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História Amor à Primeira Vista - Hospital


Escrita por: AkiraSugahara

Notas do Autor


Olha quem está aqui menos de uma semana depois de postar um capítulo? É um milagre, eu sei. E ainda é o terceiro do mês.
Mas eu amei escrever esse cap (tanto que ele ficou maior e acabei decidindo passar algumas coisas pra o próximo). Acho que deu uma mudada no tom da hist.
E temos POV de Osamu!!

Capítulo 8 - Hospital


Querendo ou não, Osamu era a pessoa que mais conhecia Atsumu no mundo inteiro. Desde antes de nascer, eles eram grudados e até hoje passavam a maior parte do tempo juntos, então era impossível não notar qualquer mudança no seu irmão. Era por essa razão que o gêmeo mais novo estava desconfiado de como o outro estava agindo recentemente, sempre sorrindo agora e até mesmo ajudando os colegas de time. 

Mas mesmo curioso sobre porque Atsumu estava diferente, não passou pela cabeça de Osamu conversar sobre isso. Eles nunca conversaram diretamente sobre coisas assim. Nem mesmo quando o loiro o avisou que iria dormir fora e ele teve certeza que algo estava acontecendo. Atsumu quase nunca passava a noite na casa de ninguém. Osamu assumiu que fosse com Kita, já que os dois idiotas eram melhores amigos — uma amizade bem diferente da que o outro gêmeo tinha com Suna e Aran, mas forte do mesmo jeito — contudo ainda assim era algo incomum. 

Deixando todas essas reflexões de lado, Osamu estava aproveitando a paz e o silêncio da casa sem o irmão quando recebeu a notícia de que a mãe estava no hospital, por um telefonema. Aparentemente, ela sofrera um acidente de carro e estava desacordada agora, mas não estava sob risco iminente. Não conseguiram contato com o pai dele, por isso ligaram para ele.

Na mesma hora, Osamu saiu do sofá e pegou a chave de casa, enquanto digitava o endereço do hospital no Uber. Estava preocupado e precisava saber se ela estava bem. 

Pensando no que poderia fazer para ajudá-la foi que decidiu avisar logo para Sumu. Pela primeira vez na vida, seu irmão atendeu no primeiro toque e ele agradeceu pelo pequeno milagre. 

— Sumu, mamãe está no hospital — falou de uma vez, achando melhor ir sem rodeios. — Ela sofreu um acidente de carro. Mas parece que não foi tão grave, porque ela não tá em perigo agora. Só que ela tá desacordada. To indo pra lá agora. Vou mandar o endereço para você. OK?

— Tá, ok — seu gêmeo respondeu simplesmente, antes de encerrar a ligação.

O caminho do hospital foi um borrão e a preocupação era tão grande que ele mal percebia o que estava fazendo. No que pareceu instantes já estava de frente ao quarto no qual sua mãe estava internada. 

Osamu quase suspirou de alívio ao ver que a mãe parecia bem. Estava tão preocupado. 

Pouco depois, passou um médico, perguntando se ele era da família. Osamu confirmou que era o filho e ele então explicou o quadro dela. Ela estava em coma, mas era uma situação estável. Infelizmente, eles ainda estavam fazendo exames e não sabiam quando ela iria acordar.

Osamu sentiu o coração apertar ao saber que ela estava em coma, sabendo o quando ela iria odiar perder qualquer dia. Ela odiava ficar para trás em qualquer coisa, um traço que Atsumu tinha herdado. 

O menino ficou observando a mãe em silêncio. Os minutos pareceram se arrastar enquanto nada mudava. Começou a ficar agoniado e se levantou para pegar uma água, mas assim que voltou o sentimento persistiu. 

Quase suspirou de alívio quando recebeu uma mensagem de Atsumu dizendo que estava dentro do hospital já. Ele mandou o número do quarto e aproveitou a desculpa para sair do cômodo, o esperando no corredor, perto da porta.

Então seu irmão apareceu. Ao contrário do que Sumu esperava, ele não estava sozinho. Também não era acompanhado por Kita. Não, estava longe demais para Sumu ver quem realmente era, mas havia uma criança, um garoto e uma mulher ao seu redor, todos ruivos. A visão foi tão esquisita que até tirou Osamu do seu estupor. Quem eram aqueles? Desde quando Sumu conhecia eles? 

Mesmo quando eles se aproximaram e Osamu reconheceu o rosto do ruivo como o central incrível da Karasuno, suas dúvidas permaneceram. O que diabos Hinata Shouyou estava fazendo do lado do seu irmão?

— Cadê ela?

— Lá dentro — Osamu respondeu simplesmente.

Atsumu saiu sem dizer mais nada, entrando no quarto com pressa. Estava claro que ele estava preocupado, mas era compreensível. 

Osamu então encarou a família Hinata - porque era óbvio que eles eram parentes - sem entender o que eles estavam fazendo ali. A mulher e a garota permaneceram distantes de onde Osamu estava, porém, Shouyou aproximou-se dele.

— Oi, Osamu, você está bem? — perguntou Hinata preocupado.

— O que você está fazendo aqui?

— Vim com seu irmão. Ele estava lá em casa quando soube — falou como se isso explicasse tudo. 

Mas, não, não explicava. Osamu tinha certeza que Hinata e Atsumu não se falavam até o campeonato, apesar dele lembrar claramente como o menor tinha captado o interesse do seu irmão instantaneamente. Por que ele estava na casa do jogador de Karasuno?

Porém, naquele momento, o garoto tinha mais coisa para se preocupar do que isso. Então simplesmente aproveitou a companhia dos Hinata, esperando o irmão sair do quarto.

xxx

Atsumu encarou o rosto da mãe. Apesar de tudo, ela parecia bem. Calma, até. Seus olhos permaneciam fechados enquanto o peito deitava e subia e dava a impressão que ela estava só dormindo tranquilamente.

Ainda assim, era um completo contraste da visão que ele tinha da sua mãe. Miya Fumiko era uma pessoa cheia de energia. Na verdade, seus pensamentos eram tão rápidos que a maioria das pessoas não conseguia acompanhar. Ela estava sempre se lançando em um projeto ou outro, tendo uma carreira incrivelmente bem sucedida como pintora e atriz. 

Era inquietante vê-la tão parada. Atsumu nem lembrava qual havia sido a última vez que a vira dormindo, muito menos de um jeito tão calmo assim. Porém, estava grato que ela não havia tido nenhum grande ferimento, pelo menos, visível. 

— Ei, mãe — falou incerto. Não tinha ideia do que fazer. — Acorde logo, ok?

Ficou lá parado, sem pensar em absolutamente nada por um bom tempo. Somente se distraiu com o barulho da porta sendo aberta e se virou, vendo que Shouyou adentrava incertamente no quarto.

— Ei, como você está? — perguntou gentilmente.

— Eu… 

Atsumu não conseguiu dizer mais nada, sem conseguir colocar seus pensamentos em ordem. Contudo, não foi preciso. Shouyou pareceu recobrar sua confiança e se aproximou dele, o abraçando fortemente. 

— Tá tudo bem — o menor prometeu. 

Acalmado pelas palavras, o loiro o abraçou de volta, relaxando o corpo contra o dele. Shouyou era confortável.

— Você não está sozinho — falou Shouyou depois de um tempo. — Estou aqui.

Atsumu sabia que não estava. Osamu estava ali também e claro que estava mal com a situação da mãe, mas ainda assim ouvir essas palavras o tocou. Estava tão acostumado a contar só com o irmão, que era surpreendente ouvir que outra pessoa estava se oferecendo para ajudá-lo. E ele acreditava em Shouyou. Como poderia não? Shouyou era um poço de gentileza e felicidade, sempre irradiando energia positiva. Naquele momento, o levantador teve certeza que qualquer coisa que o ruivo falasse, ele acreditaria. Era uma constatação avassaladora, porém que não o incomodou nem um pouco. 

— Obrigado, eu nunca vou te deixar sozinho também — prometeu.

Atsumu poderia dizer que essa certeza vinha do fato que eles eram almas gêmeas, mesmo que antes da descoberta já tivesse planejado um futuro que o envolvesse, ao prometer que levantaria para ele. Talvez fosse, talvez não. Só sabia que a cada dia que passava com Shouyou, mais queria conhecê-lo, mais queria ficar perto dele. Cada momento era especial e sempre cheio de diversão. Mesmo agora, em situação tão terrível, a mera presença dele lá o tranquilizava.

Eles ficaram ali, abraçados no meio do quarto do hospital, por mais um tempo. Atsumu delicadamente se afastou de Hinata. Ainda tinha que falar com o irmão e ver como ele estava.

— Vou ver Samu — anunciou. 

— OK. Quer que eu vá?

— Não. Você pode ficar com ela?

O mais velho sabia que era besteira, porque a mãe nem estava acordada, mas a ideia de deixá-la sozinha no hospital o incomodava. Felizmente, Shouyou não discordou, somente acenou concordando e Sumu o lançou um olhar grato.

Atsumu não demorou para ver o irmão, sentado em um dos bancos. A mãe de Hinata tinha o braço sob seus ombros e Natsu parecia estar contando algo para ele, que sorria levemente. A visão fez Atsumu parar. Seu irmão estava melhor do que ele esperava.

— Oi — ele cumprimentou.

— Sumu, seu idiota, eu fiquei preocupado com o quanto você demorou a chegar— seu irmão respondeu. — Podia ter me avisado que estava longe.

Atsumu sentiu o impulso de revirar os olhos. É sério que era disso que ele queria falar agora?

— Tanto faz. Ela vai ficar bem, certo?

— Claro que vai. Já já, ela acorda e vai estar cheia de ideia de novo. Você vai ver. 

— Não se preocupe, amor. Vai ficar tudo bem — a mãe de Hinata comentou, sorrindo docemente. — Vou ficar aqui até o pai de vocês chegar.

Parecia que a bondade era um traço comum da família Hinata. 

Atsumu sentiu uma imensa gratidão. Era verdade que estavam acostumados a se virarem a sós, mas tinha algo intimidante sobre estar no hospital. A doença e tristeza espalhadas pelo lugar inteiro.

— Não precisa — negou, apenas por educação. 

— Que besteira. Natsu está se divertindo contando histórias para Osamu, não?

— Sim! — a garotinha contou a ele empolgada.

Simples assim, elas ficaram, ajudando a distrair os dois Miya.

xxx

Quase três horas depois, pouca coisa havia mudado. De vez em quando, um médico ou enfermeiro passava para conferir a saúde da mãe. Não houve mudanças no seu quadro, mas aquilo era um bom sinal, aparentemente.

Miya Kira finalmente apareceu, ainda usando o terno de trabalho, com uma expressão aflita. Ele já tinha sido informado por Osamu sobre os Hinata e não pareceu se importar muito com eles, dando um aceno curto de reconhecimento antes de entrar no quarto.

Osamu e Atsumu trocaram olhares, debatendo se deveriam seguir o pai ou deixá-lo ter um momento a sós com a mãe. No fim, decidiram entrar no quarto. 

— Vamos ver como ela tá — falou Atsumu.

— Vai lá — disse Shouyou.

Os gêmeos então se reuniram com o pai, observando em silêncio enquanto ele encarava a mãe. Sua expressão parecia um pouco triste.

— Oi, meninos — o pai falou finalmente, virando-se para eles, como se tivesse lembrado agora dos filhos. — Vocês estão bem?

— Sim. Ela vai ficar bem, pai — falou Osamu.

— Com certeza — ele concordou.

xxx

Um tempo depois, Miya Kira se recompôs o suficiente para sair do quarto e ir agradecer aos Hinata pelo apoio. Eles agiram como se não fosse nada e pediram para Atsumu dar notícia da mãe dele quando pudesse.

Atsumu se despediu de Natsu e da mãe de Hinata, mas olhou para Shouyou e não conseguiu. Ele queria continuar perto do menino, sabendo mais do que nunca que sua presença o acalmaria. 

— Na verdade, Shouyou pode ficar? Ele pode ficar lá em casa — falou impulsivamente. Era egoísta, mas Atsumu nunca fingiu não ser.

Osamu e Kira trocaram olhares, surpresos com o pedido dele. Atsumu nunca fora de buscar apoio, sempre preferindo ficar sozinho do que ter que lidar com outras pessoas.

Se Shouyou ficou surpreso, ele não deixou transparecer. Apenas olhou de forma suplicante para a mãe. 

— Mãe, eu posso?

— Eu não sei — disse hesitante, olhando para Kira. 

— Por mim, não tem problema — falou Kira.

— Tudo bem, amor. Você pode. Mas se cuide e qualquer coisa me ligue, OK? Amanhã, eu venho te buscar.

— Obrigado! — ele abraçou a mãe. 

Natsu aproximou-se e despediu-se do irmão. Ela não pareceu ficar triste, como Atsumu esperava. 

Logo depois as mulheres Hinata tinham ido embora, voltando para casa, deixando apenas Atsumu, Osamu, Kira e Shouyou. 

xxx

Uma hora depois, Kira comunicou que ia levar eles para casa e que iria voltar depois para fazer companhia a Fumiko. 

Atsumu não iria admitir isso em voz alta, mas estava grato. Realmente odiava hospitais e estava cansado e com fome. Se Shouyou não estivesse o distraindo, provavelmente estaria num humor horrível. A presença dele ali realmente o acalmava, como suspeitara.

Osamu também parecia grato por o ruivo estar ali, entrando na conversa quando sentia vontade. De vez em quando, ele mandava um olhar estranho para os outros dois e Atsumu sabia o que ele estava pensando — ele ainda teria que explicar o que estava fazendo com Shouyou. O loiro não tinha ideia de como o mais novo iria reagir ao fato de que ele era sua alma gêmea.

Eles entraram em silêncio no carro, ninguém muito afim de falar nada. Osamu foi na frente com o pai. Ao contrário do que Atsumu esperava, Shouyou sentou-se ao seu lado, deixando o outro banco da ponta vazio. Mas o loiro não se incomodou, a sua proximidade sempre o reconfortava.

Ficou surpreso quando o outro pegou na sua mão no meio do caminho e o encarou confuso, contudo, Shouyou só sorriu levemente. Isso o tranquilizou e ele passou a brincar com a sua mão, fazendo movimentos aleatórios só para gastar um pouco de energia.

Estava quase sonolento quando eles chegaram na frente da casa deles, um apartamento de luxo grande no bairro nobre da cidade. Shouyou soltou sua mão para que pudessem descer do carro. 

Eles entraram na casa, parando para tirar os sapatos. O pai não falou nada enquanto se encaminhava rapidamente para o quarto, provavelmente indo buscar roupas para passar a noite e qualquer outra coisa que fosse precisar. Já Atsumu e Osamu não tiveram energia para ir tão longe, somente se jogaram no sofá e Shouyou os seguiu.

— Já estou indo. Qualquer coisa liguem — avisou Kira, passando com uma maleta. 

Os gêmeos assentiram e logo ouviram o barulho da porta se fechando novamente, indicando que ele tinha ido embora.

Atsumu queria ser um bom anfitrião e mostrar sua casa a Shouyou, explicando cada detalhe, mas não estava se sentindo bem o suficiente para fazer isso, os pensamentos perturbados com a saúde da mãe. 

Mas Shouyou não pareceu se incomodar com sua atitude, ao invés disso, perguntou de repente:

— Posso usar a cozinha de vocês? 

— Vou mostrar onde é — Osamu falou, concordando. Ele se levantou. 

Arranjando coragem, Atsumu seguiu os dois até lá, sentando-se numa cadeira. Ele esperava que Shouyou fosse simplesmente pegar uma comida pronta, porém o observou com interesse enquanto ele separava os ingredientes para uma nova receita, conferindo antes se tinha tudo. De modo similar, Osamu se sentou também, apoiando a cabeça na mesa e fechando os olhos.

O único que estava com energia, era Hinata. Mas até ele pareceu ficar contente com o silêncio, cozinhando focado. Atsumu só percebeu com quanta fome ele estava quando o cheiro da comida o atingiu com tudo.

— Tomem — falou Hinata, depositando o prato pronto na mesa.

Tinha escolhido preparar katsudon. A comida estava com cara ótima e Atsumu ficou ansioso para provar, levantando-se e pegando o restante dos talheres. Osamu também estava com fome, porque não hesitou antes de comer.  

— Isso tá muito bom — falou Atsumu, maravilhado.

Era tudo que ele precisava. A comida estava deliciosa. Quentinha e no ponto certo.

— Hinata, parabéns — concordou Osamu, de boca cheia.

Shouyou sorriu para eles, antes de comer também.

Atsumu sentiu algo esquisito enquanto o observava. Parecia com gratidão, mas era mais forte. Só tinha certeza de que estava grato por ter sua alma gêmea consigo nesse momento. 


Notas Finais


Eu planejava deixar claro o destino de Miya Fumiko (by the way, os nomes dos pais dos gêmeos são inventados) nesse cap, mas não rolou.
Osamu perdidinho tentando entender o que Shouyou estava fazendo lá foi a melhor parte para mim!
Também amei escrever a conversa atsuhina do quarto, porque é o primeiro momento que acredito que eles REALMENTE se conectam, não sei.
Lembrando, por favor, ajudem a divulgar o desafio de fanfics de HQ: https://www.spiritfanfiction.com/jornais/desafio-julho-haikyuu-2021-22319723


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