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História Amianto - Desculpa


Escrita por: 2h1n3

Capítulo 1 - Desculpa


Estava frio,era uma das poucas ocasiões que o seu corpo ficava frio. Não se incomodava,sendo sincero,até que gostava bastante do frio e o seu sonho sempre fora ver neve e fazer o mesmo que aqueles filmes idiotas que os EUA os dava natalinos tipo fazer um boneco de neve,guerra de bolas de neve,dentre outros. Pena que isso nunca poderá se realizar.

Tirou o seu casaco preto que usava,quase nunca usa casacos por causa do clima quente que tinha mas naquele momento era o último que teria para experimentar coisas novas. O casaco foi o presente de sua filha, Amazônia como presente pelo seu aniversário no dia 7 de Setembro enquanto ele era mais novo.

Nunca mais poderia ver os seus filhos mas pelo menos deixou cartas para cada um,foi complicado fazer para todos mas valeu a pena,ver os seus filhos felizes vale a pena...mesmo que seja quando ele não esteja aqui.

—...um presente tão especial,não quero estragá-lo...—Aquilo era presente de sua filha,mesmo após tanta coisa ela ainda o amava,não poderia estragar algo tão especial vindo dela,não dela.

Colocou o casaco no chão e colocou os seus sapatos ao lado dele impedindo que ele voasse. Aqueles sapatos foram dados pelo seu filho Ceará com a ajuda de Minas Gerais,Ceará de primeira iria o dá um chapéu marrom mas Minas Gerais o convenceu a o dar um sapato da All Star verdes que eles viram na promoção e comprarão.

Tirou o seu relógio de ouro que o seu filho Rio de Janeiro tinha dado para ele antes de ser preso por roubo, tinha juntado dinheiro e colocou em sua gaveta o bastante para liberar RJ da prisão e com um pouco de dinheiro para que ele consiga pagar o possível aluguel que ele tinha.

Rio de Janeiro sempre fora uma dor de cabeça para si,sempre arrumando problemas na escola e com as outras crianças da vizinhança. Sabia que ele era alguém que não ficaria com a ficha totalmente limpa,talvez umas multas ali ou ali mas nunca imaginou ele sendo preso,pensar nisso o faz sentir uma enorme dor dentro de si. Talvez a culpa de ele ter sido assim tenha sido sua? O que ele errou para que o seu filho,o seu tão amado filho,tenha chegado naquele ponto?? Foi um pai–ou mãe como eles preferiam chamá-lo–tão ruim assim??

Lágrimas escorriam de seus olhos, não aguentava lembrar dos erros como pai/mãe que fez para que os seus filhos o odiassem. Sabia que as coisas estavam ruins,sabia que a sua política estava ruim,sabia que a sua floresta estava queimando,sabia que era um péssimo país e um péssimo pai/mãe,sabia e entendia isso como ninguém mas as palavras deles,o jeito como eles se distanciavam e como iam embora sem mais nem menos ainda doía em si.

Será que Portugal se sentia assim também quando tinha ido embora? Provavelmente não,ele parecia estar muito bem para alguém que tinha perdido o seu “filho”. Sendo sincero,não se surpreenderia se caso Portugal tivesse tacado o famoso foda-se para si quando ele foi embora,não que isso o incomodasse,Portugal tinha feito muitas merdas neld o fazendo ter diversos traumas e ainda tendo os seus bens materiais roubados.

—...se eu fui ruim,pelo menos tive a quem puxar....—Deu um riso triste no final da frase junto de um suspiro cansado,se continuassem assim é provavelmente de não ter mais tempo e alguém o achar ali.

Olhou para baixo,aquilo era enorme e não teria a menor chance de ele sair vivo. A sua maior pergunta naquele momento era saber a reação de seus filhos e amigos quando descobrissem o que ele irá fazer,acharão que foi fraco mas não os culpava,ele sabia que era fraco pela idiotice que estava prestes a fazer.

Eram as seis e cinquenta e cinco da tarde e todos já tinham saído de sua faculdade e ele teria mais vinte minutos até às faxineiras chegarem e limpassem tudo,tentou imaginar na reação delas quando vissem o seu corpo morto no chão,seria traumático e sentia pena delas mas já era tarde de mais,tudo já era tarde de mais.

Colocou seu pé esquerdo no parapeito e depois o direito,abriu os braços e fechou os olhos,o mundo ainda estava girando para diversos tipos de pessoa mas o seu estava prestes a acabar.

Um sorriso apareceu no rosto triste do garoto,aquilo sim seria algo memorável para todos.

Não,ele não pulou ou chorou,na verdade,aquilo parecia ser algo tão natural para si que até o assustava um pouco e por isso apenas se jogou com um sentimento leve de tranquilidade dentro de si. Tudo parecia estar indo em câmera lenta,nem escutou quando a porta que permitia acesso a sacada da faculdade foi aberta ou o grito de desespero o implorando para parar,naquele momento a única coisa que podia ouvia era o seu coração mas quando duas mãos o envolveram e o puxou para trás,ele pode finalmente ver e ouvir o que estava ao seu redor.

Pássaros cantavam e o sol se pondo dava uma bela visão para aquele lugar,era um momento de beleza misturado com tragédia.

—Está louco?!—Uma voz grossa e desesperada apareceu no ambiente,aquela voz era a qual ele nunca poderia esquecer mesmo que tentasse–ele tentou—Você noção do que aconteceria se caso tivesse pulado?! Tem noção do quanto isso machucaria a todos?! A mim?!

—…Portugal…—Não conseguia formar uma frase direito,ainda estava em choque pela situação em que se encontrava.

Portugal o abraçou de forma firme,parecia ter medo do que aconteceria se o soltasse. Seu filho tinha quase se matado na sua frente e isso era uma coisa que todos os pais temiam,mesmo que esse “pai” nem seja mais um para ele.

Aquilo estava o fazendo ter uma sensação de medo por causa de seus traumas,choque por aquilo estar sendo tão rápido e conforto por causa do abraço,eram sentimentos confusos que só serviam para deixar o garoto em uma enorme crise mental.

—Por favor…—Brasil sentia alguma coisa escorrendo pelas suas costas—…não faz isso,seus amigos precisam de você,seus filhos precisam de você.…eu preciso de você.

Não…não precisam—Afundou seu rosto no peito de seu pai sentindo o cheiro amanteigado misturado com café que o mais velho tinha—Se eles precisassem,tentariam me conhecer e não colocar rótulos idiotas em mim,se meus filhos precisassem de mim,eles não estaria tentando ir embora a cada segundo que passa e se você realmente precisasse de mim…não teria me traumatizado por anos...

Portugal o abraçou mais forte,aquele era um dos poucos momentos em que ele tinha alguma coisa além de obediência,medo e incomodado quando estava perto de Portugal. Pela primeira vez depois de 520 anos ele sentia um sentimento de proteção perto dele,era patético. Patético como estava sendo tão fraco ao ponto de se entregar a pessoa que a única coisa que o trouxe foi dor,solidão e problemas psicológicos.

—…eu sei que–que tudo o que eu te fiz foi ruim mas eu não posso te deixar ir não assim…não agora..—Sua voz estava falhando,ele estava chorando—Você é meu filho e não a nada que eu não faça para proteger você!

Se alguém perguntasse para Brasil como ele e sentia provavelmente responderia algo como cansaço ou sede pois essas eram as únicas coisas que sentia. Não estava com raiva,pelo contrário,ele estava era com um enorme vazio estivesse pairando sobre seu peito e isso era agonizante!

Portugal tentava entender o quê se passava na mente daquele garoto recém descoberto suicida e–obviamente–depressivo. Portugal sabia e tinha a noção dos traumas que fez o garoto passar e que a culpa era somente sua por iss. Sempre fora um péssimo pai,isso não era segredo,mas o jeito que tratará Brasil era uma das coisas que ele se arrependia até hoje e arrependimento não seria o bastante para reparar o que fez,nada seiria o bastante para reparar o que ele fez.

—Palavras bonitas não apagam o que você fez—Brasil disse de forma firme—Eu não sei nem o porquê de você estar aqui,por que impediu isso?

—Eu não quero perder você!—Portugal disse se levantando também ficando de frente para Brasil que no momento estava começando a se irritar—Eu sou o seu pai,meu trabalho é cuidar de você

—Cuidar de mim?! Há! Conta outra cara!—Um sentimento de irritação apareceu dentro de si—Você machucava todas as pessoas que estavam comigo pelo o que?! Pelo fato delas serem diferentes de você! Elas sim cuidavam de mim!

—Ei,eu só tava fazendo o que deveria fazer!—Respondeu Portugal—Era algo comum na época,eu não sabia que isso machucaria você!

—Ah,por favor!—Brasil ficou a alguns passos de distância de Portugal—Você sabia muito bem como eu estava sentido porque naquela época eu era idiota o bastante para te pedir para parar e você parava? Não! Você tem a noção de como é ouvir os indígenas,os meus amigos e pessoas que eu considerava como irmãos,gritando de dor implorando para que parasse e você não fazer absolutamente nada a respeito?!?

—Eu só estava fazendo o que me diziam ser o certo! A culpa não é totalmente minha se eu não sabia que poderia ser diferente!—Uma pequena veia pulsou da testa de Portugal—Eu só estava fazendo o que pensava ser o melhor para você!

—Admita que a única coisa que você queria era me ver morto com o meu ouro em suas mãos!—Aquilo pegou Portugal de surpresa—Desculpa te decepcionar,“papai”,mas eu não tenho nada a oferecer a você além de desgosto!—Lagrímas escorriam dos olhos de Brasil—Tudo era tão mais feliz antes daquilo acontecer,eu era mais feliz antes daquilo acontecer!! Pensei que você pudesse me ajudar a melhorar as coisas mas você só fez piorar!

Portugal não conseguia falar nada,aquilo tinha o pego de surpresa e com certeza não estava preparado para ouvir uma coisa dessas.

—Na verdade você foi útil para uma coisa para mim sim! Por sua causa eu pude finalmente perceber uma coisa muito importante das pessoas ao meu redor!—Lagrímas grossas escorriam de seus olhos naquele momento—Todos são bem legais até perceberem que você não tem nada para oferecer além de decepção!

—Brasil….

—Não!! Eu ainda não acabei!!—Brasil estava se controlando muito para não soluçar enquanto falava—Meus próprios filhos me odeiam pelo fato das coisas que acontecem aqui e com razão porque se até eu me odeio porque eles não me odiariam de volta?!

—Brasil,eles não te odeiam…

—Claro que não! Nem ficam falando sobre o quão ruim eu sou ou dizendo sobre como gostariam de ser de outro país como os EUA por exemplo! E isso não te faz lembrar de algo?! Exato! Isso faz lembrar da época em que eu ainda era considerado como seu filho!!—A sua voz engrossou e ficou cada vez mais alta—Então não venha querer me dar dicas sobre crianças porque você não tem porra nenhuma pra me ensinar a como se cria um filho!!!—Ele se acalmou enquanto olhava pro chão,sua mente gritava dizendo para parar de dizer coisas desse tipo para Portugal pós afinal “ele não se importa” mas mesmo com todos os gritos,mesmo com toda a sua mente gritando para que ele parasse,ele não conseguia—Por que eles não gostam de mim?

Não se conteve e caiu de joelhos enquanto chorava lágrimas grossas e tentava o máximo que podia para não soluçar alto,não precisava de mais alguém o perguntando sobre o porquê de estar chorando na sacada,não queria e não precisava de alguém o perguntando sobre o seu suicídio falho.

—Por que tudo o que eu faço nunca se torna o bastante para eles?—Disse dentre seus soluços—Por que eu não consigo agradar eles?

Pensava que Portugal iria o contrária dizendo coisas genéricas sobre o quão bom ele é e,se tivesse sorte,ele poderia ir embora e o deixar terminar o que tinha que fazer mas ele não esperava que dois enormes braços o envolvesse e voltassem a o abraçar só que mais delicado e calmo do que desesperado e forte como era o primeiro.

Os corações de ambos batiam forte,um por arrependimento e o outro por pura tristeza,eles precisavam e queriam aquilo. Se dissessem para Brasil que Portugal se importa sim com o garoto,ele iria rir e fazer uma piada sobre isso mas naquele momento ele já não tinha certeza sobre a sua resposta. Ele estava apenas sendo gentil e sensível ou estava realmente preocupado com o bem estar de seu “filho"? Isso era algo que Brasil não sabia como responder.

—Eu sei que você está triste,desesperado ou até mesmo com medo por causa da sua vida mas fazer isso não ajudaria em nada—Portugal disse ainda abraçando o garoto—Como seus filhos se sentiriam se o vissem fazer isso? Eles se sentiriam culpados pelo fato de não terem passado mais tempo com você e só os deixaria infelizes,se você quer que eles se importem e amem você,faça isso agora!

Mesmo em choque,Brasil retribuiu o abraço e colocou sua cabeça no ombro de Portugal enquanto chorava de forma desesperada como uma criança que perdeu seu brinquedo favorito ou a família em algum acidente clichê de carro.

—Eu sei que você não esperava ouvir isso de mim e eu sei que você tem medo de mim pelo o que te fiz naquela época mas…por favor...me deixa te ajudar—Estava sendo sincero,seu arrependimento batia forte no peito quando via Brasil se afastar ou se esforçar para não o encarar nos olhos por causa de seus traumas do passado.

Desculpa….de verdade desculpa…—Dizia em meio ao choro. Não,ele não dizia isso para Portugal mas para alguém que só ele sabia quem ou o quê era mas isso estava tudo bem,contanto que esteja seguro não tinha nada para o que Portugal se preocupar


Notas Finais


Sim,eu sei que não é a melhor coisa escrita mas o importante é tentar correto?
Eu espero que tenham gostado e por favor,comente e favorite a história,isso me motiva (muito) para continuar.

Obrigada pela sua atenção e tenha um bom dia.


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