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História Amor e piratas - Il Gran Finale


Escrita por: LeahBlackWood

Notas do Autor


Depois de três longos anos, chegamos ao fim
Se ainda tiver alguém que leia, obrigado por ter acompanhado até aqui, e parabéns por ter aguentado tanta coisa que aconteceu nesse tempo.
Bem, nem sei como encerrar as coisas por aqui, então, só desejo uma boa leitura e espero encontrar alguém vivo depois desta hueheuheuheuh

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!

Capítulo 21 - Il Gran Finale


Capítulo 21- Il Gran Finale 

 

 

Disseram-lhe para não se aproximar da zona de luta. Disseram-lhe para ficar e ajudar a evacuar, junto à ruiva Inoue, à autoritária Tatsuki e à firme irmã do capitão ruivo, Karin. Mas desde quando obedecia sem questionar? Céus, fazia parte do sangue de um Kuchiki ser teimoso a ponto de enlouquecer qualquer concorrente, e o sangue de Rukia borbulhava no momento. Então, assim que se certificou de que a evacuação já estava no fim e de que não tinha ninguém olhando, se esgueirou mais uma vez para dentro do galeão, guiada pelo estardalhaço que a batalha fazia. Impressionantemente, não se sentia assustada ou receosa, muito pelo contrário, sentia-se cada vez mais atraída pela ideia de estar no meio de uma batalha, a adrenalina consumia-lhe a sanidade aos poucos, mas de forma bem suave, deixando espaço para pensamentos racionais e lógicos, nem sentia mais a bofetada que tinha levado no rosto. A espada branca que carregava nas mãos, Sode no Shirayuki, vibrava com a aproximação da luta. Mas seu momento de autoavaliação foi interrompido assim que duas sombras se emparelharam a ela na corrida. 

-E onde a Senhorita pensa que está indo? 

Era aquele grisalho baixinho, o tal de Toushiro. O mesmo olhava para ela de forma ao mesmo tempo divertida e repreendedora, com um sorriso mínimo desenhado nos lábios. Do outro lado estava a irmã mais nova do capitão ruivo, que exibia um sorriso aberto e matreiro, como se tivesse acabado de pegar uma criança fazendo travessura. Só que Rukia não era nenhuma criança, e queria deixar isso bem claro para aqueles dois projetos de adultos. 

-Se estão aqui para me levar de volta, vão ter que me arrastar, porque de boa vontade eu não volto! - Levantou a espada e ficou apontando de um para o outro, como se fosse muito experiente no assunto.  

Percebeu que o casal se entreolhava, conversando com os olhos, para, ínfimos momentos depois, gargalharem como se a morena tivesse feito a melhor piada da vida deles. Olhando confusa para os dois que se recuperavam das boas risadas, baixou a espada e se permitiu um pequeno sorriso envergonhado.  

-Não viemos aqui para te parar, bobinha. - Disse Karin 

-O quê? - Rukia estava muito confusa. 

-Nós vamos com você. - Toushiro falou. - Também somos portadores de Zampakutous, não podemos ficar parados esperando que os mais velhos façam tudo. - Cruzou os braços, com uma expressão pensativa e aborrecida. - Além disso, o Kurosaki é imprudente ao extremo e sempre acha que pode fazer tudo sozinho quando se trata de uma luta, e também sempre trata os outros como se fossem crianças indefesas, além de... 

-Acho que ela já entendeu, Toushiro. - Karin interrompeu, segurando o riso. - Vamos logo antes que o meu irmão se mate de vez! 

Karin pegou na mão disponível de Rukia e começou a correr. Toushiro acompanhava o ritmo acelerado da morena, enquanto Rukia se focava apenas em não tropeçar, tamanha era a velocidade da mais nova. Seguiam pelos corredores que já apresentavam rachaduras devido às ondas de choque, e quanto maiores fosse as rachaduras, mais animado o trio se sentia. Seria este o chamamento das Zampakutou's? Se fosse, Rukia podia jurar que conseguia ficar naquele estado o dia todo. Karin foi obrigada a parar quando o albino segurou o seu braço, desviando os três de uma onda grande que veio varrendo o corredor.  

-O navio está afundando? - A Kuchiki perguntou. 

-Não, princesa. Ainda não. 

Os olhos de Rukia abriram de tal modo que o violeta das íris se destacou ainda mais. Kaien estava machucado, havia escoriações pelo corpo e parte das roupas estavam rasgadas. Segurava um tridente maior que ele e respirava com um pouco de dificuldade, parecia que tinha enfrentado um animal selvagem.  

-Kaien... 

-Conhece esse homem, Kuchiki? - Toushiro perguntou. 

-Você está falando com a minha noiva, pirralho. 

-Noiva? - Karin quase gritou. - Desse cara? 

-Só soube da verdadeira natureza dele há poucas horas, Karin... 

-Chega de conversa, - O olhar de Kaien era animalesco - quero matar alguém, e acho que vocês três servem.  

Avançando totalmente fora de si, Kaien levantou o tridente, puxando uma onda grande para ataque. Antes que as meninas pudessem reagir, Toushiro peitou o homem mais velho com a sua própria espada. Quando a Zampakutou do albino tocou na água, o que seria considerado um milagre aconteceu: ela congelou. Ao simples toque da ponta da katana, a onda que servia aos propósitos de Kaien não passava de um monte de gelo brilhante. O moreno ficou espantado, assim como as duas moças. 

-Mas o que... 

-Parece que temos o mesmo elemento.  

Ignorando as palavras do mais novo, Kaien continuou com uma rajada de ataques utilizando as habilidades do tridente. Felizmente, nenhuma delas era efetiva contra o albino, que congelava ou simplesmente fazia com que a água congelada voltasse e atrapalhasse o moreno. Rukia estava impressionada com a habilidade dos dois espadachins, mas Karin parecia mais que entediada. 

-Karin, no que você está pensando? - Sussurrou a mais velha ao ver a irmã de Ichigo desembainhar a espada negra e fosca como fumaça. - Você não vai entrar ali, ou vai? - A garota sorriu em resposta. Do nada Rukia não se sentia mais tão motivada, a ideia de entrar numa batalha agora dava-lhe calafrios e um frio na barriga.  

-Pensa que eu vou ficar parada aqui e deixar toda a emoção para aquele projeto de anão albino? - A Kuchiki olhou da morena para a luta e da luta de volta para a morena, acenando positivamente para a mesma com a maior cara de desentendida que conseguia. - Pois pense melhor.  

A Kurosaki saiu em disparada arrastando Rukia, que só teve tempo de reagir para bloquear um ataque de Kaien. Por algum milagre, o tridente não tinha vindo com tanta força, tanto que Rukia mal sentiu o impacto, mas Kaien não se deu por satisfeito e começou outra torrente de estocadas com a arma. E ficaram nisso durante um curto período de tempo, Kaien atacava Rukia com o tridente, Toushirou congelava a água que o pirata usava e Karin revezava entre atacar o outro moreno e ajudar Rukia, que dava os seus primeiros passos numa luta de verdade, ainda que toda atrapalhada e sem saber o que fazer de verdade.  

-Três contra um e ainda assim não conseguem me derrotar? - Debochava o mais velho. - Imagino o que aconteceria se eu estivesse no meu melhor estado. Vocês três não passariam de um bando de animais pequenos e indefesos, iriam cair ao mínimo movimento que eu fizesse! 

Ele ofegava muito enquanto se apoiava no tridente. Os olhos brilhavam de uma forma doentia e saliva escorria pelo canto da boca, era asqueroso. Foi com essa imagem em mente que Rukia prometeu a si mesma que nunca mais confiaria de cara num homem bonito. Credo, pensava ela, como nunca vi isto nele? O corredor mais parecia uma caverna de gelo agora, porém Toushirou nem sequer suava e Karin estava rindo. Serei eu a única pessoa normal neste lugar? Rukia perguntou para si mesma ao ver o estado dos outros. Segurava a katana com ambas as mãos e se inclinava para a frente, ainda que a roupa que usava atrapalhasse um pouco.  

-Três contra um e nem percebeu porque ainda esta vivo? - Karin devolveu. Céus, essa menina é muito atrevida! O pânico de Rukia só aumentou quando a carranca de Kaien se fechou de vez. Ela vai nos matar a todos! - Vamos lá, eu sei que tem um cérebro ai dentro, você só tem que encontrar a alavanca para ele funcionar.  

A provocação funcionou.  

O inimigo veio cego na direção deles. Karin parou na frente dos outros dois. Rukia tentou impedir que ela fizesse algo irresponsável, mas o albino a impediu e pediu que ficasse quieta. Quando faltavam apenas alguns centímetros para o tridente de Kaien se cravar na cabeça da jovem, ela chamou pela espada que carregava. 

-Queima, Engetsu! 

Um clarão tomou conta do local, sendo intensificado pelo gelo de Toushirou. Um calor abrasador queimava o ar, e de repente o oxigênio pareceu muito pouco. Quando Rukia finalmente abriu os olhos, pôde contemplar a magnificência da arma da Kurosaki: labaredas laranjas lambiam as paredes do corredor, devorando o gelo que antes as cobriam, e um ruido leve agitava ainda mais o ambiente, arrastado as atenções para um tipo de fogo que se mexia de maneira diferente de tudo, como se estivesse vivo.  

-Mas o que... - Kaien recuou, segurando o braço levemente queimado. 

Karin movia-se livremente no fogo, as mãos faziam movimentos delicados e ensaiados para controlá-lo, mas as chamas em determinado momento pararam ao lado dela, mesmo que as mãos continuassem a se mexer. Então aquilo fez sentido. Toushirou também estava com a boca (ainda que muito pouco) aberta, surpreso com o que via. No que a mais nova passava as mãos não eram simplesmente chamas, mas um grande animal feito de fogo. As labaredas se mesclavam entre laranja, dourado e vermelho, mas os contornos se tornavam cada vez mais claros, formando patas, caninos e uma cauda listrada. Um tigre, podia ver agora. Karin acariciava um monumental tigre feito de fogo. Mas mesmo com toda aquela atmosfera feroz que envolvia a Kurosaki morena, o bom senso de Kaien já não dava sinais de ainda existir.  

-O fogo da lareira da casa dos meus pais arde mais que esse bichano ai! 

-Eu já te mostro o bichano... -Ouviu a jovem murmurar enquanto o pirata mais velho avançava por entre as chamas, usando a água para apagá-las. Karin esperou o melhor momento para contra atacar. - Engetsu... 

O tigre flamejante rosnou mais alto, invocando mais das suas chamas. Kaien tentava desviar de todas, sem muito sucesso. Toushirou só fez a situação complicar mais para o lado do castanho quando se juntou a Karin, congelando as ondas que o mais velho tentava usar para apagar o fogo, e assim os dois foram cansando mais e mais o outro pirata. Quando acharam que era o suficiente, Kaien já se debruçava por completo, sem fôlego e energia. O casal nem suava, por mais espantoso que possa parecer. Rukia estava muito feliz por saber que os seus dois acompanhantes eram tão fortes e experientes, porque, mesmo no estado deplorável em que Kaien se apresentara para eles, ainda tinha se mostrado uma ameaça em potencial.   

-Já chega, Kaien, você não aguenta mais. - Toushiro apontava a espada para ele, para impor a ordem de uma maneira mais física. - Coloca o tridente no chão e as mãos atrás da cabeça. Vamos! - E se aproximou do mais velho para desarmá-lo. Erro. 

-Nunca!   

O moreno investiu uma última vez, esticando o tridente às cegas e acertando uma das pontas afiadas perto das costelas do garoto. Karin reagiu instantaneamente, lançando uma rajada de chamas, e Rukia, nem sabendo como, seguiu com uma avalanche. Quando o brilhos das chamas se extinguiu e o nevoeiro gelado da neve também se fora, Kaien já não estava lá.  

 

 

 

Ichigo achou que aquilo seria mais difícil. Depois de umas três ou quatro rajadas de ataques combinados, o dragão Ryuujinjakka acalmou e parou de tentar colocar fogo em tudo, parecia que procurava alguma coisa, mas não com agressividade. Arfava com as mãos nos joelhos enquanto os outros se aproximavam, sempre de olho na criatura feita de fogo. Viu pelo canto do olho três figuras se aproximarem, mas só lhes deu atenção quando a mais alta falou. 

-Salve, o grande capitão Kurosaki! - A ironia na voz de Toushiro era quase palpável. Quando o ruivo se voltou para ele, o albino assobiou. Ainda não tinha visto o novo "estilo" do capitão. - Nunca te vi tão gótico.  

-Me deixe em paz por um minuto... - Suspirou. - O que aconteceu com você? Está sangrando... 

-A gente enfrentou o Kaien, meu suposto noivo. - Rukia respondeu, a calma fria de antes retornava ao corpo apesar de ter um dragão descomunal vasculhando em busca de qualquer coisa que ninguém sabia o que era não muito longe de onde estavam. 

O trio era agora repreendido pelo lado super protetor do capitão ruivo, entretanto, nenhum dos três parecia se importar com o fato de terem enfrentado alguém tão perigoso sem mais nem menos. Karin até tinha murmurado algo como "você está ficando parecido com o velho~", o que já era considerado um insulto pelo irmão mais velho. A Kuchiki nem tinha ficado muito tempo para o sermão, saiu do local quando viu o samurai retirar a mascara, e Toushiro então nem se fala. Desligou o cérebro até ao momento em que percebeu a aproximação sorrateira do monstro lendário.  

-Kurosaki... - E apontou para trás do ruivo, sendo prontamente ignorado pelo mesmo. - KUROSAKI! 

-Mas o que raios?  

Um grito de Toushiro era algo que não podia ser ignorado, considerando que o mesmo mal abria a boca para conversar. Assim que Ichigo se deu conta da situação em que se encontrava, uma serpente de rochas incandescentes estava a pouco mais de alguns palmos de distância da sua cabeça. Ao contrário do que pensara, não estava quente. A aproximação do dragão era, de certa forma, amigável. Parecia que tinha encontrado o que procurava, e estava feliz com isso; o ódio desaparecera por completo dos olhos amarelos da criatura. Tomado por uma insanidade que nunca tinha experimentado, o Kurosaki colocou uma das mãos no focinho enorme e rochoso, apreciando o calor morno que saia dali. O dragão fechou os olhos em sinal de confiança, mas logo abandonou o carinho do ruivo para virar a cabeça para os dois Kuchiki que estavam ali, e assim seguiu. Ninguém falava nada, apenas assistiam, incrédulos, a serpente ser acariciada por todos os presentes na proa do galeão.  

Quando esta se deixou tocar pelo homem de cabelos platinados, pareceu suspirar, satisfeita, e voltou a mergulhar nas frias águas do lago subterrâneo, desaparecendo no breu.  

-Eu não entendo... - Rukia quebrou o silêncio que se instalara. - Se eram doze espadas para acordar o dragão, não seriam necessárias essas mesmas doze para selá-lo mais uma vez? - Os restantes pareceram convencidos. - Só temos onze pessoas aqui, sendo que uma não é um portados de uma das espadas. Então por quê? 

-Entendo sua confusão, baixinha, mas está errada. -Todos olharam para Gin, esperando a conclusão. Ruikia nem se sentiu ofendida por, pela segunda vez, ter sido chamada de baixinha pelo de cabelos platinados. - Um único ponto vital que você esqueceu: as doze espadas estão aqui, sim. Somos nós, excluindo Ishida Uryuu, o arqueiro, mais Aizen e Kaien. Um foi comido, e o outro ainda deve estar por perto, senão Ryuujinjakka não teria se acalmado. Além do mais, temos dois descendentes dos generais que lutaram para acabar com a destruição do dragão, o que deve ter tido um efeito mais forte ainda para resolver a situação.   

Aos poucos a teoria foi absorvida pelos presentes. De fato, fazia muito sentido, considerando as katanas e seus respetivos donos. Não se demoraram no navio, alguns minutos depois já estavam todos andando em direção à entrada secreta da mansão dos Kuchiki, onde se encontraram com todos os empregados da família, incluindo os guardas, que tinham sido encontrados sob a orientação do ex-membro dos piratas de Aizen, Ggio Vega. A tripulação de Ichigo também esperava, ansiosa, o retorno do seu capitão. Houve abraços, beijos e um convite para um celebração por terem saído vivos daquela situação. Ichigo havia convidado os desertores de Aizen para irem com ele e o pessoal; Ulquiorra tinha sido o primeiro a aceitar, sendo seguido sem hesitação por Ggio e Grimmjow. Rangiku foi a mais difícil de convencer, mas Gin sempre sabia como dar um nó na mente da mulher ruiva, então todos acabaram por aceitar. 

 

 

 

 

O sol de fim de tarde brilhava, alaranjado, num céu esplendoroso de verão. Poucas semanas haviam se passado desde o incidente envolvendo a tripulação de Aizen, a tripulação de Ichigo e o pessoal da casa dos Kuchiki. Tiveram que explicar toda a confusão para a outra irmã e o pai do capitão ruivo, que ficaram surpresos no início, levemente assustados e depois explodiram em indignação por ninguém ter voltado para buscá-los. Rukia sentiu-se levemente atraída pela maneira com que a família Kurosaki (incluindo todos da tripulação) se relacionava. Era a tapas e beijos, e quem apanhava mais, por incrível que pareça, era o próprio Ichigo. O pai dela havia se recuperado dos machucados, o que era um grande alívio para todos, Nanao descobriu que conseguia controlar todos os outros empregados a partir do pânico, tal como o patrão fizera com ela, e agora a casa estava mais organizada que nunca. A entrada para os túneis ficaria selada e ninguém sem a permissão de Byakuya descia lá. Quando todos partiram ficou tudo muito quieto, tão quieto que a Kuchiki não conseguia sentir animada com nada.  

A brisa fresca bagunçava-lhe os cabelos, mas não se importava. Só queria saber como o capitão ruivo e a sua tripulação estavam. Chappy fazia-lhe companhia, saltitando pela grama verdinha do jardim e arrancando uns tufos de planta aqui e ali, mastigando-os da maneira mais fofa que conseguia. Sode no Shirayuki estava sobre o seu colo, embainhada em coro novo. Presente do pai de Ichigo. Rukia conseguia conversar com a albina, e desde que descobriu isso a fantasma gelada havia se tornado a sua melhor amiga. Falavam de tudo um pouco, desde o clima no mundo exterior – como a albina costumava se referir ao mundo material - até aos sentimentos confusos de Rukia. Por um lado se sentia feliz por tudo ter acabado, mas por outro sentira por tanto tempo os efeitos da adrenalina no corpo que aquela calmaria se tornava praticamente insuportável. 

-"Deveria esquecer isso. - Aconselhava a mais velha, toda cheia de confiança. -  Quem sabe não encontra outra pessoa que te faça sentir da mesma forma que ele."  

-Deixa disso! - Rukia respondeu, corada e gritando mentalmente para o espírito - Diz isso mas eu bem sei que sente falta da espada do Ichigo!  

Vez do espectro ficar vermelho. Para piorar a situação, a pele dela era tão branca que não tinha como disfarçar, então Rukia nem tentou segurar a gargalhada que subia pela garganta, arrastando a outra mulher também. Conversaram por um bom tempo até Yuki (como Rukia gostava de chamá-la, por conta do nome comprido demais) chamar-lhe a atenção sobre uma presença, mas quando Rukia se virou já era tarde demais. Taparam-lhes os olhos; as imagens do que se passou semanas atrás apossaram-se da sua mente, o terror, a adrenalina de estar entre a vida e a morte, as sensação de deixar os instintos no comando, tudo voltava com tanta força que era incontrolável. Começou a hiperventilar, tentando a todo o custo tirar aquelas mãos do seu rosto, mas o seu "inimigo" fez isso assim que percebeu o pânico impregnado na morena. 

-Calma, maluca. - A voz melodiosa e rouca entrou na sua cabeça da mesma forma que da primeira vez. - Sou só eu. 

Via-o pela primeira vez em semanas, e nunca que esteve mais lindo. Ichigo já era bonito em qualquer situação, mas a morena tinha que admitir que a luz da tarde que refletia nos olhos castanhos dele e nos cabelos arrepiados aproximava-o de uma entidade divina. Ele sorria com ternura, desculpando-se pela brincadeira, e como Rukia podia não o perdoar estando daquele jeito?  

-Voltei para te buscar... - Ele sentou ao lado dela. Podia ser coisa da cabeça não muito saudável da morena, mas Rukia podia jurar que ele estava levemente corado com a fala. - O pessoal não sossegou enquanto eu não dei meia volta no leme e atraquei aqui. Eles gostam muito de você, muito mesmo. E eu... 

O vento soprou forte nesse momento, bagunçando os cabelos de ambos ainda mais e carregando as palavras de Ichigo para longe. Estaria ela inventando coisas ou o ouvira dizer "e eu mais que todos eles juntos"? Impulsivamente ela perguntou: 

-Desculpa, o que você disse? 

-Disse que eu estou aqui para te buscar. 

Podia ser imaginação de Rukia, mas o rosto dele parecia mais vermelho que o normal, e não era por causa do sol poente, disso tinha a certeza. 

-Não, depois disso... Cuidado com a cabeça!  

Uma coisa verde e amarela veio agitando as asas e as garras e grudou na cabeça ruiva de Ichigo. O capitão se debatia, mas a ave agressiva continuava com as investidas. Rukia notou, quando Ichigo conseguiu prender as asas do bicho, que era o papagaio mais bonito que já tivera o prazer de ver.  

-IDIOTA, ICHIGOOOOOOOO! 

-QUEM É O IDIOTA AQUI, KON!? - Os dois discutiam, esquecendo completamente a presença da morena no local.  

-Onni-san, não fale assim com ele. O Kon-chan só quer um carinho seu. 

A Kurosaki mais jovem, Yuzu, pedia com aquela gentileza característica dela, ofegante pela corrida. Olhando agora para o local de onde a quase ruiva veio, Rukia conseguia localizar o navio de Ichigo entre os restantes no porto. Não havia movimentação  no convés da embarcação.  

-Olá, Yuzu-chan. - A Kuchiki pegou o coelho e o colocou sobre as pernas, onde o animal se ajeitou afim de ficar mais confortável. - O papagaio é seu? Não o tinha visto antes, é muito bonito.  - O chão tremeu atrás de si, e quando se virou deu de cara com um gigante sentado. - Sado!  

O moreno sorriu de volta. Do nada, estava cercada pela tripulação inteira, até mesmo pelo pai do capitão. Todos riam para ela – exceto Ulquiorra, por motivos óbvios.  

-Então, você vem ou não?  

Ichigo estava agachado, o papagaio deitado comicamente com as asas abertas na cabeça dele, frente a frente com ela. A moça olhava fixamente para dentro das orbes flamejantes do ruivo, identificando entre o tom avelã alguns salpicados de ouro. Não saberia dizer por quanto tempo ficaram assim, a única coisa do qual poderia afirmar, mais tarde, com toda a convicção que tinha era de que do nada o corpo se mexera sozinho em direção ao homem plantado à sua frente. Havia beijado Ichigo. Não na bochecha, mas na boca, um beijo de verdade, como nunca tinha dado em ninguém. Quando se separou, o ruivo estava tão surpreso quanto ela.  

-Só se você prometer não me largar numa ilha qualquer quando se cansar de mim. - Incrivelmente, todos prendiam a respiração, até mesmo Ulquiorra parecia, de fato, interessado. Ichigo soltou um risinho. 

-Parece justo. - E desta vez foi ele quem tomou a iniciativa. Selou o acordo juntamente com um beijo, sendo aplaudido e parabenizado até mesmo pelo papagaio de Yuzu.  

A noite veio por completo no momento em que se separaram pela segunda vez. Decididos e felizes por terem uma nova companheira na tripulação, foram em direção ao escritório de Byakuya, onde Ichigo, formalmente, pediu a mão da moça em casamento. Hisana aceitou a proposta muito mais facilmente que o marido, e se não fosse por ela, Rukia nunca mais sairia do quarto sem a autorização do pai, mas a Senhora Kuchiki tinha as suas manhas para dobrar o marido. O casamento foi uma semana depois, e em menos de um mês os piratas já tinham partido rumo a novas aventuras.  

 

 

FIM


Notas Finais


Credo, só esse capítulo ficou maior que todas as minhas oneshots no quesito quantidade de palavras
Então, alguém ai para me dar um último comentário?
O que eu melhorei nesses anos todos, onde eu piorei, se alguém vai reclamar que o capítulo tá muito pequeno (essa última eu quero ver mwahahahaaha), essas coisas assim.
Quero me despedir de você(s)(?) que estiveram aqui e me apoiaram e incentivaram a não desistir, foi muito importante para mim enquanto pessoa, porque eu tenho a mania de começar e não acabar, então é um passo que eu dou a mais para uma vida de responsabilidades e, espero eu que não, situações conturbadas.
Então é isso, acho que agora só vou fazer (OLHA A PROPAGANDA GENTE) mais uma oneshot, NaruHina, para quem gosta e se interessa, e mais duas longfics, sendo uma delas de Katekyo Hitman Reborn (meu anime/mangá predileto, recomendo para quem nunca viu ou leu) e a outra de Soul Eater, sem data de estréia essas últimas.
E claro, vou corrigir os capítulos anteriores de Amor e Piratas porque, misericrédo, nem acredito que cometia aquele tipo de erros.
Então até mais, vejo vcs por ai
Ciao Ciao


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