História Amor de Vampiro! ( Imagine Kim Seokjin) - Revelation

Um mês havia se passado desde daquele episódio que causou trauma para alguns de nós. E faz exatamente um mês que Jin não acorda e sinto ódio nas veias apenas por causarem isso a ele.

Hoje é mais de um daqueles dias que eu acordo sem vontade nenhuma de viver e não vai ser surpresa pra ninguém se eu passar o dia inteiro no meu quarto. Mas nem tudo é como imaginamos.

— S/n, você pode vir aqui rapidinho? — Ouvi Lêh me chamar no lado de fora do meu quarto, pois eu havia trancando a porta pra justamente ninguém me atrapalhar.

— Estou cansada, me deixa sozinha! — Pedi com os olhos fechados e me enrolei no meu lençol dos pés à cabeça.

— É novidades do Jin — Eu sentei na cama rapidamente e quase tropecei no caminho até a porta. — Quando é sobre ele no mesmo instante você aparece, não é? — Revirei os olhos pronta para revidar, mas Lêh segura meu pulso e me leva até o laboratório de Hoseok, onde Jin ficou todo esse tempo.

Não é surpresa pra mim vê-lo deitado, inconsciente. Hoseok o examinava como todos os dias, mas havia uma coisa de diferente nele. Nos últimos dias eu via Hobi tão cansado, e mesmo que eu pedisse para ele descansar, ele não ia. Agora ele estava tão animada que chega a ser estranho, muito estranho.

— Quais são as novidades? — Finalmente perguntei alguma coisa depois de minutos que cheguei no laboratório.

— Finalmente consegui tirar todo o veneno que tinha nele — Hoseok diz animado e um sorriso enorme se alarga no meu rosto.

— Não acredito, sério? — Ele assente feliz e nós comemoramos com dancinhas, como adolescentes que passam de ano. — Então, ele vai acordar?

— Possivelmente sim, mas apesar de eu ter tirado o veneno, ele ainda está muito fraco. — Ele diz com o seu sorriso murcho, mas não é agora que podemos perder as esperanças. — Ah, tem outra coisa! — Hoseok desperta a minha curiosidade, fazendo eu encará-lo nervosa. — Jin estava tendo um sonho há algumas horas, ele estava suando frio e falando coisas sem sentido. Eu até chamei Kay para ela ver o que ele estava sonhando, mas ela saiu. A única coisa que Jin disse e que eu entendi foi o seu nome.

— O meu nome?

...

Pela minha janela, mesmo que ao longe, eu conseguia enxergar as folhas das árvores balançarem conforme ia a velocidade do vento. Já havia escurecido e por conta disso, lá para dentro da floresta estava tudo no mais perfeito breu.

Meus lábios tremiam e eu abracei meu próprio corpo para ver se o frio passava, mas não adiantou. A noite estava mais fria do que Bia havia dito que ficaria, pelo menos para mim estava.

Saí da sacada e fechei todas as portas e janelas do meu quarto. Não sentia sono, então resolvi descer até a sala, vendo as minhas amigas no sofá.

— Reunião e ninguém me chamou? — Perguntei descontraída e Deb deu espaço para que eu sentasse ao seu lado.

— Os quartos estão absurdamente frios. — Diz Lêh e ri do jeito que ela estava toda agasalhada, mas dava para perceber que apesar de todos esses panos nada esquentava.

— Vai nevar, meninas! Nós vamos ver a neve. — Bia afirmou animada. Ela segurava a pequena Chin nos seus braços, que dormia como um anjinho.

— Onde estão os meninos? — Perguntei por simplesmente nenhum deles estar ali.

— Os policiais ainda estão investigando os corpos das pessoas que foram atacadas. Sabe, os ataques acabou depois de tudo o que aconteceu aqui em casa, mas mesmo que nós sabemos os culpados, os humanos não sabem. — Deb explica calmamente, coçando a ponta do nariz. — Os meninos foram ver como tudo estava. Eles vão falar com os policiais, como se não quisessem nada, apenas para saberem até onde esses policiais estão chegando.

— Eles não deixaram a gente ir, disseram que seria melhor a gente ficar de olho nos pequenos e no Jin. — Kay explica bêbada de sono, mas fazia de tudo para se manter acordada. — A gente deveria revidar. Eles saem quando bem entendem e deixa a gente sozinhas com as crianças, pelos menos os pequenos estão dormindo, porque se não tivessem, seria um caos. Deveríamos deixar eles de babá enquanto aproveitamos por aí.

— Olha, foi a melhor ideia que ouvi hoje. — Lêh rebate. Realmente parecia uma ótima ideia, só não garanto que é seguro.

— O que as donzelas estão aprontando, hein? — Ouvimos a voz de Namjoon atrás da gente e que deixou a gente paralisadas, sem reação alguma.

Há quanto tempo eles estão aí?

— Tempo suficiente para sabermos que vocês estão tramando, S/n. — Yoongi responde por todos e ele aparece na nossa frente, indo sentar ao lado da Bia e dando um beijo na testa de Chin.

Em pouco tempo todos os meninos já haviam achado lugares para se acomodarem, havia até gente no chão.

— Como foi lá com os policiais? — Lêh pergunta, ajudando eles esquecerem do assunto de quando chegaram.

— Estamos a salvo por enquanto — Hoseok começa, usando as pernas de Deb para deitar sua cabeça, ele parecia cansado. — Apesar desses dias, eles não obtiveram nenhum resultado. Os testes que fizeram com os corpos por causa das marcas nos pescoços, não levaram a lugar nenhum.

— Eles não estranharam vocês aparecerem lá a essas horas da madrugada? — Perguntei e todos negaram.

— Eles perguntaram sobre, mas nós falamos que sempre nos reunimos para pescar. Ainda bem que tinha um rio lá perto, e isso pareceu convencê-los. — Disse Namjoon sorrindo de lado. — Eles também nos interrogaram, perguntaram se vimos alguns movimentos estranhos, ou barulhos, mas nós negamos a tudo.

— Pelo menos isso — Resmunguei um pouco aliviada por isso.

— Vocês não vão mesmo falar sobre o que estavam falando antes de chegarmos? — Jimin perguntou descontraído e parecia que havíamos programados para revirar os olhos na mesma hora, pois eu e as meninas fizemos isso no mesmo instante.

— Nós vamos fugir de vocês por um dia. Vocês vão cuidar das crianças sozinhos, sem nossas ajudas. — Deb respondeu por fim e isso não pareceu afetar nenhum deles.

— Não vejo problema nisso. O que de ruim pode acontecer? — Yoongi pergunta e todos esperaram sobre os bons argumentos da Bia.

— Meu querido, sua filha está entrando numa fase insuportável de fazer perguntas sobre tudo, tudo mesmo. Da última vez que você ficou sozinho com ela, por duas horas, você quase botou fogo em si mesmo.

— É uma péssima ideia. — Yoongi se corrigiu e os meninos riram.

— Eu acho uma boa. — Hoseok disse. — É bom para vocês se divertirem, tirarem os pesos que essas coisas trouxeram para as costas de vocês. — Pelo menos um que concorda com a gente. — Só não acho muito seguro. Nosso principal inimigo ainda está vivo.

— Nós tomaremos cuidado, Hobi. — Deb rebate sorridente. — Meninas, nós teremos um dia só nosso.

...

Escapei do meu quarto, no meio da noite, para beber água, mas o que eu iria fazer mesmo era ver o Jin. Algo dentro de mim me pedia para o olhar essa noite, mesmo que fosse por cinco segundos.

Fui direto para atrás da escada, onde tinha a porta para ir ao laboratório, ou seja lá como Hoseok chama esse lugar. Jin estava calma, o que é uma surpresa, pois ele nunca esteve tão calmo nessas horas da madrugada.

Puxei uma cadeira e me sentei bem perto do mais velho. Ele parecia bem agora, dormia como se estivesse em um sonho bom, e espero que ele esteja assim.

— Tudo parece bem esses dias — Comecei. Me senti uma idiota por estar falando sozinha, mas algo dentro de mim - bem no fundo - dizia que Jin estava me ouvindo. — Eu só queria que você estivesse aqui, que acordasse, e a gente poderia aproveitar esse tempo que temos de paz. — Ri comigo mesma, me divertindo da minha idiotice, até porque paz é o que nunca vamos ter. Não até Doyun morrer. — Se pelo menos você me desse um sinal de que me escuta. — Sorri desanimada mas me assustei quando vi uma mão de Jin se mover, se encontrando com a minha.

Ele entralaçou nossas mãos e eu senti um peso nos meus ombros, algo me puxava para baixo e minha visão havia ficado embaçada, até finalmente tudo ficar escuro. Quando abri os olhos novamente, eu estava em outro lugar, no meio da floresta, com Jin ainda segurando minha mão, só que acordado.

— J-Jin? — Me senti uma estúpida por nem ter falado um nome direito, mas era realmente uma surpresa isso ter acontecido. Jin apenas sorrir e deixa um beijo na minha testa, depois dando sua atenção para frente e que eu automaticamente fiz o mesmo. Havia uma casa enorme bem perto de onde estávamos, o lugar onde Jin dava sua total atenção e que eu iria fazer milhares de perguntas mas ele começa primeiro.

— É a casa de Doyun. — Responde a minha principal dúvida. — Doyun tem um motivo, especificamente um objeto que o deixa vivo. Você vai ter que encontrar esse objeto e usar contra ele para vencermos. — Fiquei meio perdida em meio a isso, mas eu não ia dar ao luxo de soltar várias perguntas ao mesmo tempo. — Não vai ser fácil, Kwan e Chin vão ajudar você, mas tome cuidado.

— Você vai me ajudar também?

— Já te ajudei, S/n! — Senti meus ombros pesar novamente e minha vista perder o foco aos poucos. Jin se afastava a cada segundo que minha vista se embaçava e eu não podia mais senti-lo. — Eu voltarei, me espere. Eu te amo.

A escuridão tomou conta novamente e eu sentia meu peito subir e descer por conta da minha respiração desregulada. Quando abri os olhos mais uma vez, eu havia voltado para o laboratório de Hoseok, com Jin ainda agarrando minha mão, mas ele continuava desacordado.

— Estarei te esperando — Deixei um selinho breve em seus lábios e saí daquele lugar, com uma confusão na minha mente. Queria saber se foi Jin que realmente me mostrou isso, ou é eu ficando definitivamente louca.

Decidi ir fazer o meu objetivo da noite: Beber água. Andei até a cozinha com uma mão na cabeça, pois eu estava começando a sentir umas pontadas horrorosas e que arracavam caretas de mim, mas parei diante da porta quando vi Jimin e Jungkook se pegando, literalmente. Eles pararam de imediato quando sentiram minha presença e a única coisa que consegui fazer foi rir muito, deixando-os envergonhados.

— S/n? — Jungkook indagou assustado e foi o motivo para eu ter mais ataque de riso.

— D-Desculpem, eu só vim pegar um copo... d'água. — Eu estava tentando controlar minha respiração, até havia esquecido um pouco das dores, mas comecei a rir novamente quando vi a cara deles de novo. — Desculpem mesmo.

Bebi minha água olhando curiosamente para os dois. Sempre achei que eles haviam um relacionamento diferente, eram mais que amigos, mas não achei que era mesmo real.

— Então... — Comecei, despertando a atenção dos dois novamente para mim. — Há quanto tempos estão... assim? — Apontei para eles dois e ambos se entreolharam e deram de ombros. — Tá então, eu vou voltar para o meu quarto, prometo que não contarei a ninguém. — Pisquei para eles dois e voltei para o meu quarto, voltando a pensar no que aconteceu comigo quando fui falar com o Jin. Pensei e pensei tanto que acabei caindo no sono.

...