1. Spirit Fanfics >
  2. Amor Através de Cobrança - Seungjin >
  3. "Você me deve dinheiro!"

História Amor Através de Cobrança - Seungjin - "Você me deve dinheiro!"


Escrita por: lademann

Notas do Autor


Oie! Decidi escrever esta OneShot de presente para a @Seung_mean, minha amiga!

⚠️ Esta história de forma alguma pretende motivar o consumo e venda de álcool para menores ⚠️

➦ Revisado, porém algum erro pode ter passado despercebido
➦ Todos os comentários serão respondidos
➦ Boa leitura! ❤️

Capítulo 1 - "Você me deve dinheiro!"


Fanfic / Fanfiction Amor Através de Cobrança - Seungjin - "Você me deve dinheiro!"

Seungmin, no auge da adolescência, seguia alguns exemplos, tanto bons quanto ruins, e um deles era ter se viciado em bebidas alcoólicas, e detalhe, ele era de menor. Foi em uma festa de um amigo onde ele ingeriu o líquido pela primeira vez, sua garganta ardia pela nova experiência e pedia por mais daquele ato proibido. Não que os seus amigos fossem delinquentes, apenas queriam se divertir um pouco e tentar esquecer todos os problemas considerados moleza para os adultos. Talvez fosse para chamar atenção.

Mas, depois daquela noite, Seungmin bebia pelo menos quatro vezes por semana e em quase todas elas pedia ajuda para Christopher, seu amigo de vinte e um anos. Não havia chegado a maioridade ainda e precisava comprar uma garrafa para se satisfazer com o gosto amargo. Bebia *soju, cerveja, *makgeolli, *cheongju, e mesmo que algumas delas tivessem teor alcoólico baixíssimo, ainda sim era proibido vender para menores. Era simples, Chan ia lá no disk, comprava e entregava à Seungmin, ganhando uma gorjeta.

Sim, era deplorável. Como o mais velho, tinha que ser exemplar, mas na verdade ele era quem mais dava ideias loucas e absurdas para os amigos — tanto que foi ele quem embebedou o Kim pela primeira vez. Porém, um pequeno probleminha tinha surgido, e Seungmin achava que o mundo ia acabar por causa dele. Christopher tinha voltado para a Austrália por um pequeno período de tempo e jurou que retornaria para a Coréia, mas e até lá? Como Seungmin ficaria sem suas bebidas? Poderia ser uma boa oportunidade para parar com o vício, mas ninguém era competente o bastante para parar Seungmin, nem mesmo ele.

Então, lá estava o Kim, disposto a sair de casa e ir comprar ele mesmo a sua garrafa do dia a dia. Fazia uma semana que não bebia nada alcoólico e ele já não aguentava mais. O disk ficava no final da rua e era bastante frequentado por ser o único do bairro. Seungmin se recusava a andar até o mercadinho e fingir ser um adulto — mesmo que não precisasse de muito esforço, uma vez que ele parecia ter mais anos do que realmente tinha.

Quando caminhou e parou até a janelinha do disk, esperou que o senhor aparecesse para começar o seu teatro, e se conseguisse, se sentiria como um ator prestigiado de Hollywood. Caso entrasse em uma encrenca, sua mãe o mataria com uma faca e ainda guardaria suas cinzas em um potinho na cômoda de seu quarto, e aquilo era terrivelmente assustador para Seungmin. 

— O que deseja? — Ouviu, se despertando de seu pequeno transe, encarando o velho.

Porém, não era um velho, muito longe disso, era um jovem rapaz. Ah merda Já achava que seria difícil convencer um senhor, imagina um garoto da sua idade!

— Hm… você não é o senhor Hwang… — Apontou para a cara do garoto e mesmo que existisse grade na janelinha, o outro desviou, indo para o lado. 

— Não, não sou. — Riu baixinho, se debruçando sobre o balcão. — Meu pai está ocupado hoje, então fiquei no lugar dele. Acho que consigo vender algumas bebidas idiotas.

— Entendi… — Sorriu amarelo, tomando coragem para enfim fazer seu pedido. — Eu quero uma garrafa de cerveja.

O garoto franziu o cenho, analisando Seungmin de cima a baixo, deixando o menor mais nervoso que antes e deixando isso transparecer facilmente.

— Desculpe, não vendemos bebidas alcoólicas para adolescentes. — Respondeu. — Se quiser alguma coisa, pode ser uma garrafinha de *bacchus.

— 'Qualé! Bacchus tem gosto de xarope e você também é de menor, não pode vender esse tipo de bebida. — Argumentou, encarando a feição pensativa do outro.

— Tem razão… Meu pai disse que não posso vender. Na verdade, não sei porquê estou aqui sendo que os clientes só querem bebidas com álcool… É a mesma coisa se estivesse fechado. — Fez um beiço, ainda pensativo. 

— Eu sempre consumo bebidas daqui, sou um cliente veterano! Então, que tal fazermos um acordo? — Sorriu ladino e observou o loiro arquear a sobrancelha.

— Vindo de você, com certeza vai ser encrenca! — Retrucou, fazendo Seungmin se sentir ofendido.

— Eu sou uma boa pessoa! E o acordo não é tão problemático assim! — Respondeu, sua expressão de braveza era adorável. — É o seguinte, você me dá a bebida e seu pai não descobre que você desobedeceu ele, e aí nós dois saímos ganhando.

— O único satisfeito aqui vai ser você, sabe disso 'né? — Concordou com um aceno, fazendo o de cabelos compridos revirar os olhos. — Não acho que eu deva aceitar, não fará diferença alguma para mim se eu te vender a garrafa ou não.

— Ah, não? Que tal você me dar a bebida, aí eu dou o meu número para você me cobrar o valor da...

— Você não tem dinheiro aí com você?! — Perguntou desacreditado, não deixando Seungmin terminar sua fala. — Não vendemos fiado, espero que esteja ciente disso.

— Não, eu não tenho dinheiro e isso de "não vender fiado" é uma mentira porque semana passada eu peguei uma lata de Coca-Cola e seu pai disse que eu poderia pagar depois! Vamos, eu pago as duas bebidas junto, eu prometo!

— Para você pagar o que deve não precisa do meu número. — Sorriu travesso.

— Por isso vai ser a sua recompensa! Você me dá a bebida, e eu te dou o meu número! Só é preciso que você fale para o seu pai que eu peguei alguma bebida com o mesmo preço que a cerveja e pronto! Eu venho aqui e pago quando conseguir alguns trocados!

Hyunjin queria acabar com aquela longa discussão logo, seu celular estava lhe esperando para mais uma partida de Among Us e seu suco de laranja — não tão gelado quanto antes — também. Então, como já estava ficando sem paciência, deu a garrafa para o garoto persistente, sabendo que provavelmente entraria em encrenca mais tarde. Mas suas mentiras e argumentos falsos eram tão convincentes que conseguiria se safar rapidinho, ele tinha certeza.

— Obrigado, filho do senhor Hwang. — Agradeceu sorridente. — Tem um papel e caneta aí? 

— Não quero o seu número. — Disse e sorriu pequeno.

— Eu faço questão! Vamos, anota aí! — Começou a ditar os algarismos e Hyunjin se desesperou tentando pegar a caderneta de seu pai e a caneta esferográfica. Por fim, ouviu o castanho dizer seu nome, e também anotou. — Me chame quando precisar de alguma ajuda.

E saiu andando, admirando a bebida em mãos e sorrindo pequeno.


Duas semanas depois


— Seungmin, que demora é essa? Eu tenho mais coisas para fazer! — Gritava a senhora Kim, checando se estava tudo em sua bolsa e a fechando. O filho finalmente apareceu ao seu lado já vestido. — Por que se produziu tanto? Vamos apenas ao mercado, Min.

— Não queria ir todo descabelado e de pijama! — Se defendeu.

A mulher estava o apressando tanto que se fosse possível ela controlava o tempo para poder conseguir realizar todas as suas tarefas até o final do dia. No carro, até chegou a dizer para o filho que ele teria que lavar a própria roupa porque ela não era obrigada a lavar cueca suja dos outros. Seungmin ria de tudo que saía da boca da velha, enquanto escutava Day6 no fone de ouvido quebrado.

Quando o carro foi estacionado na vaga mais próxima do estabelecimento, saíram e Seungmin tirou o foninho de seu ouvido esquerdo — o qual era o único que funcionava — e o deixou em cima do banco cor amarelo encardido. Seguiu a mãe por não conhecer o lugar e  estranhou ao perceber uma fila em frente à porta, se aproximando logo em seguida para saber o que acontecia.

— Não sabia que tinha controle de presença agora… — Disse a matriarca, espiando o começo da fila e encontrando um garoto sentado, controlando a entrada das pessoas com alguns cartões.

— Eu acho isso até bom, odeio lugar cheio. — Respondeu o Kim mais novo, concentrado no celular.

Permaneceram alguns minutos naquela pequena fila, sua mãe pegou o seu cartão e logo mais ele também. Ia apenas pegar o papel branco e entrar no mercado, mas a pessoa não o deixou dar mais um passo.

— Você deveria prestar atenção por onde anda, ainda mais em um lugar como este. — Encarou a pessoa. — Pode tropeçar rapidinho.

Não sabia que reencontraria aquela cabeleira loira em menos de um mês, e aquilo o fez se desesperar um pouquinho, porque ainda não havia pago o que devia e também não tinha trocado uma única palavra com o garoto depois do ocorrido. Por fim, decidiu ignorá-lo e correu até sua mãe, ouvindo a risada do outro preencher o corredor. 

Estava indo tudo normal, a senhora Kim chegava a gritar para que Seungmin ouvisse qual era a marca de tal produto e quem controlava o carrinho era ela. Segundo sua opinião de criadora, o filho já deveria saber fazer compras sozinho, então, quem fazia praticamente tudo ali era ele. Após terem pegado tudo — algumas gostosuras a mais por pedido de Seungmin —, se direcionaram ao caixa vazio.

— Agora deixa comigo, eu vou passar aqui e peço pra entregar lá em casa, pode voltar para o carro se quiser. — O Kim agradeceu internamente e foi andando, mas parando no meio do caminho ao lembrar que Hyunjin estava na porta, e seu arrependimento aumentou quando o viu acenar para si, chamando-o para ir até lá.

— O que você quer? — Sussurrou entre-dentes quando se aproximou o suficiente. Não existia fila alguma e aquilo o acalmou, pelo menos não passaria vergonha na frente dos outros.

— Virou caduco, é? Tá me devendo dinheiro! — Retrucou, também em sussurro.

— Corrigindo, eu estou devendo dinheiro para o seu pai! E eu já disse que vou passar lá pagar, só espero que tenha mais um pouco de paciência!

 — Meu pai gosta de você, mas não pense que por isso você vai esquecer a dívida! — Disse em um tom mais alto.

— Dívida? — Indagou a senhora Kim, que apareceu guardando o troco em um porta-moedas, logo mais guardando-a dentro da bolsa maior. — Que dívida?

— Não é nada, mãe. — O castanho balbuciou, temendo pela vida quando o loiro não perdeu tempo em abrir a boca.

— Seungmin está devendo para o meu pai, sabe o dono do disk perto da casa de vocês? E são duas bebidas! — O entregou, talvez assim, finalmente seu pai seria pago.

— Seungmin! Por que não pagou ainda? — O último citado ficou boquiaberto sem saber o que responder. — Não pense que eu vou pagar! Você vai arranjar esse dinheiro! 

— Mas mãe… — Tentou finalmente dizer algo, mas fora interrompido mais uma vez.

— Nada disso! Eu vou falar com o senhor Hwang agora mesmo! — Decidiu, pegando seu celular e discando o número — Hyunjin estranhou o fato de que ela tinha o contato de seu pai. — Alô? Aqui é a Jihyeon, preciso contar uma coisa para você… 

Se distanciou dos dois para continuar a conversa. Seungmin resmungou como um bebê e olhou para o loiro furioso, recebendo um levantar de sobrancelhas e uma mão estendida. Devolveu-lhe o cartão de presença e antes que pudesse xingar o outro, ele se pronunciou.

— Vamos fazer assim, eu não conto que você bebeu cerveja e você não conta que eu te dei a garrafa. — Propôs, brincando com os próprios dedos.

— Aceito. — Respondeu cruzando os braços e encarando a mãe, que rodopiava perto da pequena escada enquanto conversava com o pai de Hyunjin, sua mão segurando o cartão e uma feição brava em seu rosto.


[...]


O senhor Hwang e a senhora Kim — amigos há anos — resolveram fazer um jantar para um bom convívio entre as duas famílias após o pequeno acontecimento. A dívida foi paga com sucesso e teve até gorjeta como um pedido de desculpas. Porém, uma coisa havia mudado. Hyunjin enfim mandou uma mensagem para Seungmin, na intuição de tentar começar uma boa amizade e eles começaram a se ver com mais frequência e de uma maneira bem inusitada.

Seungmin estava sentado na beira da calçada como fazia quase todas as noites, sentia uma brisa fria e seu nariz estava gelado, mas ele não se importava com aquilo no momento. Logo mais, o rapaz loiro apareceu, se juntando a ele e segurando uma garrafa de vidro.

— Como você consegue pegar sem seu pai perceber? — Indagou, apoiando o corpo para trás com os braços, enquanto prestava atenção em cada movimento feito pelo maior.

— Eu pego da dispensa e meu pai é tão tapado que nem percebe. — Riu e direcionou o bico da garrafa até sua boca, bebendo um gole do líquido gelado. — Isso é bom, não é?

— Pra gente, sim. — Sorriu, pegando o recipiente das mãos do outro e também tomando um pouco da bebida. — Você disse que não viria hoje… 

— E mesmo assim você estava aqui quando eu cheguei. — Olhou para ele com um sorriso pequeno no rosto. — Eu consegui uma escapatória e meu pai não acordou, felizmente.

— Eu não estava com sono, então viria aqui de qualquer forma. — Inventou, ouvindo a risada do loiro e sorrindo fraco.

— Admite que você estava me esperando, dandy boy. — Bebeu mais da bebida alcoólica, o sorriso ainda presente em seu rosto.  

— Eu precisava me distrair… Achei que se você viesse, poderia fazer isso… — Sua voz foi sumindo no final da frase, seu nervosismo era notável e Hyunjin achava aquilo muito fofo.

— O que você quer que eu faça? — Questionou encarando os olhos castanhos do Kim.

Era sempre assim, o loiro não tinha vergonha em ficar parado, enquanto encarava a face bonita de Seungmin. Tinha até perdido as contas de quantas vezes já havia feito isso e já tinha até levado uns tapas do mais novo. 

— Apenas segure minha mão e me faça companhia. — Respondeu, estendendo sua esquerda para entrelaçar com a direita do outro, se aproximando mais do corpo dele e deitando a cabeça em seu ombro. — Me conta como foi seu dia.

Hyunjin sorriu como fazia toda noite na presença de Seungmin. Embora nunca tivesse se interessado por álcool, não se importava em beber alguns goles ao lado do Kim, quem se tornou sua morada para segredos e desabafos, e quem aprendeu a amar com todo o seu coração.


Notas Finais


Feliz aniversário, @Seung_mean, eu sei que você me ama lá no fundinho 💞

E obrigada @jenoutz, por mais uma vez tirar um pouco do seu tempo para fazer uma capa para mim!



Soju: É uma bebida destilada transparente de origem coreana. Geralmente é consumido puro, e seu teor alcoólico varia de cerca de 16,8% a 53%.

Makgeolli: É um vinho de arroz típico da Coreia. É doce, dotado de uma consistência leitosa e de uma cor branca suja. É preparado através da fermentação de uma mistura de arroz cozido e água, possuindo uma taxa de álcool de cerca de 6,5–7%.

Cheongju (às vezes romanizado como Chungju): É um vinho de arroz claro e refinado de origem coreana.

Bacchus: É uma bebida energética, ou suplemento composto de 4 tipos de vitamina B essenciais para você levar seu dia com muita disposição e energia.



Não bebam, crianças.

➦ Siga-me: @lademann
➦ Até a próxima! 💞


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...