História Amizades Coloridas 2 - Pânico no Lago. - O Dia que Virou Noite.

Pov. Mikhael Linnyker (Mike)

Neox: Você tem certeza de que viu o Aruan vindo para cá?! – Gabriel pergunta para mim, enquanto adentrávamos mais ainda a floresta.

Mike: Tenho sim... – Digo nos guiando. – Eu juro que vi ele vindo para cá. Ok, foi de relance, nós estávamos dando a volta na casa, mas eu juro que o vi. Tenho certeza. Aruan! – Eu grito.

Neox: Aruan! Cadê você?! – Gabriel me ajuda. – Por que ele viria para cá?!

Mike: Aruan! – Eu grito mais uma vez. – Não faço a mínima ideia. Talvez ficar sozinho?!

Neox: Aruan! Apareça cara! – Neox grita com mais força. – Isso é idiotice! Estamos correndo um grande risco aqui fora. Ainda mais Aruan, que não tem ninguém com ele.

Mike: Você acha que Rezende iria tentar alguma coisa à luz do dia?! Ele não seria tão idiota... Se bem... Que nós estamos bem longe da casa. Ninguém iria nos ouvir.

Neox: Pode por favor parar de falar isso! – Ele diz com anseio. – Não quero nem mais pensar na hipótese de que ele nos esteja observando agora mesmo. – Neox olha ao redor, como se procurasse por Pedro, escondido entre as árvores.

???: Mas afinal... O que vocês estão fazendo aqui?! – Nós nos viramos, dando de cara com Aruan.

Neox: Mas que merda Aruan! Nós estamos te procurando a mó tempão! Você tem merda na cabeça?! – Ele diz, se recuperando do susto. – E o que você pensa estar fazendo aqui?! Já se esqueceu que duas pessoas morreram na noite passada?!

Mike: É melhor nós voltarmos para casa. Vai escurecer em poucas horas e eu não quero estar do lado de fora quando isso acontecer.

Aruan: Que seja. Já cansei de esperar mesmo.

Neox: Esperar por quem?! Quem pediria para você vir para o meio da floresta... Sabendo que tem a merda de um assassino a solta por ai?!

Aruan: Ninguém em especial... Vamos?! – Ele diz já indo em direção a casa do lago.

_____----- Quebra de Tempo -----_____

Foi de repente. O céu, que antes estava completamente azul, acabou sendo preenchido por nuvens cinzas. Eram apenas quatro e trinta e sete da tarde e mesmo assim, parecia já ser noite. De tempos em tempos haviam lampejos de relâmpagos, seguidos por fortes trovões, que faziam o chão tremer. Tudo o que eu queria era voltar para a casa do lago e ficar ao lado do meu paczinho.

 Estávamos quase, mas ainda não lá. E depois de mais alguns minutos, já era possível ver a parte de trás da casa. Faltavam algumas dezenas de metros, mas ao menos já estávamos chegando. Entretanto, em um certo ponto, pensei ter ouvido algo se mexendo nos arbustos ao meu lado.

Mike: Gente! – Eu digo, fazendo com que Aruan e Neox, que estavam à minha frente, parassem de andar.

Neox: O que foi?!

Mike: Eu... Eu acho que ouvi alguma coisa nos arbustos.

Aruan: Deve ser apenas um esquilo ou coisa do tipo.

Mike: Certeza?! É que... Não sei.

Aruan: Affs... Olha só... – Aruan caminha em minha direção. – Foi este arbusto que você viu se mexer? – Ele aponta para um ao lado de uma das árvores. E eu faço que sim com a cabeça. – Está bem... - Ele dá a volta na árvore. – Acho que você tinha razão em ficar preocupado... – Neox e eu ficamos sérios.

Neox: O que você achou Aruan?! – Ele diz com a vos trêmula e chegando ao lado de Aruan.

Aruan: Uma tartaruga. Kkkkk. – Ele ri.

Mike: Isso não tem graça cara. Eu realmente achei que...

Aruan: O que?! Que o Rezende estivesse se escondendo em um simples arbusto como este?! Seria idiotice. Agora... Vamos logo. – Ele toma a frente, sendo seguido por Neox, fazendo com que eu fosse o último da fila outra vez.

            Vou para trás do arbusto. Vejo aquela simples e pequena tartaruga. Acho que eu poça estar começando a ficar paranoico. Onde eu estava com a cabeça?! Esse arbusto nem é tão grande assim para alguém como o Rezende poder se esconder atrás dele. Talvez uma criança. Mas um adulto?! Jamais.

            Ao perceber que Aruan e Neox estavam começando a se afastar, saio de trás do arbusto e volto a segui-los. Acabei aumentando um pouco a velocidade dos meus paços, para não acabar ficando para trás.

            Chegando a estar quase dez metros de distância dos dois, alguém sai de trás de uma das árvores ao meu lado. Sem nem mesmo eu ter tido chance de revidar, a figura vestida de tudo preto, usando uma máscara do “Pânico”, ficou frente a frente comigo. Nada fale. Senti uma dor em meu flanco esquerdo que de alguma forma, impediu que qualquer som saísse da minha boca. Só então percebi, que a figura de preto retirava a lâmina de sua faca de dentro de mim. Fico encarando aquela máscara apavorante. A pessoa então se afastou e voltou para a mata, sumindo de minha vista.

            Coloco uma de minhas mãos no lugar por onde o meu sangue escorria. Caio de joelhos no chão. Vejo Neox e Aruan vindo em minha direção correndo. Conforme o tempo se passava e os dois se aproximavam, minha visão foi ficando cada vez mais turva. Eu então caio para trás, ficando estirado no chão. Contudo, antes que eu finalmente chegasse ao desmaio, pude ver Aruan e Neox ficando ao meu lado. Não consegui distinguir quem era quem, mas sabia que eram eles.

            Um forte raio fez com que o céu e a terra fossem clareados. Mas isso durou poucos segundos. Em seguida, veio um forte trovão, fazendo com que o chão tremesse perante a sua força. Só então, comecei a sentir gotas de água se chocarem contra o meu corpo, começara a chover. O tempo pareceu desacelerar e então... Apaguei.

Pov. Tarik Pacagnan (Pac)

???: Abram a porta! Ouço alguém dizer de fora da casa.

            Rafael, Victor e eu, fomos até a cozinha. Eagle abriu a porta dos fundos. Quase que ao mesmo tempo, um raio, seguido por um trovão, se formou no céu, iluminando Aruan e Neox, que traziam apoiado nos mesmo...

Pac: Mike! – Eu corro até eles, que estavam inteiramente ensopados por causa da água da chuva. – O que foi que aconteceu?! – Digo nervoso, mas dando espaço para que eles pudessem entrar.

Aruan: Ele foi esfaqueado na barriga. Foi quando voltávamos para cá.

Eagle: Coloquem ele na sala! Rápido! – Eu fico paralisado.

Cellbit: Pac! – Rafael vem ao meu lado. – Pac! Vamos! – Vejo Aruan e Neox deitarem Mike no sofá da sala. – Escuta... Precisamos que você nos ajude ok?! – Cellbit fecha e logo em seguida tranca a porta com a chave que já estava na maçaneta.

Pac: Mike... O Mike... – Começo a chorar. – Eu não quero que ele morra Rafa! – Eu o abraço e ele retribuiu o gesto.

Cellbit: Ele não vai morrer ok?! – Ele diz tentando me tranquilizar.

Pac: Não sei o que vou fazer se perde-lo. – digo entre as lágrimas e soluços.

Cellbit: Me escuta! – Ele toma distancia, mas mantendo as suas mãos em meus ombros. – Você não vai perde-lo! Vamos chamar uma ambulância para leva-lo para o hospital. Eles saberão o que fazer.

Eagle: Aruan! Pegue toalhas limpas no banheiro. Rápido! Neox... Chame os policiais que estão no carro aqui em frente de casa. – Ouço Victor dizer da sala.

Cellbit: Vamos... Me ajuda a trancar a casa. Precisamos fazer de tudo para impedir que isso aconteça com mais alguém aqui de dentro. – Eu fico sem dizer nada, apenas olhando para o vazio. – Tarik! Vamos! Você precisa ser forte! Ainda podemos estar correndo perigo!

Pac: Está... Está bem... – Digo enxugando as lágrimas com as mangas da minha camisa.

Cellbit: Certo. Você fica com essa parte da casa. Vou trancar as janelas do segundo andar. Pedro não pode entrar nesta casa...

            Começo a trancar as janelas da cozinha. Em seguida, fecho as cortinas. Depois, vou para a sala, onde Victor usava as suas próprias mãos para tentar bloquear o sangramento de Mike, mas não estava funcionando muito bem. Vou para as janelas e as tranquei uma por uma, fechando as suas cortinas logo em seguida. Mas, na última delas, que ficava ao lado da porta da frente da casa, vejo Neox correndo rápido em direção à casa.

            Gabriel entra, ainda todo molhado e com cara de cansaço. Rapidamente ele fechou e logo em seguida trancou a porta da frente, impedindo que qualquer um fosse capaz de entrar por ali. Quando os nossos olhos se encontraram, eu soube na hora que algo havia acontecido. Estava bem explicito em seu rosto.

Pac: O que foi?! – Pergunto ainda mais preocupado.

Aruan: Peguei as toalhas! – Aruan diz descendo as escadas com rapidez.

Eagle: Rápido! Me dê elas! – Aruan as estregou de imediato para Victor, que às usou para bloquear o sangramento, desta vez de uma maneira mais eficaz.

Cellbit: Eu tranquei todas as janelas do segundo andar. Como estão as coisas aqui?! Já chamaram a ambulância?!

Neox: Pessoal... – Gabriel vai até o centro da sala. – Temos um outro problema...

Continua...