História Amizade colorida - Capítulo 18

Pov Lauren

A voz doce de Camila ainda ecoava na minha cabeça quando percebi que estava demorando demais pra responder. Ela me olhava lá de cima com um sorriso apreensivo pela demora. Enchi o peito de ar e gritei a plenos pulmões
- SIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM, TUDO QUE EU MAIS QUERO É NAMORAR VOCÊ, MEU AMOR!
Camila desceu do pequeno palco e veio correndo em minha direção se jogando em meus braços. Apertei sua cintura e colei nossos lábios, sua língua pediu passagem e eu cedi. Nosso beijo era intenso e cheio de desejo. Só nos separamos quando as meninas ( lê-se Ally, Dinah e Normani) nos apertaram em um longo abraço grupal. 
- Felicidades, pombinhas! - Ally disse toda meiga
- Vocês são lindas e Camila, que declaração foi aquela? Quase chorei. - Normani completou.
- É, mas agora você não pode mais ficar se esfregando nas suas amiguinhas vadias, viu Jauregui?- Dinah falou caindo na gargalhada. 
Olhei pra Camila que fuzilava a amiga com o olhar e fiquei sem entender, Dinah continuou falando entre gargalhadas.
- A Camila estava a ponto de matar essa tal Verônica porque ela passou a noite inteira dando em cima de você e ainda ficou te encoxando, hahaha.
Camila bufou de raiva e ia saindo quando eu a puxei pela cintura colando nossos corpos.
- Isso é verdade, Camz? - perguntei bem próximo de sua orelha.
- Talvez. - respondeu fazendo biquinho
- E por que não me disse nada?
- Porque a gente ia acabar brigando… e eu não queria. 
- Desculpa, Camz. Eu nem me toquei que ela estivesse dando em cima de mim tão descaradamente. E agora ela sabe que eu tenho uma namorada PERFEITA e ela não chega nem aos seus pés.
- Adorei ouvir você me chamando assim, fala de novo? - ela riu travessa
- NA-MO-RA-DA, linda, perfeita, gostosa, safada- falei mordendo o lóbulo da orelha dela- minha NA-MO-RA-DA! - falei a última palavra gritando
- Para de escândalo, Lolo. 
- Todo mundo precisa saber.  EI, EU TENHO UMA NAMORADA PERFEITA. - gritei novamente e dessa vez Camila me calou com um beijo cheio de desejo.  
 

( Dois dias depois - domingo)
Acordei com Camila mordendo meu ombro e rindo travessa. Eu estava nua, deitada de bruços com o lençol cobrindo apenas da cintura pra baixo. 
- Bom dia, amor. - falei arrastado e com os olhos ainda fechados
- Bom dia, Lolo, como você é dorminhoca. Achei que não ia acordar hoje. - falou deitando sobre as minhas costas e beijando minha bochecha.- tá lembrada almoço de hoje, né?
- Nossa, é verdade, Camz. Por que não me acordou mais cedo?
- Eu bem que tentei, suas costas estão inteiras marcadas pelas minhas mordidas e você não dava nem sinal. - Riu deliciosamente.
Nos levantamos e fomos pro banheiro tomar banho juntas. Depois de trinta ou quarenta minutos cheios de carinhos e mãos bobas saímos e nos trocamos. Fomos pra cozinha decidir o que iríamos cozinhar, já passava das onze e às 13 o pai de Camila chegaria. Decidimos que eu faria uma massa e ela prepararia os acompanhamentos. Junto de Camila qualquer momento se tornava extremamente gostoso e divertido.  Às vezes ela se atrapalhava um pouco mas na maioria do tempo ela fazia tudo com muito capricho. Eu sabia o quanto esse almoço era importante pra ela, apesar da apreensão, de não saber o que sei pai queria conversar, ela precisava desse momento e acima de tudo, precisava de algumas explicações.
Pontualmente às 13 a campainha tocou e eu fui atender, deixando Camila na cozinha terminando de arrumar algumas coisas.
- Olá, senhor Cabello, entre. - sorri o mais simpática que consegui.
- Lauren, você está cada dia mais bonita! E por favor, sem formalidades, me chame de Alejandro. 
- Está bém, Alejandro. Fique à vontade, Camila está na cozinha. 
Andei ao seu lado indicando a entrada da cozinha e pude ver uma das cenas mais lindas de toda minha vida, Camila se jogando nos braços do pai e ele levantando-a e rodando seu pequeno corpo no ar como se ela ainda fosse uma criança. 
- Senti sua falta, papa. - Camila disse ainda pendurada em seu pescoço.
- Eu também, minha filha, eu também. 
Depois de se abraçarem muito resolvemos almoçar. Me sentei ao lado de Camila e Alejandro a nossa frente, ela entrelaçou nossos dedos sobre a mesa e eu sorri percebendo que ela não se envergonhava de mim. Os primeiros minutos foram silenciosos, mas logo Alejandro se manifestou. 
- Minha filha, me perdoe, mas tenho certeza de que essa massa não foi feita por você. Está deliciosa! - disse dando um sorriso e Camila fingiu ficar magoada.
- Tem razão, papa. Foi a Lolo que fez, ela é mais jeitosa pra esse tipo de coisa. - disse acariciando a minha mão com o polegar e beijando minha bochecha.
- Mas, afinal, vocês estão namorando? - Ele mudou o assunto drásticamente e eu gelei no mesmo momento.
- Sim, papa, estamos. Foi por isso que minha mãe me expulsou de casa. - Ela respondeu com um tom de mágoa e dor na voz, na tentativa de consolá-la beijei sua mão que ainda segurava a minha.  
 - Ah, filha. Sua mãe é uma louca. Ela não poderia ter feito isso. - ele disse cabisbaixo como num pedido de desculpas.
- Papa, eu preciso saber. Por que você está indo embora? Por que vão se separar? 
Acabei interrompendo:
- Se quiserem que eu vá até o quarto para poderem conversar mais à vontade. 
- Não, por favor, fica. - Camila sussurrou
- De forma alguma, Lauren. Você é minha nora, também merece saber a verdade.
- Camila, meu relacionamento com a sua mãe estava muito frio, distante. - ela concordou com a cabeça - Fizemos essa viagem como uma segunda lua de mel, eu realmente queria salvar essa relação. Mas lá sua mãe me contou que está grávida.
- E  VOCÊ A VAI ABANDONAR PORQUE ELA ESTÁ GRÁVIDA? QUE TIPO DE HOMEM VOCÊ É? VAI ABANDONAR A MULHER E UM FILHO QUE AINDA NEM NASCEU? - Camila gritou furiosa 
- Camila, se acalme, você não entendeu. Eu não posso mais ter filhos, um ano depois que você nasceu eu fiz uma vasectomia. Eu sou estéril. Sua mãe está grávida de outro homem, ela tem um amante!