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História Amor bandido - Capítulo 20


Escrita por: larishim

Notas do Autor


Pedido da guerreira é uma ordem 🛐
Pra começar bem a volta aos aulas da @kel_fujoshi 💗

Capítulo 21 - Capítulo 20


Depois de comer um lanche com Ace e ter a presença do sardento o acompanhando até o estágio, Marco se pegou pensando no quanto o moreno havia escalado de forma complexa e em zigzag em sua concepção. Havia mudado totalmente a primeira impressão que deixara marcado após aquele começo desastroso entre eles. Até mesmo havia se acostumado com aquele jeitinho atrevido e por vezes doce do menor.

Claro que, se fosse escolher, preferia quando o moreno lhe era gentil e doce, o que ficava bem visível em cada pequena ação e detalhe do sardento. Era estranhamente reconfortante sentir os dedos do menor se entrelaçarem aos seus, ou os lábios macios pressionarem seu rosto, ou a voz suave dizendo palavras tão meigas que faziam seu coração quase parar de bater.

O loiro até mesmo se viu sorrindo em momentos aleatórios de seu estágio ao lembrar de algum momento ou outro que passara com Ace. Entretanto, tentava agir normalmente ao se dar conta disso. Era completamente inusitado que ele reagisse dessa forma.

— Pareço até um adolescente apaixonado de filme da sessão da tarde. — Comentou o loiro para si mesmo após se pegar pela enésima vez sorrindo por motivo algum.

Algumas pessoas que estavam por perto estranharam ver o rapaz falar sozinho, mas apenas ignoraram e continuaram com seu trabalho.

"Ótimo, agora estou falando alto e sozinho. Daqui a pouco vão me internar" pensou o loiro dando leves tapinhas em seu rosto e balançando a cabeça em negação. Definitivamente não estava apaixonado por Ace... Ou ao menos não tinha total aceitação da sua mente para aquela informação.

Ele passou anos sem se apaixonar por ninguém, entrando em relacionamentos infrutíferos e não seria com Ace que aquilo mudaria. Fora sempre tão frio e sem sentimentos amorosos em seus relacionamentos passados que lhe parecia um tanto improvável que estivesse nutrindo sentimentos desse tipo pelo moreno, mesmo que todas as provas estivessem bem diante de seus olhos.

O loiro suspirou baixo e passou a mão por seu rosto, um tanto aturdido com os pensamentos que preenchiam sua mente e as sensações que inundavam seu corpo. Seus dedos desceram lentamente por sua bochecha e tocaram seus lábios, o gosto do beijo que trocara com o menor mais cedo ainda permanecia ali, o toque ainda resistia em sua memória e novamente suspirou.

Estava tão perdido em seus pensamentos que quando o avisaram que seu horário havia acabado, ficou até assustado ao notar como o tempo havia voado. Logo se encaminhava para a saída com a cabeça nas nuvens, pensando sobre tudo que acontecera entre ele e Ace.

— Marquinho, vim te buscar 'pro treino. — Ouviu a voz do moreno ressoar próximo a si assim que colocou os pés do lado de fora.

Logo os braços calorosos o rodeavam com extremo carinho, o qual fez suas bochechas esquentarem sem motivo aparente. Seu coração falhou algumas batidas e seu peito se aqueceu com aquela súbita proximidade.

— Ace... Você ficou me esperando esse tempo todo?

— Hm, claro que não, eu também tenho um trabalho, sabia? Só terminei rápido para poder te ver e irmos juntos 'pro treino. — Pontuou o moreno fazendo um leve biquinho. — Não gostou da surpresa? Posso fingir que nunca aconteceu e irmos separados...

— Não, espera... Não foi isso que eu quis dizer, podemos ir juntos. — Mencionou o loiro se adiantando para segurar a mão alheia ao notar que ele estava prestes a dar as costas, mas assim que o fez, sentiu um arrepio percorrer seu corpo com sua própria ação. — Eu... Desculpa...

— Está se desculpando por quê? Eu disse que poderia segurar minha mão se quisesse. Serve para agora também. — O moreno entrelaçou seus dedos aos do loiro e sorriu contente. — É bom te ver tomando a iniciativa às vezes. Você fica fofo assim.

— Eu não... Podemos ir agora? — Questionou o loiro em um tom envergonhado e não tardou para que o moreno concordasse.

Os dois seguiram de mãos dadas por todo o caminho até o centro esportivo. Ora ou outra o sardento comentava sobre algo, puxando assuntos aleatórios que viessem em sua mente, enquanto o maior o respondia da melhor forma que podia, tentando ao máximo não se focar no estranho comichão que principiava em seu estômago. Muito menos nas batidas intensas de seu coração naquele momento.

— Você parece meio distraído hoje, Marquinho. Aconteceu algo no estágio ou na aula? — Perguntou o moreno, balançando suavemente suas mãos enquanto andavam.

— Hm... N-nada demais, só estava pensando um pouco...

— Você pensa demais, às vezes. Quer conversar sobre o que está te incomodando?

— E é algo ruim? Pensar demais? Ah... Não, tudo bem, não é nada importante, é só... Esqueça.

— Não, na verdade, eu gosto muito disso em você. Quer dizer que quando você decide algo muitas vezes é 'pra valer, porque você pensou muito a respeito até tomar sua decisão. Tudo bem... Quando quiser conversar, estou aqui para te ouvir.

O loiro suspirou baixo e pressionou levemente a mão alheia, sentindo seu coração pulsar com mais uma declaração do moreno. Não era comum que alguém lhe dissesse que apreciava tanto isso nele, muito menos pessoas que tinham qualquer interesse romântico em si. Normalmente lhe diriam que ele pensava demais, ponderava tudo em excesso e no fim não se decidia por nada de tanto pensar.

Contudo, a maneira com que Ace lhe dissera aquilo com tanta sinceridade em sua voz fez seu coração derreter e sua mente admitir, mesmo que um pouco, que havia uma possibilidade de estar se apaixonando de verdade pela primeira vez.

Seu corpo acabou por agir bem antes de sua mente processar. Sua mão abandonara a do menor e seguira para seu rosto. Seus pés se adiantaram para mais perto e quando deu por si já podia sentir o hálito mentolado chocar em sua face. Suas orbes lentamente se fecharam quando o ar quente invadiu sua boca.

Sua mente estava em curto, não acreditando que ele estava realmente dando aquele passo e nem ao menos sabia como o menor veria aquilo. Mas ao mesmo tempo não se importava, queria sentir novamente a textura da boca alheia contra a sua, provar seu sabor mais uma vez.

— Ace... — Pronunciou em um tom um tanto perdido, sem saber realmente o que queria dizer após chamá-lo, talvez só quisesse falar seu nome, ouvir aquelas duas sílabas deixarem seus lábios antes de findar a distância entre eles.

Suas bocas logo se encontraram em um beijo afoito. As mãos do loiro pressionaram suavemente as bochechas macias, trazendo-o para mais perto, enquanto as do moreno deslizaram por seus ombros e envolveram sua nuca fazendo leves carícias.

A mente e o coração do loiro pareciam um caos total com aquele beijo, um emarranhado confuso e desordenado de pensamentos. Seu corpo inteiro parecia corresponder aquele toque para além de sua boca. Uma súbita vontade de o ter mais perto o dominou, de sentir seu calor mais próximo, sentir seu corpo contra o seu.

Aquele beijo pareceu acender uma chama em seu peito que a cada segundo que passava sentindo os lábios do moreno contra os seus só aumentava mais e mais.

Marco sentiu uma das mãos do menor seguir para a parte da frente de seu tronco, agarrando o tecido de sua blusa e o puxando mais para perto. Seus corpos se grudaram naquela troca intensa de saliva. Os pés do moreno o forçaram levemente para trás, até que as costas do loiro se chocassem com uma árvore que ficava na calçada em que seguiam.

As coxas do menor se encaixaram entre as suas e Marco sentiu-se ainda mais quente com aquela situação. As mãos do sardento desceram ainda mais, agarrando o quadril do maior e os aproximando mais.

Um arfar involuntário deixou os lábios do loiro ao sentir os dentes do moreno puxarem seu lábio inferior com volúpia, acendendo ainda mais aquela chama que surgira em si. Seu coração estava tão disparado que não duvidava que o menor podia escutar cada batida irregular.

— Acho melhor irmos agora, ou o Law e o Kid vão reclamar do nosso atraso. — Comentou Ace se afastando levemente do loiro e passando a língua por seus lábios de forma ladina. — Não que eu me importe em ouvi-los reclamar, mas não seria legal ficar escutando reclamações durante a viagem.

O loiro assentiu um pouco baqueado com aquela sensação tão intensa o dominando. Sua mente tentando processar o fato de que não mais sentia o corpo menor contra o seu, muito menos a língua ferina passeando por sua boca.

[...]

Os quatro amigos estavam na casa do moreno, mais especificamente no lado de fora, ajeitando suas bagagens no porta-malas do carro dos pais do dito cujo, o qual pegariam emprestado para fazer aquela viagem para o inter-campi que ocorreria em uma cidade mais interiorana.

Com enorme dificuldade, haviam finalmente enfiado tudo no espaço que tinha disponível, inclusive tiveram que usar parte do banco trasseiro para ocupar com as bagagens e outras coisas necessárias. Já estavam devidamente alocados, quando o moreno deu a partida e seguiu o caminho que aparecia no GPS do celular.

Marco ajeitou seu cinto no banco do passageiro e olhou pelo retrovisor Law e Kid no banco de trás, um tanto apertados devido as bagagens que tomavam conta do espaço. O loiro agradeceu imensamente ao moreno por ter batido o pé para que fosse ao seu lado na parte da frente, não iria querer nem um pouco ficar grudado com o ruivo ou com o tatuado.

— Inferno, por que trouxeram tantas coisas, seus babacas do caralho? — Reclamou o ruivo empurrando com o ombro as malas que insistiam em cair pra cima de si.

— Não reclama e põe o cinto, cabelo de menstruação. — Pontuou o moreno ajeitando o retrovisor.

— Vai a merda, sardinha, não vou por nada enquanto esse monte de coisa ficar caindo em mim.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra, Eustass-ya. — Afirmou o tatuado se inclinando no banco e puxando o cinto até prendê-lo no ruivo. — Pronto, agora está seguro.

— Tsc. — O ruivo bufou contrariado, mas mesmo assim decidiu por agradecer. — Obrigado.

— Por nada. — Disse o tatuado voltando a se ajeitar no banco. — Quanto tempo diz que vai levar o trajeto, Ace-ya?

— Hm... 3 horas, mas não está contando com o trânsito, talvez 4? Podem dormir se quiserem. Eu posso acordá-los caso precise trocar de motorista ou algo do tipo.

— Beleza. — Concordou o tatuado, apoiando o rosto sobre o ombro do ruivo ao seu lado. — Não fique se mexendo, Eustass-ya, eu quero dormir.

— Vai ser difícil com essa sua mala caindo toda hora na minha cara... o que tem aqui dentro? Tem um negócio duro. — Disse o ruivo empurrando a mochila para o lado.

— A barraca, ou acha que vou dormir onde no acampamento?

— Barraca? — Questionaram Kid e Marco ao mesmo tempo. — Puta merda, eu esqueci de pegar a minha. — Mencionou o ruivo em voz alta, deixando seu corpo escorregar levemente no banco.

— Não grita, eu 'tô tentando dormir. — Reclamou o tatuado, seus braços passando pelo de Kid. — Para de tensionar o braço, oh animal, está deixando meu travesseiro muito duro.

— Ora essa, eu não estou tensionando nada, eu sou musculoso e gostoso assim ao natural.

Enquanto a dupla no banco de trás iniciava aquela pequena discussão, Marco se virou para o moreno com sua mais pura cara de confusão e questionamento.

— Ei, Ace... Eu não trouxe barraca... Não sabia que precisaria de uma... — Comentou o loiro bagunçando os cabelos um tanto constrangido, havia se dado conta de que passariam o fim de semana em outra cidade e nem ao menos haviam visto um hotel ou algo do tipo, mas não imaginou que o motivo seria porque dormiriam em barracas ao ar livre.

— Relaxa, você pode dormir na minha, tem espaço 'pra nós dois. Prometo não fazer nada que você não queira.

— Bem... Acho que não tenho outra escolha, pelo jeito...

— Ah, você pode dormir na barraca do Law e o Kid na minha...

— Não vai dormir com o Law nada, eu é que vou e ponto final. — Falou Kid em um tom ríspido e rápido. — Q-quer dizer... Ah, foda-se, vou dormir também.

O ruivo bufou baixo e se virou para as malas, apoiando seu corpo ali e fechando os olhos, tentando disfarçar o rubor que dominava sua face ao se dar conta da pequena cena de ciúmes que dera ali no carro. Os outros três deram risada da cara do maior, mas logo mudaram suas atenções para outras coisas. Law tornou a deitar sua cabeça sobre o corpo de Kid para enfim dormir, já Ace se focou no trajeto, enquanto Marco acompanhava as casas pela janela e ora ou outra se atentava ao moreno dirigindo, notando o quanto ele ficava tão bem ali atrás do volante e com a luz da Lua e das iluminações artificiais da rua contra seu rosto.



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