1. Spirit Fanfics >
  2. Ambitious Love >
  3. AL: Capítulo XII

História Ambitious Love - AL: Capítulo XII


Escrita por: whysmoldobrev

Capítulo 12 - AL: Capítulo XII


Fanfic / Fanfiction Ambitious Love - AL: Capítulo XII

 

You're too proud to say that you've made a mistake
You're a coward 'til the end
I don't wanna admit, but we're not gonna fit
No, I'm not the type that you like
Why don't we just pretend?

— Lies

 

Elena Gilbert P.O.V.

 

Ao abrir os olhos, inesperadamente, a primeira coisa que senti não foi arrependimento e sim uma ferroada na cabeça. Minhas mãos foram direto aos meus olhos, coçando-os até se acostumarem com a visão clara que vinha da janela, piorando a dor. Não deveria ter feito o que fiz de primeira, pois fiquei tonta, no instante em que levantei de supetão. Olhei para os lados, apavorada, torcendo para que não estivesse em algum lugar estranho, imundo e irreconhecível. Por sorte, aquela era minha nova casa, meu apartamento pro qual acabei de me mudar, tudo na minha volta parecia normal e no lugar, inclusive eu mesma. Não estava com as roupas da noite passada e sim com minha camisola branca. O cheiro em mim era bom e não o que eu esperava, pude sentir a leveza em meu rosto, provavelmente estava sem maquiagem, ao contrário de antes. Alguém havia cuidado de mim.

Não sei o que deu em mim ontem à noite, senti uma enorme vontade de jogar tudo para o alto e me acabar na farra. Eu não era de fazer essas coisas, festas e bebidas eram melhores longe de mim, não gostava nem do cheiro da cachaça quem dirá colocá-la na minha boca e senti-la descer queimando pela garganta. Já que eu não poderia decidir quando parar de sofrer e saber como controlar meus sentimentos, acabar com eles, simplesmente resolvi arranjar a pior solução. Sair para festejar e beber até todo o sofrimento cair em esquecimento, mesmo que durasse apenas enquanto o álcool tivesse em meu sistema. Talvez isso fosse efeito Damon Salvatore, fazendo-me agir impulsivamente.

Não recordava muito da noite anterior, apenas flashes, imagens embaçadas e tudo pela metade, mas lembro de ouvir a risada de Damon, aquela tão bonita e contagiante risada, entrar pelos meus ouvidos. Ele parecia rir de mim, mas não debochadamente, era como se visse graça em algo que eu fazia ou dizia. Isso quer dizer que ele foi o meu salvador? Aquele que me tirou de toda aquela bagunça que fora a boate? Que me trouxera até aqui e... Deus, fora ele quem tirou minhas roupas e me pôs na cama? Se fosse eu não teria como olhá-lo no rosto de tanto constrangimento.

­— Já está sóbria? — Ouvi aquela voz rouca, a qual eu reconheceria em qualquer lugar, em qualquer situação. Gelei por um instante e olhei em direção a porta. Lá estava ele, tão bonito, com uma bandeja de café da manhã nas mãos. Continuei observando aquela cena, estática, sem resposta. — Ou você vai continuar tentando me agarrar? — Perguntou com malicia na voz. Ao invés de ficar brava com mais uma de suas gracinhas ou rir da piadinha, tudo o que consegui pensar foi sobre o que ele estava se referindo. Eu havia tentado algo com ele? Desde de quando tinha esse tipo de atitude? Parece que o álcool faz isso com as pessoas, incentiva aquele seu lado frouxo e medroso a fazer coisas que antes não tinha coragem de fazer. — Apesar de estar bravo com você, não posso mentir, até que gostei de ver esse seu lado trazido à tona pela bebedeira.

Minhas bochechas queimaram, obviamente, e eu quase sorri. Se não fosse o “quase” ele já teria ganho o momento e me visto entregue mais uma vez. Me repreendi a tempo e não mostrei os dentes, pelo contrário, fiquei séria.

— Apareceu a margarida. — Debochei, soltando o ar pelo nariz, demonstrando minha frieza e ironia. Aquela minha ceninha não iria mudar por muito tempo, eu sabia disso, pois péssima em resistir, especialmente à ele. — Você está bravo? Tem certeza que tem esse direito? — Questionei. Assim que ele viu como eu estava tratando-o, sua postura ficou rígida e o sorriso bobo desapareceu de seu rosto.

— É claro que tenho. Olha o que fez! Foi uma irresponsável! Uma... — Sua expressão era dura e transmitia muita raiva. Ele realmente estava incomodado, irritado com o que eu havia feito.

— Uma garota livre? Desimpedida? Que não tem a nada a perder? Espero que seja isso que ia falar, pois é isso que sou. — Aquelas palavras doeram em mim e espero que tivessem o mesmo efeito sobre ele. Parecia que havia o acertado com um tapa, pois ele cambaleou para trás. Piscou várias vezes e andou, assim que conseguiu, até minha cama, largando a mesinha ao meu lado. Ali havia pães e outras delicias. Ao lado da aspirina e do café preto, havia uma rosa branca, minhas prediletas.

— Não tem mesmo nada a perder? — Suas sobrancelhas arquearam e era óbvio que ele estava sugerindo algo. Estava referindo a si mesmo. Aquilo mexeu comigo demais, mexeu com as minhas profundas emoções, mas me contive. Respirei fundo e descartei a ideia romântica de que ele estava prestes a se declarar para mim.

— Porque disse que está bravo comigo? Eu deveria estar, não é? — Vi ele engolir seco. Sua cara não era nada boa. Continuei, mesmo vendo o pavor que estava tomando conta dele, olhando no fundo dos seus olhos, o que parecia deixá-lo desconfortável. Na verdade, desconfortável não era bem a palavra, era mais como se tivesse vergonha, como se não houvesse coragem de me olhar nos olhos. Algo parecia lhe deixar receoso. O mar azul transbordava de sentimentos e, infelizmente, a maioria deles eu não conseguia decifrar. — Vá embora, por favor... Vá embora. — Pedi, acenando com a cabeça em direção a porta, desistindo de tentar resolver aquela situação. Mal havíamos começado a conversar e meu peito já doía. Por estar gostando dele, por se importar com sua pessoa e por achá-lo a pessoa estupidamente mais confiável e certa para cuidar de mim, machucava pensar em terminar aquilo que acabamos de começar. Era tão bom. Eu havia esquecido, depois de tanto sofrimento, o quanto era bom ter uma pessoa ao seu lado, o quanto era bom cofiar em alguém.

— Tem certeza que quer que eu vá embora? — Suas mãos se posicionaram nas laterais de meu rosto e acariciaram aquela área da bochecha como se eu fosse feita de vidro, do material mais frágil e quebrável. O jeito que ele me olhava como se enxergasse a minha alma e gostasse do que visse, me derretia toda, me deixava feita uma gelatina.

— Eu... Eu... Que... — Gaguejei e não consegui terminar a frase. Eu não queria que ele fosse embora. Não queria que saísse de perto de mim ou que percebesse, o que fez a uns dias atrás, a burrada que cometeu.

— Você não quer. — Ele concluiu, sorrindo em seguida. Vi seu rosto se aproximar e estar, em segundos depois, á centímetros do meu.

— Vai me beijar? Só me avise caso for fugir novamente, quem sabe fique fora por um mês sem notícias, aí não me preocupo. — A amargura no meu tom de voz era perceptível e não podia passar despercebido. Ele recuou, abaixou a guarda e entendeu que não estava certo.

— É disso que se trata? Você está brava porque se preocupou com o fato de eu não ter dado notícias? — Era alivio que eu via em sua face agora. — Pois eu estou bem, veja! — Apontou para si mesmo e indicou estar inteiro, pedacinho por pedacinho no lugar.

— Não por isso, idiota. — Senti meus olhos marejarem e dessa vez não teria como segurar. Eu, normalmente, tentava segurar minhas lágrimas perto de todos, principalmente daqueles que conheço há pouco tempo, pois não desejava que tivessem uma imagem de uma garota quebrável, a qual pode apenas encostar e já derrubar. Mas, quando estava com Damon, era uma exceção. Eu me sentia tão bem ao lado dele, como se os meus problemas fossem deles também, como se eles se tornassem mínimos e fáceis de resolver. Como se não existisse dificuldade alguma ao lado dele. Agora tudo parecia bobo demais, incapaz de me derrubar, pois ele estaria ali para me segurar. Talvez a resposta disso é que ele me dá forças. O porém é que quando envolvia ele, quando o problema era ele, não havia saída, nada podia me derrubar mais como ele podia. Ao mesmo tempo em que ele era minha salvação, também era minha ruína. Me puxava do precipício e depois me empurrava de volta para ele. — Finalmente aconteceu o que eu temia. Aquilo que eu já esperava.

— O que? — Era agora. Nesse momento eu iria me declarar para ele, mesmo que eu parecesse uma idiota, mesmo que ele não gostasse de mim o suficiente e fugisse novamente. Eu não podia guardar aquilo aqui dentro. Guardar emoções é dolorido, ninguém te ajuda a lidar com as toneladas de angustia e tristeza, você deve carregar todo o peso nas costas, como se levasse o mundo sobre os ombros.

— Você percebeu no que estava se metendo. Depois que cotei á você sobre a minha situação, sobre o quão fudida e problemática eu sou, pensei que fugiria. E não demorou muito, não é? — A lágrima escorreu pelo canto do olho. Ele se surpreendeu com meu choro e seu semblante ficou confuso, aparentando não saber o que fazer. Aquilo também parecia incomodá-lo, não gostando de me ver nesse estado? Me achando fraca, talvez? — Eu esperava por isso, continuava repetindo à mim mesma que não deveria me lamentar caso isso acontecesse, pois era previsível, algo de se esperar, mas quando aconteceu foi diferente... Ao sentir na pele é difícil ignorar. Saber que você é bom, o melhor rapaz que já conheci, que estava mesmo gostando de mim e que agora estraguei tudo, sendo quem eu sou, me quebra. — Nunca pensei falar sobre meus sentimentos com alguém tão abertamente, mas o fiz. Afinal, era ele, Damon Salvatore que havia se tornado tão importante em tão pouco tempo. Que me conquistou por admirar uma garota simples. — Apenas porque não quer se contradizer e é orgulhoso, um covarde, que não quer dizer o erro que cometeu ao insistir em sair comigo! Não me engane! Admita que você percebeu que a gente não combina e que eu não sou garota pra você. — Nós não éramos feitos um para o outro. Talvez eu devesse aceitar de uma vez por todas.

Ele riu. A última coisa que eu queria que ele achasse era graça naquela situação. Como ele poderia rir dessa maneira?

— Elena Gilbert, você me envergonha. — Disse, balançando a cabeça de um lado para o outro. Meu coração parou de bater por alguns segundos e minha respiração falhou. Era agora? Agora que ele diria o quão patética e inútil eu era? O quanto nada a ver nós éramos em relação um ao outro?

— Envergonho? Porque? — Minha voz estava entrecortada pelo medo da resposta que me invadia.

— Não posso acreditar que a garota que estou afim é tão clichê e não gosta ou acredita na sua capacidade de encantar a todos, inclusive a mim. — "A garota que estou afim...". Com isso, não pude deixar de suspirar. Deus, como ele poderia acabar comigo com meras palavras? Como ele poderia fazer com que eu desacreditasse em tudo que mantinha fé com uma simples declaração de amor? Que poder é esse? Eu sabia que ele costumava ter esse domínio sobre as outras garotas, mas não imaginava que fosse acontecer comigo nessa intensidade. Minhas lágrimas não cessaram, apenas aumentaram. Seu riso se tornou cativante, de uma criança que olhava para o seu mais novo e querido brinquedo. — A sua sorte é que você é adorável, e que eu amo tudo o que conheci de você até agora, exatamente tudo, pois a mania irritante de não aceitar o fato de eu te querer, mesmo sendo “problemática” como você mesma fala, está me deixando irritado. — Apesar da grosseria no final, ele dizia tudo com muito carinho, sorrindo torto, daquele jeito que me fazia ir até as nuvens.

— Isso quer dizer que...? — Eu precisava muito mais do que meias palavras ditas. Precisava de uma certeza, precisava ouvir de sua boa que, aquilo que eu estava me jogando de cabeça, aquilo que eu estava depositando todas as minhas crenças, havia futuro.

— Eu gosto de você. Tudo o que me contou aquele dia não faz diferença alguma, é só mais um porém. Como eu disse, vou te conquistar e se preciso te consertar. Fazer tudo para que volte a ser uma menina sorridente e cheia de amor no coração. É assim que quero te ver... Feliz. — Eu estava apaixonada, era definitivo. — Sinto muito por ter fugido, acho que aquele beijo foi demais pra mim... Eu apenas nunca havia sentido nada parecido. E costumo correr das coisas novas, com as quais não estou acostumado. Desculpe.

— Então você promete que não está mentindo? Me enganando ao dizer essas coisas?­ — Eu olhava para a sua boca nesse momento, que parecia mais tentadora que o normal, não desviando meus olhos. Vi suas mãos esfregarem entre seus cabelos, puxando-os de leve, fechando os olhos por um momento e soltando o ar pela boca. Ele estava nervoso com a pergunta?

— Prometo. Com todo o meu coração. — Ofereceu seu dedo para fazermos promessa de dedinho, e apesar de achar aquilo um tanto infantil, abri um sorriso, maior que todos que já dei, e aceitei. — Quer que eu te explique onde eu estava, faço questão...

— Shhh! — Coloquei meus dedos sobre seus lábios, vendo seus olhos acompanharem meus movimentos.  — Não precisa disso, mas tem sim uma coisa que você pode fazer para ser perdoado... — Não sei desde quando eu era provocativa dessa maneira, mas estava gostando e conhecendo esse meu lado junto com ele. — Me beija? — Vi seus olhos brilharem por flashes de segundos. Era como se fosse a melhor coisa que havia ouvido no dia inteiro. O sorriso diabólico apareceu no seu lindo rosto e pude ver suas intenções desde já. — Dessa vez sem fugir. — Alertei, não deixando de soltar uma risada.

— Não seria louco à esse ponto.

Sua respiração continuava descompassada e nervosa, igualmente a minha. Procurei seus olhos e logo, quando os encontrei e prendi eles junto aos meus dentro de um olhar, me senti em casa. A temperatura estava subindo. De primeira, encostamos nossos lábios com leveza, quase não sentindo a doçura um do outro, mas não durou muito tempo. Sua boa em seguida se encaixou na minha. Nossos lábios realizavam movimentos quentes, incrivelmente satisfatórios, e sons excitantes, de suspiros e fôlegos, eram omitidos ao separar e juntar deles. O gosto em sua boca, seu hálito, era de café, o qual devia ter tomado um gole antes, a combinação perfeita, o toque especial. A força que usávamos era exagerada. Passei minhas mãos por trás de sua nuca, abraçando seu pescoço, e senti suas mãos se apossarem de minha cintura. Acariciaram aquele local por cima da camisola, um toque que achei ousado, mas não me importei, ao invés de reclamar, gemi em sua boca. O som pareceu alertá-lo e com o sinal se afastou. Puxei seu rosto de encontro ao meu novamente, pelo seu queixo, com a mão livre, chocando nossos lábios mais uma vez. Era incansável.

Ao se afastar, um sorriso estava estampado em sua cara, o que indicava algo.

— Não pensei que você havia tantos dentes. — Fiz piada pelo tamanho de seu sorriso. — Que cara é essa? 

— Que cara? — Seu sorriso aumentou. Perguntou, provavelmente se fazendo de vítima desentendida, afinal de contas, sabia que estava se comportando como um bobo... Apaixonado? Era o que parecia.

— Essa cara. — Apontei com o dedo.

— Acho que... Acho que estou... — Suspirou. Ele pensou por alguns breves minutos, como se tentasse achar as palavras certas ou simplesmente tentasse entender o porquê também. O jeito que ele me olhava me desmontava pedacinho por pedacinho. Deu de ombros. — Acho que estou feliz por estar com você.

Era tão simples, tão espontâneo. Já havia me ganhado.

 

[...]

 

Damon Salvatore P.O.V.

 

Estava tão difícil. A cada dia a culpa me queimava por dentro, a cada dia era mais dolorido mentir para ela. Isso ainda era um mistério na minha cabeça teimosa, mas no fundo a resposta era clara e evidente, que até uma criancinha saberia. Não queria aceitar, não poderia ser verdade. Eu me entregaria tão fácil caso fosse paixão? Caso fosse “amor” como as más línguas dizem? Eu viraria um completo otário? Já até me imaginava andando atrás dela como um cachorrinho na coleira, babando enquanto a olhava, admirando cada detalhe seu. Não que eu não fizesse isso já, pois eu fazia, mas na minha imaginação era pior.

O que eu faria? Seguir com o plano era uma das minhas últimas opções, não era o que eu desejava e nem tinha vontade de fazer, mas era minha única saída. O que mais poderia fazer? Me entregar, falar á ela que estou apaixonado e que me desculpasse por ter tentado tirar seu dinheiro? Parte de mim ainda queria aquilo com todas as forças. Parte de mim queria deixá-la no olho da rua, mas meu lado irracional, meu subconsciente dizia para não agir dessa maneira de jeito nenhum. Fazia com que eu não tivesse coragem. Era como se ao fazer mal à ela, estivesse fazendo mal à mim mesmo. Sim, era patético, mas era o verdadeiro dilema, conflito interno que estava ocorrendo dentro mim. Era uma completa confusão.

Resolvi não pensar nisso agora. Teria que pagar o aluguel para Klaus e, por completa burrice, consegui gastar meu dinheiro que recebo do restaurante em apostas no mês passado e agora devia dois meses para ele. Meus “bicos”, ou seja, “empregos” que pego por aí não eram mais frequentes, por isso precisava de um já urgentemente.

Lembrei que recebi, há muitos dias, uma oferta. Uma das senhoras que passei a perna, a qual não recordo o nome, disse que tinha uma amiga, a qual precisava de um serviço. Ignorei quando vi a mensagem, pois precisava investir com Elena, ou então ela pensaria que eu não era tão esforçado correndo atrás do que queria. Agora eu necessitava de um dinheirinho extra. Apesar de não estar com o mínimo interesse ou cabeça para cuidar de velhas, pois há tinha problemas que chegue envolvendo meus sentimentos, marquei o encontro no Restaurant Le Rousseau, um dos mais caros já que vinha de Paris, capital da França. Por ela ter aceitado, era das mais ricas, afinal, sabia que eu era um pobretão que não havia onde cair morto. Ou, dependendo de quem foi que me recomendou, me achava um garoto de programa.

Ao chegar lá vi, uma mulher de cabelos loiros escuros, com apenas algumas mechas claras, uma roupa fina no corpo, não tão velha, sentada, passando o dedo, distraidamente, pela taça de vinho. Me direcionei até sua mesa e logo fui reconhecido.

— Você deve ser Ricardo, certo? — Perguntou ela com um tom esnobe. Parecia ser da alta sociedade. É claro que eu dava sempre um nome falso, não podia ter o risco de policias descobrirem minha verdadeira identidade e me prenderem por “abusar” e roubas velhinhas inocentes. Mas, normalmente, elas não lembravam de nada, e se lembravam não contavam á ninguém, pois a maioria era casada ou tinha dignidade e reputação de anos para manter.

— Sim, eu mesmo. — Peguei sua mão e beijei, recebendo um aceno de cabeça como um cumprimento e um agradecimento.

Após o garçom trazer nossas refeições, a conversa aconteceu, e ela falou pouquíssimo de si, assim como eu evitei não contar nada.

— Me desculpe pela pergunta, Jenna, mas você é jovem... Porque procurou esse tipo de “serviço”? Aposto que consegue sozinha. — Elogiei, enchendo o copo com o líquido cor avermelhado e empurrando o mesmo pelo mármore. Claro que ela não era tão nova, apenas tinha muita maquiagem, mais ainda sim tinha o semblante caído e casado, parecia exausta com algo.

— Não segundo o meu marido que está me traindo com a secretária de 20 aninhos. — Sorriu amarga.

— Um brinde a esse idiota. Homens são homens. — Levantei minha taça e brindei com ela.

— E você? Porque está nessa vida? Tão jovem e bonito. — Aquela era uma pergunta pessoal e eu certamente não me abriria com uma estranha.

— Digamos que não tenho nada a perder. Tenho um dom e porque não usá-lo, ainda mais ganhando um dinheirinho? — Usei minha melhor voz rouca e sedutora na tentativa de seduzi-la, mas ela não parecia tão deslumbrada como as demais ficavam. — O dom com as mulheres. Posso conquistá-las. — Sugeri, com segundas intenções, colocando minha mão sobre a dela.

Alguma coisa me dizia, ao olhar para o seu rosto, que eu a reconhecia de algum lugar... Ou alguém que conheço tinha alguma semelhança.

— Não me entenda mal, mas não quero nada disso. Apenar quero me divertir, no máximo com algumas pegadas e olhe lá. — Franzi o cenho. — Não me interesso por homens mais novos. E infelizmente sou apaixonada, desde jovem, por aquele que você chamou de idiota. — Pude notar a sinceridade em sua voz. Ela apenas precisava de alguém que a colocasse para cima.

— Desculpe...

— Não, tudo bem, ele realmente é um. — Suspirou fundo. — Agora, como se não bastasse, sua empresa está falindo. E ele está afundando junto. Não sei quando irá poder se reerguer. E eu boba, nesse momento dificultoso, continuo ao seu lado, dando suporte.

Deus, percebi que hoje serei pago para ser psicólogo. Ao menos, ela não era uma das velhas taradas que gostaria de dormir comigo.

 

[...]

 

Levei ela até minha casa, porque não sabia onde ficava a sua. Enquanto eu a carregava, praticamente no colo, pois estava acabada, quase desmaiada de bêbeda, pensava a que ponto aquela mulher chegou para ficar ao lado do marido, sendo que o mesmo a coloca chifres. Será que ela continua com ele pelo fato de ser apaixonada ou pela fortuna? Talvez fosse largar dele agora que o mesmo não teria tanto dinheiro assim. Ainda era uma grande quantia na conta bancária, sem contar que ele devia ter suas empresas espalhadas por outras regiões e poupanças, mas o interesse devia ser maior. E eu entendia bem de ambição, sabia até que ponto ela poderia nos levar. No que ela nos torna e no que nos faz sermos capazes de fazer.

Depois de várias, inúmeras taças de vinho, uma boate na madrugada, danças loucas, não ficamos, nenhuma uma vez. Graças a Deus. Os únicos lábios que vinham a minha cabeça agora eram os de Elena. Como eu já sentia falta daquela boca! Será que viciei, em tão pouco tempo de experimento? Era possível isso?

Coloquei o corpo da mulher sobre a cama, quase seminua, pois na balada beijou desconhecidos e enlouqueceu tirando a parte de cima da roupa, sentindo pena do estado em que acordaria amanhã. Fui direto até sua bolsa, na carteira para ser mais específico, para arrancar dali o que fosse necessário, até os cartões que depois de altas doses de álcool, ela me deu a chave para a sua senha, a qual era válida para todos os seus cartões de crédito e códigos secretos. Eu estava com ela na palma das mãos.

Até que...

Ao abrir a carteira, sua identidade caiu, assim como aconteceu com omeu rosto quando vi sua assinatura com o nome completo.

Jenna Sommers Gilbert.

 


Notas Finais


Não revisei, se tiver algo errado, me perdoem!
BEIJO DELENA, AEEEEEE! BOTA BEIJO NISSO!
Acham que Damon tá caidinho?
E ele que descobriu que estava prestes a passar a perna na mãe da Elena? O que será que ele vai fazer? BABADO!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...