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História Amor além da vida - Capítulo Único



Notas do Autor


Depois de tanto tempo em hiatus finalmente estou de volta, e com mais uma one pra você, espero que gostem!

Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


O coveiro ainda fazia o seu trabalho quando uma fina garoa começou a cair sobre nossas cabeças, no entanto, aquele era o menor dos meus problemas quando ainda podia sentir a dor latente queimar o meu peito, juntamente com as lágrimas que insistiam em transbordar de meus olhos ao pensar que voltaria pra casa sozinho naquele dia.

Os poucos convidados para a cerimônia já haviam ido embora a tempos, todos com o discurso leviano de “Ele está em um lugar melhor agora”, quando na verdade poucos se importavam de fato com o ocorrido. Enxuguei os olhos na manga do paletó, enquanto pousava lentamente a última rosa que me restara em cima do amontoado de terra, acenando brevemente para o senhor que terminava de fazer uma prece ao terminar seu trabalho enterrando o que restara de meu namorado. Namorado...ou seria ex? Sinceramente ainda consegui definir o que seríamos a partir de agora.

Segui lentamente até a saída do cemitério, disposto a finalmente encarar aquele apartamento vazio, mais ao mesmo tempo cheio de memórias Dele…

— Jungkookie era um homem honrado e o melhor amigo que eu poderia ter — Uma voz rouca e imponete soou ao meu lado, enquanto um enorme guarda chuva se abria acima de nós. — Sinto muito pela sua perda Jimin-ssi — Dizia o rapaz de cabelos acinzentados, enquanto me estendia um lenço no qual aceitei de bom grado.

— Eu sei que sente Sr. Kim, obrigado por ter vindo, Kookie-ah ficaria feliz em ver você — Murmurei fungando um pouco no lenço macio.

— Vamos deixar as formalidades de lado, afinal, já nos vimos algumas vezes não? — Disse destravando o carro de luxo que estava parado em frente aos portões do cemitério — Aceita uma carona? — Perguntou de maneira despreocupada, mais conseguia ver algo em seus olhos que me deixava levemente inquieto. Olhei ao redor a procura de alguém conhecido que pudesse me levar embora, mais pelo visto havia ficado tanto tempo naquele lugar que acabaram por me deixar ali. Deixei um suspiro resignado escapar ao ver que não haveria outra solução a não ser aceitar. — Foi o que eu pensei, entre, te deixarei em casa. 

 

— Muito obrigado Senh...digo Taehyung  — Agradeci o mais velho da porta do carro, enquanto sacava o molho de chaves dentro da bolsa.

— Não precisa agradecer Jimin-ssi, sabe que qualquer coisa que precisar é só me ligar, não importa a hora — Retrucou me estendendo um cartão com seu número, segurando a minha mão entre seus dedos longos e gélidos — Tenha uma boa noite Jiminie — Deixou um breve selar em minha palma rapidamente, já que fora interrompido por uma rajada de vento frio que entrou pela janela do carro, que ricocheteou com força no rosto do Kim, me fazendo soltar de sua mão rapidamente enquanto me dirigia até a entrada de meu apartamento.

— Até mais Taehyung-ah — Acenei, observando o Kim dar partida no carro para ir embora.

 

 

 

 

Jungkook Pov

 

A lua brilhava imponente com todo o seu esplendor naquela noite quente em Seul, me fazendo acreditar que tudo estava ocorrendo da maneira que planejei para aquele dia em especial. Andava ansiosamente pelas ruas de Gangnam enquanto segurava um imenso buquê de rosas amarelas que consegui com muito custo achar em uma pequena floricultura em uma mão, enquanto na outra segurava a pequena caixa de veludo no bolso lateral do terno que usava.

Após três anos de namoro, finalmente me sentia seguro em dar mais um passo em minha relação com Jimin. Se fosse parar pra pensar, jamais me imaginaria subindo ao altar com a pessoa que jurou me odiar pro resto da vida após eu lhe negar um pedido de empréstimo naquele 22 de maio de 1983.

Consigo ver a confeitaria onde Jimin trabalha na próxima esquina e acelero o passo ao ver que alguns funcionários já saiam de lá, quando sinto meu braço ser agarrado com força e algo encostar em minhas costas.

— Acho bom você ficar quietinho se não quiser levar a pior — O homem sussurrou enquanto me puxava para um beco escuro.

— C-calma, tudo bem, eu tenho dinheiro aqui na minha carteira, pode ficar com tudo mais por favor não atire — Disse com a voz trêmula, enquanto tentava negociar com rapaz, que intensificava o aperto em meu braço. Eu teria que tomar uma atitude.

— Cala a boca mauricinho de merda ou senão vou ser obrigado a atirar — Gritou acionando o gatilho, me fazendo respirar fundo.

— Me solta que eu te dou o que você quiser, só abaixa essa arma — Murmurei aliviado ao sentir o assaltante afrouxar o aperto lentamente. É agora. Assim que me vi livre, desferi uma cotovelada certeira em seu estômago, que com o impacto soltou a arma pra longe. Tentei fugir daquele lugar quando senti o desgraçado pular em minhas costas conseguindo me derrubar, travando ali uma luta corporal onde eu estava levando a melhor.

Quando achei que havia conseguido apagar o sujeito, o mesmo saca uma faca de sua cintura me acertando duas vezes no abdômen. Me afastei rapidamente do sujeito enquanto tentava conter o sangramento, e segui rumo a saída do beco, quando ouvi um tiro ser disparado em minha direção, acertando meu peito, e me fazendo cair no chão.

— Se você tivesse colaborado, nada disso teria acontecido garoto — Ouvi o homem dizer ao se aproximar de mim enquanto pegava a minha carteira retirando o dinheiro que havia nela e sair do beco como se nada tivesse acontecido. Tentei falar algo, mais senti o sangue subir à garganta me sufocando aos poucos, enquanto sentia grossas lágrimas escorrerem em meu rosto.

— M-me perdoe Ji-jiminie… — Murmurei sôfrego após cuspir todo sangue que se acumulara em minha garganta. Olhei o buquê de rosas caído ao meu lado e as alianças jogadas em um canto mais afastado e fechei os olhos ao sentir o cansaço me dominar de repente, juntamente com o frio que ajudava a amenizar a dor infernal que sentia.

Não sei por quanto tempo dormi, mas despertei com a movimentação de policiais e alguns curiosos que cercavam a área que estava isolada com a faixa de contenção.

Me levantei rapidamente ao perceber que estava bem, ou melhor, completamente recuperado e segui até um dos policiais que colhia o depoimento de uma senhora.

— Com licença senhor, poderia me dizer se cons — Comecei a falar com o homem, mais parei ao perceber que minhas mãos atravessaram o corpo do mesmo como se fossem fumaça. O que estava acontecendo?

— Eu não tenho certeza, escutei o que parecia ser uma briga e simplesmente liguei pra vocês, afinal, com essa violência temos que cuidar da segurança dos nossos negócios aqui do bairro — A senhora dizia enquanto limpava os oclinhos meia lua na camisa de botões. — Infelizmente esse tipo de coisa anda acontecendo com uma frequência alarmante seu policial, pobre garoto tão jovem e ter um fim desses e...

Não fiquei esperando a senhora terminar de falar e segui até alguns policiais que carregavam uma maca e parava em frente a um corpo, ou melhor, do meu corpo...não, não pode ser.

— Crime: Latrocínio, causa da morte: Esfaqueamento na região abdominal, seguido de um tiro na região torácica à aproximadamente 4 horas — A torrente de informações me atingiram como um soco no estômago, e ficou ainda pior quando me vi sendo colocado em um saco plástico e levado para o furgão da polícia.

Aquilo só podia ser um pesadelo.

 

 

Jungkook off

 

 

Jung Hoseok poderia se considerar um cara normal que morava em uma casa normal, com um emprego tranquilo e monótono em uma pequena loja de produtos e ervas medicinais no final da rua. No entanto, as coisas não funcionam da forma como o moreno sempre sonhou. E o motivo? Hoseok via e se comunicava com espíritos. Podia parecer estranho e assustador para muitos, mais para o moreno, aquilo era completamente normal.

O Jung ainda se lembrava de quando descobriu a sua mediunidade aos 8 anos de idade, quando conversou por horas com uma senhora muito simpática que lhe pediu para escrever um recado para a filha, onde após entregar o pequeno bilhete, descobrira que a velhinha de nome Minjee havia falecido a pouco mais de 3 anos. E a partir dali, o até então desconhecido Jung Hoseok da rua Nokdo, se tornou o conhecido “Vidente Jung, o olho que tudo vê” ; Ridículo? Sem dúvidas, mais era o que lhe garantia algumas regalias no final do mês.

Terminava de organizar algumas latas de ervilha na prateleira, quando um calafrio lhe subiu a espinha, eriçando os pêlos de seus braços. Fechou os olhos enquanto respirava fundo ao sentir uma forte presença em suas costas.

— Diga logo quem é você o que quer — Ditou em voz alta, sem se virar para trás, afinal, já estava acostumado a ver e ouvir as lamúrias das várias almas não encarnadas que ficavam vagando no mundo dos vivos.

— Você consegue me ouvir? — Ouviu o espírito perguntar de maneira afoita.

— Não só ouço como posso te ver também, wow! Caramba, você é um gato — Hoseok murmurou ao se virar para trás e dar de cara com um homem alto, de cabelos e olhos escuros, vestido com uma calça jeans escura, camisa social branca por baixo do blazer preto e sapatos sociais de couro. Realmente elegante, tinha que admitir. — Que falta de educação da minha parte, meu nome é Jung Hoseok, mais pode me chamar de Hope se quiser. — Disse apoiando o queixo em uma das mãos.

— M-meu nome é Jeon Jeongguk — Se apresentou estendendo a destra para o moreno, se arrependendo logo em seguida ao receber um olhar enviesado do mais velho. — Por favor Jung-ssi, eu preciso da sua ajuda — O moreno disse de forma afoita, enquanto andava ao redor do outro, que fazia careta ao sentir a temperatura cair rapidamente no local — E-eu estava indo me encontrar com o meu noivo, quando de repente o eu fui abordado por um a-assaltante, e nós brigamos, e de repente eu escutei o tiro e… acordei assim — Contou em um fôlego, enquanto puxava os fios escuros de maneira nervosa. — Você é o único que pode me ver Jung-ssi, deve haver alguma explicação para isso — Murmurou fechando os olhos.

— Ai meu Deus, quanto mais eu rezo mais assombração me aparece — Sussurrou frustrado, já que o moreno se sentia na obrigação de ajudar aquela pobre alma sem rumo. Suspirou resignado, e cruzou as pernas no pequeno banco em que estava sentado enquanto apoiava os cotovelos nas pernas torneadas. — Bom, eu vou tentar ser o mais breve possível. Existem algumas pessoas que possuem uma dificuldade em desligar-se de seus corpos físicos quando são retirados desse plano de forma brusca ou repentina. Elas permanecem atreladas entre o mundo espiritual e o mundo dos vivos, e não conseguem se desprenderem do apego à existência que já se encerrou neste plano. — Explicou da forma mais didática possível, reparando que a medida em que ia falando, o moreno empalidecia gradualmente. — Geralmente, elas acreditam que ainda estão vivas e não entendem o porquê de ninguém poder vê-las ou tocá-las. O que pode ser um problema, já que a inconformidade ou alguma pendência deixada em vida pode atrapalhar o processo de desencarnação. — Finalizou encarando o rapaz, que desabara a sua frente enquanto ofegava.

— Espera...o-onde você quer chegar com essa história? — Perguntou, não querendo acreditar no que acabara de ouvir.

— O que eu quero dizer Jeon Jeongguk, é que você está morto e apenas não se deu conta disso  — Disse como se fosse óbvio.

 

 

As cores suaves começavam a dar vida ao desenho contido na tela branca, enquanto o pincel deslizava sob os traços feitos pelas mãos habilidosas de Park Jimin, que iniciava mais uma obra entre tantas outras que havia produzido nas últimas semanas para finalmente expor em sua galeria. Cerca de um mês havia se passado, e a dor da perda ainda latejava em seu peito, fazendo-o se afundar no trabalho durante horas à fio, afim de amenizar a tristeza e a solidão que constantemente lhe assolava durante as madrugadas.

O som da campainha soou pela casa, despertando o loiro que correu para atender a porta, se deparando com um Taehyung vestido em seu costumeiro terno risca de giz, acompanhado de um buquê de rosas e uma sacola de papel que pelo nome, deduziu ser de alguma adega chique que havia ali por perto.

— Espero não estar atrapalhando — Disse o castanho com a voz rouca e o sorriso galante nos lábios bonitos, fazendo o loiro se amaldiçoar por achar o outro atraente.

— De jeito nenhum Taehyung-ssi, por favor e-entre — Gaguejou sem jeito, abrindo espaço para o mais velho entrar, fechando a porta logo em seguida, seguindo em direção ao sofá — Sente-se, aceita um copo d’água? Um café? — Perguntou de maneira afoita

— Eu não pretendo demorar Jimin-ssi, na verdade vim até aqui lhe chamar para almoçar comigo, conheço um restaurante ótimo por aqui, aliás, são para você — Estendeu o buquê e a sacola com o vinho que comprara no caminho.

— Muito obrigada Taehyung-ssi, realmente não precisava — Agradeceu Jimin pegando os objetos e forma desajeitada — E a respeito do seu convite, eu não vou poder aceitar, não sei se sabe, mais pretendo voltar as atividades com a galeria durante a semana de artes que terá nos próximos dias e ainda tenho muito o que fazer para poder expor as obras que estou produzindo — Explicou após colocar o vinho na mesinha de centro e ajeitar o buquê no vaso de cristal em cima da mesa de jantar.

— Eu fiquei sabendo que terá uma exposição dedicada ao Kookie, e mal posso esperar para vê-la, mais sei que esta à dias sem sair dessa casa e garanto que um pouco de ar puro e um boa companhia lhe ajudará a clarear a mente — Argumentou de forma mansa. Esperava que o loiro caísse em sua lábia, já que uma aproximação seria primordial para o seu plano. — E não aceito não como resposta.

 

 

— Então, deixa eu ver se entendi, o seu melhor amigo está querendo dar um golpe no seu namorado, é isso? — Hoseok perguntou enquanto se servia de uma xícara de chá fumegante.

— Deixe eu te explicar de uma maneira que você consiga entender — Jeongguk falou enquanto andava de um lado para o outro — Eu nunca cheguei a fazer um testamento, ou qualquer tipo de procuração que deixasse meus bens e propriedades a minha família. No entanto, eu possuo uma apólice de seguro no valor de mais da metade de todo o meu patrimônio assegurado em minha conta privada no banco onde trabalhei, e o único que pode ter acesso à essa apólice caso eu morresse, seria Jimin — Explicou da forma mais simples que conseguiu. — E de alguma forma, o Taehyung teve  acesso a esses dados e está planejando tomar essas apólices que deixei para Jiminie, e eu não posso permitir que isso aconteça — Contou, puxando os cabelos de maneira nervosa — E só você pode me ajudar

— Opa, calma ai meu chapa, uma coisa é eu ser seu pombo correio espiritual,outra é você querer que eu banque o Sherlock Holmes e sair desvendando um possível caso de roubo — O mais velho murmurou indignado, tomando um pouco de seu bebida — Eu tô fora! — Disse decidido, acenando de forma negativa para o mais novo.

— Você não está entendendo, o Jimin corre  um sério perigo, aquele homem é um psicopata sem escrúpulos que não vai medir esforços em tomar essa herança que é de direito dele — Jeongguk murmurou exaltado — Eu prometo que vou te recompensar — Disse esperançoso em conseguir o apoio do médium, que soltou uma risada estridente.

— Você já me recompensaria me deixando em paz — O Jung ditou se recompondo do acesso de riso, assumindo uma postura séria enquanto terminava seu chá — Mais me fala, de quanto estamos falando? Não que eu esteja interessado realmente — Disse pegando um biscoito amanteigado na bomboniere de plástico.

— Hum… algo próximo dos 10 milhões de wons — Disse pensativo, calculando o valor aproximado, se assustando quando um jato de chá com biscoitinhos atravessava seu estômago e atingia a parede.

— Como é?!? 10 milhões de wons? Por que não me falou antes?! Eu to dentro — Disse Hoseok decidido, enquanto se recuperava do susto. O Jung poderia não ser ganancioso ou oportunista, mais se parasse para pensar, eram 10 milhões de wons!

— Ótimo, eu já tenho um plano, é o seguinte…

 

 

O cheiro de café e bolo recém assado inundava a pequena confeitaria, trazendo certo conforto a qualquer pessoa naquela tarde chuvosa. Jimin como fazia em todas as sextas-feiras, se sentou na última mesa ao lado da janela, enquanto retirava o cachecol e o gorro de lã que abrigava os fios claros que já caiam em seus olhos — Já que nas últimas semanas não teve tempo de sequer ir a um cabeleireiro para dar um jeito naquilo —.

— Achei que não viria hoje Jimin — Uma voz familiar soou ao seu lado fazendo Park dar um pulo em seu lugar.

— Quer me matar de susto Jin? E eu sempre venho aqui, mesmo que eu tenha que ver essa sua cara feia — Riu vendo o mais velho fazer uma expressão indignada e quase teatral ao seu lado.

— Eu sou seu hyung, tenha respeito moleque, e fique você sabendo que sou mundialmente lindo, você é que tem inveja da minha beleza angelical — Retrucou revoltado, dando um tapa leve na cabeça do loiro — Enfim, vai pedir o de sempre? — Perguntou enquanto estendia o cardápio para seu saeng, mesmo sabendo que o amigo pediria um capuccino de chocolate e a sua tão amada torta holandesa.

— É por isso que eu te amo sabia? Você sempre sabe como me deixar feliz hyung — Disse sorrindo entregando o cardápio ao amigo que apesar da expressão tranquila, o Park percebeu que o mesmo estava incomodado com algo. — O que foi? — Perguntou preocupado.

— Tem um cara querendo falar com você — Murmurou incerto olhando na direção oposta de onde estavam, sendo imitado por Jimin, que pôde reparar na figura alta sentada em uma das banquetas em frente ao balcão, enquanto tomava uma xícara de chá de maneira despreocupada. — Disse que é importante, chamo ele pra cá? — Perguntou vendo o Park lhe olhar inseguro e assentir em confirmação — Qualquer coisa vou estar logo ali ok? — Disse se afastando da mesa, indo em direção ao homem que rapidamente se aproximou de Jimin.

— Você deve ser Park Jimin — O moreno perguntou se acomodando na cadeira em frente ao menor — Meu nome é Jung Hoseok e tenho um recado de Jeon Jeongguk para te dar  — Disse simples.

— O-o que você quer dizer com isso? É impossível, você só pode estar de gozação com a minha cara — Retrucou o Park espalmando as mãos na mesa, chamando a atenção das poucas pessoas que estava no estabelecimento, pedindo desculpas em seguida.

— Por favor mantenha a calma senhor Park, eu posso comprovar o que estou lhe dizendo, — Tranquilizou o Jung, enquanto retirava um saquinho de tecido aveludado e estendia ao outro — Ele me pediu para entregar isso a você

Jimin pegou o pequeno objeto abrindo-o vagarosamente, e se assustando ao ver um par de alianças douradas, e a frase “Que seja eterno enquanto dure” escrita em letra cursiva no interior de cada jóia. Então aquele era o motivo das saídas repentinas do mais novo nos últimos meses. Fechou as mãos em volta dos anéis com força ao sentir novamente os olhos marejarem e o sentimento de saudade lhe atingir o peito.

— Jeongguk disse que está correndo perigo — Hoseok iniciou a conversa ao ver o loiro se recompor e lhe encarar de maneira séria — O homem que se diz ser seu amigo, planeja roubar os bens que foram deixados à você, através da assinatura de uma procuração onde você passa todos os direitos e poderes à ele. E para isso, ele precisa da sua assinatura — Disse em um único fôlego.

— Taehyung jamais seria capaz de fazer algo assim Jung-ssi — Retrucou o mais novo em negação, já que o menor pensamento de que o Kim fosse capaz de fazer algo para si era quase descabida — E que história é essa de herança? Kookie jamais me falou sobre isso, você está mentindo — Disse de maneira firme, fazendo menção de se levantar, sendo impedido pelas mãos quentes e macias do outro.

— Por favor, acredite em mim Jimin-ssi, Jeongguk foi claro ao me explicar toda a situação e à provas concretas que comprovam que ele está armando um golpe pra cima de você, assim como ele armou pro seu namorado — Soltou o braço pálido do loirinho, ao ver que o mesmo se sentava novamente — A morte de Jeon não foi um simples assalto, ele foi assassinado — Disparou ao sentir a presença do moreno ao seu lado.

“ Me deixe falar com ele” ouviu o mesmo dizer ao seu ouvido de forma autoritária.

— Eu não vou fazer isso — Retrucou para o mais novo, sendo encarado de maneira estranha pelo Park.

— Tá tudo bem Jung-ssi? — Jimin perguntou ao ver o moreno travar um monólogo como se ele não estivesse presente.

“ Nós já fizemos isso uma vez e funcionou, eu só quero que ele saiba que eu estou aqui e que não estou mentindo” Jeongguk argumentou, vendo o moreno negar veemente. “ Por favor Hobi, eu prometo ser rápido”

— Eu já disse que não! — Gritou Hoseok exaltado, assustando ao Park e a Jin que fingia limpar uma mesa próxima. — M-me desculpa Jimin-ssi, não estava falando com você, espere!  — Se desculpou rapidamente, ao ver que o loiro se levantava depressa para ir embora.

— Eu não vou ficar batendo papo com um maluco mal educado como você, eu não sei onde conseguiu essas alianças mais agradeço por devolvê-las, mas agora preciso ir, foi um prazer — Disse ajeitando o gorro e o cachecol no pescoço, enquanto deixava algumas notas em cima da mesa, e se virando em direção a porta, sendo impedido mais uma vez pelo mais alto que se levantou da cadeira.

— Ele está aqui — Disse em alto e bom som ao ver que havia somente os dois na confeitaria. — E quer falar com você — Jogou sua cartada final, vendo o loiro estancar em frente a porta de saída e se virar devagar.

“ É agora” Hoseok ouviu a voz de Jeon preencher seus ouvidos, e de repente a sensação de algo frio atravessando o seu corpo lhe preencheu por completo enquanto a sua consciência se desvanecia pouco a pouco.

— Mochi, sou eu Jeongguk, o seu Ggukie — O moreno disse, assustando o Park. O mais novo era o único que lhe chamava daquela maneira. — Você precisa acreditar em Hoseok, ele disse a verdade — Falou se aproximando do loiro de maneira lenta, sorrindo ao finalmente conseguir acariciar a pele macia do rosto de Jimin, enquanto envolvia seus braços na cintura delgada. — Eu senti tanto a sua falta mochi — Murmurou sentindo a maciez dos fios descoloridos e o perfume suave que se desprendia do corpo miúdo.

— Jeonggukie...é você mesmo? O que aconteceu? — Perguntou de uma vez, segurando o rosto do outro, que apesar de não ser o de Jeon, Jimin conseguia sentir a presença forte do mesmo.

— Sim meu amor, olha, eu não tenho muito tempo, então preciso ser rápido — Disse calando o outro que lhe olhava fixamente — Foi Taehyung que mandou me matar, ele sempre esteve de olho no meu dinheiro, e agora que...estou morto, ele não medirá esforços em tentar pegar o que deixei pra você — Calou o loirinho ao encostar o indicador nos lábios carnudos do mesmo — Aquele patife está tentando te seduzir para tentar tomar o controle das apólices que deixei em seu nome, portanto eu te peço que não assine absolutamente nada que ele te oferecer, promete fazer isso mochi? — Perguntou encarando o outro que concordou de imediato. — Ótimo, eu preciso ir agora, o corpo de Hoseok-ah não aguentará por muito mais tempo — Disse com humor, enquanto puxava o mais velho pra um beijo leve, gravando em sua memória o sabor dos lábios do Park, enquanto se desprendia do corpo de Hoseok.

— Ggukie… — Murmurou Jimin ao sentir que o mesmo não lhe abraçava mais, abriu os olhos se deparando com Hoseok encostado na parede com as mãos no peito enquanto respirava de maneira ofegante. — Jung-ssi? — Chamou incerto.

— Nunca, eu disse, nunca mais faça isso seu mal encarnado dos infernos, quer me matar é? Eu já vou logo avisando que não quero me juntar a você tão cedo — Murmurou ofegante, se sentando no chão, cansado.

“ Se você tivesse me deixado incorporar  antes, nada disso teria acontecido, e mal encarnado é a senhora sua vó, vidente de meia tigela” Jeongguk murmurou olhando com desdém para o moreno “ E além do mais o seu corpo é pequeno demais, já entrei em receptáculos melhores se quer saber” Zombou enquanto olhava para as unhas de forma teatral.

— Ora seu… — Ia continuar a discutir com o outro, quando escutou um pigarro vindo de Jimin que lhe estendia um copo d’água, aceitando de imediato — Oh, mil perdões Jimin-ssi você sabe como é a vida de “pessoas paranormais”, sempre tem uma alma penada pra te encher o saco — Disse irônico, enquanto bebia a água.

“HEY! EU ESTOU AQUI OK?” Jeongguk gritou ao seu lado, atravessando seu braço no estômago do moreno, que ofegou com o contato.

— Na verdade eu não sei não — Retrucou o outro, ajudando o mais velho a se levantar — Me desculpe pela cena de agora a pouco, é que toda essa história me deixou confuso e, meu Deus, isso é surreal — Disse apertando a barra da blusa em sinal de nervosismo, uma atitude fofa na opinião do outro.

— Você não tem que se desculpar, na verdade eu já estou acostumado a ser taxado como  louco, não se preocupe  — Murmurou sorrindo leve, sendo imitado pelo mais novo. — Acho que começamos com o pé esquerdo, que tal um chá? — Perguntou se sentando na mesa próxima à porta.

— Só se for agora — Disse Jimin se sentando em frente ao moreno.

 

 

— Você tem certeza que isso vai dar certo? — Hoseok perguntou enquanto ajeitava a gravata verde musgo.O moreno agradecia a mãe por sempre deixar aquele terno para ser usado em festas ou ocasiões especiais.

“ É claro que tenho, o Senhor Shin é o funcionário mais antigo daqui, no entanto, o seu problema com a bebida o impede de se lembrar de muitas coisas, então será fácil você se passar pelo meu irmão.” Jeon disse acompanhando o moreno até a sala de atendimento da agência bancária, onde se podia ver um senhor calvo, e de óculos fundo de garrafa.

— Oh, você deve ser Jeon Jughyun, minha secretária acabou de me notificar sobre a sua vinda, eu sinto muito, Jangkook era um funcionário exemplar — Divagou o senhor, ganhando uma risada discreta de Hoseok e um revirar de olhos do Jeon. — Mas, a que devo a honra de sua presença meu jovem? — Perguntou ajeitando os óculos

“Diga que precisa fazer uma transação em nome de Joseph Yong e encerrar a conta”

— Quero fazer uma transfusão, digo, uma transação em nome de Joseph Yong e encerrar a conta, isso — Se corrigiu rapidamente ao sentir Jeongguk atravessar o seu estômago em repreensão.

— Oh mais é claro, poderia me passar o código de autorização e seu documento por favor  — Solicitou o mais velho, sendo prontamente atendido pelo moreno — Só um instante — Disse digitando rapidamente no computador, arregalando os olhos ao acessar o saldo disponível. — Er...tem certeza que deseja fazer o saque? — Perguntou trêmulo, vendo o outro assentir rapidamente.

— Claro, em notas de 10 e 20...hey?! — Exclamou ao ouvir um grito frustrado do mais novo

“ Cheque ao portador!” Gritou exasperado

— Cheque ao portador, isso cheque ao portador! — Disse rapidamente sorrindo sem graça ao ver o senhor suspirar aliviado. — Eu sou péssimo com essas coisas de banco sabe? — Murmurou envergonhado enquanto observava o senhor preencher o cheque rapidamente e lhe estender o papel.

— Aqui está senhor Jeon, faça um bom proveito e mais uma vez, minhas condolências — Apertou a destra do mais novo, enquanto o mesmo correspondia com uma reverência desajeitada se afastando até a saída do banco.

— Eu não acredito, 10 milhões de wons! O que podemos fazer com esse dinheiro? Comprar uma mansão? Um iate talvez? Meu Deus, são tantas possibilidades… — Disse ainda segurando o cheque de maneira firme, enquanto se aproximavam de um grupo de freiras.

— Mais esse dinheiro não é seu, e além do mais eu já sei o que fazer com ele — Jeon disse observando as freiras entregando folhetos para arrecadação de fundos para um asilo — Endosse o cheque — Disse olhando para as idosas. 

— Como é que é?! Você só pode estar ficando maluco — Hoseok murmurou exasperado, abraçando o pequeno papel. 

— Esse dinheiro é maldito, eu morri por causa dele. E não pretendo deixar esse dinheiro sujo de sangue para Jimin. Por isso, faça o que estou te pedindo — Disse de maneira séria.

— Tá legal, você tem razão, deixa eu fazer isso logo antes que eu me arrependa — Disse escrevendo o nome do asilo no verso do cheque e se dirigindo até as freiras, que lhe entregaram panfletos com sorrisos gentis — Peguem, vocês farão melhor proveito desta doação — Disse estendendo o cheque a madre, que precisou usar o pouco de sua força física para pegar o papel.

— Muito obrigada jovem rapaz, Deus irá lhe recompensar por nos fazer essa caridade — Disse a idosa, ganhando um resmungo do outro que saiu marchando enquanto murmurava algo como “louco” e “muito dinheiro”.

— Você fez o que era certo Hobi-ssi, e obrigado! — Acenou o Jeon, se assustando ao ver a velha freira desmaiar ao abrir o cheque.

 

 

O escritório estava vazio àquela hora da tarde, já que o expediente havia se encerrado à poucos minutos, e Taehyung aproveitou que estava sozinho naquela sala, para finalmente poder concluir o que seria a sua cartada final. A procuração que conseguira através de um favor prestado por um amigo, só teria valor quando conseguisse transferir todo o dinheiro que havia em uma das contas secretas que Jeongguk mantinha após assumir o banco de forma majoritária, algo que em sua opinião jamais deveria ter acontecido, uma vez que era para ele ter assumido no lugar do amigo.

Acessou a página de login, retirando do bolso o bloco de notas que havia pego nos objetos pessoais do Jeon, antes de entregarem à Jimin, onde pode encontrar o número de usuário e a senha. Sorriu satisfeito, ao finalmente conseguir acessar a conta, no entanto o que encontrou lhe deixou à beira da fúria. A conta estava zerada.

— Só pode estar brincadeira — Tentou acessar novamente, podendo constatar que a conta havia sido fechada uma hora antes do expediente acabar. — Maldição! Com mil diabos, como isso pode ter acontecido sem eu saber? — Bateu os punhos na mesa em um estrondo ruidoso.

“ Você quer mesmo saber?” A frase havia sido digitada no monitor do castanho. “Assassino, você me matou e agora pagará caro por isso” Apareceu outra frase abaixo, assustando o Kim que se levantou transtornado.

— Quem é está fazendo isso? Vamos, apareça! — Gritou olhando ao redor à procura da pessoa que ousou lhe pregar uma peça.

“ Eu não vou te deixar em paz, eu vou te atormentar até que peça pela morte, Kim Taehyung” Jeongguk sussurrou no ouvido do outro, enquanto empurrava uma pilha de papéis ao lado do castanho — Truque esse que aprendera com uma alma atormentada que vagava pelos trilhos do metrô —, Podia não ter mais um corpo físico, no entanto, aprendera a usar sua energia vital para mover objetos e inclusive ser ouvido quando queria.

— Jeongguk? Isso não pode ser possível, você está morto! — Gritou sem um rumo em específico.

“ E eu estou, você fez questão de mandar alguém fazer o trabalho sujo em seu lugar” Jeon gritou exasperado, empurrando o mais velho com força. “ Eu era seu amigo, te levei pra minha casa, apresentei o meu namorado e além de tudo ofereci o meu ombro amigo quando você levou um pé na bunda da Haneul” Continuou, enquanto derrubava alguns objetos enquanto passava em frente as mesas. “ Mais você só queria o meu dinheiro, sempre foi assim não é?” Gritou descontando sua fúria é um soco que atingira em cheio o rosto do outro, que tentou revidar sem sucesso.

— Eu já fui seu amigo Jeon, mais você sempre conseguiu tudo aquilo que eu jamais teria sendo apenas o filho da empregada, comendo os restos que os patrões nos deixava como ratos de esgoto — Retrucou Taehyung, enquanto andava de um lado a outro transtornado. — Eu te odeio Jeongguk, odeio a sua maldita família, e todo esse império nojento que o seu pai construiu — Gritou jogando os braços para cima. — Por isso eu planejei passo a passo durante meses pra pegar toda a sua fortuna, o objetivo inicial era te deixar na miséria e de quebra, roubar o loirinho gostoso. Mais você tinha que estragar os meus planos — Murmurou colérico — Então precisei dar um jeito.

“Desgraçado!” Gritou avançando no outro, quando a porta se abre em um rompante, revelando um Jimin e Hoseok  assustados e ofegantes, ao verem o castanho rolando no chão com se estivesse brigando com alguém.

— Taehyung! — Jimin gritou, chamando a atenção do castanho que se levantou rapidamente, enquanto avançava sobre o menor.

— Você...você é o culpado de toda essa loucura! — Gritou colérico enquanto agarrava o pescoço alvo do Park com força, sorrindo sádico ao ver o loiro começar a sufocar ao tentar retirar as mãos do outro de si.

Hoseok que até então acompanhava a situação de atônito, sentiu o sangue ferver ao ver o Kim agredindo Jimin, e sem pensar duas vezes avançou sobre o  mesmo, desferindo um soco em seu maxilar, fazendo Taehyung cabalear para trás ao ser empurrado com força por Jeongguk. E tudo aconteceu de forma rápida demais na concepção do Park, que viu o castanho tropeçar nos próprios pés e cair de costas próximo a uma mesa, batendo a cabeça na quina durante a queda, indo ao chão com olhos vidrados e um filete de sangue escorrendo no canto dos lábios. Era o fim, Taehyung estava morto.

Jeongguk se ajoelhou no chão suspirando cansado, enquanto fechava os olhos — Quanto mais tempo passava no mundo dos vivos, mais a sua energia vital era drenada —, se assustando ao ver a alma do ex-amigo desencarnando do corpo físico.

— O que aconteceu? Jeongguk? Por quê estou conseguindo te ver — Perguntou encarando o moreno, que lhe devolveu um olhar piedoso, que fora o suficiente para o Kim entender o que estava acontecendo — Espera, isso não pode ta acontecendo, não, não… hey você tem que dar um jeito nisso, eu não posso ter o mesmo fim que você… — Retrucou irritado indo em direção do mais novo, mas sendo impedido por braços que lhe agarraram enquanto era puxado para longe — O que? Não, por favor, me soltem! Quem são vocês? — Gritou em pânico, sendo observado por Jeongguk e Hoseok que abraçava um Jimin inconsolável, que assistiam o fim trágico e inevitável do homem, que fora arrastado para o que o Jung conhecia como o calvário dos condenados, lugar esse onde o Kim jamais receberia o perdão divino. — Eu te odeio Jeongguk, nós ainda vamos nos encontrar seu maldito, você me paga… — Gritou antes de sumir de vez.

Jeongguk se levantou de forma lenta, seguindo em direção ao Jung que ainda consolava um Park Jimin choroso nos braços.

“Acho que acabou” O moreno murmurou fazendo um cafuné nos fios loiros, mesmo sabendo que o mesmo não sentiria “Chegou minha hora Hyung….” Sorriu triste, ao olhar uma luz dourada surgir atrás de si “Por favor cuide dele por mim, eu não poderei fazê-lo feliz, mais você pode Hobi.” Murmurou com a voz embargada “Diga a ele que eu o amo, e sempre amarei” Ditou se afastando do casal.

— Eu direi Jeon — Respondeu o mais velho, sussurrando no ouvido do loiro que olhou para trás, podendo sentir a presença do ex emanando no ambiente.

— Obrigado por tudo Ggukie, eu te amo — Jimin murmurou olhando diretamente para o moreno, enquanto limpava as lágrimas que insistiam em cair.

“ Eu também te amo mochi” Disse enquanto sentia que estava sumindo aos poucos “Adeus Hobi-hyung, e até a próxima” Disse sorrindo para o moreno, que o acompanhou com uma risada discreta.

— Espero que esse próximo ainda demore muito pra chegar sua alma penada — Resmungou humorado, vendo a risada do outro ecoar pelo local até se esvair juntamente com o próprio. — Vamos Jiminie, temos muito o que fazer ainda — Disse vendo o loiro concordar consigo.

 

 

 

 

10 anos depois…

 

 

Pov Hoseok

 

Muita coisa havia mudado nesses 10 anos. Após a morte de Taehyung, a polícia nos notificou que o Kim estava sendo alvo de investigações a respeito de tráfico de mulheres e corrupção ativa, onde o mesmo era o cabeça de toda o esquema. Jimin havia sido indiciado por homicídio, mas o juíz analisou as provas que comprovavam a sua inocência e reverteu a pena em medidas socioeducativas, em um orfanato perto do centro, onde o mesmo ministrava aulas de arte e pintura para as crianças.

Após o cumprimento da pena, um testamenteiro nos procurou dizendo que Jeongguk havia deixado um documento, onde nos cedia 70% das ações no banco, e a casa onde morava antes de morrer, dizendo para fazermos o que bem entendessemos do patrimônio disponível. E mesmo após o terceiro desmaio de minha parte, eu e Jimin entramos no acordo em vendermos as ações e ficarmos com a casa, já que nenhum de nós queríamos algo que trazia lembranças tão dolorosas.

Se eu e Jimin estamos juntos? Bom, digamos que após 2 anos de muitas xícaras de chá com biscoitinhos amanteigados, resolvemos juntar nossas escovas de dente em uma tarde ensolarada de 1989, com direito a festa e tudo mais, se querem saber. E mesmo após 8 anos de casados, ainda consigo ver uma sombra de tristeza nos olhos claros de Jimin, mais sinto que seja apenas saudades, assim como eu sinto quando me lembro daquele cabeça oca.

— Um beijo por seus pensamentos — Ouço a voz doce de meu marido soar em meu ouvido e braços finos me rodearem. Olhei para trás encarando o homem por quem me apaixonei no primeiro momento em que coloquei os meus olhos nele.

— Estava pensando em como sou sortudo em ter um pintor tão famosos como marido — Murmurei me virando para abraçar o baixinho, que ronronou ao sentir meu nariz roçar na pele sensível de seu pesçoco.

— Nhah...deixa de ser bobo, e além do mais se não fosse por você me agenciando, eu não estaria onde estou — Retrucou Jimin, dando um soco fraco em meu ombro, me fazendo rir em resposta — Eu te amo sabia? — Disse me dando um selinho, sendo aprofundado por mim, em um beijo lento.

— Eu também te amo, que tal irmos ali no quarto e matarmos a saudade um do outro — Disse acariciando o traseiro redondo de Jiminie, o ouvindo gemer manhoso

— Acho que… — Fomos interrompidos por gritos que deduzi estarem vindo da sala, no andar de baixo.

“ Papai! O Jeongguk puxou meu cabelo”

“ É mentira papai Hobi, a Yoona ta inventando…”

— Acho melhor nós descermos porque é provável que eles coloquem fogo na minha sala — Jimin disse se soltando de mim e indo em direção a porta.

Olhei em direção a janela que dava para o jardim, e jurava que tinha visto a imagem de Jeongguk sorrindo para mim, mais que sumiu tão rápido quanto apareceu. Chacoalhei a cabeça descrente, sorrindo ao pensar que de fato era meu amigo alma penada que estava ali.

— Claro amor, o último que chegar é a mulher do padre — Vi o loiro sair correndo enquanto descia as escadas, e antes de fechar a porta do escritório, fechei os olhos ao sentir a presença do Jeon.

“ Bom ver você de novo...amigo”

 

 

 

Fim

 

 

 

 

 

 

 

.


Notas Finais


E foi isso pessoal, espero que tenham gostado, quem quiser favoritar e/ou deixar aquele comentário maroto, fiquem à vontade Tia Andy não morde ta?
Enfim, muito obrigada pela atenção e até a próxima! ♡

Capa: @Hoppas
Betagem: @Hoppas
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