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História Amor de circo - Um


Escrita por: Daanzinhaa

Notas do Autor


SEJAM MUITO BEM-VINDES A MINHA MAIS NOVA BABY!

A um tempinho atrás uma pessoa me pediu uma história onde um deles mora no circo e tals. Eu fiquei honrada com o pedido, é claro, e aqui estou eu
É uma história inteira da minha autoria, ok? E não aceito adaptações. Ela já está pronta desde o ano passado, mas eu quis esperar terminar de postar HCGM e OGDFDR lá no Wattpad antes de começar a postar, se não eu me enrolaria toda kakaka

Mas é isso, fiquem com o primeiro capítulo

~~boa leitura 💕

Capítulo 1 - Um


Na manhã daquela sexta-feira o circo que havia chegado há poucos dias era o principal assunto na minha escola. Todos estavam empolgados.

E eu também. 

Meu pai, um empresário bem sucedido, costumava procurar coisas para gastar dinheiro. Patrocínios, quero dizer. Em troca de conhecimento. Ele gostava de imagem. Ele queria que o conhecessem, principalmente por coisas boas.

Não só rico e famoso, meu pai queria ser perfeito.

E queria que eu fosse exatamente como ele.

Mas esse não é o foco. Não agora.

O foco, nesse momento, somos você e eu.

Eu tinha doze anos naquela época. Eu tinha tudo o que eu queria, na hora que eu queria, mas isso nunca me pareceu certo.

Eu era mimado por todos, mas não queria ser.

— Onde o senhor vai? — questionei quando, depois de trocar o uniforme do colégio por uma roupa confortável, me sentei à mesa para o almoço e notei que meu pai trajava um terno.

Ele sempre andava daquele jeito e parecia sempre estar ocupado. Parecia não, ele é ocupado.

— Resolver coisas de adultos — foi sua resposta. — Quer vir comigo?

— Eu não sou adulto.

— Mas já pensa e fala como um. — Por culpa sua, pai. — Vamos. Eu vou no circo que chegou há alguns dias. Quero os oferecer uma proposta.

Não me recordo exatamente quando parei de ser criança, mas eu não agia como uma. 

Eu conversava sobre número e dinheiro como uma criança de doze anos empina uma pipa ou brinca de boneca. A diferença é que eu não me divertia. Eu fazia aquilo para agradar meu velho.

Eu não sei empinar uma pipa. Eu não faço ideia de como se brinca de boneca.

A questão é que eu, um garoto, brincar de boneca está fora de cogitação, e você, hyung, vai entender isso mais para frente. Foi por esse mesmo motivo que ele separou a gente.

— Ele vai estar… aberto? — questionei sem saber se deveria. — Quero dizer… vai estar funcionando?

Eu encolhi quando ele me olhou.

— Não sabia que gostava de circos.

— Eu nunca fui a um. Não sei se gosto. — Mas tenho curiosidade, completei em mente.

— Uhm… — Ele parecia não estar nem aí. — Não. Circos só funcionam de noite. Eu vou agora, durante a tarde, justamente por isso. Se for comigo, vista-se corretamente.

Com "corretamente" ele quer dizer "como eu".

— Tudo bem — foi a minha resposta.

Jimin… eu não sabia que estava a algumas horas de ver você pela primeira vez.

Depois de comer, eu me apressei em voltar para o meu quarto – exageradamente grande, diga-se de passagem – para me vestir corretamente. 

Com doze anos meu guarda-roupa já tinha uma paleta de ternos e smokings. E eu usava, mas não porque queria.

Hyung… com doze anos você estava correndo por entre as lonas do circo e os trailers, não estava? Com a roupa toda suja e rindo como se o mundo fosse o lugar mais incrível do mundo, não estava? Eu sei que estava. 

Suspirei e amarrei de forma correta a gravata slim vermelha em volta do meu pescoço, ajeitando meu cabelo para que não ficasse nenhum fio desalinhado a outro.

Meu velho não gostava quando eu saía desarrumado, principalmente ao lado dele.

— Estou pronto — anunciei quando cheguei no andar de baixo.

— Vamos. Namjoon já está esperando. — Namjoon era nosso motorista.

Ele era quieto e sério quando meus pais estavam perto, mas sorria e conversava comigo quando me levava para a escola ou quando estávamos apenas nós dois.

Dali de casa até o circo não era tão longe. Acho que levaria apenas dez minutos se fossemos andando. Mas meu pai não dispensava o carro luxuoso. Ele gostava de chamar atenção por onde passava.

Era ridículo.

— Não sei quando vou voltar, mas me espere aqui — ele ordenou ao Kim quando chegamos em frente ao espaço que o circo estava montado.

Era como um terreno extenso e gramado. Muito grande. Antes, quando o circo não estava ali, as crianças usavam para jogar bola ou só ficar correndo pelo lugar. Mas como a estrutura pegava a maior parte, não tinha mais como.

Aquele circo era enorme.

Era sua casa, Jimin-ssi.

Lado a lado, meu pai e eu fomos em direção a estrutura. Já havia um homem ali. Talvez meu velho e ele já estivessem conversado por telefone antes. Meu pai odiava ficar esperando, então preferia ligar antes de fazer as coisas.

O cara que nos recebeu tinha humor. Era piadista. E ele não precisou nem abrir a boca para arrancar um sorriso meu.

— Do que você está rindo? — o homem me perguntou e o nariz dele mexeu de uma forma estranha e engraçada.

Ele era um palhaço. Literalmente. 

A maquiagem era colorida. O chapéu também. E as roupas nem se falam. 

Eu gostei dele a partir do momento que bati meus olhos nele. Diferentemente do meu pai que já o olhou torto apenas pela maneira que ele se vestia ao receber alguém importante. E me olhou torto por estar rindo.

Percebido a repreensão, eu me forcei a parar de sorrir e acertei a postura, engolindo em seco.

— O cavalheiro deve ser o Sr. Jeon, certo? — o palhaço perguntou e sorriu quando meu pai confirmou. — Eu sou Seokjin, o palhaço. Sejam muito bem-vindos ao Paradise.

Eu queria rir, porque o nariz dele mexeu de novo, mas me contive porque sabia que se fosse repreendido novamente ficaria de castigo quando chegássemos em casa.

— Vamos entrar. Tenho certeza que o senhor quer conhecer tudo antes de conversar — Seokjin anunciou, andando até a entrada do circo. — Vocês primeiro. — Puxou um lado da lona colorida, apontando para dentro com a mão livre.

Meu pai foi na frente e, quando eu passei pelo palhaço, ele sorriu e mexeu o nariz de novo. E, para não rir alto, eu cobri a boca e entrei também.

Ali dentro só não era escuro porque havia luzes espalhadas por todos os lados. Era tão grande por dentro quanto por fora. Havia um palco enorme no meio, que ligava a outro palco enorme no fundo. E o restante era cadeiras. Inúmeras. Embaixo e nas arquibancadas.

Haviam algumas pessoas ali. Poucas. Elas pareciam limpar ou terminar de arrumar algumas coisas.

Aquela noite de sexta-feira seria a primeira noite de espetáculo desde que eles chegaram. Foi quase cinco dias para eles montarem aquilo. Não sei exatamente quando chegou. 

Enquanto Seokjin mostrava e contava como tudo funcionava ali dentro, eu olhava em volta encantado. 

E aí eu te vi.

Você abraçava uma das estruturas de ferro que sustentava o circo, como se estivesse com vergonha, mas sei que não estava. Você apenas estava curioso.

Quando notou que eu te olhava, se escondeu ainda mais atrás da barra que, apesar de grossa, não era o suficiente para te esconder.

Nós nos olhamos por um tempão. Uma distância de uns cinco metros nos separava, mas não me impediu de escutar sua risada baixa.

Vem — você sussurrou antes de soltar o ferro e me dar as costas, seguindo para os fundos do circo.

Eu olhei para trás apenas para ter certeza de que estava falando comigo e, quando notei que não tinha ninguém ali, olhei para o meu pai. Ele conversava com o palhaço um pouco mais afastado e parecia nem se importar com a minha presença. 

E foi aí que eu te segui. 

Fiz exatamente o caminho que te vi fazendo, mas você sumiu depois que passou o palco principal. Eu não conseguia te ver, mas acho que você me via porque riu baixinho de novo quando notou que eu estava perdido.

Te achei pela sua risada. Segui o som dela e te encontrei perto da lona, atrás do palco, e quando percebeu que eu havia o encontrado, você correu de novo, abrindo a lona e passando para o lado de fora.

— Ei! Onde vai? — exclamei enquanto fazia o mesmo, te seguindo de novo.

Ali, nos fundos, era onde ficavam os trailers e motorhomes de todos os que faziam parte do circo. Haviam dezenas estacionados de forma desuniforme.

— Quem é você? — você questionou sorrindo enquanto andava de costas, de frente para mim, e arrastava a ponta dos dedos pela lateral do veículo grande.

— Jungkook — respondi, sem parar de andar em sua direção. — Filho de Jeon Jungseok. Empresário. 

— Eu não conheço nenhum Jeon Jungseok — você disse, soltando uma risadinha antes de correr e se enfiar entre dois outros motorhomes.

E eu te segui, arrancado mais sorrisos seus.

— E quem é você? — te questionei.

Você parou de correr e se virou para mim, voltando a caminhar de costas enquanto arrastava a mão branca pela lataria.

Por algum motivo suas mãos estavam brancas, como se tivesse sujado com farinha.

— Park Jimin — foi sua resposta.

Por que você estava sempre sorrindo?

— Não conheço nenhum Park Jimin — dizer aquilo te fez rir.

— Um dia você vai escutar esse nome de novo — aquilo parecia mais um promessa, eu só não sabia o que queria dizer. — Park Jimin de Paradise.

Notei que seus olhos brilharam quando disse aquilo.

Você parou abruptamente de dar passos para trás e eu, de dar para frente. E então você veio na minha direção. Tipo, bem perto.

— Quantos anos você tem? Parece um velho vestido assim. — Tocou minha gravata e a puxou, tirando-a de dentro do meu blazer preto abotoado.

— Doze. — Sorriu e passou o pano em volta do meu pescoço, voltando a correr para longe.

— Eu sou mais velho, Jungkook-ssi — disse feliz, sumindo por entre os veículos.

Soprei um riso e desenrolei a gravata vermelha do meu pescoço, não me importando com o fato de que estava suja de branco exatamente como suas mãos, e corri atrás de você de novo.

Eu não sei exatamente quanto tempo ficamos correndo um atrás do outro entre os carros. Quando eu te pegava, você quem vinha atrás de mim. E quando me alcançava, eu quem ia atrás de você. 

Aquilo até que era divertido, mas cansava. E chegou num momento que eu estava tão cansado e ofegante que simplesmente me escorei em um dos trailers e me sentei no chão. 

— Você é muito molenga — te escutei dizer. 

— Você corre rápido demais — me defendi. 

Você riu e sentou na minha frente, de frente para mim, cruzando as pernas.

— Por que suas mãos estão desta cor? — questionei.

Você abriu as mãos, com as palmas para cima, e as fitou antes de bater uma na outra. Consequência daquilo foi uma nuvem branca subir, me fazendo tossir e você gargalhar.

— É pó de magnésio — falou, ainda rindo.

Eu te olhei confuso e abanei o ar em frente ao meu rosto, tentando dissipar a nuvem branca.

— É para não escorregar — completou.

— Como assim?

— Minha mãe é trapezista. — E foi aí que, pela segunda vez naquele dia, eu vi seus olhos brilharem. — Ela está me ensinando. Pó de magnésio não deixa escorregar quando estou pendurado.

— Mas… como?

— Não sei. Eu só tenho treze anos. — Você riu e ficou de pé. — Você ainda não conseguiu me pegar, Jungkook-ssi.

E voltamos a correr.

Mas não por tanto tempo.

— Hey, seus pestinhas. O que vocês estão fazendo? — Nós paramos quando Seokjin pulou na nossa frente.

— Jin! — você gritou alegre, pulando nele que te agarrou e te jogou no ombro.

E aí meu pai apareceu.

Imediatamente eu tirei o sorriso do rosto e engoli em seco, ajeitando a postura.

— Por que está todo sujo? — ele questionou a mim.

— Ih… Você tem que ver quando chove. Essa criatura adora brincar na lama — o Kim disse divertido, colocando você sentado nos ombros largos dele, com suas pernas de cada lado da cabeça dele. — Seu menino está limpo comparado a bagunça que Jimin faz.

Só que meu pai não queria saber. Meu pai odiava desordem.

— Já disse que você tem que parar de se comportar como uma criança — foi o que ele disse.

— Desculpa — pedi, abaixando a cabeça. 

— Que isso, Sr. Jeon. Ele é uma criança. — Não vi a cara do meu pai, mas eu sei que ele não estava nem aí para o que Seokjin dizia.

— Se isso é tudo, Sr. Kim, acho que já acabamos por hoje. — Só ergui o olhar quando meu pai se colocou ao meu lado, porque assim eu tinha certeza que meus olhos não se esbarrariam com os deles sem querer. — Nós acertamos durante a semana.

Seokjin ainda te segurava e você sorriu quando te olhei. Contido e discreto, devolvi o sorriso, voltando a olhar para baixo.

Depois daquilo, o palhaço nos guiou pelo circo até o outro lado, na entrada principal pela qual chegamos.

— Tchau, Jungkook-ssi — você disse e eu tomei coragem para dizer também.

— Tchau, Jimin-ssi.

Depois daquilo, senti a mão do meu pai tocar minhas costas na altura dos ombros e me guiar até o nosso carro.

Eu sabia que ele iria me repreender, mas, para amenizar, eu tentei dizer algo que ele gostava de falar.

— Não vi o senhor trazer papéis. Não assinou contrato? — questionei.

Ele fechou a porta e suspirou.

— Ficou em aberto. Vou acompanhar o circo durante o tempo que ele ficar aqui — foi o que disse. — Quando chegar em casa, vá direto para o banho.

— Sim, senhor. — Sem ousar olhá-lo, foquei minha atenção na janela enquanto Namjoon recebia a ordem de que poderia ir.

Eu achei que o caminho dali até em casa foi mais rápido que o normal. Talvez ter pensado em você me deu essa impressão. 

Foi a primeira vez que eu, de fato, me diverti com alguém. Você me fez rir, hyung. Era difícil eu rir. Fez com que eu me sentisse, pela primeira vez, como uma criança. Além de me deixar encantado pelo seu sorriso e pela sua risada. 

Jimin… você era a minha ingenuidade, minha infantilidade e minha imaturidade. Coisas que eu deveria, mas não tinha. 

Eu era um adulto com idade e corpo de criança. 


Notas Finais


E aí? Tiveram uma boa impressão? Kakaka espero que sim

O JK não parecer uma criança nem mesmo na forma como narra a história é proposital, ok? Quero que percebam a diferença entre ele e o Jimin

Enfim... Temos 26 capítulos pela frente, eu só não sei quando vou postar o próximo. Mas espero que deem amor como todas as outras 💜

O pedido da história foi feito por @Loni_Viana ❤️

É isto por hoje

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 🎪


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