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História Amor & destino - Meu anjo


Escrita por: gabi_buenos

Capítulo 24 - Meu anjo


Acordei com dores forte em minha barriga, não conseguia abrir meus olhos parecia que haviam colocado pedra neles, pois pesavam muito. Ouço uns cochichos ao meu redor, eu não conseguia distinguir o que falavam.

— Acho que ela está acordando — ouço a voz de Camille no fundo.

Consegui abrir meus olhos depois de alguns minutos com muito esforço, olhei ao redor vendo um quarto de hospital todo branco, Ed pegou em minha mão a levando aos lábios deixando um pequeno beijo lá.

— O que aconteceu? — perguntei, minha voz mal queria sair, estava rouca, e o esforço de tentar falar era grande esgotava o pouco de energia que tinha.

— Já passou, ninguém vai mais te machucar — diz Ed fazendo carinho em minha cabeça.

Uma pequena lembrança do que aconteceu passou em minha cabeça como um raio, olhei para a minha barriga desesperada passando a mão nela sentido uma pontada de dor bem grande.

— E o meu bebê? Ele está bem? — perguntei desesperada com a respiração acelerada querendo saber, olhei para Ed que trocou alguns olhares com Camille e Stuart.

— Sinto muito Emilly — diz Camille, pegando na minha mão — infelizmente o perdemos, os médicos fizeram de tudo para tentar o salvar, mas quase perdemos você também, então decidiram salvar sua vida.

— Não, não pode ser verdade — falei sentindo as lágrimas escorrerem em meu rosto.

Ed se aproximou de mim limpando as minha lágrimas que não paravam de sair, olhei para ele que também estava chorando junto comigo.

Era uma dor inexplicável que eu estava sentindo, era como se tivessem tirado uma parte de mim, fechei meus olhos com força imaginando como seria nosso pequenino se tivesse tido a oportunidade de existir, de nascer.

Depois de alguns minutos quando finalmente consegui parar de chorar, Camille e Stuart haviam saído nos deixando sozinhos para conversar. Ed estava arrasado, sabia como ele desejava ter um filho e perder seu primeiro assim dessa maneira, era horrível.

— Me desculpe — falei olhando para ele.

Ed me encarou tentando entender o que eu estava falando.

— Não precisa pedir desculpas, a culpa não foi sua, o erro foi meu não ter chamado kevin, sair sem segurança alguma — diz ele me olhando sério — o mais importante agora é que você está bem.

Olhei para minha barriga que doía um pouco, uma médica entrou no quarto olhando meus papéis que ficavam nos pés da cama o folheado.

— Pelo o jeito já lhe contaram a má notícia — diz ela se aproximando de mim e me examinando — você está se recuperando muito bem daqui dois ou três dias poderá voltar para casa — ela olhou para Ed o encarando e eu achei estranho o jeito que se olhavam — eu fiz o que você pediu — diz ela entregando um envelope com o logo do hospital — se tiver alguma dúvida é só conversar comigo.

Ed a agradeceu com um aceno de cabeça não falando nada até ela sair do quarto.

— O que é isso? — perguntei curiosa olhando o envelope.

— Eu pedi para fazerem um exame em você para saber se está tudo bem, no caso se irá poder engravidar depois — diz ele encarando o envelope.

— Você está me dizendo que posso ter me tornado estéril? — perguntei perplexa com essa possibilidade.

— Sim, mas não precisamos saber disso agora — ele colocou o envelope em uma mochila que estava encostada do lado de uma poltrona.

Ele tinha razão não precisávamos de mais notícias ruim no momento, mas essa pequena possibilidade que poderia existir, me assustava, eu quero construir uma família com ele, mas com isso as coisas poderiam mudar entre a gente.

Uma enfermeira vem me dar um medicamento para dor e me servir comida, que infelizmente não tinha gosto de nada. Ed e Camille ficaram a tarde inteira comigo me fazendo companhia. Ela vai embora mais tarde descansar um pouco, pois mal chegou de viagem já veio correndo para o hospital querendo me ver.

Olhei para Ed que estava mexendo em um celular tranquilamente, acho estranho esse hábito dele, pois ele nem tinha um celular, foi então que notei que não era o meu é sim um novo.

— Você está de celular novo? — perguntei curiosa, ele usava um celular velho Flip da Nokia que só recebia torpedo e ligação, o ver segurando um iPhone era novidade para mim, pois ele sempre usava o meu ou seu Notebook.

— Pois é, Stu achou melhor usar e avisar as pessoas sobre você, muita gente está preocupada — diz ele não tirando os olhos do aparelho — mas não vou usar por muito tempo logo estará jogado em algum lugar sem bateria.

— Como assim preocupados? — perguntei curiosa, ele veio até mim me mostrando uma matéria sobre o acidente, e uma foto minha com Ed.

— Eu não falei nada sobre… — diz Ed sobre o bebê, percebi sua expressão de tristeza, só de lembrar que a alguns dias atrás estávamos tão felizes com isso que parecia que foi um sonho, um sonho bem distante — só a gente que sabe e os médicos.

— E se vazar na mídia e ficarem sabendo? — perguntei preocupada.

— Só se for alguém do hospital, eles não vão quebrar o sigilo médico, se acontecer isso processo todos eles — diz Ed sério para mim.

Decidimos fazer um pequeno enterro para nosso pequenino que nem teve tempo de crescer, Ed cantou sua música “Small Bump” e quando ele terminou simplesmente começou a chorar olhando para a pequena caixa onde havíamos colocado o feto.

Os dias que se passaram foram bem tristes, mesmo mantendo os planos para o casamento, mas só o adiamos por mais um mês até eu estar completamente recuperada. Camille abandonou tudo para ficar comigo e me ajudar com os preparativos e também a me recuperar da cirurgia.

Voltamos para a Inglaterra, não queríamos mais ficar em Nova York, pois qualquer coisa lá nos lembrava o que aconteceu. Muitas pessoas vieram me visitar Demi e Selena que trouxeram vários presentes para mim, sem contar Taylor que prometeu que iria me levar em um Spar assim que for possível.

Quase toda a equipe de Ed veio também, eles não sabiam da gravidez, mas mesmo assim foram solidários comigo, às pessoas não precisavam saber o quanto eu e Ed estávamos sofrendo com a perda de nosso primeiro filho.

Camille sempre ficou ao meu lado tentando me animar, principalmente quando Ed precisava sair e resolver as coisas para a estreia do seu novo álbum.

Ela trazia revistas de vestidos de noivas, mas na maior parte do tempo acabava em seus braços chorando. Ed não sabia que isso acontecia com frequência, não queria o deixar mais chateado do que já estava, preferia manter isso entre eu e Camille.

Eu tinha muito medo de ver o resultado do exame que Ed havia pedido, não queria ouvir mais uma notícia ruim. Tudo bem que engravidar nunca foi um desejo meu, mas depois que o perdi meu primeiro de um jeito brutal e cruel, tinha medo mesmo assim de saber o resultado.

Com certeza eu queria engravidar mais uma vez e formar uma família com ed, e com essa possibilidade de não conseguir futuramente me  destruía por dentro, a única coisa que me deixava feliz era que Ed queria muito prosseguir com o casamento, apesar de tudo.

— Não importa o que tenha escrito naquele envelope, vou estar com você, o importante é que está viva, aqui comigo — diz Ed tentando me acalmar toda vez que o assunto vinha à tona, e acabávamos abraçados consolando um ao outro.

Decidimos abrir depois do casamento, demos ele para Camille guardar para a gente e nos dar no momento certo. Eu desejava muita das vezes que o resultado pudesse ser positivo, e realizar o sonho de Ed em formar uma família, sabia que ele estava sofrendo muito e eu tinha esse desejo súbito de o fazer feliz, e não fazer isso no momento me deixava infeliz também.

Eu andava com um pouco de dificuldade, sentia muita dor, e se pudesse preferia ficar deitada o máximo de tempo possível. Camille me ajudava a trocar toda hora os curativos de minha barriga, e com outras coisas também.

Ela praticamente abandonou sua vida no Brasil só para me ajudar com o que eu precisava, ter ela comigo me ajudava muito a esquecer as coisas, mas sabia que isso não seria para sempre.

Mesmo não os ferimentos não estando fechado cem por cento, eu precisava sair para procurar um vestido de casamento logo, pois era uma das últimas coisas que faltava para providenciar, e eu sempre estava adiando esse dia.

Entrei em uma loja de vestidos de noiva com Camille e a mãe de Ed junto, super animada para escolher meu vestido ideal. Experimentei vários vestidos um mais lindo que o outro, até que um chamou minha atenção, ele era no estilo sereia com uma bela cauda em renda.

Depois de um dia animado vestindo o máximo de vestidos que conseguia, vou ao banheiro jogar uma água em meu rosto, eu estava cansada e estressada com todo esses preparativos, fazia dias que não dormia bem, e o remédio para dor estava passando o efeito.

Às vezes acordava a noite chorando e com Ed me abraçando tentando me acalmar, pois eu comecei a ter vários pesadelos sobre o atirador que sempre acabava com Ed morrendo em meus braços.

E então a risada que me assombrava em meus pesadelos soou dentro do banheiro, me aproximo da porta tentando a abrir, mas ela estava trancada, bati nela com força pedindo ajuda.

— Não vai adiantar querida, ninguém vai ouvir você chamando — diz Sharon saindo de dentro de um dos box do banheiro.

Ela estava com uma aparência horrível sua pele estava pálida e seus cabelos desgrenhados parecendo que não o lavava a dias, tirando seus olhos que estavam fundos por causa de grandes orelhas.

Encostei na porta com um certo medo dela, ela se aproximou de mim e me afastei o máximo que podia dela, mas o banheiro não era muito grande não tinha onde me esconder.

— O que foi? Está com medo de mim? — diz ela abrindo um sorriso sinistro para mim — pois devia ter mesmo medo, sabe Ems você é um garota bem esperta — ela se aproximou mais de mim pegando em meu rosto, tentei me soltar, mas sem sucesso eu estava sem forças para brigar — devia ter pensado duas vezes antes de o roubar de mim.

— Eu não o roubei, ele não te amava mais, você o estava deixando infeliz — cuspi as palavras em sua cara, me arrependo de ter falado alguma coisa, pois ela me deu um soco bem em minha barriga me fazendo soltar um grito abafado de dor antes de cair no chão.

— Você devia manter essa boca fechada, ainda nem acredito que paguei bem caro para aquele idiota te matar, e ele nem fez o trabalho direito — ela chega perto de mim pegando em meus cabelos levantando minha cabeça me fazendo olhar para ela — sim querida eu queria você morta, mas infelizmente aquele inútil não fez o que pedi, só que fez algo muito melhor.

Sinto meus olhos encherem de lágrimas não acreditando no que ela estava dizendo, eu suspeitava que Sharon estava por trás do ataque, mas eu não queria acreditar que ela seria capaz de chegar a tal ponto de crueldade. Ela pega uns papéis em seu bolso e jogou em cima de mim dando risada.

— Aí está o exame que vocês dois não queriam ler — ela volta a se aproximar de mim rindo — quero muito ver a cara de Ed quando descobrir que sua linda e querida futura esposa não pode engravidar — ela começou a fazer carinho em minha cabeça pegando em meus cabelos como se estivesse com pena de mim — ele vai ficar arrasado, mais ainda, pois sei que já perdeu um.

Olhei para ela com todo o ódio que sentia por aquela mulher querendo bater naquela vadia, e esfregar seu rosto em um asfalto bem quente.

— Eu fico imaginando no que a mídia irá falar quando descobrir, irão te comer viva — continuou ela não tirando aquele sorriso nojento de seu rosto.

Tento me levantar mas ela logo me empurrou me derrubando no chão mais uma vez.

— Tentei te destruir tantas vezes — diz ela pensativa — mas saiba que isso ainda não acabou, vou te destruir, mesmo que seja a última coisa que eu faça — ela se levantou e ficou me olhando — olha só para você, tão patética jogada no chão, não sei o que ele viu em você.

— Vai se foder — falei tossindo um pouco

Então ela começou a chutar minha barriga abrindo os ferimentos que não tinham sido cicatrizados, comecei a gritar de dor e a chorar ao mesmo tempo sentindo o sangue escorrendo. Ela parou e voltou a se aproximar de mim pegando em meus cabelos os puxando com força fazendo com que eu a olhasse mais uma vez

— Só para você saber, o Daniel estava cem por cento envolvida nisso, ele só desistiu quando soube que estava grávida e não queria que eu a matasse — diz ela sorrindo — então diz para ele que se eu cair vou arrastar ele comigo.

Ela ri de mim e sai do banheiro me deixando jogada no chão chorando de dor, vejo minha barriga jorrar sangue e uma pequena poça se formar ao meu redor.

— Socorro.

Tento chamar alguém, mas sem sucesso, minha voz não queria sair, minhas forças estavam se esgotando e eu precisava fazer alguma coisa se eu quisesse sobreviver.  Com muito esforço consigo abrir a porta, e vou me rastejando com cuidado, mas deixando uma linha de sangue no chão do corredor. Lembrei de meu celular em meu bolso, e liguei para Ed que atendeu no segundo toque, a única coisa que consegui falará antes de desmaiar foi “me desculpa, por não lutar por nós”.



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