Leiam as notas iniciais, por favor...
No dia seguinte, Elizabeth foi para a escola com um péssimo humor. Chegou no portão e ficou indignada quando viu gente sorrindo. Quem sorri de manhã na escola? Só alguém que realmente desistiu de ser feliz e sorri por sorrir. Ela seguiu para os armários sendo acompanhada por alguns olhares de alguns curiosos e outros garotos que não tinham o que fazer e adoravam ficar olhando para a bunda das meninas. Era terrível se tornar o centro das atenções tão de repente.
A platinada fechou a porta do seu armário violentamente quando viu uma garota no colo do loiro. Meliodas estava descaradamente com a mão por baixo da saia dela, e a garota sorria. Pelo que parecia, ele a chamou para algum canto, pois depois que ele sussurrou algo para ela, os dois saíram. Elizabeth pensou em jogar o estojo ou a tesoura com ponta em um dos dois, mas percebeu que não valeria de nada.
— Elizabeth, amiga! Como assim você estava no shopping com o Mael? – Diane chegou na platinada fazendo o maior escândalo. Se antes Elizabeth tinha atenção de algumas pessoas, naquele momento, todos que estavam naquele corredor se viraram para ela.
— Fala mais alto que ninguém escutou. – Elizabeth falou irritada. O fato de Meliodas estar com outra no dia seguinte depois de quase ter agarrado ela no elevador a irritou e só piorou seu humor.
— Credo, você está chata hoje. – Diane olhou em volta e percebeu os olhares. Ela rolou os olhos e bufou. – Desculpa, esqueci que agora a escola toda se interessa pela sua vida.
— Não se preocupe... Me desculpe por não ter te recebido muito bem, é que hoje acordei péssima. – Diane bateu no ombro da amiga. Não precisou de palavras para dizer que a entendia.
— Quer dizer que Elizabeth já partiu para cima do Mael... Essa sim é minha garota. – Elizabeth ergueu a sobrancelha confusa. Merlin apareceu do nada e ainda falou algo que a intrigou. – Essa escola é um ótimo lugar para saber da vida das pessoas. Eles aumentam tudo, mas ainda sim você sabe da vida de qualquer um que quiser. – Elizabeth choramingou e saiu andando em direção ao refeitório. Diane e Merlin a seguiram com olhares preocupados. Ambas sabiam que todo aquele ambiente não estava fazendo bem para Elizabeth.
— O Ban estava puto, será que ele e a Elaine já brigaram? – Diane tentou aliviar o clima.
— Não seria novidade, mas acho que não foi isso. O Ban tem os dias ruins dele também. – Merlin falou. Elizabeth permanecia em silêncio.
As três chegaram no refeitório e compraram uma maçã para cada, já haviam tomado o café antes de sair de casa. Foram para uma mesa e ficaram conversando sobre coisas aleatórias. Elizabeth esqueceu um pouco da raiva e do mau humor, logo estava rindo junto com as amigas.
Como nada podia ficar bem por muito tempo, Mael e Meliodas chegaram no refeitório ao mesmo tempo. O loiro lançou um olhar ameaçador para o mais alto, que o devolveu na mesma intensidade. Ficaram daquele jeito, na porta do refeitório, se encarando, atraindo alguns olhares dos outros alunos, por alguns segundos. Mael foi o primeiro a desviar e mudou seu foco para Elizabeth. Meliodas rosnou disfarçadamente quando percebeu para onde o outro estava olhando.
Mael e Meliodas seguiram o mesmo caminho; para onde Elizabeth estava. A platinada que estava rindo logo fechou a expressão ao perceber quem estava indo em sua direção. Meliodas passou direto, mas não sem antes encará-la profundamente, ela devolveu olhar, mas era carregado de ódio. Mael parou, cumprimentou Diane e Merlin, para só então voltar sua atenção para Elizabeth.
— Bom dia, Elizabeth. – ele falou sorrindo. Elizabeth engoliu o pedaço de maçã que estava mastigando e sorriu também. Por mais que Meliodas tivesse estragado o início do seu bom humor, Mael não tinha culpa de nada.
— Senta aí. – ela chegou para o lado e Mael não recusou. Diane e Merlin se olharam, ambas estavam prontas para sair e deixar os dois sozinhos, mas alguém chegou primeiro. A mesma garota que havia chamado Elizabeth de vela no dia anterior se jogou em cima de Mael e o puxou.
— Desculpa de novo. Depois a gente se fala. – ele falou antes de ser completamente arrastado. Elizabeth suspirou. O primeiro cara que realmente demonstrou interesse por ela e não estava com medo do Meliodas não podia passar dois minutos com ela sem ter alguma garota o chamando.
— Ele está super interessado em você! – Diane falou animada. Não conhecia Mael, mas o apoiava.
— Não perde essa. – Merlin falou. Elizabeth suspirou e mordeu um pedaço de sua maçã.
Elaine chegou puxando alguém sem o mínimo cuidado. O garoto era mais alto que ela - quase todos eram - e tinha que curvar sua coluna para continuar segurando a mão dela. A loira chegou animada na mesa em que as amigas estavam.
— Meninas, conheçam o Gowther! – Elaine abriu os braços apontando para o garoto. O cabelo naquele tom de rosa era realmente chamativo, e a pose que ele fez logo após ser apresentado fez Diane e Elizabeth se encararem com o mesmo pensamento. – Elizabeth, Diane e Merlin. – a loira foi apontando e falando os nomes.
— Olá, Gowther. – Merlin falou com um leve sorriso.
— Oi, Gowther! – Diane disse animada.
— Senta aí. – Elizabeth apontou para o espaço vago ao seu lado.
— Uma garota se ofereceu para me mostrar a escola para mim. Vou aproveitar a oportunidade. Nos vemos depois. – ele se despediu e saiu.
Elaine se sentou ao lado de Elizabeth e percebeu que era a única que não tocava os pés no chão. Ela bufou e ficou ainda mais emburrada ao ver que todas estavam usando roupas um pouco decotadas naquele dia, o que deixava os seios delas bem chamativos, por mais que os decotes não fossem exagerados. Eu sou a única nessa merda que não é grande e nem tenho esses peitos... Ela pensou e suspirou frustrada.
— Não sei, as roupas são normais... – Elaine saiu do seu momento ódio para dar atenção ao que Merlin dizia.
— Eu acho que é. – Diane disse, quase convicta.
— É...? – Elaine indagou. Estava perdida na conversa.
— Gay. – Elizabeth respondeu depois que terminou sua maçã.
— Acham que é? – Elaine perguntou. Até então não havia percebido, mas analisando bem, tinha chances de ser.
— Eu acho. – Diane falou. – Sabem o que significa?
— Que ele gosta de homens? – Elaine perguntou. Ainda não havia entendido tal animação de Diane com aquele assunto.
— Quem gosta de homem? – Gelda perguntou. Se sentou entre Diane e Merlin antes de pegar seu café da manhã que era apenas pão com queijo e presunto acompanhado de café em uma garrafa térmica. Seu vício em cafeína era evidente.
— Por que toma café na escola? – Elaine perguntou. A maioria preferia comer em casa.
— Atrasei. – Gelda respondeu curtamente. Abocanhou sua comida esperando a resposta de sua pergunta.
— Sobre sua pergunta... Estávamos falando do Gowther. Conhecemos ele não faz muito tempo, e achamos que ele é gay. – explicou Diane.
— Okay, e daí? – Gelda perguntou. Também não havia entendido o propósito daquilo tudo.
— Eu sempre quis ter um amigo gay! – Diane falou. Elizabeth pensava da mesma forma, só não estava demonstrando como a morena.
— E o King? – Elaine perguntou.
— O King é gay? – de repente, a animação sumiu. Diane estava claramente decepcionada.
— Sua reação foi bem suspeita... – Elaine disse. – Ele não é, pode ficar tranquila.
— Okay... Ignorando isso, não sei porque quer ter um amigo gay, mas isso não importa. O que leva vocês a acharem isso? – Gelda perguntou. Havia terminado de comer o sanduíche.
— Só achamos e vamos descobrir isso. – Diane respondeu e se levantou. – Vamos.
— Vamos? – as outras perguntaram juntas.
— Para a sala. Está na hora da aula. – Diane falou e saiu andando. As meninas foram atrás sem questionar.
Quando chegaram na sala, a maioria dos alunos já estavam lá. Elas foram para os seus lugares e ficaram conversando até que o professor chegou junto com Gowther, apresentou ele para a turma e perguntou onde ele queria sentar. Diane acenou para um lugar vago na frente dela e Gowther foi.
— Ele mal chega na escola e as meninas estão tão grudadas nele... – King comentou vendo o quanto Diane estava animada com a chegada do outro.
— As meninas ou a Diane? – Ban perguntou. Não podia perder a oportunidade de rir do amigo.
— A Elaine também. – King apontou para a irmã. Ban fechou a expressão rapidamente. – Então era por isso que você estava puto?
— Eu tinha esquecido... – ele murmurou. O professor explicava a matéria somente para alguns alunos, já que os outros preferiam conversar.
Meliodas lançou um olhar discreto e viu que até Elizabeth estava perto demais do garoto com o cabelo rosa. Ele trincou o maxilar e sua expressão só piorou. Nem a foda de antes ajudou no seu humor. Estava disposto a descobrir quem era aquele garoto e fazê-lo se afastar inconscientemente da platinada.
— Nem pense nisso. – Ban o alertou o loiro. Já conhecia aquele olhar.
— Não sei do que está falando. – ele falou indiferente e voltou a prestar atenção na aula.
As meninas conversavam animadamente com Gowther, enquanto ele tentava entender como atraía tanta atenção.
— Então, Gowther... – Merlin chamou a atenção dele e das meninas para si. – Você namora? – ela apoiou o cotovelo na mesa e seu rosto na mão. Arthur, que não sentava muito longe da morena, escutou aquela pergunta e ficou encarando a cena incrédulo.
— Não achei ninguém interessante. – Gowther respondeu.
— Ele é solteiro. – Arthur passou a informação para os garotos.
— 'Tá interessado? – Ban riu depois de perguntar.
— Claro que não, idiota! Não percebe que isso pode ser mau para nós? – King e Meliodas resolveram dar atenção para a conversa. – As garotas já estão jogadas em cima dele, o cara sendo solteiro só piora!
— Eu não me importo muito com isso. – King disse, fingindo que aquilo não o afetava, quando na verdade todos sabiam bem que ele estava aflito ao ver Diane daquele jeito por outro garoto.
— Virem homens, porra! O único que tem compromisso com alguma delas é o Ban, ele pode se preocupar, já vocês dois aí – apontou para King e Arthur – não têm direito se incomodar com o que elas fazem.
— Falou o outro que afasta qualquer garoto que chega perto da Elizabeth, mas não tem coragem de agir como homem. Marcou a garota, sai comendo outras e não deixa ela viver a vida dela. – Arthur murmurou. Era para ser algo só para ele, mas King, Ban e Meliodas escutaram muito bem.
— Só não quebro a sua cara aqui porque não quero passar horas na detenção, tenho compromissos hoje... Mas se considere morto quando pisar fora dessa escola. – Meliodas falou encarando fixamente o ruivo. Ban e King seguraram o riso, enquanto Arthur engoliu em seco. Ele estava fodido.
De volta as meninas; Diane piscou discretamente para as outras, estava na hora de provar o que elas estavam pensando.
— O que acha da garota que te levou para conhecer a escola? – Diane perguntou. Gowther, que estava prestando atenção na aula, se virou para a morena.
— Gente boa. – ele respondeu.
— Bonita? – Elizabeth perguntou.
— Sim... – ele respondeu, nem sequer desconfiava do motivo das perguntas.
— Rolou algo? – Elaine perguntou.
— Defina "algo". – Gowther falou.
— Vocês se pegaram? – Gelda, que até então estava quieta, perguntou.
— Não. – ele respondeu. Nem estava se importando com todo aquele interrogatório.
— Pegaria ela? – Diane perguntou. Gowther piscou confuso.
— Não. Por que querem saber? – foi a primeira vez que ele questionou as meninas.
— Curiosidade. E aquele garoto ali? – Gelda perguntou apontado para Zeldris. O moreno ergueu uma das sobrancelhas quando viu o dedo apontado para si, mas não deu atenção.
— Gostei do cabelo, se veste bem, a cara de sério provavelmente deve ser considerada atraente pela pessoal que se interessa por homens... Interessante. – Gowther respondeu e voltou sua atenção para o professor. A aula estava quase no final.
— Ele é. – Elizabeth, Diane, Gelda, Elaine e Merlin falaram juntas.
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