História Ame7lia - All-Star

Que maravilha de dia! Acordei atrasada, perdi o ônibus o que mais poderia acontecer?! Ahh Amélia pense positivo pelo amor de Deus, dizia minha consciência, mas do jeito que as coisas andavam ficava difícil pensar positivo, já tropecei duas vezes em menos de 2 metros, esse dia só podia estar de brincadeira comigo né? Tudo bem que eu sou uma pessoa distraída, um pouco avoada, mas isso não vem ao caso, à realidade é que esse dia, essa segunda-feira, estava de brincadeira comigo! Não sei o que estava acontecendo, o dia estava lindo, o céu azul, sem quase nenhuma nuvem, o sol brilhava timidamente, os pássaros cantavam em uma melodia tão doce, era verão! Eu amava o verão (ao contrário de muita gente).

Olho para frente, ali está a minha nova escola, pessoas novas as quais nunca vi (Tirando Marissa que estuda aqui, mas ainda está no sétimo ano), professores novos, matérias novas, e com tudo isso minha mente fica ainda mais confusa, mas tenho que entrar antes que eu desista de toda essa bobagem.

Faço o percurso comum de qualquer aluno novato, entro na escola, me direciono para secretaria para pegar meus horários, e me direciono para sala. Nunca fui nem muito corajosa e nem medrosa, apenas encarava o que tinha que encarar, algumas vezes com receios, mas eu encarava de qualquer de modo, e entrar em uma sala nova era um desafio para alguém que não era tão fácil de fazer amizades, eu tinha custado para fazer as que eu tinha em minha antiga escola, e agora não tenho mais nenhuma daquelas pessoas as quais eu julgava amigas para me ajudar a me enturmar. Então entro na sala, a sala era razoavelmente boa, apesar de ser uma escola pública, era uma das melhores, e a diretora tinha custado para me colocar nela, e finalmente entendi o porquê, as salas tinham carteiras em bom estado, uma lousa que já não era mais a giz, a sala tinha ventiladores, a estrutura do colégio em si era boa, parecia ser bem organizado. Aproveite que a maioria das pessoas não prestou atenção em minha presença ali e me direciono direto ao fundo, na última carteira ao lado da janela, desse modo poderia ficar na minha, além de poder observar o céu que eu tanto estimava.

O primeiro período passou ou muito rápido ou muito lento, não sei dizer ao certo, cada hora eu tinha uma impressão diferente, logo quando toca o sinal do intervalo eu saio da sala com meu livro de leitura e vou para o jardim, no qual tinha uma grama judiada, “Não se pode exigir perfeição Amélia, agradeça por estar em uma ótima escola pública”, dizia a mim mesma enquanto me sentava em uma árvore e observava um garoto que me chamava à atenção, ele não aqueles garotos estilo príncipe-encantado-amado-por-toda-a-escola, ele era amigável apenas, se percebia que ele era apenas colega da maioria das pessoas que o cumprimentaram, ele era alto, mais do que eu, tinha cabelos castanhos sem nenhum penteado especifico, olhos castanhos, vestia uma roupa comum: uma calça jeans, uma camiseta e um all-star surrado. Algo me chamou a atenção nesse menino, talvez tenha sido sua risada discreta que era bem diferente da minha que mais parecia uma hiena morrendo, ele tinha algo diferente, misterioso, e eu tinha uma paixão por tudo aquilo que era incomum e/ou desconhecido. O sinal bate.

Tudo o que eu consigo pensar nesse próximo período até à hora da saída era no garoto do all-star surrado, e quando o encontro me perco no meio daquela imensidão que ele parecia ser.

Realmente, minha queda por amores platônicos não ficam somente nos livros que eu leio.