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História Amor em Florença - Quando vivemos o dia a dia


Escrita por: fanficsOQana

Notas do Autor


Ei anjos meus,

Boa leitura ♥

Capítulo 22 - Quando vivemos o dia a dia


Fanfic / Fanfiction Amor em Florença - Quando vivemos o dia a dia

- Titio, titio. – Sofia correu ao encontro do homem, pulando em seus braços assim que estes se abriram para ela, em frente à escola.

- Que animação é essa, princesa? – Locksley beijou-a na bochecha e os dois se olharam.

- Eu consegui, titio. – O sorriso enorme se fez presente no rostinho pequeno. – Consegui o papel.

- Ah, que notícia maravilhosa, Soso. Parabéns pequena estrela, você é incrível. – Robin tocou o nariz e viu-a franzi-lo, sorrindo em seguida. – Temos que comemorar. – O loiro levantou-a no ar e girou os corpos, ouvindo a gargalhada da menina.

- Eu não ia conseguir sem você titio. – Sofia pegou o rosto do loiro com as duas mãos e beijou-o no nariz, algo que ela tinha adquirido com o tempo.

- Eu só dei uma ajudinha, você fez todo o restante. – Piscou. – Que tal irmos ao McQueen hoje, hm?

- Comer batatinha? – Sorriu e o músico concordou. – Mesmo na segunda, titio? – Arregalou os olhinhos.

- Hoje é especial. – Sorriu para ela. – Vamos pegar a titia e contar essa novidade maravilhosa?

- Vamos. – Bateram as mãos em um high five e caminharam juntos até o carro, rumando, em seguida, para a faculdade de Belas Artes.

 

- (...) Estas ficaram conhecidas como as obras mais famosas do renascimento e são usadas até hoje para fins de estudo. – Mills soltou. – Sim? – Apontou para um aluno com a mão levantada.

 

- Eu amo ver a titia dando aula. – Sofia sussurrou, como se contasse um segredo a Locksley, fazendo-o sorrir.

- É, eu também. – Trocaram um olhar.

Os dois tinham chegado há cerca de 30 minutos e depois de pegarem um café para a morena, na lanchonete perto do prédio, seguiram até a sala de aula da arquiteta, sentando-se nas cadeiras do fundo.

- Ela é ótima, né, titio? – Sofia disse orgulhosa e com os olhinhos brilhando, fazendo com que Robin sorrisse ainda mais.

- Ela é. – Abraçou a criança de lado.

Os dois esperaram que a aula terminasse e quando aconteceu, que os alunos saíssem da sala em sua maioria. A morena juntava suas coisas, quando sentiu o corpinho pequeno se chocar contra o seu e apertá-la as pernas, sorrindo ao virar-se e ver Sofia.

- Oi amor da tia. – Regina beijou a testa da criança.

- Oi titia. Estava com saudade já.

- Desde hoje de manhã? – Semicerrou os olhos para ela.

- Pareceu uma eternidade, titia. – Dramatizou, fazendo Regina sorrir e abraçá-la.

- Também senti saudade, princesa. E esse sorrisão, hein? – Apertou a bochecha dela de leve.

- Eu consegui titia. Consegui o papel. – Contou feliz e a professora pegou-a no colo, dando vários beijos pelo rosto pequeno.

- Parabéns meu amor. Viu só, eu disse que você era capaz. – Sofia tombou a cabeça e abraçou-a forte.

- Brigadinha titia. – A voz abafada soltou. – O titio disse que a gente tem que comemorar.

- E temos mesmo. – Voltaram a se olhar enquanto a criança era colocada no chão. – Por falar nisso, cadê ele? – Sofia prendeu o riso quando viu Locksley pedir silêncio atrás da mulher para logo em seguida Regina ser assustada com as mãos do loiro em sua cintura. – Rob. – Bateu de leve no peitoral do homem, recebendo um beijo casto.

- Oi minha garota. – Tocou os fios negros e Mills o abraçou, sentindo o conforto daqueles braços acolhendo-a depois de um dia completamente cansativo. – Que tal McQueen? – Falou, erguendo a sobrancelha para Sofia, que os olhava, recebendo o olhar dos dois também.

- Estou mesmo com vontade de um hambúrguer enorme. – A morena fez uma careta e Sofia riu, fazendo com que os adultos fizessem o mesmo. – Me ajuda a guardar as coisas? – Pediu para a pequena e prontamente fora atendida.

Logo os três estavam seguindo de mãos dadas para o carro, assim que guardaram os pertences de Regina em seu armário particular da instituição. Sofia contou tudo sobre a aula de teatro e como a professora ficou feliz em anunciar que ela seria a protagonista do ato teatral, que apresentariam ao final do ano letivo. A noite da família fora regada de conversas, sorrisos e olhares orgulhosos e o casal não podia estar mais feliz ao ver a felicidade de Sofia em conquistar algo que ela tinha treinado muito durante os três meses antes da escolha da professora.

 

 

O loiro tinha chegado tarde naquela noite por conta de uma reunião com David e, sem ver a hora passar, Robin chegou apenas a tempo de ver os olhinhos pequenos e despedindo-se rapidamente da criança, pediu que Regina a fizesse dormir sozinha naquela noite, porque estava se sentindo muito cansado.

Alguns minutos depois que Sofia tinha pegado no sono, a morena, preocupada com Locksley, seguiu para o quarto, a fim de verificar o que tinha acontecido.

- Amor? – Chamou da porta do cômodo, adentrando-o. – Amor? – Chamou de novo, percebendo que o ambiente estava vazio e seguiu para o banheiro, encontrando Locksley sentado sobre a tampa do vaso, com a cabeça abaixada e as mãos postas no joelho. – Ei.. – Tocou o rosto com ambas as mãos e quando se olharam viu o quão abatido ele estava. – O que foi?

- Não estou passando muito bem. – Falou cansado e Mills se abaixou, tocando a coxa do noivo.

- Foi algo que comeu? O que está sentindo? Você vomitou? – Disparou as perguntas e Robin tocou os fios negros devagar, tentando sorrir para a mulher.

- David e eu pedimos um macarrão, mas estávamos tão envolvidos na conversa que acho que comi rápido demais.

- Pode ser má digestão, meu amor. Além disso, você também está muito cansado. – Mills tocou todo o rosto do loiro. – Vou pegar um remédio. Por que não toma um banho e relaxa, hm? Fica um pouquinho aqui na banheira. – Robin apenas anuiu, vendo-a ligar a torneira para encher o recipiente. – Já volto.

Regina saiu e Robin se despiu, olhando-se no espelho e constatando que estava mesmo com a face bem abatida. Precisava desacelerar um pouco. Não que estivesse reclamando de nada, amava a vida que ele e Regina levavam e aqueles quatro meses em que ele e a morena estavam com Sofia, mas, como a mulher sempre o dizia, ele não podia abraçar o mundo e querer fazer tudo. Tinha que começar a delegar tarefas e teria que fazer urgente.

- Entra comigo? – Pediu manhoso quando a morena voltou e fez com que ela sorrisse.

- Primeiro toma isso aqui. – Ofereceu-o o comprimido, enquanto levava as mãos aos fios claros.

- Vai entrar? – Ergueu a sobrancelha e Regina anuiu.

- Manha pura, Locksley.

- Estou doente, amor. – Falou arrastado e deu de ombros, levantou-se e adentrando a banheira, para então observar a mulher retirar a roupa.

- Vou fazer massagem em você. – Solicitou, com as mãos, que ele chegasse para frente, para que ela se sentasse atrás dele e pudesse cumprir com a palavra.

- Eu tenho a melhor noiva do mundo. – O loiro sorriu, sentindo as mãos dela começarem a massagear seus ombros. – Eu vou dormir assim.

- Você tem que cuidar mais de você, meu amor. – Regina beijou-o na nuca. – Tem feito muita coisa e cuidado muito bem de mim e de Sofia, mas tem que mesmo cuidar de você, ou deixar que cuidemos, hm?

- Então eu quero que cuide de mim. – Virou o rosto para a mulher, levando o nariz pelo rosto dela, mas sentiu uma pontada de dor no abdômen e logo se virou para frente, o que preocupou a morena.

- O que foi, Rob?

- Senti uma dor aqui. – Colocou a mão na barriga e soltou a respiração que prendia.

- Fica quieto que logo passa, o remédio vai fazer efeito, tenha calma. – Regina puxou-o para junto de seu corpo e o abraçou pelo peitoral, sentindo que os músculos começavam a relaxar enquanto a cabeça dele estava pendida em seu ombro.

Os dois ficaram na banheira por um longo tempo, até que o remédio começou a fazer efeito e o músico começou a se sentir melhor. Assim que saíram, o casal deitou-se na grande cama e não demorou muito para que o homem adormecesse nos braços da amada, que fazia carinho nos fios claros e que logo pegou no sono também.

 

Mills abriu os olhos com dificuldade, procurando o relógio da escrivaninha, que marcava 4 da manhã. O loiro tremia em seus braços.

- Rob.. Robin, acorda. – Tocou o rosto dele, percebendo a confusão do momento.

- Frio. – Soltou a palavra. – Estou com frio.

- Robin, meu Deus, está ardendo em febre. - Mills tocou-o no rosto.

- Dói. – O loiro reclamou, ainda tremendo e apertando fortemente o abdômen.

- Amor, onde dói?

- Está doendo muito. – Soltou, entrecortado com o tremor que a voz pronunciava e os olhos estavam apertados.

- Calma, vai melhorar. – Regina se levantou, pegando o celular e ligou para Zelena, indo até o banheiro, a fim de encharcar uma toalha de água fria.

“Regina?” A voz da ruiva estava grossa pelo recente acordar.

“Zel, está em casa?”

“Sim, aconteceu alguma coisa?”

“Robin não está passando bem, vou levá-lo ao médico, pode ficar com Sofia?”

“Claro, estou indo.”

“Obrigada.” Ambas desligaram o telefone e a mulher voltou para o quarto, percebendo que o loiro ficava mais quente à medida que o tempo passava.

- Ai Rob.. – Colocou a toalha sobre a testa dele e sentiu-o agarrar sua roupa com o frio que sentiu. – Calma, vamos ao médico. Vai melhorar. – Afastou os fios loiros agarrados a pele dourada, percebendo a dor que transparecia na face do homem.

- Flores. – O loiro disse e Mills franziu o cenho.

- Rob.. – Chamou recebendo os olhos azuis nos seus. – Oh Deus, está delirando, a febre está mais alta do que imaginei. Vou pegar um casaco para irmos. – Deixou o homem na cama novamente e em alguns minutos pegou tudo que precisava no closet e assim que calçou os sapatos nele, ajudou-o a se levantar.

- Ai. – O grito agudo fora alto e o homem se curvou para cobrir o abdômen, enquanto Mills mordeu o lábio inferior e sentiu o coração apertar.

- Calma, vamos devagar, consegue? – Ajudou-o a seguir até a sala. Pegando uma sacola com água e algumas frutas, enquanto Robin se sentou no sofá.

- Titia? – Sofia apareceu no corredor, com a carinha amassada e o olhar preocupado.

- Ei amor. – Regina foi até ela.

- O que o titio tem? – Os olhos castanhos marejaram.

- Ele está sentindo dor, vamos ao médico. A tia Zelena está vindo ficar com você.

- Titia. – A voz se embargou.

- Vai ficar tudo bem, meu amor. Não chora, hm? – Pediu e a campainha tocou. – Deve ser ela. – Seguiu rapidamente até o interfone, liberando a entrada da mulher.

- Titio, melhora. – A criança se aproximou dele, deixando dois beijinhos no ombro do homem, que tentou sorrir para a pequena, mas falhou quando outra pontada o atingiu.

- Soso, vai ficar tudo bem. – Regina se aproximou e pegou-a no colo. – Olha só, a tia Zel vai cuidar de você. – Zelena adentrou o ambiente. – Que bom que chegou. – Regina entregou-a Sofia.

- Como ele está?

- A febre piorou, temos que ir. Mando notícias. – Sofia se agarrou a ruiva e Mills deixou um beijo nos fios castanhos. – Eu te amo. – Disse à pequena.

- Eu também titia. – Deitou a cabeça no ombro da fisioterapeuta.

- Vai ficar tudo bem, que tal fazermos uma oração para o titio, hm? – A ruiva ofereceu, levando a criança de volta para o quarto, enquanto Regina e Robin saíam do apartamento.

 

A morena dirigiu o mais rápido que pôde até o hospital e os tremores de Robin ainda não haviam cessado. Assim que adentrarqm a ala da emergência, logo levaram o homem, enquanto Mills relatava o que tinha acontecido antes de dormirem e assim que acordou até antes de chegarem ali. Os médicos pediram um tempo para o examinarem e deixaram a mulher sozinha novamente.

Minutos já haviam se passado quando um dos médicos que atenderam Robin voltou, encontrando a mulher com o rosto coberto com as duas mãos.

- Senhorita Mills? – O homem chamou e logo Regina estava de pé.

- O que ele tem?

- É apendicite. – A morena soltou o ar preso.

- Não é tão ruim, né?

- Bom, é algo simples, mas temos que ir imediatamente para a cirurgia, deve demorar cerca de 1 hora. Ainda bem que chegaram a tempo de não ter uma inflamação intestinal. – A arquiteta concordou com a cabeça, sem ter o que falar. – Mas, como qualquer outra cirurgia, tem seus riscos e gostaria que preenchesse alguns papéis depois de lê-los.

- Ok. – Regina pegou a bolsa e seguiu com o médico, que disse que enquanto ela assinava, iria avisar a equipe para prepará-lo para a cirurgia.

 

Já eram seis da manhã quando o médico voltou à sala de sala de espera e encontrou Mills andando de um lado para o outro.

- Como foi? – Assim que avistou o médico, foi até ele.

- A cirurgia correu bem, ele vai ficar bem.

- Ah, obrigada doutor. – Regina o abraçou sem nem perceber e foi retribuída. - Posso vê-lo?

- Daqui alguns minutos a enfermeira vem te buscar, assim que o levarmos para o quarto. – A morena anuiu. – Bom, ele precisará de alguns cuidados nessas primeiras semanas. Passarei tudo para vocês mais tarde, quando ele já estiver acordado.

- Está bem.

 

Alguns bons minutos depois, Regina fora chamada e a enfermeira a guiou até o quarto em que Robin estava ainda adormecido, mas já dava sinais de que iria acordar. A morena colocou os pertences na mesinha e foi até o lado esquerdo do loiro, tocando em sua mão e vendo que ele abriu os olhos e deu um pequeno sorriso para ela.

- Ei meu amor. – Mills disse, abaixando-se para beijá-lo na testa.

- Ei.. – Disse com dificuldade. – Pode me dar um pouco de água?

- Claro. – A morena colocou o líquido no copo e deu-o com cuidado, vendo-o franzir o cenho. – Está doendo?

- Um pouco. – Tombou a cabeça. – Não foi a comida, né? – Regina negou.

- Você me deu um baita susto. – A morena levou a mão ao coração. – Foi seu apêndice, mas já está tudo bem. – Tocou os fios loiros e recebeu um sorriso preguiçoso.

- Posso te recompensar depois?

- Mas é claro que vai. – Piscou, vendo-o rir baixo, mas logo o rosto franziu. – Cuidado. – Beijou-o novamente. – Sabe quem está morrendo de preocupação com você também?

- Minha pequena estrela? – Mills sorriu e concordou. – Tadinha.

- Nem conseguiu dormir, até agora a pouco, só depois que teve a certeza de que estava bem. Zelena está com ela. – O loiro anuiu. – Mais tarde ela vem te dar um beijo.

- E agora eu posso ter o seu beijo então? – Pediu e Regina semicerrou os olhos.

- Só alguns, senhor Locksley. – Se fez e beijou-o com vários selinhos.

 

O dia passou lentamente. Robin melhorava com o decorrer das horas e Regina o ajudava com a alimentação e a higiene. O homem teria que passar a noite no hospital para ficar em observação, então, quando anoiteceu, Mills o deixou descansando enquanto ia até em casa. Aproveitaria para tomar banho e pegar mais uma peça de roupa para o músico, além de levar Sofia e Zelena junto dela para que visitassem o loiro.

 

- Soso, tem que ter cuidado com o titio, está bem? – Regina parou em frente a porta. – Ele está um pouquinho dodói. – Tocou o nariz da menina. – Deixei uma cadeira para que você ficasse bem ao lado dele.

- Tá bom titia. – Dito isso, as mulheres adentraram o quarto e Robin sorriu para a pequena, assim que a viu. – Oi titio. – Sussurrou de forma fofa e beijou a mão dele, já que não alcançava o rosto.

- Oi pequena estrela. – Locksley levou a mão até o rosto dela.

- Ainda bem que tá tudo bem, titio. Meu coraçãozinho estava doendo.

- Me desculpa por isso, meu amor. – Regina e Zelena observavam a interação. – Está tudo bem sim. – Confirmou.

- Eu pedi pro papai do céu cuidar de você.

- E Ele te atendeu. – A criança anuiu. – E agora você e a titia vão ter que cuidar de mim também.

- Pode deixar que a gente vai cuidar, né titia? – A morena se aproximou, assim como a ruiva.

- Vamos sim. – Concordou.

- Oi Zel. – Cumprimentou a ruiva, que beijou-o na testa. – Como está o papai?

- Quase vindo aqui. – Sorriu e o loiro também. – O coração do velhinho está mesmo forte.

- Está. – Locksley anuiu. – Vou ligar para ele.

- Está bem e ele me fez prometer que vou levá-lo à sua casa amanhã.

- É claro. – Regina respondeu. – Leve-o para passar o dia lá, farei o almoço.

- Eba. – Sofia soltou.

- Mocinha, a senhorita tem aula amanhã.

- Mas, titia... – Fez beicinho.

- Mas titia nada. – Regina a fez cócegas. – Tem que ir pelo menos de manhã. Te busco para almoçar com a gente, hm? – O sorriso sapeca surgiu. – Mas aí não tem natação amanhã.

- Tudo bem titia, eu prefiro ficar com vocês. – Garantiu, tombando a cabeça.

- E sem grandes farras vocês duas. – Apontou de Sofia para Zelena. – Rob ainda precisa descansar.

- Mas a gente não faz nada titia. – Sofia fechou e abriu os olhos diversas vezes, fazendo a morena rir e Robin sorrir.

- É titia, a gente não faz nada. – Zelena repetiu com voz de criança, vendo Regina semicerrar os olhos para ela, descontraindo o ambiente e deixando o clima de hospital completamente leve.

 

Os dias que se seguiram após a cirurgia de Robin foram mais tranquilos. Regina passava todo tempo que conseguia em casa e Zelena também alternava o cuidado do loiro com a mulher. John ia de dois em dois dias e passava o dia com o filho, o que fazia com que Regina ficasse mais tranquila, já que a cuidadora do senhor, o acompanhava até o apartamento da família. Sofia se mostrava mais a vontade e pró-ativa a cada dia que passava. Apesar de a pequena sempre ter se dado bem com o casal, isso apenas se confirmava com a convivência.

 

Dois meses haviam se passado. Já era abril e no final do mês seria aniversário da criança. O casal já havia olhado uma casa próxima a casa do pai de Robin e estavam apenas esperando que a imobiliária analisasse os papéis do imóvel. Torciam para que desse tudo certo antes de Sofia completar mais um ano de vida, já que isso também seria um motivo para apresentarem a nova casa à família e aos amigos mais próximos. Independente disso, Regina e Robin conversariam com a garotinha sobre o tema do aniversário em alguns dias.

Mills havia adormecido nos braços de Locksley, depois de fazerem amor naquela noite. Quando a madrugada chegou, o frio adentrou as frestas da cortina, o que acabou fazendo com que Regina acordasse no meio da noite, a fim de se cobrir e fazer o mesmo com o homem. Atipicamente, a morena sentiu uma vontade de beber água e saindo devagar dos braços másculos, vestiu uma blusa de malha de Robin, que ia até as coxas torneadas. Ainda um pouco desnorteada pelo recém acordar, a morena nem percebeu que não estava sozinha no recinto de dois ambientes. Apenas quando se virou para apagar as luzes da cozinha percebeu que Sofia estava encolhida no grande sofá e olhava fixamente para a tela da televisão desligada.

- Ei, Soso. Meu amor, o que faz aqui essa hora? – Preocupou-se, sentando-se ao lado da menina e tocando os fios bagunçados, caídos em frente ao rosto.

- Tive um pesadelo titia. – Disse baixo, olhando a mulher.

- Porque não nos acordou? – Quis saber.

- Não queria incomodar. – Deu de ombros e Mills, percebendo que o choro havia sido recente, pelo corpinho que ainda tremia um pouco, acolheu-a em seu colo e Sofia agarrou a mulher com força.

- Você não incomoda, meu amor. Não pode ficar sozinha quando algo ruim acontecer.

- Eu tô acostumada titia. – Aquilo cortou o coração da morena. – Lá no orfanato não tinha ninguém.

- Eu sei meu amor, e sinto muito por isso, mas agora você tem a mim e ao tio Robin, quando algo assim acontecer, você pode bater na porta do nosso quarto e nos acordar. Não queremos que você fique sozinha nunca, entende? – A criança anuiu, deitando no peito da morena. – Vamos, eu vou te fazer dormir. – Carregou Sofia de volta para o quarto dela e se deitou junto com a criança, deixando-a ainda em seu colo. – Você quer contar sobre o pesadelo? – Perguntou devagar e rapidamente ela negou, começando a chorar. – Tudo bem, já passou, não precisa falar então e nem chorar. Eu estou aqui com você e vou estar sempre.

- Você promete, titia? – Olhou-a com os olhos marejados.

- Prometo. – Regina beijou a testa de Sofia e embalou-a em seus braços novamente. – Vou cantar aquela música para você. – Se referiu à música que cantaram juntos no dia em que o casal colocou a menina para dormir no orfanato.

- Isn't she lovely? Isn't she wonderful? Isn't she precious? – Os primeiros versos da música de Steve Wonder foram soltos pela mulher e Sofia fazia um carinho no braço dela. – (...) Isn't she pretty? Truly the angel's best, Boy, I'm so happy. – Mills fora cortada.

- Eles não gostavam de mim. – Sofia divagou e Regina olhou-a, esperando que ela continuasse e com medo de que sua voz atrapalhasse a confissão da menina, que respirava fundo. – Meus papais de antes. – Concluiu e Mills mordeu o lábio inferior, agora obtendo o olhar dela no seu. – Tenho pesadelo com eles. – Deu de ombros e perdeu-se nos próprios pensamentos novamente. – Dói, titia.

- Oh meu amor. – Abraçou a criança. – Você pode me contar, se quiser. – Deixou claro e Sofia anuiu.

- A mamãe não queria a gente e meu irmão me batia, como o papai. – Regina teve que se concentrar para não deixar que suas emoções se sobressaíssem as dela. – Ainda tenho pesadelo com eles me batendo. – Engoliu em seco, assim como a mais velha. – Isso deixa meu coração doendo, titia. – Mills anuiu, ainda deixando um carinho nos fios longos. – Eu queria ir morar com a vovó, mas a vovó não podia cuidar de mim e do bebê. Até o bebê apanhava titia. – O choro a fez engasgar.

- Calma, meu amor. – Regina fechou os olhos e abraçou-a. – Era seu irmãozinho? – A criança anuiu.

- A gente não fazia nada. E a mamãe batia falando que a gente que fazia ela não ter dinheiro pra comida e eu dava minha comida pro bebê porque se ele chorasse, era culpa minha.

- Eu sinto muito, Soso. Muito mesmo. – Regina não tinha noção do quanto aquilo a machucava ainda a garotinha tão nova, já que, mesmo para ela, já adulta, a informação recebida parecia rasgá-la por dentro.

- Passou titia. – Deu de ombros, ainda chorando e logo ela limpou os olhinhos. – A vovó sempre dizia que me amava e, depois do acidente, que eu acharia alguém pra me amar e que me dizer o quanto eu era linda. – Mills franziu o cenho.

- O que aconteceu no acidente, Soso?

- Eu não sei, titia. Eu tava com a vovó, mas ela disse que um carro bateu e tava o papai, a mamãe e os irmãos. Eu fiquei com a vovó depois disso, mas ela era muito velhinha e também foi pro céu.

- Eu sinto muito, meu amor. Sinto muito. Mas, olha, sua vovó tinha razão, você é muito linda e muito, muito amada.

- Eu não sou um serzinho pequeno demais pra ser amada? – Repetiu a frase que ouvira por anos a fio da mãe biológica.

- Claro que não meu amor. Nunca. Eu sei que sua cabecinha tem coisa demais e é difícil acreditar quando alguém diz isso pra gente. É por isso que você se sente tão feliz quando a gente fala que você está linda e que te ama, Soso? – Ela anuiu. – Oh meu amor, vem cá. – Puxou-a ainda mais e abraçou a menina, que colocou a cabeça no vão do pescoço da morena e deixou o choro sair. – Nenhuma criança devia ouvir isso ou apanhar, eu sinto muito. – Mills passava a mão nas costas de Sofia. – Sinto muito por você não ter tido pais que te mostraram sua beleza nem o amor, mas ainda bem que você tinha a vovó. – A pequena anuiu ainda com a cabeça no pescoço dela.

- Eles não são mais meus pais. – Concluiu, quando se desvencilharam.

- É verdade, eles não são. – A morena retirou os fios grudados no rosto coberto pelas lágrimas. – Eu e o tio Robin somos agora e vamos te dar todo amor do mundo. E olha só.. – Pegou um espelho pequeno que ficava na cômoda ao lado da cama. – Olha essa menina linda aqui. – Virou o espelho para ela. – Essa menina aqui é linda, muito linda, muito amada e pode tudo nesse mundo todinho. – Sofia se olhava através do espelho de gatinho.

- Meu nariz tá vermelho titia. – Soltou e Regina riu baixo.

- Ainda assim é a menina mais linda do mundo. – Mills deixou o espelho na cama e sentou-se com ela no colo. – Olha pra mim, Soso. – Pediu, recebendo o olhar dela e enquanto fazia um coque desajeitado na criança, voltou a falar. – Eles não vão te fazer mais mal algum e nós vamos cuidar desses sentimentos no seu coraçãozinho. Você não merecia nada disso, mas a vida às vezes não é muito justa, sabe? Você vai entender quando for mais velha. – Regina tocou o nariz dela. – Mas, eles não estão mais aqui. Nós estamos, para te fazer feliz. – Sofia anuiu. – Pra te falar todo dia o quão linda você é, porque mesmo que você não tenha nascido da minha barriga.. – A morena levou a mão ao local. – Você nasceu aqui. – A mão fora até o coração.

- No coração.

- Isso, e isso é o mais importante de tudo. Você nasceu no meu coração e no coração do Robin. Nós te amamos tanto que não queríamos mais ficar longe de você, queríamos que você tivesse a melhor vida possível e vamos fazer de tudo pra que isso aconteça.

- É a melhor vida. – Sofia sorriu, se jogando nos braços dela. – Eu te amo, mamãe. – A palavra saiu sem ao menos pensar, mas assim que a cabecinha da pequena raciocinou, ela se afastou para olhar para a mais velha. – Desculpa titia. – Abaixou a cabeça.

- Não não. – O coração de Regina batia acelerado, ela pensara algumas vezes se aquilo aconteceria ou não, mas não criara esperança, deixaria livre para que se a menina fizesse ou não conforme o tempo. – Não peça desculpas. É isso que eu sou, não é? Sua mãe.

- É. – O sorrisinho surgiu lentamente. – Então eu posso te chamar assim?

- É claro que sim, meu amor. Eu sou sua mãe, Soso.

- Você é minha mamãe. – As lágrimas se soltaram dos olhos da mais velha e os sorrisos se abriram juntos. – Não chora, mamãe.

- Eu te amo tanto, minha filha. – Regina segurou o rosto dela com ambas as mãos.

- E eu te amo mais, minha mamãe. – Repetira aquilo, fazendo Regina rir e beijar todo o rosto pequeno diversas vezes.


Notas Finais


iti iti iti ♥

me deixem saber o que acharam?
beijinho e até o próximo :)


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