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História Amélie Dixon - BÔNUS 2 - Parte II


Escrita por: lalimoonx

Capítulo 18 - BÔNUS 2 - Parte II




[ Dylan Rhee ]


"Eu tenho a sensação de que por quase um minuto volto a amar olhar nos seus olhos, mas também te odiar. Sinceramente, após todo esse tempo, por quê você ainda insiste em permanecer nas minhas memórias? Não é como se eu conseguisse evitar, é só... um pequeno deslize que evito o máximo que posso, e que as vezes acabo indo ao seu encontro sem perceber, sem nem mesmo levar em conta os motivos para me manter longe. 

Desejo todos os dias que ninguém nunca descubra o que aconteceu naquele dia... naquela droga de celeiro, porque o que tenho construído para esconder tudo é como um castelo de cartas, é bonito de se ver, mas facilmente derrubado com um sopro. 

Por que falar sobre meus sentimentos pesa tanto nos meus ombros?

— A."

Terminei de ler sem saber ao certo sobre quem ela estava falando, eu sabia que ela gostava do Carl, mas mesmo assim... tinha algo estranho ali. Olhei ao redor de novo e notei o armário com uma blusa prestes a cair se fosse aberto, como e a Amélie tivesse pego com pressa e fechado de qualquer jeito. Algumas gaveta também não estavam fechadas completamente.

Ela poderia ter... fugido?

Com o pensamento ecoando na minha mente, consegui ouvir a voz da Carol no andar e baixo.

— Amélie não pode ter ido longe, não é? Ela deve estar por perto, Daryl... 

 — É claro que ela pode ter ido longe, Carol. Estamos falando da minha filha, aquela que sempre sumia do nada, aquela que sempre encontrávamos no final do dia voltando para casa, aquela que esses portões prenderam e agora está solta, como um pássaro que estava engaiolado. Sabe o que tudo isso me fez perceber? Que ela pode nunca mais voltar, que eu a prendi por muito tempo. E se for a última vez que a vi?

— Não seja dramático.

Eu prendi a respiração enquanto guardava os papéis dentro dos envelopes. As coisas que Daryl falava me deixava mal, porque eu não quero pensar que seja a última vez, tudo que eu mais gostava antes de um dia massacrante de treinos era ver a Amélie presa em seus próprios pensamentos enquanto se sentava em cima dos muros, não vê-la ali parecia uma ideia irreal.

AI MEU DEUS! ACHARAM A AMÉLIE!

Tudo começou a se mover em câmera lenta ou talvez eu estivesse tão fora de mim que não notei que em alguns minutos eu já estava cruzando a porta, descendo as escadas empurrando quem estivesse na frente para sair da casa. Eu poderia, inclusive, ouvi os meus gritos perguntando onde estava a Amélie e correr para uma aglomeração que eu vi se formar perto dos portões. Tara estava lá, eu vi eu rosto pálido por entre a multidão e vi quando ela olhou para o chão. Meu coração falhou na batida e eu coloquei mais força nos meus pés, correndo para lá e empurrando novamente as pessoas até poder ver o que estava no chão e perder as forças nas pernas. Caí de joelhos ao ver o errante com o rosto completamente deformado, eu deveria estar acostumado não é? Deveria pegar essa coisa e jogá-la na primeira fogueira que visse, mas não era uma coisa, não era para ser, não era para estar naquele estado, não era para ter o cabelo loiro e as roupas que a Amélie veste... vestia. Eu, sem notar, estava gritando. Minha garganta ardia e queimava, sentia mãos tentando me tirar dali, mas eu acabava tirando, empurrando e até peguei a faca que sempre deixo escondida na minha bota para ameaçar quem tentasse me tocar mais uma vez. 

Quando as pessoas finalmente haviam se dispersado, ficamos só eu, Tara e Daryl. Ele estava jogado no chão, com um braço cobrindo os olhos e sussurrando para si que não estava acontecendo e Tara estava ajoelhada ao meu lado, fungando. Eu já não tinha voz, então eu me dediquei a olhar o corpo. Toquei no ombro, nos braços e, ainda não conseguia acreditar naquilo.

Olhei ao redor e, de longe, eu podia ver toda a família. Nenhum deles conseguia se aproximar, mas notei algumas coisas que não deveria estar ligando, como o olhar de desprezo do Rick para a Tara e o olhar de satisfação inexplicável que a Judith e Carol tinham ao se olharem sutilmente. Voltei a olhar para o corpo, agora só me restava algumas lágrimas solitárias e eu me lembrei das cartas dela. Ainda estavam nas minhas mãos os envelopes. Amassados, mas estavam comigo. Lembrei do seu quarto e acabei me lembrando do armário também.

  — Encontraram alguma mochila com ela? — Aquele fio de voz era a única coisa que me sobrou.

 — Encontraram ela no sul dos muros... eles... eles vasculharam tudo, mas ela não tinha nada.  — Tara respondeu.— Por que está perguntando isso?
 — Eu me nego a acreditar que seja a Amélie.   — Respondi tocando o ombro do cadáver de novo, mas dessa vez eu me atrevi a puxar a manga curta dos ombros para vê-lo nu. Cerrei as sobrancelhas no mesmo instante, mas fingi ainda me lamentar e colocar a manga sutilmente no lugar.  — Agora em tenho certeza.— Olhei para o Daryl, que parecia ter desmaiado.

 — Você precisa se afastar agora, Tara... Rick não vai suportar ficar calado e vai te atingir verbalmente. Vá para casa...

 — Eu quero ficar. Não me importo. Não posso me afastar, tenho que acompanhar isso até o fim.

 — Você precisa acompanhar o corpo da sua namorada... 

Tara fungou e chorou baixo, vi quando ela se levantou e se fastou sem dizer mais nada. Me levantei e me sentei ao lado do Daryl, ele estava voltando a chorar, sinal de que estava acordado.

 — Escute... — Dei uma olhada sutil para onde nossa família estava e eles estavam vindo em nossa direção, por isso me apressei a falar. — Se lembra quando a Amélie caiu da árvore e deslocou o ombro? Eu fui o primeiro a ver ela... Ela é a única pessoa que eu conheço que tem três pintinhas no ombro... —Daryl tirou o braço dos olhos e me olhou. Ele havia entendido.

—Daryl... nós precisamos queimar...— Quem falou foi a Carol, ela parecia realmente triste. Parecia.  

  — Ninguém vai tocar no corpo da minha filha. — Daryl se sentou e pegou o corpo. — Eu vou me despedir dela em casa. Eu chamarei vocês quando eu decidir enterrar, afinal, é minha filha, não um errante qualquer que encontramos por aí.

Ele se afastou, fungando e todos abriram caminho para ele. A família começou a falar sobre o quanto aquilo era injusto com a Amélie e desejavam a morte de quem saqueou os muros, Michonne não conseguia parar de chorar e Rick não conseguia esboçar uma reação, apenas dizia que como pai, estava preocupado de encontrar Carl na mesma situação.

— Vamos para casa, querido... — Minha mãe tocou minha cabeça e com a ajuda do meu pai eu consegui levantar. Os dois me ajudavam a arrastar meu corpo para casa, enquanto eu tentava, olhei para a Judith rapidamente, ela esfregava as mãos e olhava para os lados, nada de novo se não fosse seu olhar um pouco receoso.
— Você só precisa tomar um banho e dormir. — Meu pai tentou, deixando um prato com pão e um copo de suco de laranja na minha frente. O preferido dela.
— Você... Quer outra coisa? — Minha mãe tentou. Me levantei sem dizer nada e subi para o meu quarto.
— O que são aqueles papéis com ele? — Consegui ouvir a voz do meu pai antes de me trancar no quarto.

O que são? Eu também não sei...

Me sentei no chão e comecei a abrir o envelope com as datas que correspondiam ao dia em que paramos de nos falar. Para a minha surpresa, a folha não estava completa, mas remendada com fita partes soltas e sem noção.

"Ela assumiu a culpa (...) mas eu lembro de ter visto, só era um susto e (...)
Shane é uma pessoa má, eu nunca (...)  que Dylan me disse (...)
"Eu odeio isso
Ninguém vai me perdoar, porque eu sou (...)
Me desculpa, Dylan... Eu não queria, mas ela(...) Ela disse que era melhor esquecer, por(...) tambem não iria conseguir falar!
Desculpe... Eu falhei para essa(...)
A culpa é (...)

A."


••••••••••••••••••




Notas Finais


SIM! EU VOLTEI! Sinto muito ter sumido, mas precisava de um tempo, pois estava perdendo a vontade de escrever Amélie, porque eu havia me perdido no quê fazer, já que algumas coisas tomaram um rumo fora do que eu planejei, mas okay. Descobri que estava me assustando por pouca coisa.

Enfim, se você leu até aqui, quero te agradecer por estar acompanhando Amélie Dixon e torcendo para ela! Mais uma vez, me desculpem!


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