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História Amor de outra vida - Capitulo 01 - Sussurros inconsciente


Escrita por: Namikaze_Uzumaki

Notas do Autor


Meu kami-sama! o que dizer? eu estou muito feliz mesmo com nossos 34 favoritos que superou muito as expectativas de lançamento. e justamente para agradecer esses 34, que voltei bem antes da hora com o capitulo 1. gente, é serio, vcs não sabem como deixa meu coração quentinho com aqueles comentários lindos e incentivadores. vlw mesmo!

Capítulo 2 - Capitulo 01 - Sussurros inconsciente


Fanfic / Fanfiction Amor de outra vida - Capitulo 01 - Sussurros inconsciente

A flor que desabrocha na adversidade é a mais rara e mais bela de todas.

 

 

Ela conseguia perceber que o seu ritmo cardíaco, que outra hora estava acelerado, agora enfraquecia-se rapidamente. Os lábios entreabertos davam fortes lufadas de ar enquanto sentia seu Byakugan desfazer-se.

A paisagem misturava o contraste de rochas negras e acinzentadas de um lado, e a mistura das dunas desérticas do outro, havia arvores que cresciam espaçadamente até ganharem todo o ambiente já um tanto afastado de onde estava lutando. Eram três paisagens distintas que se mesclavam harmoniosamente.

Os cabelos azulados estavam mais duros, sujo. Seu uniforme estava comprometido, havia rasgos não apenas na calça skytip que usava, mas até mesmo seu colete tático estava com rasgos generosos. Sua pele antes alva, exibia agora escoriações e sangue seco e novo misturado a sujidade.

Lutava!

Luta para manter o foco em seus olhos perolados, que agora entravam e saiam de foco depois do ultimo golpe que recebera.

Lutava para manter-se de pé mesmo quando até a ultima fibra muscular do seu corpo rugia apenas para desabar e descansar.

Lutava para suprimir um grito de dor estridente de algo que lacerava seu abdômen da qual ela tinha absoluta certeza, pela sensação molhada, de que estava a derramar sangue, afinal, fora ali que recebera o golpe.

Enchendo-se de coragem, ela ergueu a mão que segurava o local possivelmente ferido, constatando que sim, seu sangue derramava em abundância e talvez ela soubesse que ainda estava de pé por toda a adrenalina que ainda corria em suas veias. As mãos eram uma imagem rubra suja do seu próprio sangue ao ponto de gostas escorrerem dela e pingarem sobre o solo terroso. Tornou a apertar o ferimento com a destra rangendo os dentes com dor. E ainda assim, tão logo erguera a canhota mantendo a posição de defesa/ataque. Os olhos lunares viam bem ao longe Ayato caído em uma poça do próprio sangue, e naquele momento Hinata sentia a dor em seu peito de não ter conseguido salvar o companheiro de equipe.

Gemeu fechando apenas um dos olhos e lutando para manter-se dispersa. Os joelhos estremeceram mais, a adrenalina estava começando a dissipar-se, e fora justamente nesses segundos que ela ouviu o grito de Hajiki que acabara de ter sua ultima lâmina estilhaçada e ferido terrivelmente por um dos integrantes daquele grupo.

Aquele era o fim? Ela não sabia, mas lutaria até suas ultimas forças, porque ela jamais desistia ou voltava atrás no seu dever ninja!

Seu corpo era uma mistura de sangue, suor e lagrimas, estava acabada fisicamente e no seu limite.

O homem alto a sua frente, tinha uma musculatura extra e bastante força física, e embora diferente do que poderia parecer ao ter todo aquele tamanho e massa corporal, ele era ágio como um inferno. Entre os focos e desfoco ela conseguiu ver o sorriso debochado dele formar-se e aquilo a irritou profundamente.

—Você é durona, tenho que admitir, mas terminamos aqui, gracinha. – A voz dele arranhava os ouvidos da Hyuuga de forma a apertar sua garganta ao formar bem ali um bolo.

A palma da mão dela aqueceu, seu chakra estava reforçado e concentrado ali.

Suas pernas estremeceram-se novamente, mas firmou-se  ao mesmo tempo que as veias surgiam ao derredor de seus olhos ativando seu jutsu ocular, e fora bem a tempo do ataque do ninja patife entrar com tudo, um deslizar do corpo dela para o lado e um toque certo de sua palma em um ponto próximo ao ombro dele; o que ela não esperava foi um contragolpe dele mais rápido que o primeiro que ela havia conseguido bloquear. A força do nukenin era tamanha, que Hinata sentiu o corpo ser duramente arremessado para trás com tal brutalidade que apenas sentiu o impacto doloroso em suas costas ao chocar-se contra uma arvore longe do campo principal de batalha. Quando o gosto metálico chegou a sua boca invadindo-a totalmente, ela apenas deixou seus lábios abrirem-se expelindo o sangue com uma tossida engasgada. A voz ranhosa daquele homem chegou aos berros em seus ouvidos mesmo ao longe.

—Maldita cadela, paralisou meu braço!

Ela sabia, e sentia que ele estava aproximando-se rápido. Sabia que não tinha mais forças ou chakra para ao menos erguer-se, seus olhos cerrados já quase fechavam-se e por um instante ela sentira alivio.

Era o fim... Ela buscou cumprir o seu dever ninja até o fim, certo? Para um ninja morrer no exercício de seu dever era a maior honra que poderia dar. Poderia sentir aquele pequeno orgulhoso queimando em si, mesmo diante de um enorme fracasso. Sim... Era o fim, em um... Belo pôr-do-sol que ironicamente ela enxergava dados os raios que penetravam seus olhos num fio de luz, um ultimo fio de luz que a lembrava dele... O Uzumaki, seu sol... Esse permaneceria ali, em seu coração imaculado.

—Naruto-kun – murmurou quando as pestanas pesaram de vez, mas ainda pode ouvir um estridente grito ao fundo, teria sido o dela? Ou de Hajiki?

 

O chute encaixou em cheio arremessando o corpo do nukenin adiante, mas esse não tivera nem ao menos tempo de chocar-se contra o que quer que fosse, pois fora novamente golpeado com extrema força e velocidade pelo ninja que se deslocava como um raio alaranjado brilhando vivo como chamas que jamais se apagariam. Quando finalmente o corpo do homem tocou alguma superfície, fora apenas para regurgitar o sangue preso em sua garganta misturado ao liquido estomacal. Os olhos arregalados quase fora de orbitas com a dor lacerante em seu corpo.

Que raios havia acontecido? Que maldita força monstruosa era aquela?

Enquanto o nukenin praguejava e recuperava-se, era um par de gemas amarelas selvagens com contornos laranja vivo, que agora contemplaram finalmente o pequeno corpo desacordado contra uma das árvores dali. Aqueles pequenos segundos, talvez milésimos dele, soara como horas diante de olhos fugazes e analíticos do crítico estado da ninja de cabelos negros azulados. A sensação era sempre extrema, inexplicável, aterradora.

Sua mente puxava na lembrança que já sentira algo assim, algo exatamente assim, aquela perturbação que vibrava atordoando não apenas em si, mas no seu chakra como todo o contaminando absolutamente com uma fúria descomunal e fora de controle da qual ele simplesmente deixou-se mergulhar. A forma feral simplesmente escapava de si. Naquele estado, Naruto não estava apto a analisar a situação, ele apenas agiria como um rolo compressor que apenas esmagava. Os jounins que o acompanhavam a missão, pouco tiveram trabalho enquanto o jinchuuriki literalmente nocauteava aqueles indivíduos que ali restara.

Enquanto a luta acontecia rápida e intensa demais, assim que chegou ali, Sai identificou o corpo de Ayato no campo de batalha constatando a morte do jounin. Miyora, que era um dos jounins que acompanhava o grupo, estava debruçado sobre Hajiki que tivera a mão decepada e agora estava gravemente ferido, ele usava seu ninjutsu médico para ajudar o ninja a sobreviver. O brilho verde-azulado incidia sobre os ferimentos mais graves em uma profunda infusão de chakra para ajuda-lo o máximo possível, e fora assim que ele constatou ao franzir as sobrancelhas:

—Ele está completamente inconsciente e em estado grave, precisamos de apoio médico pra valer!

Os olhos, tanto de Sai, quanto do outro jounins focaram na situação.

—Estamos a alguns quilômetros de uma pequena vila ao norte – falou o ex ANBU NE. Um barulho de um golpe, seguido de passos o fez olhar na direção oposta vendo Naruto correr em sentido a Hinata, só pela expressão no rosto do ninja loiro, fizera Sai espantar-se e pensar que aquilo parecia mal. Talvez só se aliviasse agora por saber que Naruto detinha de fato o controle sobre a Kyuubi, bom, ao menos ele achava que sim.

Diante de Hinata, Naruto levou a mão em direção a garota sem se dar conta que essa tremia irremediavelmente. Tocou a pele morna para fria dela a puxando para si sem perceber como seu coração arrebentava forte em seu peito e quando o constatou, julgava ser o temor de perder uma importante companheira de batalha.

—Hinata! – atordoado, a chamou querendo traze-la de volta mesmo sabendo que tal ato era ineficiente. Empurrou com a mão os cabelos do rosto dela para trás vendo os ferimentos de luta espalhados pelo corpo onde se via.

Naruto viu quando a mão dela que estava sobre o abdômen, agora já sem força ou travas, pendeu para baixo quando ele a puxou mais, e aquilo serviu apenas para aumentar ainda mais o desespero dele ao ver a quantidade de sangue que estava não apenas na mão de Hinata, mas em toda a região do uniforme e colete que ela usava, e só por isso ele percebeu o grande ferimento que ela carregava ali. O sangue, agora sem pressão para pará-lo, fluía numa velocidade constante e rápida o que tornou o pânico nos olhos e corpo do ninja algo indescritível.

Uma avalanche de memorias perdidas e confusas desabam em sua mente quebrando totalmente sua lógica e razão. Cenas que ele mal se lembrava da luta contra Pain dela ferida, memorias de guerra, dela, da infância e memorias tortuosas que ele nem sabia de onde vinham. Tudo se chocava de uma só vez. Uma frase seca e agoniada, carregada de uma angustia desesperada ecoara entre o campo quando os olhos dele finalmente alcançaram os jounins.

—Ajudem a Hinata! Ela está mal!

Como se despertados por uma ordem firme e autoritária de extremo comando, o jounin por nome Chuu, veio correndo em direção aos dois enquanto o loiro repousava Hinata no chão, então ele prestou o primeiro atendimento. Não era difícil ver e concordar com Naruto quanto ao estado da garota. Com agilidade, o jounin abrira o colete dela e puxou parte da blusa revelando o estrago ali e começou imediatamente a estabiliza-la como podia.

—Preciso de recurso! O estado dela é critico e aqui é precário! – disse ele diante da ansiedade de Naruto que parecia enxergar apenas uma cor em sua frente: vermelho.

Seus pés apenas moviam-se, suas ações eram feitas num automático e essas o levaram diante do sujeito que ele golpeara primeiro assim que entrou naquela luta. O homem resmungava gemendo, mesmo meio apagado, e fora ainda assim que Naruto o segurou pelas vestes e o ergueu a altura de seus olhos. O ódio podia ser visto através de seus orbes que agora estava rubro. Era como se o homem pudesse ser tragado para o interior do jinchuuriki e nesse interior vivia a pior das bestas-feras pronto para dilacera-lo e o que aquele homem viu, certamente seria o bastante para o aterrorizar pelo restante dos seus dias.  Constatou na pratica que aqueles olhos não eram normais, eram olhos que causavam não apenas violência, mas total terror. Na mão do filho de Minato começou a formar-se as garras e fora nesse extremo que Sai interferiu, aproximou-se mais que depressa do loiro e o tocou no ombro, palavras que foram ditas insistentemente era como um mantra trazendo Naruto de volta a razão.

—Nossa missão, Naruto. Não se esqueça das ordens.

Com um rosnado animalesco, ele soltou o homem que despencara sem qualquer cuidado no chão.

—Vão pagar! Em Konoha irão pagar! Todos vocês! – disse voltando a contemplar o campo de batalha finalmente se pondo a par do que estava de fato acontecendo ali mesmo que o olhar vacilava para a garota inconsciente sendo tratada com urgência e precariedade.

 

(...)

 

O corpo miúdo, mesmo que inconsciente, fora tomando ciência de um mundo ao seu redor à medida que despertava lentamente. Aos poucos as coisas iam tornando-se mais claras em seus sentidos como os cheiros do lugar que remetia um pouco a unguentos, líquidos alcoólicos medicinais, cheiro adocicado, e outros como o de limão e pimenta, esse era suave e a denotava paz e tranquilidade. Os ouvidos processavam bem ao longe vozes, pássaros... A sensação quente pelo corpo, bem como de que algo a envolvia estava bem presente. Aos poucos a consciência a lembrou de onde havia estado antes, a lembrou da dor, do ferimento, do ataque...

Um turbilhão de memoria vindas todas de uma vez.

E fora assim que, Hinata abriu os olhos perolados de uma vez. Desnorteada, questionava-se se havia morrido, se aquele era o tão esperado paraíso, mas o que os olhos focaram meio embaçados de primeira fora um teto de madeira um pouco precário. O corpo um tanto pesado não conseguiu impulso de primeira para se levantar. Ela virou o rosto um pouco constatando que estava em uma cama, em algum lugar que não fazia ideia. Sentia-se fraca, muito fraca na verdade, não usaria seu Byakugan nem se tentasse.

Gemeu um pouco bem baixinho ao esforçar-se a sentar, e fora com esse movimento que o cobertor sobre seu corpo escorregou de uma vez só, e ela se dera conta que estava semi-nua quando seus seios eram pressionados por uma larga faixa de proteção. Mexeu-se mais, notando um grande curativo que havia logo a baixo no lado direito que pegava uma boa parte do seu tronco ali, fora os curativos espalhados por seus braços, punhos enfaixados e rosto. Deveria estar péssima.

Mas uma pergunta logo instaurou-se em sua mente: quem havia a salvado? Ou aquilo era uma espécie de pré-eternidade?

Sua duvida fora respondida quando um barulho chiado soara no quarto e ela virou o rosto de uma vez, o que a fez ficar ligeiramente tonta. Então o viu bem ali encostado contra o canto da parede perto da porta e sentado no chão o loiro em sono profundo que ocasionalmente resmungava e remexia-se.

Houve para Hinata duas reações; a primeira fora de puxar o cobertor completamente corada e constrangida ao imaginar que sequer ele havia a visto de tal forma, e a segunda fora uma espécie de acalanto, ternura e carinho, afinal, ele fora seu herói e pelo visto ainda preocupava-se o bastante com ela para estar ali dormindo de mal jeito no chão. Mesmo que o coração – que agora galopava frenético em si – gritasse desesperadamente por aquele que ela nutria tanto sentimento, a mente racional dizia que o feito dele seria equivalente para qualquer companheiro em perigo.

Era um contraste marcante que a travava naquele momento.

Os olhos perolados estavam incapazes de desviar do corpo dele. Naruto havia crescido, tornando-se um homem bonito, com feições ainda mais bonitas se possível, ainda cativava qualquer um com o sorriso que tinha, mas Hinata ainda conseguia olha-lo vendo o mesmo garoto que a inspirou e motivou, o mesmo que a salvou ainda menina, o mesmo que a mudou e a mostrou o jeito certo de fazer as coisas, e era tão difícil para Hinata olha-lo e desejar andar ainda lado a lado dele mesmo sabendo que o garoto ingênuo, não era mais tão ingênuo assim...

Ainda assim...

Ela curvou os lábios em um sorriso doce, terno e afetuoso com um murmúrio grato por ele mais uma vez salva-la.

—Arigatou, Naruto-Kun – murmurou baixinho e aumentou mais o sorriso.

 

O ninja de Konoha, que alheio ao despertar da Hyuuga, estava perdido no mundo dos sonhos, tão perdido que os sentidos externos agora somavam-se a ilusão, e fora justamente nesse enlaço que ele pode ouvir seu nome num murmúrio doce

Naruto-Kun...

Aquilo o trazia uma estranha sensação, uma euforia e um carinho... Talvez fosse o tom de voz certo...

Um sonho estranho que começava sempre a noite ou de dia se alternando, horas as folhas vivas dançavam a sua frente enquanto ele corria atrás de alguém, e outras vezes as folhas secas do outono as fazia, mais só as vezes eram pétalas de cerejeiras...

Ele não entendia, apenas carecia de correr atrás da pessoa que tinha o riso harmonioso que o instigava, precisava alcança-la... Vestidos de kimonos, ele via os tons escuros mesclarem-se com os claros...

Pele alva... Isso ele tinha certeza.

A face tão incógnita a si porque tinha sempre tanta luz, e fora quando ele sentiu finalmente o contato dos lábios mornos contra os seus, embriagando-se não apenas no perfume, mas na doçura deles...

Sim, um sonho muito bom...

Ele não precisava ver o rosto ou mais detalhes de quem era, sua mente tinha certeza, e fora por ela que os lábios deixaram escapar ao resmungar:

—Sakura-chan... – tão doce e apaixonado quanto o anseio frenético do sonho.

 Primeiramente os perolados arregalaram-se, para logo em seguida desviarem para o lençol. Bom, não deveria mesmo se espantar com aquilo, afinal, ele sempre gritou pelos quatro cantos que era completamente apaixonado pela Iryō-nin, não é mesmo?

Com uma certa suavidade comum dela, mesmo que expressa sensação de zanga, Hinata mordeu o lábio inferior e a mão que segurava o lençol acima dos seios apertou-se um pouco mais forte. Sentia seu coração disparado em seu peito e aquela angustia mais uma vez a dominar.

Sempre.

Era uma luta consigo mesma a cada dia sobre aquele muro. Por um lado, ela tinha certeza que eles a sufocariam em algum instante e por isso carecia de falar, por outro lado, sentia-se irritantemente covarde.

Oras, ela praticamente ofereceu sua vida duas vezes por ele, e o fizera mesmo de coração, sem pensar em mais nada, simplesmente porque perde-lo para morte parecia só impensável. Fora que também agira como uma ninja, ele era a peça fundamental daquela guerra e a prova disso era ser agora o herói daquele mundo.

No entanto...

Hinata pensava que talvez, e só talvez, se ela falasse mais uma vez, se ela apenas confessar o olhando nos olhos, com toda a sua verdade e seus sentimentos, aquilo poderia fluir de si, aquela sensação poderia a aliviar de alguma forma; porque de certo, se ele a dissesse sim, talvez ela desmaiaria, mas o dedicaria sua vida, o daria seu coração, seu amor, sua vida incondicionalmente para juntos serem felizes. No entanto, se por outro lado ele a rejeitasse, por mais sofrível que fosse, por mais dolorido e angustiante, ela sentia que finalmente se libertaria e poderia seguir em frente de cabeça erguida.

Só carecia de um pouquinho mais de confiança... Um pouco mais apenas...

Ela sentiu o úmido no rosto finalmente se dando conta que as lagrimas escorriam pela pele pálida. Sorrindo sem vontade, ela usou o punho secando-as com uma grande frustração contra si mesma, talvez por amar demais ou por ter medo de perder, mas não se perde algo que não se tem, certo?

Definitivamente Sakura tinha sorte de ter o coração do Uzumaki, e por mais que refutasse a si mesma, negasse e escondesse, ela sentia um enorme vazio quanto a isso. Mesmo ciente a pouco dos sentimentos mais profundos da rosada pelo ex nukenin de Konoha e do seu enrolo amoroso.

Hinata então buscou se deitar novamente, virou-se e cobriu-se completamente fitando a parede, agora e de olhos fechados com força ela rogou baixinho quase um sussurro:

—Kami, se esse sentimento que queima em meu peito não tem proposito, arranca ele de mim...

De repente, um barulho se fez presente no quarto, e ela encolheu-se mais na cama, ao passo que a porta do lugar rangeu anunciando ou que alguém entrava ou saia, ela não ousou olhar, manteve os olhos fechados fingindo dormir. Ouviu um resmungo e soube que Naruto acabara de acordar muito contrariado e espreguiçou-se, e ela sabia pelos sons e resmungos dele. Ouviu-o conversar baixinho com outro ninja que ela entendeu como o seu médico.

—Ela melhorou? – essa indagação fez Hinata corar-se escondida. Sentia-se tola, uma boba apaixonada que não conseguia nem disfarçar, e olha que ela buscou afastar-se dele dando espaço, não para ele, mas para si mesma.

Sem resultados concretos é claro. Porque Naruto tinha que ser tão caloroso e magnético?

Mordeu o lábio travando a própria boca para não resmungar e denunciar que estava acordada. Não poderia mentir para sempre né? Ou poderia?

—Aparentemente sim. O nível de chakra dela parece bom, o ferimento a ultima vez que vi estava respondendo bem – ela ouviu os passos direcionados a sua cama.

Remexeu-se para dar visão ao médico que havia despertado de fato. Mas apertava tão forte o lençol sobre seu corpo, que ninguém o tiraria dali, não mesmo!

—Hyuuga-san! – ouviu-o a chamando e virou-se lentamente abrindo os olhos – Finalmente acordou!

Fora tão rápido, que ela nem percebeu a aproximação de Naruto, que sem qualquer hesitação abriu um enorme sorriso ao ponto de fechar os olhos.

—Que alivio! – disse ele como se realmente tirasse um peso de si – você me assustou Hinata-chan!

—G-gomen... Não... Não foi minha intensão...N-Naru... Naruto-kun – ela corou-se muito mesmo apertando ainda mais o lençol.

Naruto-kun...

Sempre que o ouvira dos lábios dela, achava íntimo e símbolo da amizade deles, mas nunca havia de fato se dado conta de como aquilo, saído dos lábios de Hinata, e com a voz dela, soava tão... Diferente. Havia talvez algo no tom que ela usava, ou simplesmente ele era incapaz de entender como aquilo de fato mexia internamente consigo e por isso não levantava quaisquer porque, afinal, eram amigos e isso era o suficiente para ele apenas gostar e cativar-se ao ouvi-la chamando com aquele jeitinho todo tímido e recatado que só a herdeira Hyuuga tinha.

—Sei que não foi sua culpa, Hinata – o cenho se franziu ligeiramente e com uma feição mais séria ele falou – só... Nunca mais faça isso, por favor.

Incapaz de falar qualquer coisa naquele momento, ela apenas consentiu. Olhou para o jounin médico que lia algo e virou-se para ela.

—O-o que aconteceu? Digo... Com a missão, com... Comigo, a equipe – ela então começou a se lembrar dos companheiros e subitamente ficou mais apática e melancólica, coisa que não passara desapercebido por Naruto. Porem antes do ninja de cabelos loiros falar qualquer coisa, o medico tomou a dianteira para revelar o quadro atual da rastreadora.

—Seu quadro agora é estabilizado, Hyuuga-San, você teve ferimentos severos durante a luta, várias fraturas internas e uma perfuração grave, que felizmente foi contida a tempo. Uma pancada forte na cabeça e coluna também, estava esgotada, sem chakra praticamente quando apagou. Usou todas as reservas mantendo apenas as funções vitais.

Os olhos dela não se desviavam do médico, mas pode sentir que a face de Naruto permanecia seria demais. Não era sua intensão dar todo aquele trabalho.

— Conseguimos fazer muito, mesmo com pouco. Essa vila é de pequeno para médio porte, mas não conta com um hospital tão bem equipado, essa é a melhor instalação que consegui e o material necessário ainda que precário para salva-la.

—Sou grata. – disse ela.

—Bom – o jounin sorriu levemente – a boa noticia é que seu ferimento mais agravante já está quase cicatrizado, logo poderá sair daqui, mas antes precisa recuperar o chakra.

—Ela vai recuperar, Dattebayo! – afirmou veemente. – Hinata-chan é forte.

Ela corou-se mais ainda e ousou olha-lo para encontrar os olhos azuis que a enchia de ternura e o sorriso que sempre estava lá na sua memoria, a salvando todos os dias, fosse da tristeza, da solidão...

O corpo estremeceu. Como só ignorar tudo aquilo?

Tentando concentrar-se e voltando a atenção ao seu dever ninja, a morena contabilizou tudo que carecia de fato saber, determinada, ela tinha confiança o bastante quando o assunto era sua patente.

—O que houve com os outros, a missão, o grupo que persseguíamos?

—Ei, devagar Hina-chan! – riu Naruto e ela notara o diminutivo carinhoso. Então o semblante do jinchuuriki mudou, tornou-se mais sério e centrado – A sua missão de certo modo foi um sucesso. Foram o único grupo de rastreamento que realmente conseguiram identificar, perseguir e captura-los. – Ela sentiu um certo alivio.

—Não... Foi tão bem cumprida assim – disse ela com um tom de voz melancólico, porque no fundo sabia que perdas contavam, sempre contavam, a guerra estava ali para mostrar que nem tudo era substituível, e mediante a isso ela não pode deixar de pensar em Neji.  

—Hinata... Você fez tudo que deveria fazer.

Ela sorriu, e Naruto, que encarou os perolas, percebeu o brilho marejado notando firmemente que ela buscava não chorar. Não importava o tempo, Hinata sempre seria empática e emocional, mesmo que tomasse decisões racionais, que agisse calculada como uma boa ninja, mesmo que cumprisse seu dever corretamente, no final do dia, ela era empática o bastante para sofrer com suas próprias ações ou gentil o bastante para ser piedosa em amplos casos. Ele sabia, sua droga de treinamento junto ao prédio do fogo o deixava a par da ficha de muitos ninjas. Ele estava aprendendo a conhecer através de relatórios o que acontecia e por eles também a conhecia.

Ela arrastou aquele silencio e ele pode ver que ela mordia suavemente o lábio, parecia tão frágil e por um instante ele quis apenas abraça-la e dizer que realmente estava tudo bem. Nem sempre se dava para salvar a todos, ele sabia bem isso na pele, mas em vez disso, ele apenas prosseguiu naquilo.

—Um dos seus companheiros já... Estava morto quando chegamos e... O especialista em kenjutsu teve ferimentos graves, mas tá vivo.

Mais um silencio arrastado.

—Entendo... Onde ele está? – ela não olhava para nada além dos lençóis, e aquilo o incomodou ligeiramente. Remexeu-se e suspirou profundamente.

—Todos já voltaram a Konoha. – Ele percebeu que os olhos dela arregalaram-se – esteve apagada nos últimos cinco dias. Capturamos os bandidos, o chefe infelizmente escapou e tínhamos outras prioridades. – Ela sentiu que o peso da palavra prioridades se referia a ela e a equipe quase morta, ironicamente sentiu-se um fracasso, um tipo de fardo que impedira indiretamente de a missão ser um sucesso completo. – Mas não se preocupe, teremos outra chance.

—F-ficou para trás?

—Claro! Eu e o Chū, aqui – disse o ninja apontando ao outro jounin que estava preparando as medicações de Hinata em silencio. – Partiremos de volta quando você der conta.

—Podemos partir hoje se quiser – disse tentando por fim naquilo. Os olhos dele abriram-se completamente e ele sorriu mesmo que nervoso.

—Nada disso Hyuuga! – ela estranhou num primeiro momento aquela pose de durão dele, tentando soar como um líder e mais sério do que costumeiramente agia – Nem ouse tentar fazer algo sem estar recuperada de verdade. Não vou coloca-la em risco.

—Não temos suporte – disse o médico.

—Ouviu ele né? Agora trate de melhorar, eu vou mandar uma mensagem pro Kakashi-sensei. – disse ele.

—Bom, eu preciso... – começou o médico indo em direção a Hinata que entendeu e corou-se profundamente, Naruto que por um instante estava perdido nos olhos perolados e feições delicadas que ainda carregava algumas marcas de batalha demorou a entender o constrangimento da ninja e o porquê dela estar tão vermelha, e só depois a ficha caiu, ela estava semi-nua, e de uma forma embaraçosa e sem qualquer controle dele, a imagem de Hinata daquela forma desenhou-se em sua mente, algo que ele achou inconcebível diante da imagem imaculada que sempre tivera da garota Hyuuga.

Ela era aquele tipo de garota que ocupava o topo de sua lista de nunca se meter. Não era o seu tipo de garota, o que tornava ela o tipo intocável e havia claras razões para isso que ele nem precisaria pensar muito.

Virando no próprio calcanhar, ele deu as costas para os dois, ciente de que o medico queria trabalhar e de fato ele também precisava, ao menos distrair a cabeça e respirar com um pouco de alivio tirando aquela imagem dela de sua mente. Fora que, por um lado sentiu-se estupido demais, mais por outro achava-a tímida em excesso, o que era algo que deveria ser difícil de lidar com quem quer que fosse ter algo com ela.

Imagina namorar com alguém tão tímido assim?

Mas aquilo não era um problema exatamente dele, certo?

 

 


Notas Finais




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