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História Ametista - Turmalina e a Imperatriz do Vinho - Corpos


Escrita por: aficction

Notas do Autor


Se vc leu, seu...

Bem vindos de volta ao mundo da May
Neste capítulo você conferirá cenas fora do corpo e memórias de uma vida antiga

Caso isso lhe provoque alguma reação emocional, por favor, pule a parte ou não leia.

Capítulo 9 - Corpos


No capítulo anterior, Mayra buscou pelos possíveis clientes que comprariam sua casa na cidade. Faltava apenas assinar o devidos papéis quando Erigan foi atacado. Mayra tentou o proteger, mas acabou sendo atingida em cheio e arremessada para longe dele.

Mayra desperta no chão e Erigan cercado por pessoas de capas com símbolos. Ele move a mão soltando descargas elétricas para afastá-las, mas elas persistem se aproximando por todos os lados. Sem muita saída, Erigan reúne uma grande quantia de mana em seu punho e a descarrega no chão batendo sua mão. Mas sua é anulada.

- Magia dos Ventos: sopro da terra. – Diz um homem de capa azul, planando próximo ao Erigan. – Essa simples magia, que aparenta ser inofensiva, é ideal para anular magias da mesma vertente. Um vento quase imperceptível soa próximo ao chão cortando a conexão de presa e predador entre duas pessoas ou mais.

Erigan se vira para ver quem era a pessoa que teria anulado sua magia, um ato de superioridade sobre quem está sendo anulado. Lisos cabelos escuros em tons de azul e um par de óculos simples. O homem sorria enquanto olhada a cara de indignação do rapaz.

- Está me dizendo que-

- Sim! Fomos selecionados à dedo para agirmos contra sua magia. Somos todos da vertente da deusa Espaço. – diz cortando Erigan. – Exceto por essas duas.

Duas mulheres aparecem ao lado do mago. Uma baixa, de aparência duvidosa e outra mediana, de cabelos castanho-amarelados.

- Magia metálica: algemas antimagia. – diz a mais alta. Algemas aparecem nas mãos de Erigan, as cobrindo por completo até o pulso. – Estas algemas são feitas de um material especial que impede o prisioneiro de usar magia.

- Magia metálica é uma magia da vertente da Criação, que permite o usuário de criar qualquer tipo de material mágico. - diz a mais baixa, passando a mão em sua cabeça para ajeitar o cabelo.

“Droga!” - Erigan pensa – “Talvez se eu quebrar as correntes ou fugir daqui”

Erigan dá um passo para trás, se deparando com os outro magos. Ele tenta procurar uma abertura para correr, mas de repente percebe estar na mesma posição anterior. – “o que está acontecendo?”

- Me chamo Neian. – a mesma se apresenta. – Sou um mago da vertente do Tempo, e o que acabei de usar em você foi uma magia de prisão temporal. Você está preso no momento em que se virou para o Row.

O homem acena para que os magos abaixem a guarda e se aproxima mais de Erigan, fazendo o vento passar por todos os lugares da roupa do rapaz.

- Você será levado de volta para sua terra-

- Do que está falando? Eu nasci em Kádia! – Erigan o corta, alegando sua origem.

- Não é o que seu soberano diz. Lá você será julgado por foragir e consequentemente por invadir outro reino.

Desacordada no chão, Mayra começa ter sonhos estranhos. Ela vê a si mesma desmaiada em um lugar escuro, flutuando enquanto aparecem diversas imagens e cenas ofuscadas por nuvens em suas bordas. Seus corpo estava nu e era visível apenas sua pele e cabelos, como um boneco. As telas se afastam e ficam escuras. Bolinhas, que mais pareciam dente-de-leão roxo fluorescente, flutuavam e passeavam pelo extremo vazio preto. Uma das bolinhas passou bem devagar em sua frente e ela pôde ver que também eram memórias.

Nessa tal, Mayra sentiu como se estivesse caindo, como se não tivesse um chão para lhe parar. Uma outra lhe mostrou pessoas a obrigando consertar coisas como uma máquina. Uma terceira a fez ajoelhar-se no chão, lhe mostrando lisos e longos cabelos roxos. Na quarta ela estava sobre uma jovem e bela mulher de cabelos castanhos e olhos azuis, ambas estavam em uma cama e Mayra a movimentar-se. Tudo fica escuro e ela volta ao vazio.

- Então existe renascimento? – ela indaga aproximando do próprio corpo sem rosto ou outra coisa. – Se você é Mayra, quem sou eu? – a toca, percebendo assim ter um corpo.

Um corpo totalmente luminoso, era púrpura, se parecia com uma árvore. Seu possível cabelo era os galhos com folhas. Seus braços eram mais logos que os de um humano e seus dedos pareciam serem apenas veias. A perna era apenas uma, enraizada no chão inexistente. Embora tivesse um rosto oval, seus enormes olhos, brilhantes e completamente brancos, eram capazes de transmitir paz e segurança a quem quer que a visse.

- Me diga quem sou eu! – gritava mentalmente, incapaz de emitir sons vocais, apenas alguns grunhidos.

Enquanto isso, do lado de fora, Erigan quebra a corrente das algemas, livrando seus braços e surpreendendo Row.

“Que força monstruosa” – pensa a desviar os olhos para uma base onde Erigan ficaria contido. – “Não há como duvidar que seja descendente de um dos discípulos da deusa espaço.”

- O que planeja fazer agora? – Row provoca. – Mesmo que tenha quebrado a corrente que prendia seus braços, você ainda está com as algemas e ainda está preso no seu próprio tempo.

Erigan o encara. – Você gosta de falar não né?! – Num piscar de olhos uma gigantesca quantidade de raios surge do corpo de Erigan. Como raízes em uma árvore. Havia muitos raios, de vários tamanhos e comprimentos, Row precisou se afastar ou então seria atingido. Os raios não tinham aspectos agressivos. Erigan conseguiu arrancar olhos arregalados dos magos.

- C-como ele está fazendo isso?! – indaga a maga metálica. – Ele ainda está com as algemas!

Erigan respira fundo e se conforta no calor e na energia de sua própria mana antes de respondê-la.

- Você disse que essas algemas impedem a pessoa de usar magia, mas acontece que eu não uso magia! – olha bem no fundo dos olhos dela, penetrando como uma agulha na pele. – Isso o que vê é minha própria mana!

Mayra, ou ao menos o ser a observando, resolveu tocá-la. A criatura se aproximou e encostou uma de suas raízes, contraindo-se no mesmo instante em que a sentiu, e curiosa com o que sentiu, a tocou novamente, sobrepondo cada parte de corpo, à cada parte correspondente daquele corpo humano. Isso provocou algumas faíscas entre ambos os corpos, enquanto do lado de fora era possível ouvir alguns gemidos de dor.

“Mayra está acordando, preciso de mais raios para que eles não percebam!” – Erigan pensa. Mas naquela situação, não havia tempo para pensar.

- Preocupado com sua companheira? – Row pergunta tentando disfarçar o nervosismo.

“Me desculpe May, mas preciso de você agora" – ele tenta se redimir mentalmente.

Os corpos se fundiram e Mayra ganhou de volta seu rosto, porém aquilo que a mantinha estável desapareceu e ela começou cair sem parar. Uma queda infinita que lhe permitia ver suas lágrimas flutuarem. Entretanto uma luz violeta surgiu distante e se aproximou rapidamente como algo flácido.

Mayra não conseguia se mover, mas aquela luz, aquele corpo luminoso a segurou e a puxou de volta. Quando ela viu se surpreendeu. Era como ela, mas, com manchas negras enraizadas na parte esquerda de seu corpo, e embora não falasse, conseguia se comunicar com ela de alguma forma. A criatura tocou sua testa na dela e pequenos raios apareceram. Mayra conseguiu se movimentar novamente.

Ela finalmente despertou, percebendo no mesmo instante que as pessoas, embora estivessem escondidas ou protegidas de alguma forma, estava os assistindo. Mayra se levantou procurando por Erigan. O que ela não esperava é que seria atacada pelo seu próprio parceiro.

“Então era a isso que se referia" – ela relembra em sua mente o que a criatura havia lhe dito.

Mayra foi lançada à uma incrível força contra um estabelecimento, quebrando a parede e perdendo totalmente sua consciência. Erigan, por sua vez, despejou naquele raio toda a mana que podia gastar no momento e acabou perdendo sua consciência também.

Ele ainda estava sob a magia temporal e seu corpo ficou parado em pé, mas sua mente não estava ali. Toda poeira levantada se acalmou, todo o barulho se acalmou, o que ficou foi apenas o murmúrio dos magos checando estarem todos bem e também comentando sobre a incrível força de Erigan.

Tudo parecia estar indo bem, assim como num final feliz de conto de fadas. E poderia realmente ser, se não fosse pera esperada, porém surpresa, chegada de dois formosos homens. Um, coberto por uma deslumbrante capa laranja que cobria toda sua roupa, e destacado por um vívido cabelo ruivo; o outro, aparentando tirania através de seus modos, tinha sobre seu corpo as tão conhecidas e honoráveis vestes em azul cobalto utilizadas apenas pela realeza de Arkailez! Eram Tômas e Killian, respectivamente.

- É o príncipe! – as pessoas cochichavam. – Ele veio pessoalmente!

- Mas quem é aquele outro? – queriam saber.

- Já o vi na Academia uma vez, talvez seja alguém muito importante... – alguns magos comentavam.

Killian foi até Row saudá-lo para confirmar que estava bem, e junto dele foi até o homem imobilizado para analisar a situação do indivíduo.

“Irmão, é?” Killian remoía consigo mesmo enquanto o mago líder do esquadrão relatava por cima, o que pôde notar nele.

- É um descendente direto de um dos discípulos da Quartzo Azul. – comenta sinalizando para que Neian liberasse parte da magia e ele conseguisse movimentar o corto do rapaz. – Ele tem um atributo de força muito grande. Mal podíamos acreditar em nossos olhos quando ele arrebentou as correntes!

Sem querer ficar muito tempo ali, olhando aquele, de acordo com as leis do reino, criminoso, resolveu dar um ponto final. O mesmo havia dito ser irmão da garota que ele amava, sem saber ao certo, Killian julgou ser verdade e estava disposto a fazer o que deveria ser feito. Para o bem de seu povo.

- Onde está a garota? – indaga de olhos perdidamente fundos. – Ela está com ele, vamos tirá-los agora daqui! – ordenou em um tom jamais visto antes por aquelas pessoas presentes.

Um raio pequenino e sorrateiro percorre o chão até Erigan. Era de Mayra. Uma pequena quantidade de mana, o suficiente para trazer Erigan de volta e reabastecer seu corpo. Porém não passou despercebido, Killian viu e alertou a todos para ficarem em guarda. 

- May... – Erigan sussurra sem perceber que o Príncipe estava ali. – Onde você... – dizia ainda se acostumando com o corpo totalmente reabilitado.

- Fiquem de olho na garota, ela está sem os selos! – Killian avisa.

Erigan começa caminhar até Tômas, que confuso e despreocupado, ousa perguntar:

- Quem é essa garota?

Só então Erigan percebe que seu soberano, antes dito por Row, era nada menos do que Tômas; e que o cara com quem Mayra se encontrava também estava ali. Erigan tentou ao máximo não ir até o Rei, mas seu corpo se mexia sozinho! Ele não tinha escapatória se não fosse por Mayra.

Um dos magos que estava no local se aproximou da casa a qual ela havia sido arremessada para conferir o estado da garota, e relatou dali mesmo a situação.

- Ela está bem! Está se... – Antes que pudesse terminar sua fala, uma enorme mão luminescente se chocou contra seu rosto o lançando até o outro lado da rua.

Risos eram ouvidos e uma mão se apoiando na parede quebrada foi vista. Mayra se levantou e começou a caminhar. Sua mão derramava o pó feito da parede e seus passos deixavam rastros e fumaça por onde tocavam, sua respiração exalava vapor. Ambos os membros da realeza se chocaram com o que estavam vendo.


Notas Finais


Aguardem para o próximo capítulo e.e


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