para o banheiro.

Dentro do banheiro, Rin agradeceu Yukiji por leva-la até o lá, pois não havia notado o quanto e maquiagem estava borrada e enquanto ela se retocava, contou como havia sido gostoso ficar com Kyouta.

_Invejo um pouco de você. – Yukiji confessou desanimada.

_Eu acho que se tentar um aproximação com Saga-senpai, você não vai falhar. – Rin disse retocando o pó no rosto.

_Saga e eu? – Yukiji perguntou surpresa e Rin fez sinais positivos com a cabeça a olhando através do espelho. – Não, não. Não acho que a gente ficaria junto. – “Nunca pensei sobre isso” Yukiji olhando o teto. – Eu me referia ao fato de ficar com alguém quem você gosta.

_Ah so. – Rin disse se voltando para a amiga depois de passar o batom. – Você tem certeza que não é uma ilusão o que sente pelo sensei?

_Ilusão? – Yukiji franzindo o cenho.

_É sim, ilusão, quando você se ilude pensando que gosta de uma pessoa, mas no final fica apenas sofrendo e isso é diferente de amor. – Rin se aproximou e colocou a mão no ombro da amiga que agora estava com a cabeça baixa. – Toma cuidado se não só vai fazer mal para o seu coração. – Yukiji ficou surpresa de ouvir a amiga falar e ficou triste dando razão à ela. – Então, vamos? – Rin perguntou indo para a saída.

Yukiji ficou bastante pensativa no que Rin falou e Saga não deixou de notar o olhar tristonho dela enquanto eles caminhavam até a estação. Eles ficaram um tanto sem graça ao verem Rin e Kyouta se agarrando algumas vezes na frente deles.

_Vocês não acha melhor a gente deixar eles? – Saga perguntou notando que o casal parecia não querer se desgrudar.

_É, estou pensando a mesma coisa. – Yukiji respondeu sem graça.

Então Saga avisou ao casal que eles iriam na frente e ele passou a ir para um caminho diferente com Yukiji. Saga passou a perguntar uma coisa ou outra para Yukiji e não conseguiu disfarçar a alegria de saber que ela não tinha namorado, ficou sem graça, mas isso foi despercebido por Yukiji que não conseguia parar de se perguntar se o que sentia pelo professor era amor ou ilusão. Logo eles chegaram na estação e se separaram.

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A semana passou rápido, havia acabado de anoitecer na de véspera de natal e Yukiji estava se sentindo abandonada pela a amiga que agora estava começando a assumir um relacionamento mais sério com o senpai. No Japão normalmente as pessoas gostam de passar a véspera de natal com seu parceiro (a) amoroso. “É claro que ela não vai querer ficar comigo” Yukiji pensou olhando o celular enquanto via uma foto do novo casal que Rin a enviou. Yukiji estava numa conveniência comprando algumas guloseimas para passar a noite se empaturrando de doces, apesar de não gostar muito de doces. Ela ainda não tinha a resposta sobre se o que sentia pelo professor era amor ou ilusão, “Mas a segunda opção é a mais evidente, ilusão” ela pensou desanimada enquanto andava de baixo da neve que caia calma sobre seus cabelos.

_Espera, segura. – Yukiji disse ao voltar para o prédio onde morava, para alguém que estava dentro do elevador enquanto ela corria. – Obrigada. – Ela disse ofegante e quando entrou se assustou ao ver que era Ukitake quem havia segurado a porta.

_De nada. – Ukitake disse quando a porta fechou. Yukiji Ficou sem graça e virou as costas ficando de frente com a porta. – Então, vai passar a noite aqui? – Ele perguntou gentil.

_Ah sim, eu não tenho ninguém com quem passar esse dia e gosto de ficar em casa. – Yukiji respondeu sem olha-lo, então ela viu uma oportunidade de descobrir se ele realmente não tinha alguma parceira. – E o sensei? Deve ter alguém que você gostaria de ter a companhia hoje. – Ela disse fechando os olhos um pouco nervosa e com medo de ouvir a resposta.

_Na verdade…. – Ukitake hesitou para responder enquanto coçava a nuca “Acho que seria interessante passar com você, mas isso com certeza não pode acontecer” ele pensou durante um tempo que ficou mudo, deixando Yukiji um pouco nervosa. – Não, não tenho.

_Ah so, entendi. – Ela disse depois de respirar aliviada e abrir os olhos enquanto tampava a boca com a mão para segurar do sorriso “Que bom” ela pensou.

_O que está acontecendo? – Ukitake perguntou quando a luz apagou e o elevador parou. Yukiji se assustou e começou a ficar nervosa quando uma luz vermelha de emergência se acendeu. O lugar ficou escuro e demorou um tempo para a visão dos dois se acostumar com a luz fraca do local.

_Acho que acabou a energia, não deve ser nada demais. – Ela disse calma. “Justo agora?” ela se perguntou sentindo o coração começar acelerar, “Eu tinha que estar aqui com ele?” ela pensou ficando tonta.

_Tomara que volte logo. – Ele disse um pouco nervoso, então o silêncio dominou o elevador e Yukiji começou a ouvir a respiração do sensei ficar audível.

_Você está bem? – Ela disse franzindo o cenho olhando na direção dele, era possível ver um pouco do rosto dele que parecia preocupado.

_Eu não gosto muito de ficar em lugares assim. – Ele respondeu tentando sorrir. “Ele tem medo de lugares fechados?” Yukiji se perguntou se colocando de frente para ele. – Mas se a gente conversar um pouco, talvez seja mais fácil. Distrair minha mente me ajuda. –  Yukiji tinha tantas perguntas para fazer ao sensei, mas não conseguia pensar em nada, então o silêncio voltou e ele começou a sentir algumas gotas de suor brotarem na testa. – Vamos, me pergunte alguma coisa. – Ele disse tentando se acalmar, “Se eu estivesse sozinho, seria bem pior” ele pensou agradecendo por ter segurado a porta para ela.

_Por que se mudou para cá? – Yukiji perguntou vendo que o professor não parecia bem.

_Boa pergunta. – Ele disse contente. – Eu me mudei para cá, por que eu queria morar numa casa maior e Kyoraku ficou sabendo desse apartamento. Eu visitei outros cinco mas gostei desse e fiquei muito surpreso quando te vi no dia que me mudei.  – “Ele lembra daquilo?!” ela se perguntou surpresa, então ele ficou em silêncio, “Tenho que fazer outra pergunta”.

_Né sensei, agora a pouco você disse que não tinha ninguém para ficar hoje, eu fiquei pensando, você já teve alguém? – Yukiji perguntou nervosa e o professor ficou em silêncio. – Ah não! Deixa esquece, eu vou pensar em outra pergunta. Quantos anos você tem? – Ela disse com a voz trêmula, totalmente arrependida da pergunta íntima que fez. -  Quando faz aniversário?

_Eu já tive alguém assim. – Ele respondeu sério. – Mas quanto mais eu levava a sério, mais ela ficava entediada e decidiu terminar. – Ele disse sincero. Yukiji ficou muito surpresa com a resposta, “Não consigo imaginar alguém rejeitando ele” ela pensou. “Eu não sei por que ela teria o interesse em saber algo assim, mas me ajuda a distrair” ele pensou. – Eu fiz 26 anos dia 21 agora.

_Serio? Pensei que fosse mais velho – Yukiji surpresa olhando para ele “Como ele é jovem!”.

_Já estou acostumado com as pessoas falarem isso. – Ele disse tentando sorrir ignorando sua leve tremedeira.

_Então, seu aniversário foi a três dias? – Yukiji ficou sem graça, mas queria fazer alguma coisa. “Se eu mostrar esses doces para ele?” ela pensou pegando a sacola. – Feliz aniversário atrasado. – Ela disse sem graça dando um pacotinho de bala para ele.

_Obrigado, o que é isso? – Ele disse pegando o pacotinho.

_Doces, quem sabe te ajuda. – Ela disse sorrindo sem graça – Se eu soubesse, teria te parabenizado no dia.

_Quem sabe na próxima. – Ele disse tentando sorrir pegando na testa e no mesmo minuto sentiu o estômago revirar. “Está mesmo passando mal!” Yukiji pensou vendo ele inclinar o corpo para frente colocar a cabeça para baixo. – Eu acho que vou vomitar. – Ele disse colocando a mão na boca e Yukiji pegou em seu ombro.

_Sensei, se acalma. – Ela disse gentil. – Sente-se, quem sabe ajuda.

_Ah sim, vou tentar isso. – Ele disse já se sentando. – Eu realmente preciso distrair minha mente.

_Me conta alguma coisa sobre você. – Ela disse se sentando ao lado dele. – Alguma coisa que você goste, além de doces.

_Eu gosto de crianças. – Ele disse respirando fundo e colocou uma bala na boca.

_Crianças? – Yukiji perguntou surpresa com a resposta dele. – Nunca poderia imaginar. – Ela disse sorrindo e Ukitake gostou de ver aquilo, mesmo que não desse para ver claramente. – Por isso você é uma pessoa tão doce. – Ela comentou parando de sorrir.

_Às vezes eu vou à uma escola de primeiro grau levar presentes para algumas crianças. Fiz isso semana passada. – Ukitake colocou a cabeça entre os joelhos tentando fazer oxigênio subir para o cérebro. – Eu gosto do riso delas e me divirto muito brincando com elas, acho isso muito agradável e acalma meu espirito. – Ele disse sincero voltando a cabeça para cima e a encostou na parede. – E você? -

_Eu não gosto de crianças. – Ela disse sincera e contraída. Ukitake queria saber algo que ela gostava, mas ela entendeu a pergunta como se ele quisesse continuar a falar do assunto de crianças. – Sei que você vai me dizer “mas você é uma”, mas eu…-.

_Eu não acho que você seja uma criança. – Ele disse interrompendo Yukiji que gostou do que ouviu. – Você já é uma adolescente bem formada e se comporta diferente das outras meninas da sua idade. Você não sorri facilmente o que eu acho uma pena, é bastante dedicada, tem opinião própria e não se deixa levar facilmente pelo que os outros dizem. – Yukiji ficou surpresa com o relatório do professor e ficou se perguntando quantas conversas ele ouviu entre ela e Rin na escola. “Para ele prestar atenção assim em mim, será que ele pode ter algum interesse?” ela se perguntou sentindo o coração palpitar. – Eu realmente não estou me sentindo bem. – Ele disse ouvindo o silêncio de volta ao elevador. – Quanto tempo já faz? – Ele disse pegando o celular para ver a hora e começou a sentir a boca secar. – Acho melhor ligar para a emergência. – O coração de Ukitake estava batendo forte e Yukiji estava ficando cada vez mais preocupada. – Detesto passar mal assim. – Ele disse depois que derrubou o celular no chão por estar com a mão trêmula.

Então Yukiji se colocou ajoelhada de frente com ele e pegou a mão dele. Ukitake ficou olhando um pouco assustado para ela que ficou mais preocupada ainda ao sentir a mão dele gelada e suando. “Se eu fizer isso, pode ser que eu o ajude um pouco” ela pensou pegando o rosto dele com as duas mãos e se aproximando o rosto do rosto dele.

Todo o mal estar foi embora com o choque que ele sentiu ao Yukiji selar um beijo nos lábios dele. Ukitake arregalou os olhos olhando ela que estava com os olhos fechados.

_O que está fazendo? – Ele perguntou depois de afasta-la segurando os ombros dela.

_Eu te amo. – Ela disse antes de voltar a beija-lo de novo e Ukitake chegou ao extremo de sua surpresa quando sentiu a boca salivar enquanto ela selava sua boca com muito gosto. – Eu te amo muito. – Ela disse cortando o beijo, mas sem se afastar seu rosto do dele e o olhando nos olhos.

_Não, isso não pode Hananoi. – Ele disse sentindo a respiração dela em seu rosto e ela a respiração dele. “Por que eu simplesmente não a empurro e peço para parar?” ele se perguntou quando ela voltou a beija-lo novamente. Yukiji sentiu que seu beijo não era correspondido, mas não queria parar.

_Hananoi! – Ele disse um pouco irritado depois que uniu forças para afasta-la e no mesmo minuto a luz acendeu e o elevador voltou a funcionar normalmente. Yukiji levou um tempo para se levantar e quando o fez, o elevador abriu a porta no andar deles. – Você não devia ter feito isso, isso não pode acontecer…. – Ele disse um tanto bravo com ela.

_Eu sei, mas pelo menos o sensei parou de passar mal. – Ela disse procurando a chave de seu apartamento enquanto suas mãos pareciam vibrar mais que celular velho. “Ele disse 'Isso não pode acontecer', mas ele não me rejeitou” ela pensou ao notar que ele não disse que não queria aquilo, só que não podia.

_Espera-. – Ele disse querendo conversar mais, mas Yukiji não queria ouvir e entrou apressada. “Ela fez isso só pra mim não passar mal?” ele se perguntou assim que ela bateu a porta na cara dele.

Yukiji passou correndo pela casa depois tirar ou os sapatos com pressa, foi até seu quarto e se jogou na cama. “O que foi que eu fiz?” ela se perguntou agarrando o travesseiro, estava tremendo e chegou a bater os dentes de nervoso.

Ukitake estava encostado de costas para a porta dentro de seu apartamento tocando os lábios com as pontas dos dedos, “O que está acontecendo?” ele se perguntou, “Não devia ter deixado ela entrar aqui em casa aquele dia”, “Será que ela estava falando sério quando disse que me ama?”. Então ele se desencostou da porta, foi em direção ao sofá e se sentou “Não, ela fez isso para prender minha atenção e eu não passar mal…”, ele pensou esfregando o rosto com as duas mãos tentando se convencer que ela não sentia nada por ele “…e ela conseguiu”. Ele estava realmente preocupado com o que aconteceu, estava abismado pela coragem dela e principalmente atordoado pelo calor que sentiu nos lábios dela.

_Hmmmm. – Yukiji fez o som se mordendo os lábios. – Eu beijei ele de novo. – Ela pensou alto com os olhos fechados enquanto pegava nos lábios com as pontas dos dedos feliz. Não queria pensar no depois, como seria encontrar o professor de novo, só queria pensar no que havia acontecido e o quão gostoso foi.

_Hananoi Yukiji. – Ukitake pensou alto deitado na cama ainda perplexo com o ocorrido. Estava realmente preocupado, mas com muito medo de descobrir a verdade do por que ela fez o que fez. “Foi para me ajudar a não passar mal ou por que ela realmente gosta de mim?” ele se perguntou e ficou um tanto frustado por pensar que uma aluna do primeiro ano o deixou tão abalado. “Eu não quero saber”, “É melhor ignorar” ele pensou abraçando o travesseiro tentando dormir.

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_Feliz aniversário! – Yumemi acordando Yukiji na manhã de natal. – Ora, ora, abra! – Ela disse dando um pacote para a filha que estava coçando os olhos depois de se colocar sentada na cama.

_O que é? – Ela perguntou abrindo o pacote e ficou muito feliz ao descobrir que era uma bela maleta cheia de maquiagens e bem no meio havia um par de brinquinhos pequenos com pedras azuis em formato de coração. – Sério? – Yukiji disse feliz olhando para a mãe. Ela não tinha as orelhas furadas e aquilo foi surpreendente.

_Sim, mas primeiro terá que usar esse aqui. – Yumemi disse mostrando um brinquinho próprio para furo. – Tem coragem? – Ela perguntou sorrindo e a filha pulou para abraça-la.

_Mas otou-san deixou? – Yukiji perguntou se afastando do abraço.

_Ele não sabe ainda. – Yumemi disse colocando o indicador na boca fazendo “Shiiu” para a filha que entendeu que era segredo.

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“Eu não o vejo desde aquele dia” Yukiji pensou indo para a escola. Já havia passado o ano novo era primeiro dia de aula em janeiro. Rin ficou surpresa com o novo acessório da amiga e gostou muito, não se cansava de falar o quanto Yumemi era legal.

_Está tudo bem com você? – Rin perguntou ao chegar na escola, Yukiji não conseguia sua ansiedade.

_Eu não sei. – Yukiji começou a sentir o peso de suas ações o dia que ficou presa com o sensei no elevador. – Espero que sim.

A ansiedade ficou mais forte ainda ao notar que o professor não havia ido à escola e que ninguém sabia nada dele. “Nem na cafeteria ele apareceu” ela pensou olhando para a campainha do apartamento dele, “O que eu estou fazendo?” ela se perguntou hesitando em apertar o botão.

_O que está fazendo aí? – Yumemi perguntou depois de abrir a porta assustando a filha.

_Ah é que o sensei não apareceu hoje na escola e eu pensei em perguntar se ele estava bem. – Yukiji disse voltando para seu apartamento desistindo de falar com o professor.

_Eu vi ele hoje de manhã, acho que ele está gripado, por isso não foi. – Yumemi disse estranhando um pouco a preocupação da filha com o professor “Não é a primeira vez que acho estranho isso” ela pensou lembrando do dia que o professor a levou no hospital “Tinha alguma aura estranha entre eles”, “O que será que está acontecendo?” ela pensou desconfiada.

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Alguns dias mais tarde, Ukitake finalmente foi a escola e Yukiji ficou feliz de ver ele. “Já estava imaginando que talvez ele fosse se mudar de escola depois do que eu fiz” ela pensou vendo ele entrar na sala de aula e ir para a lousa depois de falar bom dia para o pessoal, “Ele nem olhou para minha cara” ela pensou cruzando os braços sobre a carteira.

Ukitake havia decidido esquecer o que havia acontecido dentro do elevador desejando que Yukiji não gostasse dele daquele jeito e conforme os dias passavam, ele deixava cada vez mais claro não querer aproximação nenhuma com ela  que não conseguia deixar de se sentir mal e culpada por ele não conversar mais, então ela achou melhor não se aproximar dele até na cafeteria.

_O que está esperando? – A gerente disse olhando Yukiji parada vendo o sensei sentado esperando alguém atende-lo. – Vai lá. – Ela disse e viu Yukiji andar devagar até o professor.

_Sensei. – Ela disse com a cabeça baixa.

_Achei que não viriam anotar meu pedido hoje. – Ukitake sorrindo. “Entendi, eu me enganei, ele não está me evitando, ele quer agir como se não tivesse acontecido nada” Yukiji concluiu.

E foi exatamente assim que ele agiu durante semanas, “Apesar de no fundo não ter achado tão ruim aquele dia do elevador” ele pensou “Mas é melhor deixar aquilo para trás”.

Yukiji estava acostumada com o professor agir muito normal e várias vezes se perguntou se ele realmente poderia ter esquecido a declaração dela “Ou ele mentiu e realmente me acha muito criança para não sentir a mínima questão de tocar no assunto” ela pensou depois de ver o professor rodeado de meninas fazendo perguntas para ele durante o intervalo entre as aulas, “Ele deve achar que sou que nem elas” Yukiji bufou ao pensar nisso, “Elas são ridículas”.

_Hananoi-san. – Saga chamou Yukiji na porta. Outra coisa que ela estava se acostumando, era com o fato de Saga estar cada vez mais presente do dia a dia dela, pois Rin agora era namorada oficial de Kyouta e o fato se serem amigos do casal, acabava sempre aproximando os dois. – Eu estava pensando se vai fazer alguma coisa esse sábado. – Ele disse sem graça quando ela saiu da sala atender o chamado dele.

_Não. – Ela disse pensativa “O que será que ele quer?”. – Não tenho nada.

_É que, eu não sei você, mas estou cansado de segurar vela para aqueles dois e se quiser, gostaria que fosse comigo à um game center.

_Hmm. – Yukiji estava interessada na proposta dele.

_Então se quiser, a gente pode se encontrar lá. – Ele disse coçando a nuca e só então Yukiji começou a se questionar se ele poderia ter algum interesse nela, “Por que ele está com as bochechas vermelhas?”. Então ela olhou para Ukitake saindo pelo outro lado da porta depois de olhar para eles alguns instantes.

_Eu acho que não é uma boa ideia. – Yukiji disse depois de respirar fundo.

_Tudo bem. – Ele disse guardando as mãos nos bolsos. – Quem sabe uma próxima vez, então até. – Ele disse indo embora e acenando. “Tomara que ela passe a se interessar por ele” Ukitake pensou depois de vê-los conversando, “Seria ótimo se ela se envolvesse com alguém da idade dela”.

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A cada dia que passava Yukiji se sentia mais distante do professor que era gentil com todos como sempre e Saga estava tentando uma aproximação furtiva, porém, não passava despercebido pelo professor que não conseguia esconder muito seu interesse em saber se ela estava com o menino ou não. Ukitake dizia para si mesmo que seu interesse era apenas que ela fosse feliz com alguém da idade dela, mas no fundo ele não estava gostando e não queria admitir isso, nem para si.

“Eu queria me reaproximar dele” ela pensou olhando o professor escrever na lousa.

_E aí? Vai fazer chocolates para o professor no dia dos namorados? – Rin perguntou discretamente sorrindo.

_Com certeza não. – Yukiji disse séria e Rin ficou um pouco espantada “Ela realmente é séria”.

_Ah sim, nem sei por que eu fiz essa pergunta, isso não faz o seu jeito. – Rin disse desviando o olhar. “Não faz mesmo meu feitio e acho que ele iria recusar” Yukiji pensou desanimada, então Rin começou a contar sobre o chocolate que iria fazer para Kyouta.

~~~

“O que é tudo isso?” Yukiji se perguntou ao chegar na sala de aula no outro dia, “Pra que tanto chocolate?” ele se perguntou olhando a mesa do professor, “Ãaii” ela pensou se sentando, cruzou os braços e deitou a cabeça na carteira “Ele tem tantas candidatas assim?”, “Estou com ciúmes” ela pensou triste e começou a sentir arrependimento de não ter feito um chocolate para ele também.

No momento que o professor entrou na sala, ele estava com um sacola com mais chocolates ainda deixando Yukiji mais triste ainda. Antes da aula começar ele guardou um por um, dentro da sacola enquanto algumas meninas vinham entregar mais e ficavam paparicando ele. Yukiji não conseguia não se sentir mal e ficou totalmente de baixa estima.

~~~

_Ora quantos chocolates. – Um homem comentou ao ver Ukitake entrar na sala dos professores com a sacola.

_Algumas alunas gostam de fazer isso mesmo. – Ukitake disse sorrindo gentil “ O que o diretor da escola está fazendo aqui?” ele se perguntou reconhecendo o homem.

_Entendo. – O diretor disse se levantando, se aproximou de Ukitake e se encostou de costas para a mesa. – Eu queria mesmo falar sobre isso. – Ele disse cruzando os braços e Ukitake franziu o cenho estranhando. – Você tem namorada, noiva ou algo do tipo?

_Não, eu não tenho ninguém desse tipo. – Ukitake respondeu depois de colocar a sacola na mesa.

_Entendo, isso chega a ser estranho, você é jovem e deve ter um monte de mulheres interessadas e pelo visto. – O diretor se desfez de sua postura fechada e guardou as mão nos bolsos olhando a sacola de chocolates. – Faz sucesso com as meninas.

_O que o Sr. deseja? – Ukitake querendo ser direto.

_Só queria alerta-lo que isso não é muito bom para a sua reputação, ainda mais para quem gostaria de passar a dar aula para o primeiro grau. – O diretor respondeu sério olhando nos olhos de Ukitake que tentou não demonstrar nenhuma preocupação. – Eu realmente ficaria desapontado e sua carreira de professor acabaria aqui. – O diretor muito serio passando a mensagem de forma severa para Ukitake.

_É bastante desnecessário me alertar dessa forma. Eu sei bem a minha posição o que posso e não posso fazer, e, além disso, não sou o tipo que se envolve com alguém jovem dessa forma. – Ukitake disse muito sério.

_Entendo. – O diretor disse gostando do que ouviu e se desencostou da mesa. – Isso é bom, no caso contrário, sua carreira acabaria aqui mesmo. – O diretor disse pegando no ombro de Ukitake que estava tentando disfarçar sua tensão. “Isso é muito perigoso” Ukitake pensou olhando o diretor sair da sala “Não sei por que, não consegui parar de pensar nela o tempo todo durante a conversa” ele pensou apertando seu músculo do lado da nuca.

 O dia passou e depois do trabalho, Yukiji se viu de frente com uma loja de doces cheia de chocolates com uma embalagem mais bonita que a outra, “Não, eu não vou comprar” ela pensou saindo de perto da loja, até que viu um chocolate com recheio sabor cappucino.

“O que eu estou fazendo?” ela se perguntou nervosa olhando o botão da campainha do apartamento do professor enquanto segurava o chocolate na mão. A mão dela tremia e não tinha coragem de apertar, então ela ouviu o elevador abrir ao lado, “Merda!” ela pensou assustada olhando para o elevador de onde não saiu ninguém “Acabei apertando sem querer” ela pensou olhando para a campainha.

_Oi. – O professor disse depois de abrir a porta. – Hananoi. – Ukitake não estava com uma cara muito boa, ainda estava nervoso pela conversa com o diretor.

_Sensei! – Ela disse um pouco assustada, estava mais nervosa ainda ao notar que ele parecia ter acabado de sair do banho. – Ah…

_O que foi? – Ele perguntou franzindo o cenho.

_Eu queria te entregar isso. – Ela disse erguendo o chocolate para ele.

_Chocolate? – “Não, por favor, não se declare para mim.” ele pensou trincando os dentes. – Que tipo de chocolate é esse? – Ele perguntou sem pegar o pacote e Yukiji o olhou aflita, “Não são chocolates de obrigação”, “O que eu falo?”. – Hananoi, eu quero a verdade, me diz. – A seriedade na voz dele fez Yukiji estremecer.

_Honmei choco. – Ela disse a verdade como ele pediu, sem conseguir encara-lo. (Honmei choco = chocolate do amor verdadeiro, Yukiji se declarou agora de uma forma bastante clara)

“Então ela realmente não fez aquilo só por que eu estava passando mal” Ukitake pensou e ouviu o elevador chegar no andar deles novamente. Yukiji ficou em choque ao ser puxada para dentro do apartamento por ele, que a encostou contra a porta e a fechou com um soco bem acima da cabeça de Yukiji, ela olhou para cima assustada e Ukitake se manteve naquela posição “Ele está perto demais”, ela pensou olhando o rosto dele de perto.

_Será que você não entende que isso não pode acontecer? – Ukitake disse com a voz baixa, mas demonstrando um pouco sua irritação.

_Eu sei, mas…. – Yukiji ainda estava agarrada ao chocolate em suas mão e sentiu ele trincar quando ela o apertou de nervosismo. – Eu queria te dizer a verdade, não consigo parar de pensar em você desde que nos beijamos na cafeteria.

_Aquilo foi um acidente, Hananoi. – Ukitake disse se afastando e colocou a mão na testa. – Aquilo não foi nada, você entende? – Ele perguntou e Yukiji desviou o olhar chateada fazendo sinais positivos com a cabeça.

_Mesmo assim, eu me apaixonei... – Yukiji disse voltando a encara-lo. “Como ela é forte” ele pensou ao receber o olhar firme dela.

_Por que você se apaixonou por mim? Eu nunca demonstrei que fizesse você pensar que eu aceitaria uma relação assim.

_E desde quando você consegue controlar seu coração para gostar de uma pessoa certa? – Yukiji perguntou séria e olhou para o professor imóvel. “O que eu faço para ela desistir de mim?” ele se perguntou fechando os olhos e se assustou ao sentir alguns dedos gelados em seu rosto e viu Yukiji o acariciando.

_Você não pode fazer isso. – Ele disse parando a mão dela segurando-a com força.

_“Você não pode”, sensei, será que você notou que sempre diz isso e nunca “Eu não quero”? – Yukiji disse sorrindo deixando ele desconcertado. “Isso é mesmo verdade, eu não consigo falar isso” ele pensou e olhou para os lábios dela. Yukiji viu o professor se inclinar direcionando seu rosto para perto do dela enquanto ainda segurava a mão dela. “Eu não posso fazer isso” ele pensou parando no meio do caminho controlando sua vontade de beija-la.

_Como eu faço para você desistir de mim? – Ele perguntou sério soltando a mão dela.

_Não acredito que tenha algo que o sensei possa fazer para que eu desista. – Ela respondeu pensativa. – Eu já tentei, mas não consigo, eu simplesmente não consigo parar de sonhar com você e nossos segredos. – “Talvez ele precise de um pouco de confiança” Yukiji pensou vendo o professor encara-la. – Sensei, sabe que sei guardar segredos e sou discreta, se me aceitar ninguém jamais vai desconfiar, eu prometo, pense nisso. – “Talvez assim ele pelo menos pense no caso”. “Por que eu simplesmente não consigo rejeita-la?” ele pensou fechando o punho.

_Quero que desista de mim. – Ele disse bastante firme.

_Impossível, sensei, será que não me ouve? – Yukiji disse segurando firme a camisa dele com uma mão e os olhos fechados. – Por que não me rejeita? – Ela perguntou quase chorando olhando nos olhos dele e Ukitake ficou profundamente irritado consigo.

_Você quer que eu te aceite? – Ele perguntou obrigando Yukiji soltar a camisa dele. – E se eu te mostrar que se apaixonou por alguém que conhece muito mal? – Ukitake disse pegando o queixo dela e erguendo para cima. Yukiji arregalou os olhos ao sentir os lábios quentes do professor nos dela que estava gelada devido ao frio. “Eu não acredito que isso está acontecendo” ela pensou fechando os olhos e tentando pegar no rosto dele com uma das mãos, mas ele não deixou. Ukitake a empurrou encostando-a na porta de novo, sem cortar o beijo que era um simples selinho. Ele pegou as mãos dela a obrigando derrubar o chocolate e a bolsa no chão e as encostou na porta também, assustando um pouco a menina. “Assim não dá” ela pensou tentando respirar enquanto ele não descolava os lábios. Yukiji abriu os olhos sem cortar o beijo e viu ele com os olhos abertos enquanto pedia passagem com a língua para entrar na boca dela que se assustou com aquilo, “Isso é diferente” ela pensou e afastou o professor um poco assustada.

_Espera, eu não consigo respirar. – Ela disse colocando a mão no meio do peito dele o empurrando um pouco.

_Mas se quer ficar comigo, é assim que tem que me beijar. – Ele disse sério e Yukiji ficou um pouco tensa.

_Tudo bem. – Ela disse demonstrando que iria se esforçar. “Não é isso o que eu quero” Ukitake não gostando da reação dela, “Quero que deixe de gostar de mim” ele pensou enquanto a beijava de forma voraz. Yukiji ficou se perguntando o que ele queria quando começou a tirar o casaco dela e ficou mais assustada quando ele cortou o beijo e a pegou no colo. “O que ele pretende?” ela se perguntou um tanto preocupada ao ver ele a levar para seu quarto. Ukitake deitou Yukiji na cama sem muita delicadeza e logo se colocou em cima dela. “Ele não vai me fazer mal, não é?” ela pensou tentando relaxar e se entregar ao novo beijo do sensei.

Ukitake estava com receio do que estava fazendo, mas achava que aquela era a melhor maneira de fazer a menina desistir dele, contudo, acabou se entregando ao momento um pouco ao notar o quão gostoso estava aquela situação. Yukiji sentiu um frio na barriga ao sentir Ukitake começar a beija-la no pescoço enquanto ele a abraçava com uma mão na cintura e o outro braço ele se segurava o peso deitado metade em cima da cama e metade em cima dela. Yukiji começou a se perguntar o que havia com seu ventre, “Está pulsando”, “Como ele está quente” ela pensou enquanto ele colocava uma das mãos de baixo da blusinha dela e apertava sua cintura.

Ukitake se mordeu os lábios ao ver a pele dela arrepiada. “Que sensível” ele pensou sentindo ela o apertar os braços, “Ela realmente não parece estar se importando muito, inclusive parece estar gostando” ele pensou ao ver a ela franzindo o cenho boquiaberta, “E eu também” ele admitiu e começou a questionar se seu plano daria certo, “Eu tenho que ser mais firme e ousado” ele pensou baixando a mão. Yukiji que estava tentando acalmar a respiração, começou a ter espasmos no corpo ao sentir a mão quente de Ukitake lhe tocar a perna enquanto ele a beijava o seu decote.

_O que você está fazendo? – Ela perguntou sentindo a mão dele subir cada vez mais de baixo da saia dela.

_É assim que tem que ser, se quiser ficar comigo. – Ele disse voltando a beijar a boca dela. “O que ele quis dizer com isso?” Yukiji voltando a ficar apreensiva e o medo tomou seu corpo quando sentiu os dedos dele entrarem em sua calcinha. “Eu vou destruir os sonhos que tem comigo” ele pensou se encorajando para terminar o que começou.

_Nã-. – Ela tentou dizer segurando a mão do sensei, mas soltou um suspiro em choque, sobressaltada sem fazer som ao sentir ele penetrar com um dedo em seu orgão e olhou nos olhos semi cerrados do professor, em seguida olhou para baixo, “O que ele está fazendo?!” ela se perguntou vendo o braço do professor entre as suas pernas, deu um pequeno salto para cima quando ele mexeu o dedo dentro dela, então se colocou sentada. “TAF!” Ukitake ficou paralisado ao receber um ardido tapa no rosto e Yukiji saiu correndo em desespero.

Antes dela sair da cama, Ukitake viu algumas lágrimas nos olhos dela e levou a mão à testa “O que eu estou fazendo?” ele se perguntou, sentiu algo escorrer em seu rosto e pegou, “Por que eu estou chorando?” ele se perguntou pegando no rosto com as duas mãos e ouviu a porta do apartamento bater.

Yukiji entrou em casa em desespero sem tirar os sapatos e escondendo o rosto de sua mãe. “O que foi que aconteceu?” ela se perguntou quando se encostou na porta do quarto e escorregou até se sentar no chão “É assim que ele é? É isso que ele gosta?” ela se perguntou deixando as lágrimas correrem. “É assim que tem que ser?”, “Assustador” ela pensou e a angústia tomou conta de seu corpo e mente, “O que demônios aconteceu lá?” ela pensou tentando chorar baixinho.

Neste momento Ukitake estava sentindo o sabor amargo do remorso pesado que tomou seu coração, “Como pude fazer isso?” ele se perguntou, estava incrédulo com o que havia feito. Então ele viu o chocolate que ela o deu, no chão, “Não sei  que é pior, aceitar os sentimentos dela ou ela me odiar pro resto da vida” ele pensou pegando o chocolate do chão “Cappucino?” ele leu e ficou surpreso ao ver que ela era a primeira pessoa a dar um chocolate especializado para ele e isso fez seu coração pesar mais ainda.

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_Yuki-chan, não vem jantar? – Yumemi perguntou depois de tentar abrir a porta. – A comida já está esfriando.

_Estou sem apetite. – Yukiji disse ainda no chão de frente com a porta, então ela começou a se perguntar quantas horas já haviam passado desde que se deitou ali.

_Está bem, mas coma alguma coisa antes de dormir. – Yumemi disse preocupada com a filha.

_Hai. – Ela disse coma voz pesada, mentiu, pois não tinha a intenção de sair do quarto.

Yukiji sentiu o corpo muito dolorido quando se levantou e esperou os pais irem dormir para sair do quarto, ela foi ao banheiro tomar um banho vagaroso e quando voltou para o quarto se assustou horrorizada ao ver seu rosto inchado no espelho “Eu nunca chorei tanto assim na minha vida” ela pensou tocando os olhos que doíam. O sol estava amanhecendo quando ela finalmente sentiu vontade de comer alguma coisa, estava tremendo enquanto se serviu um pouco de comida e voltou para o quarto.

_Vai se atrasar para a escola querida. – Yumemi disse batendo na porta, já eram quase 8:00 na sexta-feira.

_Eu não vou. – Yukiji disse rouca. – Eu não estou bem.

_Posso entrar? – Yumemi muito preocupada. Yukiji disse que sim, já havia destrancado a porta sabendo que a mãe iria querer vê-la. – O que aconteceu com você? – A mãe perguntou depois de ver o estado da filha. – Seus olhos, estão tão vermelhos. – Yumemi começando a chorar.

_Me apaixonei e fui rejeitada da pior maneira possível, foi isso. – Yukiji disse querendo deixar claro para a mãe que não queria muita conversa. – Será que posso faltar hoje?

_Claro. – Yumemi sentada na cama pegando no rosto da filha que também estava sentada e olhando para a janela.

_Eu queria ficar sozinha. – Yukiji disse pegando a mão da mãe fazendo-a parar de acaricia-la.

_Vou ligar para a secretaria. – Yumemi se levantou e saiu do quarto. – Se quiser conversar, sabe que a oka-san está aqui, tá bom querida? – Ela disse antes de fechar a porta e viu Yukiji fazer sinais positivos com a cabeça.