1. Spirit Fanfics >
  2. Amor Além do Tempo >
  3. Costume

História Amor Além do Tempo - Costume


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


Olá de novo, amiguinhos!

Eu estive à beira da morte esses dias, mas felizmente consegui sobreviver pra postar um capítulo novo pra vocês no dia certo.

Espero que o esforço tenha valido a pena é que vocês curtam.

Boa leitura! :)

Capítulo 53 - Costume


Fanfic / Fanfiction Amor Além do Tempo - Costume

Max acordou sozinha na cama de Chloe, com a agora estranha sensação de ser a segunda do casal a acordar, algo que tinha se tornado raridade nos últimos meses. Ela abriu os olhos e passou a escanear todo o quarto até parar na figura distraída de sua namorada sentada na janela, fumando um cigarro, com uma expressão difícil de ser lida no rosto.

- Dormiu bem? - Chloe perguntou, depois de uma tragada, logo que pôs os olhos em Max, sem dar a ela a chance de questionar seu comportamento suspeito.

- Uhum. Não tive mais nenhum pesadelo, se é isso que você está perguntando. - Max respondeu sem meias palavras, enquanto tentava conter a bagunça dos próprios cabelos, ao mesmo tempo em que se punha sentada na cama.

- Ótimo. - Chloe falou olhando para a rua, enquanto expelia a fumaça, sem a mínima intenção de desenvolver o assunto e parecendo estar com o pensamento bem distante dali.

- O que você tá fazendo aí?

Chloe não falou nada, apenas levantou a carteira de cigarros e o cinzeiro, os exibindo para Max em uma explicação silenciosa.

- Não estou falando disso. - Max respondeu incomodada com a atitude da punk.

- Bom, então é melhor você se explicar direito, porque não faço ideia do que você está falando. - Chloe devolveu, se fazendo de desentendida, dando um último trago no cigarro e o apagando no cinzeiro.

- Você acordou cedo demais, está fumando de manhã, que é algo que você só faz quando está nervosa ou preocupada e está agindo de um jeito estranho, como se estivesse incomodada com algo. 

- Muito bom, Sherlock Max. Você é mesmo boa com deduções.

A garota mais velha respondeu ironicamente, aplaudindo a fotógrafa, que, por outro lado, não parecia nenhum pouco satisfeita com a atitude dela e não tardou a demonstrar isso.

- E, então, você vai me contar o que aconteceu ou vou ter que continuar tentando adivinhar?

Max insistiu num tom mais sério e Chloe bufou, descendo da janela, mas se mantendo encostada na mesa próxima a ela, adiando até o último segundo o momento de seu desabafo.

- Eu tive um daqueles malditos sonhos e não consegui mais dormir depois. Foi isso.

- E eu posso saber sobre o que foi dessa vez? - Max perguntou, de braços cruzados, curiosa pelo desenvolvimento daquela nova informação.

- Você e um idiota qualquer dançando juntos na minha frente. - Chloe respondeu, ainda sem encontrar o olhar de Max, preferindo, em vez disso, encarar os próprios pés e perdendo a reação confusa da fotógrafa com sua revelação.

- Mas isso nun...

- Nunca aconteceu. Eu sei. - Chloe completou a frase por Max, a deixando ainda mais confusa com aquela história.

- Como você poderia saber disso?

- Porque era de antes... quer dizer, antes de Seattle. Antes de você ir embora. - A punk explicou rapidamente, tornando o teor daquele sonho ainda mais esquisito.

- Como isso ao menos é possível? - Max perguntou, mais pensando em voz alta, do que esperando que Chloe trouxesse uma solução para suas dúvidas.

- Não faço a mínima ideia, mas ainda tô puta por não ter feito nada. - Chloe comentou, sem se ater à parte mais ilógica e curiosa daquele fato. - Só fiquei olhando um tempo, morrendo por dentro e depois fui embora.

- E o que você poderia fazer? - Max perguntou, tentando ignorar por um momento aquela nova variável dentre todas os acontecimentos inexplicáveis que se sucediam na vida das duas nos últimos tempos e procurando focar seus esforços em tentar diminuir o incômodo que a punk estava enfrentando depois de mais aquele sonho.

- Matar ele ou pelo menos dar uns socos, não sei. Qualquer coisa que não ficar parada assistindo. - Chloe respondeu tranquilamente, como se estivesse propondo a ação mais trivial do mundo.

Max, por outro lado, balançou a cabeça, esboçando um sorriso, mal acreditando no que a punk estava dizendo e, por isso, decidindo expor a falha em seus planos.

- Chlo, você está falando de uma versão sua de uns 14 anos. Por que você iria matar ou esmurrar alguém só por dançar com sua melhor amiga?

- Cara, eu não estou falando racionalmente. Só estou me sentindo péssima com a lembrança e tentando extravasar. E você não deveria estar me questionando e sim me consolando.

- Tem razão. Desculpa. Vem cá.

Max sorriu mais abertamente e estendeu as mãos num convite claro para que Chloe voltasse para a cama e se aconchegasse nos braços dela, o que esta logo fez, engatinhando pelo colchão até se deitar com a cabeça no colo da fotógrafa, sendo prontamente afagada por ela.

- Se você quiser, a gente pode ficar aqui mais um pouco até você se sentir melhor. - Max sugeriu enquanto usava os dedos para pentear os cabelos de Chloe e colocar os fios soltos atrás de uma de suas orelhas - Eu não tenho a primeira aula e você pode chegar só na segunda.

- Maxine Caulfield está me incentivando a matar aula? - Chloe ironizou, permanecendo de olhos fechados, com sua atenção quase toda concentrada nos carinhos de Max - Foi isso mesmo que eu escutei?

- Eu não estou te incentivando a matar aula. - A fotógrafa respondeu se inclinando para beijar a cabeça de Chloe, que já evoluía de sua posição no colo dela para uma sobre a barriga - Só quero ser pra você o que você tem sido pra mim nós momentos em que eu tô surtando. E, se isso significa perder uma ou outra aula, então que seja.

Chloe balançou a cabeça, levantando parte da camisa de Max para beijar a barriga dela, percebendo-a deixar escapar ruídos de contentamento ao mesmo tempo em que continuava passeando com os dedos pelos cabelos da punk.

- Você já é! E muito mais do que imagina. Só você estar aqui me fazendo carinho já ajuda muito a esquecer essa droga de sonho.

- Humm... Eu entendi errado ou Chloe Elizabeth Price está negando minha oferta de matar aula? - Max replicou a pergunta em tom de ironia.

- É. Acho que esse sonho causou um dano permanente no meu cérebro. Estou me sentindo um tanto mais responsável.

A punk brincou enquanto dava um tempo nos beijos para se focar em despir Max de sua camisa, mas sem evoluir muito no seu intento ao ser parada pela fotógrafa quase no mesmo instante. 

Chloe respondeu ao impedimento súbito fazendo bico e cara de choro, mas prontamente foi consolada pela fotógrafa com um beijo rápido e um abraço apertado.

- Não comece algo que você não pode terminar. - Max explicou sua reação ao fim do beijo.

- Por que eu não posso terminar? O despertador nem...

Antes que Chloe pudesse concluir sua frase, o alarme do telefone disparou indicando que era hora de elas se levantarem, o que a motivou a se deixar cair totalmente sobre Max, fazendo esta rir de sua reação e esperar pacientemente ela decidir se levantar.

- Você ao menos vai comigo ou só depois? - Chloe perguntou assim que finalmente se levantou da cama, ainda com uma expressão contrariada.

- Vou sim. Não tenho aula, mas preciso arrumar meu dormitório, que deve estar uma zona depois de todo esse tempo.

- Ótimo. Pelo menos uma notícia boa nessa segunda feira.

Max revirou os olhos, rindo abertamente e a observando caminhar em direção à porta ainda chateada.

- Vai lá, resmungona. Eu vou logo depois.

Elas se preparam rapidamente, tomaram café e logo partiram de volta à Blackwell, se despedindo na saída do estacionamento do prédio e saindo cada uma para seu destino.

Logo que Max adentrou a área dos dormitórios, se deparou com Kate saindo de um quarto que não era o dela. A fotógrafa abriu um sorriso automático quando a outra garota percebeu que tinha sido pega em flagrante e congelou imediatamente no lugar, com o rosto completamente vermelho e sem saber como reagir.

- Dormiu bem, Kate? - Max perguntou risonhamente, enquanto se aproximava, notando a loira corar mais ainda e baixar a cabeça em resposta, mas se mantendo em silêncio - Relaxa... eu não sou sua mãe e só tô brincando contigo.

Kate voltou a levantar a cabeça, esboçando um sorriso, mas ainda envergonhado sorriso e murmurando um "eu sei" quase inaudível, antes de pegar Max pela mão e arrastá-la até seu quarto sem dar nenhuma explicação, depois trancando a porta antes de falar qualquer coisa.

- Então, alguém quer fofocar algo comigo. - Max brincou sentando no sofá empolgada e observando Kate replicar seus movimentos e se sentar na cama de frente para ela.

- Para com isso, Max. - A garota loira deu um safanão na morena, a fazendo rir. - Não aconteceu nada e eu ainda tô tentando me acostumar com toda essa situação, como você deve ter percebido.

- Um "acostumar" bom, eu espero. - Max comentou, erguendo uma das sobrancelhas, enquanto observava Kate voltar a corar instantaneamente com o comentário e esconder o rosto e um sorriso involuntário com suas duas mãos.

- É - Ela falou simplesmente, ainda com as duas mãos sobre o rosto, mas logo desistindo de mascarar sua expressão. - A parte ruim é que eu também não estou acostumada a esconder as coisas, principalmente, dos meus pais. Ah... e eu não dormi no quarto dela, se é isso que você estava imaginando.

Max arqueou as duas sobrancelhas surpresa, enquanto aguardava a explicação da frase proferida por Kate.

- Eu passei a noite em casa e meus pais vieram me deixar aqui cedinho. Aí, quando cheguei, fui lá no quarto da Tori... dar bom dia. - Kate completou desviando o olhar para o tapete e fazendo Max sorrir mais uma vez com a expressão de "culpa" dela.

- Bom dia e uns beijinhos também, né? 

A garota de sardas não resistiu a expressar o pensamento que flutuava por sua cabeça logo que ouviu a resposta de Kate e, esta, por sua vez, era transparente demais para conseguir disfarçar ou esconder os próprios sentimentos de sua amiga.

- Meu deus, Max, você tá ficando pior que a Chloe nisso. - Kate falou em tom de brincadeira, tentando disfarçar o constrangimento que a consumia naquele momento. - Deve ser a convivência.

- Tô nada. Ela que pega leve com você. - Max se defendeu - Você precisava ter visto todas as coisas que ela fez e disse pra Victoria nesse meio tempo.

- Como assim?

- Vou contar isso só porque você e a Victoria já se entenderam e sei que essa informação não vai vazar: quem mandou a mensagem te convidando pra ir à Seattle foi a Chloe se passando por ela. E essa foi só uma das coisas que ela fez pra tentar botar essa história de vocês pra frente. - Max revelou, deixando Kate surpresa com a nova informação. - A Victoria ficou apavorada no início, mas felizmente acabou dando tudo certo no final.

- É meio fofo saber que ela estava tão insegura em relação à isso.

- Você não faz ideia. E a Chloe está se sentindo a madrinha desse namoro e, não é à toa, porque devo admitir que ela apoiou muito a Victoria. Você sabe... do jeito inconsequente e nenhum pouco convencional dela.

- Ela também conversou comigo no dia em que fomos comprar os presentes. - Kate admitiu - e essa conversa foi bem determinante pra eu tomar minha decisão. Sem falar no discurso dela no café da manhã.

- Quando ela souber disso, vai ficar emocionada. Eu garanto.

Kate apenas riu, abraçando um travesseiro que estava próximo a ela e se recostando na parede do quarto, deixando sua mente momentaneamente flutuar para longe dali, o que logo foi notado pela garota de sardas.

- Como foi, Kate? Quero saber os detalhes.

- Como foi o que? - Kate devolveu a pergunta ligeiramente confusa com o que ela queria dizer.

Max apenas revirou os olhos, incrédula com o quão distraída a outra garota permanecia, mas rapidamente cuidando de explicar ao que se referia.

- A noite depois dos fogos, quando vocês voltaram pra casa da Victoria.

- Ah! - Kate falou, finalmente entendendo onde Max queria chegar e, só então, se ocupando de compartilhar os detalhes da história com ela.

~Flashback~

Victoria abriu a porta da frente de sua casa, dando espaço para Kate entrar primeiro e entrando em seguida para depois fechá-la, jogando as chaves na mesa de centro do hall de entrada e andando até alcançar o passo da garota menor, que observava o cômodo, enquanto aguardava a aproximação dela.

- Você está assustadoramente silenciosa. - Victoria comentou quando cansou de esperar que Kate falasse qualquer coisa. - Você não está arrependida, está?

Victoria perguntou, quando já estava lado a lado com a outra garota, mas sem ousar olhar na direção dela, enquanto sua resposta não vinha. Em vez disso, ela decidiu encarar o carpete.

Kate, por outro lado, olhou fixamente em sua direção, surpresa com o surgimento daquela pergunta momentos depois de ela finalmente se declarar. Mais surpresa ainda que Victoria estivesse tão insegura com aquilo mesmo depois de tudo e, por isso, escolhendo confortá-la para tentar amenizar a situação.

Ela então se virou, sem aviso prévio, em direção à garota maior e a abraçou, a pegando completamente de surpresa, o que ficou claro já que Victoria praticamente congelou no lugar com a aproximação e pareceu ter se transformado numa estátua quando recebeu o abraço inesperado. Só relaxando minutos depois.

- Eu sempre fui tímida e tudo mais, mas nunca fui de voltar atrás nas coisas que digo. - Kate explicou calmamente enquanto se mantinha firme em sua posição. - Dito isso, vou repetir mais uma vez algo que parece não ter ficado claro antes. - Ela então se afastou, segurando o rosto de Victoria com as duas mãos e olhando nos olhos dela antes de continuar seu discurso - Eu quero ficar com você, independente do que venha a acontecer a seguir e arrependimento é algo que não passa nem perto da minha cabeça no momento. Ficou claro agora?

Victoria sorriu levemente e balançou a cabeça, confirmando que havia entendido e depois usando a vantagem de sua posição para puxar Kate pela cintura e se inclinar para beijá-la, enquanto uma das mãos dela, antes repousada no rosto da garota menor, agora trilhava seu cabelo, se perdendo entre as mechas até o beijo ter fim e as duas se afastarem com os olhos ainda semicerrados.

- Eu preciso me acostumar com isso.

- Desculpa, eu não quis...

- Tori, não precisa pedir desculpa... - Kate a interrompeu no meio da frase, lhe dando um selinho como reforço a suas palavras - Até porque isso não foi uma reclamação. É só que tudo é novo pra mim, eu sou completamente inexperiente na área de "relacionamentos". E isso significa que você vai precisar ter muita paciência comigo.

Victoria sorriu abertamente dessa vez, a abraçando e beijando na testa antes de responder.

- Toda a paciência que você precisar.

- E, quando eu digo paciência, não me refiro a agir como se eu estivesse namorando com você  forçada, mas sim a saber que eu vou ter reações inesperadas em situações que seriam comuns para outras pessoas.

- Desculpa. É que ainda é difícil acreditar que nós estamos juntas de verdade. - Victoria confessou coçando a cabeça - Acho que posso dizer que estamos meio empatadas nisso.

Kate balançou a cabeça com uma expressão de compreensão e puxou a outra garota pelo braço até ambas se sentarem no sofá mais próximo das duas.

- Só tente agir normalmente comigo, do mesmo jeito que você reagiria em outro namoro qualquer. - Kate finalmente respondeu, já com a cabeça reclinada sobre o ombro de Victoria.

- Impossível.

Aquela resposta inesperada e instantânea fez a garota tímida arregalar os olhos e se afastar de imediato para encarar Victoria, que a observava com um olhar sereno, embora estivesse sendo fuzilada pelo de Kate na mesma medida.

- Por que impossível? - Kate finalmente conseguiu formular a pergunta depois de superar o susto pela resposta dela.

- Porque eu não quero agir com você como nos meus namoros anteriores. - Ela começou a explicar, passando um dos braços ao redor de Kate e a puxando de novo em sua direção.

- Não entendi. Qual o problema nisso? - Kate falou num tom claramente incomodado.

- É que você é a primeira pessoa com quem fico que gosto de verdade. Por isso, quero que seja tudo completamente diferente e mais significativo.

Aquela declaração espontânea fez Kate abrir um novo sorriso genuíno e ceder ao enlace de Victoria, se aconchegando confortavelmente nos braços da garota.

- Eu também gosto de você e obviamente é minha primeira vez gostando de alguém dessa forma.

- Então, nós podemos aprender isso juntas.

Victoria pontuou sua resposta com um beijo na testa de Kate e a observou balançar a cabeça afirmativamente em resposta.

- É, mas vamos começar a partir de amanhã porque agora eu tô morrendo de sono e já tá quase amanhecendo.

Victoria congelou no lugar depois daquela frase, o que Kate logo notou, mas demorou muito a entender.

- Ah... então... eu... acho... - A garota mais vela começou a tentar falar, incapaz de formular uma frase que fizesse o mínimo de sentido, até ser interrompida no meio do caminho por Kate.

- Inacreditável!

- O que? - Victoria perguntou, completamente confusa com a interrupção de Kate e principalmente com seu sorriso irônico.

- Eu acabei de dizer que quero que você pare de me tratar como uma boneca de porcelana e, no momento seguinte, você fica cheia de dedos pra me perguntar se eu vou dormir no seu quarto?

- Como você...? - Victoria murmurou atônita e totalmente acuada em suas ações.

- Por deus, Tori, eu disse que sou nova nisso, não que sou tapada. Tá na cara que é isso que você está relutando em perguntar. - Kate respondeu sem nenhuma restrição. - E, pra encurtar essa conversa: claro que não vejo problema em dormir no seu quarto, até porque não acho que você vá me atacar durante a noite. Vai?

Victoria apenas balançou a cabeça negando, com um sorriso envergonhado.

- Não entendo porque tanto receio de sugerir isso hoje, se fizemos o mesmo ontem.

- É que ontem a Max e a Chloe estavam aqui e eu pensei que... - Ela tentou se explicar, mas foi interrompida de novo por uma Kate impaciente.

- Melhor você não pensar muito, simplesmente fale ou faça o que sentir vontade e eu digo se estou de acordo ou não. Tá bom?

Victoria apenas balançou a cabeça num gesto positivo, depois se levantou do sofá e segurou a mão de Kate, a ajudando a fazer o mesmo e, momentos depois, as duas já estavam no quarto, de roupas trocadas, deitadas uma de frente para a outra na cama e prontas para dormir.

- E, então, como nós vamos fazer? - Victoria perguntou após um longo momento de reflexão.

- Tenho quase certeza que só precisamos fechar os olhos e esperar o sono fazer o papel dele. - Kate brincou com a pergunta repentina e sem nexo com a situação.

- Não... eu me refiro a seus pais e ao resto das pessoas. - Victoria se fez entender no momento seguinte.

- Você quer mesmo falar sobre isso agora?

- Desculpa... mas eu fiquei pensando nisso e num monte de outras coisas relacionadas, enquanto estava no banho, por isso mencionei.

- Como o que, por exemplo?

- Bom... pra começar, se vamos esconder só dos seus pais, se podemos contar aos meus, como serão nossos encontros, se viajar juntas seria demais... enfim, acho que eu fui muito além, né?  Tenho que ir com mais calma. - Ela se cortou com um sorriso envergonhado.

- Você não fica nenhum pouco assustada com isso? Quer dizer, com as implicações e as reações das outras pessoas?

- Pra ser sincera, fico um pouco, mas não é nem perto de como fiquei quando você descobriu. - Victoria confessou com sinceridade.

- Eu sou tão assustadora assim? - Kate perguntou em tom de brincadeira.

- Não... a ideia de não poder mais conviver com você é que era.

Kate foi pega de surpresa pela franqueza de Victoria naquele momento, ficando temporariamente sem ação, sentindo seu rosto esquentar e um sorriso involuntário se formar nele.

- Eu também preciso me acostumar com esses flertes inesperados. - Ela finalmente falou logo que conseguiu recobrar a própria fala - Eu devo ficar com cara de idiota toda vez que você diz algo assim.

- Você fica bonita como sempre. - Victoria devolveu a encarando e a assistindo corar com sua nova investida.

- Para com isso, Tori.

Kate falou empurrando de leve o ombro da outra garota que ria da reação dela ao mesmo tempo em que se aproximava para beijá-la, sentindo a garota menor corresponder mais prontamente que das primeiras vezes e aproveitando o momento para repousar a mão sobre a cintura dela e acariciá-la.

Logo que elas se separaram, Kate deixou escapar um bocejo repentino demais para conseguir ser disfarçado, usando uma das mãos para contê-lo e deixando Victoria decepcionada com a reação.

- Eu beijo tão mal que você boceja quando termina? - Victoria não conseguiu evitar a pergunta.

- Na verdade, eu não tenho muito com o que comparar, mas estou bem satisfeita. Só que eu tô morrendo de sono, já que não tô acostumada a dormir tão tarde. Ainda mais dois dias seguidos.

- Melhor assim pra minha auto estima. - Victoria respondeu em tom de brincadeira, aliviada com a justificativa de Kate. - Vamos dormir então.

Kate assentiu, dando um beijo de boa noite nela e fechando os olhos logo em seguida.

- Kate?

- Hum.

- Você disse pra eu não me furtar de fazer o que sinto vontade, né? - Kate balançou a cabeça ainda de olhos fechados. - Então vira pro outro lado.

A garota menor achou a proposta, para dizer o mínimo, estranha, mas acabou atendendo a solicitação sem questioná-la. 

Segundos depois, houve um movimento na cama e, então, ela sentiu a aproximação de Victoria, a respiração dela mais próxima de sua nuca e um dos braços dela voltando a circunda-la. A reação inicial de Kate foi congelar no lugar, ficando completamente estática pelo contato repentino, mas aos poucos relaxando no abraço da garota maior.

- Opiniões? - Victoria murmurou, de olhos fechados, ainda insegura com a reação de Kate, mas decidida a se manter firme em sua posição

A resposta de Kate demorou o que pareceu um século para Victoria e só veio quando ela estava à beira de um ataque de nervos.

- Eu, com certeza, posso me acostumar com isso.

Victoria não conseguiu evitar deixar a escapar um suspiro aliviado ao ouvir as palavras de Kate e principalmente quando esta colocou a mão sobre a que mantinha sobre ela, entrelaçando seus dedos e a permitindo dormir aliviada. 


Notas Finais


Mais um capítulo amorzinho com um leve mistério pra confortar o coração de vocês. Acho que a doença me deixou mais bondosa.

Pro azar de vocês, estou quase curada. Hehe!

Beijos e até a volta! :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...