POV EMMA CONTINUAÇÃO
Na volta para Roma, Regina levou sua mãe e irmã para conhecer nosso futuro endereço e depois voltaram para o apartamento da minha irmã. Nesse meio tempo, Ruby me atualizou sobre as coisas do hospital numa videoconferência. No final da tarde, minha noiva e sua família chegaram. Mérida já tinha me adiantado que ficaria duas semanas fora, então, deu para acomodar todo mundo.
- Emma, posso falar com você um momento? Cora chegou no escritório. - As meninas estão muito agitadas na cozinha e minha cabeça está a mil com tudo isso
- Fique à vontade. Apontei para a cadeira.
- Eu preciso que seja honesta comigo. Minha filha ainda está correndo perigo?
- Claro que não, dona Cora. Nada de ruim acontecerá com Regina e nem nosso filho.
- Por falar nisso, como seus pais reagiram com a notícia?
- Nós não tivemos muito tempo para falar sobre o assunto.
- Como assim?
- É uma longa história e num outro momento vou pedir a Regina que te explique.
- Entendo. Mas não acha que deveríamos nos reunir? Temos que tratar do casamento.
- Não se preocupe com essa parte. Regina e eu já decidimos que não será nada ostentoso.
- Mesmo assim, será o casamento da minha filha mais nova e, certamente, sua mãe não vai querer que o casamento da filha primogênita passe em branco.
- Certamente, não.
- Olha, eu sei que minha falta de complacência com o relacionamento de vocês acabou me afastando muito, mas me dê a chance de reverter isso, por favor.
- Deixa eu resolver uma coisa com eles primeiro, daí podemos dar prosseguimento nas outras coisas.
- A propósito, quero te parabenizar pela casa nova. É divina.
- Sua filha merece o melhor que eu puder oferecer.
- Sem hipocrisia, Swan, ela já tem o melhor só por ter você.
- Puxando meu saco há essa hora da noite, dona Cora?!?! Brinquei.
- Aproveita enquanto não comecei a pegar no seu pé. Se levantou. - Vou te deixar voltar ao trabalho. Saiu. Zelena e Regina prepararam um jantar tipicamente americano e ficamos até tarde conversando sobre assuntos aleatórios. Na manhã seguinte, tive que ir trabalhar e logo na chegada notei um clima bem estranho. Olhares compridos e curiosos por todo canto, e antes mesmo de chegar na minha sala, o motivo daquilo logo apareceu quando Neal veio caminhando a passos rápidos na minha direção.
- Eu preciso falar com você. É urgente. Meio que empurrou discretamente meu corpo para fora do alcance visual de outras pessoas.
- O que está fazendo aqui?
- Não vim brigar, só quero te dar um alerta.
- Vai embora antes que eu chame a segurança. Ele deu um passo à frente e segurou firme em meu braço.
- Irmã, estou falando muito sério. Seu olhar estava aflito e eu nem me lembrava da última vez que tinha ouvido ele me chamar assim. - Você está correndo um grande perigo. Seu olhar estava mesmo preocupado. - Ashley não é quem você pensa.
- Sei muito bem quem ela é.
- Não, você não faz ideia do que ela é capaz de fazer, especialmente agora que ela sabe da gravidez. Olhei com surpresa. - Foi Ashley quem alterou o local onde estava os exames de Regina lá no laboratório.
- Que história é essa?
- Pergunte à Luccas. Agora me escuta, tem que dar um jeito de tirar aquela mulher de perto de vocês.
- Vamos até minha sala conversar melhor.
- Não. Ela vai saber que eu estive aqui. Sua cabeça girava para os dois lados como se verificasse algo.
- Neal, por que está fazendo isso? Por que resolveu se importar agora?
- Depois que perdi meus filhos por sua causa, senti um ódio mortal, mas, depois de refletir melhor, eu percebi que só quis protegê-los e você sabe muito bem o quanto prezo pela segurança dos dois.
- Você estava fora de controle. Foi por isso que agi daquela maneira.
- Emma, eu nunca entendi o porquê dos nossos pais amarem você mais do que a mim. Eu sou filho legítimo.
- Sabe que isso é uma mentira imensa, Neal. Nossos pais nunca fizeram diferença entre nós.
- Olha, não vim aqui discutir isso. Estou aqui para pagar uma dívida. Você cuidou dos meus maiores tesouros enquanto eu estava obcecado pelo poder, agora, é minha vez de te ajudar a proteger sua família e seu herdeiro. Toma isso. Entregou uma pasta. - Este dossiê traz todo o histórico psiquiátrico da Maclover. Aqui há argumentos suficientes para você conseguir afastá-la do hospital sem maiores danos financeiros. Agora eu vou sumir por uns tempos e ver se consigo recuperar a minha família.
- Irmão, espere. Abracei seu pescoço e ele retribuiu. - Obrigada. Assentimos em silêncio e o vi sumir depois da porta principal.
- Puta que pariu, Emma. Definitivamente, quem vê cara não vê coração. Essa mulher é uma psicopata. Disse minha melhor agora ao folhear a pasta.
- Ainda estou me perguntando como meu irmão teve acesso a isso. Ruby riu com ironia.
- Se eu tivesse uma parceira do crime igual a Maclover, me certificaria de ter algo assim contra ela. Olha isso… Estendeu um laudo médico neurológico.
- A vontade que tenho é esfregar isso na cara dos acionistas que ficaram contra a Regina. Disse. - Minha noiva vai dar a volta por cima em grande estilo quando entrar por aquelas portas como uma senhora Swan.
- Noiva?
- Aconteceram algumas coisas nesses dias, a propósito, tem alguém em Roma que está muito a fim de te ver.
- Não brinca. Ela está aqui?
- Em Milão. Precisamente na casa de Mérida. Minha amiga abriu um sorriso largo. - Está dispensada do turno da tarde, conselheira. Ruby veio e beijou meu rosto. - Mas só depois que terminar seus afazeres.
- Sim, senhora. Saiu fazendo uma dancinha estranha de comemoração. Entre uma coisa e outra, dei uma olhada com mais calma na papelada que Neal havia deixado comigo. Ashley Maclover era uma mulher emocionalmente doente e desequilibrada. Com tendência afetiva sufocante, controladora e homicida. Já tinha passado por duas internações psiquiátricas sendo a segunda por força policial. O celular tocou e na tela o rosto da minha noiva surgiu.
- Espero não estar atrapalhando. Disse ela.
- Você nunca me atrapalha, meu amor.
- Vai estar aqui para o jantar? Nosso filho está com desejo de comida italiana.
- Alguma em especial?
- Várias, na verdade. Rimos. - E estamos com saudades também. Você nos acostumou mal esses dias.
- Também estou com saudades e prometo não ficar nenhum minuto a mais por aqui. Outra coisa, Ruby já sabe que sua irmã está em terras italianas.
- Então é por isso que Zelena ficou toda assanhada depois que atendeu uma ligação. Ouvi a voz da minha cunhada ao fundo. - Ela pediu pra te agradecer por ter contato à Ruby.
- Só diga a sua irmã para deixar minha amiga inteira, por favor. Preciso dela amanhã cedo.
- Alguma novidade? Perguntou. Achei melhor deixar aquele assunto para um outro momento.
- Eu pensei que você e eu poderíamos visitar meus pais.
- Sério, amor? Vai ser ótimo. E você está bem pra isso?
- Só irei descobrir na hora, mas, com você, tenho certeza de que tudo ficará bem. Após sair da garagem do hospital e dirigir por alguns quilômetros, percebi a presença de um carro e logo notei que estava sendo seguida. Minha cabeça começou a pensar numa forma de distrair o perseguidor, mas nenhuma ideia brotava. Por sorte, lembrei de uma pessoa que poderia ajudar. - Tony, está em casa?
- Emma? Achei que estivessem em Boston. Sim, estou em casa. E que voz séria é essa?
- Eu te explico quando chegar aí. Fiz o caminho de volta até o apartamento dele. - Desculpa aparecer assim. Alguém estava me seguindo. Ele arregalou os olhos enquanto eu buscava uma visão de fora através da janela.
- E por essa cara de desespero, Regina deve estar por perto.
- Ela está, sim, Tony.
- Emma, me deixa ajudar.
- Vai ajudar muito se me deixar ficar aqui até que tudo esteja seguro. Liguei para Regina e expliquei a situação tentando não deixá-la tão aflita, mas foi inútil. Tony interveio e ajudou a controlar a situação. Por volta de uma da manhã, peguei o carro e segui caminho, porém, antes, dei algumas voltas aleatórias pela cidade para certificar de que estava mesmo seguro. Como já esperava, Regina estava acordada quando cheguei e disse para sua mãe e irmã que minha demora se deu por conta de um problema no hospital. Por conta da preocupação, sua pressão arterial está elevada, então preparei um chá calmante que a fez dormir quando o dia já estava raiando. Tomei um banho, troquei de roupas e estava tomando um café forte quando meu celular tocou e no visor o número da recepção do hospital.
- Alô, senhora Swan? Disse a voz do outro lado da linha.
- Eu mesma.
- Senhora, estamos ligando porque temos uma emergência envolvendo seu irmão.
- O que aconteceu?
- Um acidente de carro. O doutor Willian pediu para solicitar sua presença o quanto antes.
- Estou a caminho. Deixei um beijo na testa da minha amada antes de sair. - Mas que merda foi que aconteceu desta vez?
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