História Amor a segunda vista - O casamento

POV EMMA

Enfim, o grande dia tinha chegado. Regina se tornaria minha esposa e a felicidade seria consumada em nossa vida. Os últimos ajustes na alfaiataria antes de seguir para o salão.

- Você me parece mais calma do que eu havia imaginado que ficaria. Disse minha amiga Ruby.

- Estou tentando manter a calma, Luccas, mas está cada vez mais difícil à medida que a hora vai chegando.

- Olha, você está muito elegante, senhorita Swan. Disse ela ao analisar minha roupa.

- De certo essa é a melhor combinação que já fiz em anos. Disse o alfaiate.

- E aí, meninos, o que acham? Tony e Ryan saíram dos provadores.

- Caramba, Swan, você está muito bonita. Disse Ryan. 

- Você ainda não viu nada, meu amor. Swan vai ficar de queixo caído quando ver a Regina. Disse Tony.

- Não vai dar nenhuma dica? Perguntei.

- Tenho uma, sim. Tome um chazinho tranquilizante antes de colocar os pés naquele altar porque minha amiga vai fazer seu coração saltar no peito. Tony brincou.

- Regina já faz meu coração saltar de muitas formas.

- Hummm… Olha ela cheia de moral. Ruby entrou na brincadeira. - Mas eu acho que você deveria se preparar, amiga, Zelena também disse que Regina será a estrela da noite.

- Pois eu quero que ela brilhe para sempre na minha vida.

- Já escreveu seus votos? Tony perguntou.

- Escrevi, sim. Estão na minha carteira. Nós quatro acertamos a conta e fomos almoçar antes de irmos ao spa que Ruby tinha reservado. No caminho recebi uma ligação do hospital pedindo a minha presença com urgência. Não entendi a princípio e Ruby até brigou comigo por ter ido, mas ao chegar lá ela logo entendeu a importância da situação.

- Como assim acordou? Perguntei ao neurologista de plantão enquanto caminhávamos pelo corredor que dava acesso à UTI.

- Também não esperávamos por isso, mas aconteceu e a primeira palavra que ele disse foi o seu nome. Me desculpa por importuná-la neste dia tão importante, doutora Swan, mas precisamos prosseguir com as avaliações e, por isso, a presença da senhora aqui é tão crucial. Esperamos que ele diga mais alguma coisa já que a senhora está aqui. Entrei no quarto e vi meu irmão com o olhar perdido para o teto. Ao notar minha presença, ele tentou estender sua mão.

- Ei, Neal, não se esforce tanto. Estou aqui agora. Mesmo com pouca força, ele segurava firme.

- E- Emma, me p-erdoe. Falou baixo e pouco articulado, mas deu para entender.

- Está tudo bem, Neal, o pior já passou. Nossos pais ficaram felizes quando souberem que você acordou. E seus filhos também, eles sentem saudades. Ao ouvir sobre os filhos, seus olhos marejaram. - Irmão, não chore. A vida te deu outra chance. Desta vez aproveitei melhor a oportunidade e tente ser feliz. Agora eu tenho que ir. Hoje é meu casamento. Ele abriu um sorriso que há muito não via em seu rosto. - E tenho que avisar aos nossos pais que você acordou.

- N-não. Hoje, não.

- Como não, Neal? Eles precisam saber.

- Seu casamento vem primeiro. Disse e aí pude entender a situação.

- Está certo, mas pedirei ao médico que está cuidando do seu caso que entre em contato com a Joyce. Ela também veio te visitar algumas vezes.

- Eu n-não mereço isso.

- Deixe que ela mesma faça esse julgamento. Por hora, descanse e recupere sua força. Theo e Cindy vão ficar muito felizes ao ver que o papai está acordado. Não dissemos mais nada porque os olhares falaram mais do que as palavras.

- E aí como ele está? Ruby estava do lado de fora com Tony e Ryan.

- Com a cara de quem acabou de acordar de novo pra vida.

- Tomara que não seja ilusão de ótica. Disse Tony.

- Para o próprio bem dele tomara que não mesmo.

- Bem, agora que já cumpriu essa tarefa, está na hora de esquecer tudo isso aqui e se concentrar na Regina. E vamos almoçar porque está azul de fome. Saímos dali direto para o restaurante. No caminho ainda liguei para dar a notícia para Joyce e ela pareceu feliz com a informação. Luccas também achou prudente deixar para contar a novidade aos meus pais depois do casamento e ela mesmo se incumbiu de fazer isso. De lá seguimos para casa da minha amiga onde iríamos nos arrumar antes de voltarmos para mansão. Impreterivelmente às 18h, Ruby, Tony, Ryan e eu chegamos à mansão.

- Docinho, puxa vida você está lindíssima. Meu pai foi o primeiro a nos recepcionar. - E seus amigos também não ficam para trás.

- O senhor tinha mesmo razão, pai, aquele alfaiate é o melhor de toda Roma porque o senhor também está muito elegante.

- É o casamento da minha primogênita, tenho que estar a altura dela. Nos abraçamos. - Sua mãe ainda não desceu. Está ajudando Regina a se vestir. Zelena não deixa ninguém entrar naquele quarto. Nisso Charlotte veio da cozinha com Lívia nos braços. - E aí está a convidada de honra. Disse meu pai.

- Ela acabou de tomar uma mamadeira e olha que a senhorita Mills a deixou de barriga cheia não tem nem três horas. Peguei a pequena no colo.

- Oi, minha pequena, por acaso você me daria uma dica de como está sua mãe Regina? A mamãe aqui está morrendo de curiosidade. Brinquei usando uma voz infantil e ela logo abriu seu sorriso banguela.

- Eu olho pra ela e vejo você nessa idade. Disse meu pai. - É impossível contestar que essa mocinha não seja sua filha, Emma. 

- Seu pai tem razão, Swan. Você amassou o pão direitinho. Tony brincou. - E nesse caso o pão gostou muito de ser bem tratado desse jeito. Estreitei os olhos fingindo não gostar, mas todo mundo caiu na risada.

- Emma, boa parte dos convidados já chegaram e tudo indica que sua noiva não é adepta de atrasos, então, acho melhor a gente se posicionar. Quando chegamos ao jardim pude ter dimensão do quanto minha mãe havia se dedicado para deixar tudo perfeitamente arrumado. A decoração víntage tinha tons em dourados e madeira, além de branco e vermelho. Três violonistas tocavam música clássica enquanto todos tomavam seus lugares.

- Senhorita Swan, sou Herold, juiz que vai celebrar a união de vocês. O homem de meia idade e cabelos grisalhos estendeu sua mão em cumprimento. - A decoração está magnífica, estou me sentindo num verdadeiro castelo.

- Uma rainha vai se casar hoje, senhor Herold e eu sou a sortuda que vai desposá-la.

- A propósito, meus parabéns pela família que está se formando. Seu pai também me apresentou a filha de vocês. A mocinha é a sua cara.

- Obrigada, Lívia é o segundo melhor presente que eu já ganhei na vida. O primeiro é a minha Regina.

- Emma, minha filha, você está magnífica. Minha mãe surgiu por detrás de algumas pessoas. Eu a abracei.

- Olá mamãe. Onde ela está?

- Ansiedade te deixa com as bochechas vermelhas, então, é melhor se acalmar. Regina já está pronta. Eu vim avisar isso.

- Então podemos começar? Perguntou o juiz. Todos se posicionaram, inclusive eu. Uma música divertida tocou enquanto nossos padrinhos entraram com uma performance que nem eu sabia e fizeram os convidados baterem palmas e assobiar. O silêncio pairou antes que as portas da mansão se abrissem. Regina entraria com sua mãe ao som de Love Someone, música que ela mesma escolheu, pois tinha muito haver com nossa história. Vestindo um vestido clássico em tons pastéis, com alças transparentes, justo no busto e que se soltava na cintura. Cabelos presos num coque muito bem arrumado, com um franjão emoldurando seu rosto maquiado suavemente e aquele bendito batom vermelho. Seu sorriso era uma verdadeira obra prima e o meu, certamente, devia estar com a maior cara de boba. Um filme passou na minha cabeça enquanto os olhos ficavam grudados em cada passo que Regina dava na minha direção.

- Estou te entregando um dos meus bens mais valiosos, senhorita Swan, seja uma boa menina. Cora ficou na ponta dos pés para deixar um beijo na minha testa. - Eu tenho certeza de que você está em boas mãos, minha filha. Repetiu o gesto com Regina.

- Obrigada, mamãe. Segurei firmemente sua mão e nos posicionamos na frente do juiz.

- Boa noite a todos. Podem se sentar. Senti minha noiva puxar sutilmente meu braço para chamar minha atenção.

- Sabia que terno passou a ser a roupa que mais gosto de ver em você? Disse num tom divertido. - Você está linda.

- E eu, mais uma vez, não tenho dúvidas de que você é uma verdadeira rainha. Você também está linda demais.

- Pelo visto as pombinhas estão tão mergulhadas na onda do amor que nem ouviram o que eu disse. O juiz falou e todos caíram na risada. Regina escondeu o rosto de leve no meu pescoço.

- Desculpe, senhor Herold, pode repetir? Falei e mais algumas gargalhadas encheram o ambiente.

- Eu perguntei se fizeram seus votos.

- Ah, sim, claro, está aqui. Busquei no bolso do paletó e Regina já estava com o seu na mão.

- Virem-se uma de frente para outra e podem ler. Quem vai começar?

- Pode ir você primeiro, meu amor. Disse ela com um sorriso tímido.

- Está bem. Pigarriei. - Olha, vou ser muito honesta, meu amor, essa foi a missão mais complexa que já passei em toda minha vida. Para escrever tudo o que sinto e o que você representa, eu iria precisar de uma coleção de almanaques inteira. Todos riram. - Mas, com a ajudinha da minha grande amiga e parceira de crime, Ruby Luccas, eu consegui compelir tudo em algumas linhas. Antes quero recitar uma frase do livro Anna Karine, da escritora Liev Tolstói. "Ele tentou não olhar para ela, como se fosse o sol. Mas, como o sol, ele a viu sem olhar pra ela."  Peguei a mão direita de Regina. - A vida tem o poder de apresentar surpresas o tempo todo, mas você sempre teve e continuará tendo o poder de decidir quem são as pessoas que quer sempre ao seu lado. E eu sou uma pessoa muito grata e feliz porque sei que você escolheu estar comigo. Da mesma forma, não tenho nenhum medo em dizer que te escolho para passar todos os meus dias ao seu lado, porque quero trilhar os mesmos caminhos que você. Além disso, também não tenho medo de dizer que você chegou à minha vida e foi me ganhando aos poucos e agora não me imagino mais sem você. E se algum dia alguém tivesse me pedido para eu desenhar o amor da minha vida, ele seria exatamente igual a você, com todos os detalhes. Por isso eu escolhi amar você e faço isso com 100% de certeza de que é a melhor escolha que eu já fiz. Ela sorriu e limpou uma lágrima que escorreu.

- Gente, ela veio para acabar comigo, deu pra notar, não foi? Regina brincou também fazendo todos rirem. - Aiii, Emma Swan, minha maquiagem está, literalmente, escorrendo e meu coração vai sair pela boca. Respirou fundo. - Amor. Meu grande amor, você era a parte que me faltava e que agora me completa por inteira. Prometo amar você de todo o meu coração e de todas as formas possíveis e imagináveis, agora e para o todo o sempre. Obrigada por ser o meu porto seguro, o meu ponto de refúgio, e por ser tão incrível comigo. Espero comemorar por muitos e muitos anos esta nossa união, que me faz ser tão feliz e transbordar de tanto amor! As palmas, novamente, tomaram o ambiente.

- É debaixo dessa enxurrada de emoção, que eu, fazendo uso do poder a mim concedido por essa nação Italiana, que declaro oficialmente casadas, Regina e Emma. E não vão precisar esperar mais, podem se beijar. Enfim, o momento mais esperado da noite. Segurei o rosto lindo de Regina entre as minhas mãos enquanto ela segurava na gola do meu paletó e selamos nossa união com um longo selinho.

- Eu te amo. Ela disse antes de me beijar novamente.

- Eu também te amo. Falei com nossos lábios ainda unidos.

- Aeeeehhh!!! Ouvi a voz de Ruby gritar e os convidados ficaram de pé para nos aplaudir.

- Vamos pra festa!!! Foi a vez de Zelena gritar. E por falar em festa, minha mãe havia se superado. E a primeira coisa que aconteceu foi a famosa valsa do casal.

- Está pronta? Perguntei a Regina.

- Como nunca estive antes. Sorrimos e seguimos para o centro da pista.