História Amor Diferente - Romance Lésbico (2 Temporada) - Capítulo 2

******Denise******

Finalmente sábado, hoje é o baile funk na favela que o irmão do Lucca comanda. São 16:00 da tarde e eu já estava escolhendo minha roupa para começar a me arrumar, quando resolvo ligar para Juan.

   {Ligação on}

-Fala Deni's. (saldou Juan).

-Preparado para hoje a noite? (perguntei animada).

-Você ainda não desistiu? Deni's não sei se vai dar certo a gente ir lá não. (falou ele preocupado).

-Vai sim, larga de ser frouxo.(falei impaciente).

-Ma... (antes dele terminar eu o enterrompo).

-Nenhum mas, passa aqui as 18:00 horas. (desliguei antes dele tentar me convencer o contrário).

  {Ligação off}

Fui ao banheiro, tomei um banho demorado, fui me arrumando e coloquei uma roupa super maravilhosa para o baile.

Exatamente as 18:05 da noite Juan chegou, nos dirigimos para a favela onde seria o baile. Ao chegarmos no local já haviam várias pessoas, só que alguns homens estavam me dando um pouco de medo andando de um lado para o outro com pistolas nas mãos.

-Olha quem está aqui, Deni's. (veio Lucca todo animado passando o braço pelo meu pescoço mas logo eu tratei de tirar. Garoto Antipático). -Quer? (me ofereceu uma bebida).

-Não, eu já tô com a minha. (falei levantando o meu copo lhe mostrando. Não sei o que naquela bebida dele pra eu aceitar). -Vamos Juan, eu adoro esse funk. (falei puxando Juan para pista de dança onde estava tocando MC Liu - Mamar no Uber).

-Não gosto nem um pouco desse cara. (falou Juan se referindo a Lucca).

-Eu também não. (revirei os olhos). -Mas bora deixar ele para lá e aproveitar a noite, vamos dançar e cantar que eu amo essa música. (então eu e ele começamos a dançar e cantar)

MC Liu - Mamar no Uber

-Caralho já vai imbora, quer que eu te acompanhe?

Tudo pironhona, tudo putiane. (cantamos e dançamos juntos).

Já era lá para as 22:00 da noite, estava eu, Juan e o mala do Lucca no bar bebendo bastante. Quando eu escuto um estrondo alto.

-BORA PRO CHÃO! (gritou uma policial arrombando a porta do salão entrando com vários outros policiais apontando as armas para todos provando uma gritaria e correria de todos).

-CORRE DIEGO! (gritou Lucca correndo a um homem que eu acredito ser seu irmão, eles correram mas derrepente eu escuto um barulho forte de tiro e só vejo o irmão de Lucca caindo no chão com as costas ensanguentadas e Lucca ao seu lado gritando e chorando).

-CORRE DENI'S, CORRE! (Juan me puxou me tirando daquele estado de choque em que eu estava parada não sabendo o que fazer).

Corri bastante tentando me esconder do tiroteio que havia se armado entre a polícia e os traficantes. Eu avistei um carro mas sem querer tropeçei e acabei me jogando atras do mesmo. Eu estava desesperada, não sabia onde Juan havia parado e eu estava sozinha no meio disso tudo.

Vejo uma policial saindo com Juan algemado e o colocando dentro da viatura, provavelmente ela o confundiu com um bandido. Ela olha em minha direção e nosso olhar se cruzam, o tempo parece que congelou e estávamos só nos duas ali nos entendendo por olhares, então eu pude perceber o quanto ela era bonita.

Mas derrepente escuto um enorme barulho e sinto uma enorme queimação no meu braço vindo por trás.

-ARG! (soltei um gemido alto de dor e ao voltar meu olhar para a polícia que tinha um olhar de medo e desespero, então pude vê - la vindo em minha direção correndo).

-Moça calma, eu já vou chamar a ambulância. (falou ela se sentando ao meu lado colocando minha cabeça nas suas pernas já que eu estava jogada no chão me contorcendo de dor). -Atenção uma ambulância agora temos uma ferida local, câmbio. (falou ela no seu rádio).

-Tá... doendo muito... (falei sentindo muita dor). -Me...ajuda...por...favor. (supliquei).

-Claro que eu vou te ajudar. (falou ela com um sorriso no rosto e que sorriso em parece que a dor até passou). -Não posso ver mais ninguém morrer em meus braços, por favor meu Deus. (sussurou ela mas eu escutei e fiquei sem entender).

-Se afaste Marcela que eles vão cuidar da ferida. (falou um outro polícial chegando com os paramédicos. Marcela esse é o nome dela, lindo nome e mais linda ainda a sua dona. Nossa o que deu em mim, acho que estou ficando noiada pelo sangue que estou perdendo).

Os paramédicos me levaram para o hospital onde os enfermeiros cuidaram do meu ferimento, para minha sorte foi só de raspão. Minha cabeça não pára de se preocupar com Juan, será que ele foi preso? E aquela policial quem era? Fui enterrompida pela enfermeira que disse que havia uma pessoa querendo falar comigo, pensei que era Juan e deixei entrar.

-Oi! (falou ela entrando timidamente na sala, era Marcela ela ainda estava com sua roupa de policial só que sem o colete agora).

-Oi! (falei timidamente). -Desculpa ser grossa, mas o que você está fazendo aqui? (perguntei).

-É que tiveram outros feridos que também vieram para o hospital e eu fiquei encarregada de escolta - los então como eu fiquei preocupada com você, resolvi vir te ver. (respondeu sem graça).

-Obrigada! (sorri e ela me retribui o sorriso). -Marcela né? (perguntei e ela acentiu). -Eu queria te pedir algo... (eu ia perguntar sobre Juan mas ela me interrompeu).

-Seu nome primeiro, depois você pode pedir o que quiser, espero que não seja comida, é que tô sem grana aqui. (Marcela fez graça e eu gargalhei).

-Denise, mas pode me chamar de Deni's. (sorrimos). -Eu queria perguntar sobre o meu amigo que foi preso, ele se chama Juan, ele está na delegacia? Vai ficar preso? Quando ele sai? (perguntei super preocupada).

-Calma tá bom. Não, ele vai ser liberado amanhã de manhã, só falta ele prestar depoimento. Se ele não tiver nada suspeito vai ficar livre logo logo. (falou ela e eu suspirei aliviada). -Mas ainda falta o seu depoimento e dos outros internados.

-Mas eu não fiz nada? (falei indignada)

-Talvez, mas precisamos do seu depoimento para sabermos se você não faz parte da quadrilha, se não ingeriu algum tipo de droga ou estava lá apenas para curtir o baile. (falou ela séria e eu fiquei totalmente enrraivada por ela desconfiar de mim. Acho que ela não é como eu pensei).

-Por favor sai, eu não quero ficar perto de alguém que desconfia de mim. Odeio quando me julgam sobre algo que eu não fiz. (falei deitada na cama do hospital me virando de costas para ela).

-Desculpa mas é meu trabalho, tenho que desconfiar de tod... (falou ela se aproximando).

-Por favor meu braço está doendo muito e a última coisa que eu quero é ficar com alguém que desconfia de mim. SAI! (gritei impaciente e escutei a porta batendo).

Eu odeio quando desconfiam de mim, quando falam de algo que eu fiz sendo que eu não fiz absolutamente nada.