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  3. 31, março 2016

História A.m.o.r - 31, março 2016


Escrita por: KimMinRyong

Notas do Autor


Desculpem a demora, estava sem wi-fi e meu dia foi tão corrido. Realmente, quando é pra uma coisa dar errado, tudo dá errado ao mesmo tempo kkkk, mas o dia acabou e aqui estou.

Boa leitua ;u;

Capítulo 7 - 31, março 2016


Fanfic / Fanfiction A.m.o.r - 31, março 2016

Capítulo – Seis.

31, março 2016...

Hoje eu não quis ir para a escola.

Logo quando eu acordei já havia decidido que não queria ir para a escola, mas é claro que isso não é uma opção. Para falar a verdade, eu acho que acordei bem mais cedo do que eu deveria e a culpada disso é a chuva. Eu não sou um cara que acredita muito em energias, nem em deus, mas para estar chovendo desse jeito em plena primavera me faz pensar que o clima resolveu se assemelhar ao meu humor.

Como eu desconfiava, acordei as cinco e eu só precisava estar na escola as oito. Agora como eu vou conseguir levantar com frio e sem vontade de ir para a aula? Quem sabe se eu voltar a dormir e esperar a minha mãe perceber que eu ainda não acordei me faça convencer ela de que estava muito cansado e não acordei a tempo de me arrumar, então eu me aproveitaria da ingenuidade dela uma única vez na vida.

Seria um bom plano se eu não tivesse a porra de um seminário para apresentar, o nosso professor de geografia consegue me fazer odiar uma das minhas matérias favoritas sem muito esforço, isso deve ser digno de algum prêmio, não é possível!

Mas se eu acordei uma hora e meia antes do que eu costumo fazer, isso significava que eu ainda podia passar um tempo pensando nas coisas que eu não me deixo pensar durante o dia. Quando o assunto é a escola, eu sou um aluno muito aplicado e eu não tenho o costume de dançar nas notas, eu não deixo minha vida acadêmica em segundo plano, então quando tenho algum problema que me chateia, geralmente me foco nas lições para esquecer um pouco e eu tinha algo que tentei ignorar todos esses dias...

Dezenove dias se passaram... Dezenove dias em que eu beijei o menino que eu gosto, dezenove dias em que ele não fala mais comigo.

No dia seguinte da nossa pequena fuga, eu esperei por uma mensagem, mas não veio, nem no domingo, nem na segunda e nem em qualquer outro dia. Ele não me pedia mais carona para a escola e sempre que eu chego, ele já está lá, do outro lado da sala. A pior parte é ele sumir durante o intervalo e sempre sair antes do fim da última aula.

De verdade, eu não quero pensar que isso é por conta do nosso beijo, ele disse para eu não procurar entender, disse para eu não pensar demais, mas eu me preocupo tanto com ele! Eu sou do tipo de pessoa que acorda de madrugada preocupado se ele pôde ter tido uma boa noite de sono, se estava bem, então para ao menos tentar cumprir minha promessa, eu estou esperando por ele.

Nem vi quando já estava na hora de me levantar, só tive essa certeza quando escutei os passos do meu pai no corredor, indo para a cozinha. Ainda estava chovendo, acho que hoje eu vou aceitar a carona que ele me prometeu e perguntar para o Jungkook se posso voltar com ele, não seria a primeira vez.

A manhã na minha casa foi atípica demais, eu não conversei muito com os meus pais, minha mãe estava resfriada então nem ficou muito tempo com a gente na cozinha e meu pai nem puxou assunto comigo no caminho para a escola. Eu só fiquei olhando o vidro molhado e ouvindo música no fone de ouvido, a música da vez era Set Fire to the Rain da Adele, sei lá. Acho que coloquei só porque tem “chuva” no nome.

O carro parou e eu olhei para o portão do colégio. Todos já estavam entrando e eu tinha que entrar também. Sério, eu não queria mesmo ir hoje, está chovendo, eu não funciono nem um pouco na chuva.

- Filho. – Olhei pro meu pai e sorri, pegando o guarda-chuva no canguru do banco.

- Obrigado por me trazer, eu vou pedir pro Jungkook me deixar.

- Não, Namjoon, espera. – Ele tirou o cinto de segurança e se virou para conseguir me olhar no banco de trás. – Você está bem?

- Por que não estaria?

- Bom, você quase não tocou no seu café da manhã e está ouvindo músicas depressivas o caminho todo! – Merda de volume alto! – O que você tem? Está assim há dias.

- Não é nada demais. – Falei baixinho, brincando com os fones na mão. – Eu só acordei cedo pra pensar em algumas coisas e isso mexeu comigo um pouco.

- Seu comportamento não é de hoje, Namjoon. – Me repreendeu. O pior é que eu sei que isso é verdade, então nem tenho muito o que responder, ele me pegou, tem algo errado que eu estou escondendo, só não achei que era algo que ele fosse querer saber.

Eu acho que ele ficou desapontado comigo, ele respirou fundo quando percebeu que eu não ia falar mais nada.

- Você quer faltar hoje?

- O que? – Me assustei.

- Não acho que vai te fazer mal um dia, na verdade eu acho que vai te fazer bem. – Eu sorri, nossa... Eu sou a porra de um sortudo que não merece a sorte que tem.

- Pai... Sério, não precisa disso. – Me aproximei um pouco mais. – Eu tenho que apresentar um trabalho e hoje é quinta-feira, eu aguento mais dois dias até o fim de semana.

- Certo... Que horas é a sua apresentação?

- É pra depois do intervalo.

- Então hoje você vai entrar no segundo horário. – Ele se virou para o volante e colocou o cinto de segurança de novo, eu fiquei muito confuso, nem consegui protestar. – Vou te levar para tomar um café da manhã decente.

O que eu podia fazer? Ele é o meu pai, sabe como me animar sem falhar, foi só uma pena o sorriso que eu tinha dado ter sumido quando nós passamos do lado de um carro preto onde eu pude ver pela janela Jin saindo. Ele estava com o rosto tão triste... No fim das contas, eu acho que realmente precisava tentar relaxar um pouco.

Meu pai nunca foi alguém com gostos muito atuais, mas eu percebi o esforço dele ao me trazer em uma cafeteria da moda, eu não quis dizer para ele que aquele lugar não era bem o meu favorito. O meu perfil sempre foi mais a William Milkshakespeare do que essas cafeterias da moda, mas era bom mesmo assim.

Logo se notava que ele nunca tinha pisado em um lugar como esse, primeiro eu pensei que nós tínhamos sentado apenas para escolher o que íamos pedir, mas depois de alguns minutos, eu percebi que ele estava esperando que algum atendente viesse até a mesa e já estava ficando irritado por isso.

Eu poderia deixar ele descobrir sozinho que os pedidos são feitos direto no caixa, mas a minha fome não me deixou ser maldoso hoje. Eu fiz os nossos pedidos no caixa – como deveria ter sido feito desde o início – e voltei. Por não ter muitas pessoas a atendente disse que levaria até a nossa mesa quando tudo estivesse pronto, então eu só agradeci.

Quando me sentei, meu pai estava em uma ligação, então fiquei quietinho esperando que ele acabasse. A essa hora a primeira aula já havia começado, me senti um pouco culpado por estar atrapalhando o trabalho do meu pai e matando aula por puro capricho, mas mesmo assim eu ainda preferia isso e, se não fosse pelo meu professor, eu teria aceitado quando meu pai perguntou se eu não queria ir para casa.

- Prontinho... – Ele desligou o celular e guardou no bolso de dentro do paletó.

- Pai, eu não estou atrapalhando o senhor?

- Não se preocupa com isso, eu só estava avisando que ia demorar um pouco hoje. Agora me diz. O que está acontecendo?

- Eu não sei se quero falar sobre isso com o senhor.

- Então isso tem a ver com a sua vida amorosa? – Concordei com a cabeça e ele respirou fundo. – Eu não sou muito bom com... Garotos, entende? – Eu fechei os olhos com força, nossa! Não! – Quer dizer, eu já tive algumas oportunidades de experimentar na faculdade, mas...

- Ai nossa! Não! Pai, eu não quero saber das suas experiencias homoafetivas!

- Não foram bem experiencias, eu não aceitei.

- Quer saber? Eu acho melhor a gente falar sobre outra coisa.

- Não! Namjoon, por favor. Eu quero saber o que está te deixando assim. – Eu olhei pra ele, ainda não estava convencido de que era uma boa ideia. – Eu sei que é estranho, é para mim também, mas você pode falar comigo sobre qualquer coisa. Sabe disso.

É, eu sei. Parte da confiança que meus pais têm em mim é justamente o fato de eu não conseguir esconder as coisas deles. Os dois respeitam o meu espaço assim como eu respeito o deles, isso é algo que eu valorizo bastante.

- Tudo bem. – Me dei por vencido. – É o Jin hyung...

- Espera, o Jin? – Concordei com a cabeça. – Eu sabia que você tinha uma paixãozinha nele, mas desde quando ele passou a ser parte da sua vida amorosa? Que eu saiba, vocês eram só amigos.

- Bom, nós meio que somos só amigos... Ou não, eu não sei. – Eu ainda não tinha parado pra dizer em voz alta, o que nós éramos?

- Se você tem dúvida é porque algo aconteceu...

- Ele... Ele me beijou em Busan. – Meu pai não me pareceu surpreso, ele só concordou com a cabeça esperando que eu continuasse. – Nós ficamos muito juntos lá e... Quando eu deixei ele em casa, ele disse pra eu não tentar entender, só me deixar levar... Mas essa foi a última vez que ele falou comigo.

- Última?

- Sim! Ele me ignora na escola... Os tios dele são malucos, pai. Ele tentou se matar uma vez e se ele pensar que tá sozinho quando eu tô aqui pra ele?

- Namjoon! Calma! – Ele colocou as mãos em cima da mesa e eu parei de tagarelar na hora. Foi quando a atendente trouxe nosso pedido. – Toma. – Ele esticou o meu copo de café para que eu pegasse depois de agradecer a moça. – Você está eufórico.

- Eu não tinha dito nada disso em voz alta.

- Não é pra menos, essa é uma situação pesada. – Eu tomei um gole do meu café com leite. Ele estava me olhando sério e eu estava ficando com medo. – Filho... Você não é mais uma criança, então eu não vou te tratar como uma, ok? – Concordei. – O Jin está passando por uma situação muito complicada. Ele perdeu os pais e vive em uma casa em que ele não tem liberdade.

- Aonde o senhor quer chegar?

- Não é fácil! E não é qualquer um que consegue lidar com isso. Eu sei que você está preocupado e o que você sente, mas essa uma prova da vida na qual ele tem que passa, não você. – O que?... – Jin é um garoto esperto, se ele teve coragem para mostrar que gosta de você e ainda mais coragem para se afastar agora, é porque ele sabe que isso é algo que ele tem que fazer e que pode ser perigoso.

- Mas... – Abaixei o rosto, não fazia sentido. – Se ele se sentir sozinho...

- Ele sabe que não está sozinho. – Me interrompeu. – Ele te pediu para não tentar entender. Se... – Divagou. – Eu não estou dizendo que vai acontecer, mas se ele tentar algo de novo, não serão só os sentimentos que ele tem por você que vão impedi-lo. – Eu fiquei com vontade de chorar, eu não queria imaginar aquilo de novo. – Infelizmente a vida não funciona assim.

- Está dizendo que não é meu dever ficar do lado dele?

- É claro que é! Você já está do lado dele!

- Então o que o senhor quer dizer? – Limpei meu rosto, algumas lágrimas escorreram.

- Que você está com ele apesar da situação, não por causa dela. O que vai acontecer, as consequências e principalmente as decisões que o Jin vai tomar não são culpa sua... – Ele segurou a minha mão. – Nuca foi sua culpa, filho.

Culpa, culpa, culpa! Sim! Isso ainda não tinha saído da minha cabeça, ainda estava tão fresco quanto a imagem do hyung na banheira com o banheiro todo molhado, ou aquela arma apontada bem pro meu rosto! E a minha camisa suja de sangue que deixei no hospital.

- Eu deixei ele sozinho, pai... – Solucei alto. Meu pai mudou de cadeira e se sentou do meu lado, abraçando os meus ombros. – Foi tão horrível... Ele-Ele tava fraco, com sangue...

- Não precisa lembrar, não precisa...

- Eu deixei ele sozinho... – Sussurrei.

- Não é sua culpa. – Falou perto do meu ouvido. – Nunca foi e nunca vai ser, ouviu bem? – Concordei várias vezes com a cabeça e me afastei, enxugando o meu rosto. – Vamos comer, tá?

- Tá... – Respondi ainda sem muita força. Ele sorriu pra mim e bagunçou o meu cabelo com carinho. Eu ainda não tinha falado nada sobre aquele dia, eu nem sabia se eu queria falar sobre ele...

- Está menos angustiado?

- Sim... – Funguei alto. – Obrigado. – Ele escondeu os dentes em um sorriso triste.

- Eu amo você, filho. – Quis chorar outra vez.

- Eu também amo o senhor.

Eu nunca vou conseguir agradecer aos meus pais por tudo o que eles fazem e já fizeram por mim. Eu lembro de cada momento importante que tive com eles, como me assumi, a reação, a forma como me acolheram e apoiam até hoje. Quando que eu ia pensar que meu pai ia me deixar matar aula só para se preocupar com os meus problemas pessoais?

Quando chegamos na escola, ele teve que descer para avisar ao senhor Park que eu estava com ele em um assunto muito sério de família e por isso nos atrasamos. O diretor ficou muito preocupado e até me ofereceu mais tempo para entregar o trabalho, mas eu já estou com ele pronto, difícil mesmo foi conseguir segurar a risada do drama que o meu pai fazia para que acreditassem nele.

Acabou que ele me levou até a porta da minha sala e piscou para mim antes de ir embora. Eu não tenho certeza de nada, mas só aquele momento com o meu pai já me fez ter mais coragem para enfrentar a escola. Quando eu entrei, estava na aula de literatura, a professora tinha passado algum exercício e todos estavam fazendo, mas pararam para me olhar quando eu entrei.

- Atrasado!

- Ah... Não professora, eu estava com o meu pai, tivemos uma emergência de família. – Entreguei para ela a autorização do diretor e o rosto de repreensão que ela tinha sumiu na hora.

- Oh! Está tudo bem? – Concordei com a cabeça, não queria preocupar ninguém.

- Nós já resolvemos.

- Tudo bem, vá para o seu lugar e... – Olhou a hora no relógio de pulso e suspirou. – Você não vai conseguir fazer a tempo, peça para um dos seus colegas lhe passar a atividade, eu deixo você me entregar na semana que vem. – Eu sorri!

Nossa, o que um pedaço de papel com o nome de um responsável não pode fazer?

- Muito obrigado, professora. – Me curvei em respeito e me virei para ir me sentar, mas tinha um problema.

Eu gosto de sentar na frente, é um costume meu desde criança, sempre achei melhor para prestar atenção e eu uso óculos para ler, sentar na frente era meio que uma necessidade, mas hoje, o único lugar vago na frente é ao lado de Kim Seokjin e eu não achei que isso fosse um problema, mas talvez fosse para ele.

Jin ainda estava escrevendo na atividade, ele não olhou para mim como os outros, ele nem se quer se importou em ver se era eu mesmo que estava ali. Não estou dizendo que tenho raiva dele, só estou com tudo o que o meu pai me disse muito fresco na mente. Jin queria fazer as coisas do jeito dele e se essa era a forma que eu tinha de apoiá-lo, eu faria.

- Senhor, Kim. Não vai se sentar? – Foi nesse momento que Jin olhou para mim, com um olhar neutro de alguém que só queria entender o motivo de estarem atrapalhando sua concentração.

- Sim, claro. – Sorri para a professora e fui para o fundo da sala onde tinha cadeiras vazias.

Eu tentei não ligar pra todos os alunos cochichando coisas maldosas sobre mim e o hyung, era hora de ocupar minha cabeça com outra coisa, já tinha chorado o suficiente por um dia.

A aula de literatura já estava perto do fim, mas eu tentei resolver algumas questões para adiantar a matéria, se eu conseguisse, ia ter mais tempo para terminar a terceira temporada de Orange Is The New Black antes que lance a quarta em junho. Eram dez questões e eu consegui fazer as cinco primeiras antes do sinal tocar, então talvez eu pudesse terminar logo. Quando a professora disse que podíamos sair, eu peguei as minhas coisas e fui na frente, não tive tempo de mudar meus livros antes da aula então precisava descarregar a mochila.

O lado ruim de estudar em uma escola grande é ter que andar muito para chegar nos lugares. O meu armário fica um pouco longe da sala então eu tinha que andar mais rápido se quisesse aproveitar o intervalo, mas por sorte ele fica perto do banheiro masculino.

Levei alguns minutos para chegar; coloquei a combinação e sorri ao ver todo o meu material para o seminário pronto. Coloquei os meus livros no armário e peguei só o de geografia, todas as minhas falas estavam grifadas em marca texto amarelo com todos os detalhes que eu achei sobre as estações do ano e suas mudanças climáticas. Será que eu ganho créditos extras se eu ler com a dicção perfeita e sem que pareça muito forçado?

- Hyung!

- Porra, Jimin! – Jimin pulou nas minhas costas e derrubou o meu livro no chão, espalhando algumas anotações que eu tinha colocado entre as páginas.

Ele desceu e Jungkook apareceu na minha frente, se abaixando para pegar as minhas coisas.

- Desculpe. – Ficou entre mim e Jungkook, apoiado no armário ao lado do meu. – Não vimos você de manhã, achamos que tinha faltado.

- Bem que eu pensei em faltar. – Suspirei arrumando minhas anotações outra vez, quer saber? Acho que já sei o suficiente, guardei meu livro na mochila e peguei o pendrive com a apresentação. – Meu pai queria conversar comigo sobre umas coisas então me levou para tomar café. Isso me faz lembrar! Você veio de moto hoje? – Jungkook confirmou. – Pode me levar em casa hoje? Ele me trouxe por causa de chuva.

- Claro, aproveito e visito ele, seu pai é maneiro.

- Ele ainda não gosta de você.

- Isso é o que ele diz! Mas quando tem festa na sua casa ele sempre me convida.

- E foi exatamente em uma dessas festas que você quase quebrou a urna das cinzas da minha avó!

- Ei! Você disse quase! Ela não quebrou. – Sinceramente? Zero paciência para essa conversa.

- Achei que você já tivesse se acostumado com a ideia de ser o odiado pelos pais dos amigos. – Vi pelo espelho preso na porta do meu armário que ele só deu de ombros.

- Até que sim, mas me redimi com o pai do Jimin então pensei em fazer o mesmo com o seu.

- Jimin? – Resolvi perguntar logo da fonte porque conheço o amigo que tenho e essa ideia me pareceu irreal demais, Jimin riu.

- Ele não é o favorito do diretor, mas é... Papai ficou feliz por ele ter me defendido e de bônus entregado o grupo do Yoongi, rasgar as provas fez com que ele visse que não foram eles que fizeram o primeiro simulado.

- Falando nisso, o que você sabe sobre o Yoongi? – Jungkook começou a rir. – Ele ficou bem nervoso quando você ameaçou contar coisas dele se ele voltasse a perturbar o Jimin. – Respirou fundo.

- Bom... só vamos dizer que vocês devem agradecer pela maior idade penal do país ser de quatorze anos. – Típico.

Jungkook pode não ser muito inteligente e nem ter as melhores notas, mas ele é muito esperto e extremamente talentoso em coisas que não se pedem uma nota; ele gosta muito de cantar e dançar e consegue fazer qualquer tarefa que ele se interesse, a escola só não é uma delas, ele provavelmente vai ser idol um dia, ou piloto... Ou preso, mas isso não importa muito agora. Fechei o meu armário e me apoiei na porta, virando de frente para os dois.

- Você não me pareceu chateado por perder o rolo que você e o Yoongi tinham.

- Isso nunca me importou muito, eu já tô ficando com outra pessoa.

- Meu deus, garoto! Não perde tempo!

- Por que você nunca conta sobre as pessoas que você fica? – Jimin perguntou, eu sei que esse é um terreno perigoso para ele porque os dois sempre tiverem uma amizade estranha de cão e gato, mas nunca escondiam os segredos, Jimin nunca gostou dessa mania que o Jungkook tem.

- Não são importantes, vocês são os meus melhores amigos, não vou fazer vocês gastarem o tempo de vocês com algo que não é importante. Quando for sério, eu vou apresentar.

- Hum, então namoros sim! – Jimin começou a pontuar. – Ficadas não? – Ele concordou com a cabeça. – Então eu devo dizer que tô namorando?

- O que? – Eu e Jungkook perguntamos juntos, eu nem sabia que ele estava ficando com alguém! Nossa... o que eu perdi?

- Eu estava ficando com o Taemin do terceiro ano, passamos o ano novo juntos inclusive, ele me pediu em namoro há alguns dias.

- E por que você não falou nada? – Jungkook perguntou, ele estava muito mais surpreso do que eu.

- Por você nunca falar sobre isso! Eu achava que não era o tipo de coisa que você gostava de conversar.

- É obvio que eu ia querer saber, hyung! Como eu vou saber se ele não é um babaca?

- Jung, o cara que você ficava literalmente batia no Jimin, que moral você tem? – Eu ri.

- A moral de quem terminou quando percebeu isso e outra coisa, eu não namorei ele! – Eu e o Jimin começamos a rir, Jungkook realmente estava com raiva.

- Relaxa, ele não é um babaca e os meus pais adoram ele. – Jungkook revirou os olhos. – A para com isso, meu pai está... começando a gostar de você também.

- Eu não sou o seu namorado, não tenho obrigação de agradar ninguém... – Jungkook murmurou e Jimin voltou a rir alto, abraçando os ombros dele, eu realmente não posso com esses dois. Eles fazem o meu intervalo sempre ser perfeito.

- Nam? – Outra voz me chamou atenção.

Talvez, mas só talvez eu tenha ficado sério de repente, só que eu realmente não esperava que o Jin fosse vir falar comigo hoje, nem sabia se eu tinha algo para dizer para ele no momento. Eu não sei! Eu só não estava esperando isso, dei uma olhada rápida para os meninos e eles olhavam para mim também, até porque foi a mim que Jin chamou.

Eu sorri fraco e me desencostei do armário, ficando mais alerta para o que ia vir, como se eu estivesse preparado para conversar.

- Sim?

- E-eu posso falar com você a sós? – Ele estava nervoso.

- Então! – Jimin falou mais alto, todos olhamos para ele. – Eu tenho que ir encontrar com o Taemin no refeitório.

- É e eu vou com ele pra ter certeza de que o cara não é um babaca, AI! – Reclamou quando Jimin deu uma cotovelada nele, eu ri.

- Tudo bem, eu encontro vocês depois.

Nos despedimos e eles murmuram despedidas para Jin também, deixando só nós dois no corredor, todos já deveriam estar no refeitório, ainda tínhamos bastante tempo até a próxima aula. Esperamos que os dois virassem no corredor e sumissem de nossa vista para mudarmos de foco de novo um para o outro.

- Então...

- Aqui não. – Me interrompeu e olhou para os lados, eu não entendi o motivo, estávamos sozinhos. – Vem comigo. – Ele não esperou uma resposta, foi andando na direção do banheiro masculino e eu fui atrás.

Jin estava muito estranho; inquieto, neutro demais, eu estava ficando com medo de descobrir o que estava acontecendo na vida dele, estava com medo de ser pior do que tudo o que eu estivesse pensando.

Nós entramos no banheiro e ele abriu todas as cabines para ter certeza de que estávamos sozinhos, depois fechou a porta e colocou um balde cheio de produtos de limpeza para segurar caso alguém quisesse entrar.

- Hyung, o que você... – Ele me abraçou.

Foi muito rápido, ele se levantou, virou e me abraçou tão rápido que eu nem pude acompanhar, eu me assustei tanto que nem o abracei de volta imediatamente, eu tive que perceber que ele estava chorando para finalmente dar devida importância para isso.

- Me desculpa...

Eu odeio quando ele faz isso.

- Hyung...

- Me desculpa, me desculpa, me desculpa.

- Hyung, olha pra mim. – Ele hesitou, mas se afastou para me olhar. – Jin, o que tá acontecendo?

- Está... Está sendo mais difícil do que eu pensei. – Toquei no rosto dele para tentar enxugar as lágrimas. – Meus tios desconfiam que eu saí com você naquele dia, então eles aumentaram a guarda.

- Merda! Eles me viram? – Negou com a cabeça.

- Uma vizinha comentou achar ter me visto na sua moto. – Claro! A moto, eles sabem que eu tenho uma moto! Lógico que iam associar a mim. – Eles tiraram o meu celular por um mês e agora alguns professores estão de olho em mim.

- Ai Jinnie... Eu sinto muito. – Ele sorriu e fungou, tentando parar de chorar.

- Tudo bem, só é mais difícil por eu não estar acostumado com isso e sentir falta dos meus pais, mas... Eu vou me acostumar, é por pouco tempo, lembra? – Sorri sem mostrar os dentes.

- Lembro sim... – Eu fiquei acanhado, sentia que era a minha vez de falar. – Eu fiquei muito preocupado... Tive medo de algo ter acontecido, eu... Tive medo de ter feito algo de errado.

- Você não fez nada de errado, me desculpe por te fazer pensar assim. Aquele dia... – Parou para sorrir. – Foi perfeito, não foi da boca pra fora, Nam.

- Apesar de tudo eu sei disso... Só fiquei com medo, já que você não falou mais comigo.

- Eu sei, desculpa. Eu estava procurando uma oportunidade, eu odeio tanto que nós tivemos isso logo em um momento tão bosta na minha vida! – Ele se afastou de mim e parou de frente para o espelho, tirando o cabelo da testa. O banheiro estava muito abafado.

- Nós nos conhecemos há muito tempo, hyung. – Toquei em seu ombro e apertei. – Já passamos por muitas coisas juntos, vamos superar isso também. – Ele olhou para as mãos apoiadas no granito e suspirou.

Jin estava frágil, confuso e muito frustrado com as coisas que estavam acontecendo, eu sei que não sou o único com medo de perder ele, eu sei que ele também tem medo de que eu pule fora de toda essa confusão e o deixe só, mas eu não planejava fazer isso. Eu criei coragem e o abracei por trás, deixando meu queixo em seu ombro. Jin abraçou os meus braços e eu vi pelo espelho mais algumas lágrimas rolando por seu rosto.

- Eu vou continuar aqui com você. – Beijei seu pescoço e ele fechou os olhos, relaxando nos meus braços. – Me conta o que você tem feito, estou com saudade de conversar com você sobre o seu dia.

- Faz alguns dias que eu comecei com a psicóloga.

- Nossa, isso e muito bom! – Fiquei feliz de verdade. – Você vai ter mais uma pessoa para desabafar e não carregar isso tudo.

- Não tenho certeza, Nam. – Ele hesitou. – Ela é... Estranha.

- Estranha como? – Ele abriu os olhos.

- Ela me faz lembrar dos sentimentos que eu tive quando meus pais morreram e... Daquela noite, mas não de uma forma boa. Quando ela começa a falar, eu fico ansioso e não consigo respirar direito, ela descreve como os corpos dos meus pais estavam eu... Eu ainda não confio nela.

- Não deve! – Ri sem acreditar, desfiz o abraço e o virei de frente para mim. – Hyung isso é tortura psicológica, ela não deveria narrar a cena e te fazer se sentir lá outra vez.

- Eu sei, ela me deixa muito estranho... – Ele apertou mais o nosso abraço. – Teve momentos em que ela tentou falar sobre você e os meninos, mas eu fiquei com medo de falar.

- Não fale a menos que se sinta confortável o suficiente.

- Não vou, eu prometo. – Sorri para ele e acabamos fincando desse jeito.

Olhar para ele de perto com uma intimidade muito maior do que estamos acostumados é incrível, eu nunca pensei que pudéssemos ser mais íntimos do que já éramos, mas então ele veio e me fez ver o quão imprevisível era ao assumir seus sentimentos por mim.

- Eu senti tanto a sua falta. – Sussurrou passando a mão em meu rosto para logo em seguida me beijar.

Ainda não sou acostumado com seus beijos, foram tão poucos, mesmo assim, eu os amo como amo o dono deles. Aquele momento com o hyung no banheiro da escola foi a melhor parte da minha semana e esse era o último lugar que eu imaginaria ser uma lembrança feliz daqui a algum tempo.

Nós separamos nossos lábios e nos olhamos, nossa! Eu talvez nunca me acostume com isso.

- Eu queria poder ficar o dia todo com você... – Mordeu os lábios para tentar conter o choro.

- Podemos fugir outra vez. – Ele riu de forma emocionada.

- Ainda não posso, mas guarde esse convite está bem? – Concordei com a cabeça, ele me beijou outra vez. – Mude de lugar na sala. – Respirei fundo. – Você não gosta e nem pode se sentar no fundo.

- Eu só achei que... Você fosse querer isso.

- Namjoon! – Falou com seriedade, segurando meu rosto com as duas mãos. – Escute bem o que eu vou falar, ok? – Concordei com a cabeça. – Não se prejudique por minha causa, nem agora e nem nunca. Não mude a sua vida só porque a minha está um caos, me entendeu?

De repente era como se tudo o que o meu pai me disse se encaixasse com a realidade. Eu o consolei em um banheiro sujo, eu enxuguei as suas lágrimas e ganhei os seus beijos quando a onda de tristeza passou, eu estava ao seu lado e não precisei mudar minha vida para isso, não precisei não fazer a atividade de literatura e muito menos deixar a situação me impedir de entregar meu seminário.

Eu podia estar com ele e lhe ajudar sem que eu estivesse com ele o tempo inteiro e era o que ele estava me pedindo, espaço para lidar com os próprios problemas, mas não o bastante para que ele sentisse que está sozinho.

Ele sabia que não estava sozinho.

- Entendi. Eu confio em você, vou deixar você me levar. – Ele sorriu, é a primeira vez que vejo seu sorriso hoje e isso me deixou muito feliz, mas minha felicidade logo acabou quando ouvimos o sinal tocar.

- Temos que ir.

- Parece que sim.

Nos soltamos, eu arrumei minha mochila nas costas e andamos juntos até a porta. Jin tirou o balde pesado e nos olhamos antes de sair. Esse era o pior, não saber como as coisas serão depois de sair desse banheiro, o que vai acontecer com nós dois?

- Espero que entenda que as coisas ainda não podem voltar a ser o que eram.

- Eu entendo.

- Só espere por mim, eu vou sempre dar um jeito de avisar se eu estou bem. Espera por mim?

Era uma pergunta idiota e ele sabia disso, mas sei que ele precisa ter certeza de algo nesse momento, então me aproximei e lhe dei um último beijo, talvez demorado demais para quem estava com pressa de apresentar um seminário, mas eu não me importei com isso.

Ele abraçou o meu pescoço e eu segurei firme em sua cintura, eu queria aproveita o máximo de tempo que eu tinha com ele, queria que aquele beijo nunca acabasse e ele não tivesse que sair dos meus braços para ir até os de quem lhe censuravam tanto.

Quando nos separamos, ambos quisemos chorar. Eu, em particular, queria segurar bem firme em sua mão e não o deixar ir, mas eu não podia. Tão rápido como ele me arrastou para o banheiro, ele saiu pela porta e me deixou sozinho.

É, ainda bem que eu não faltei aula hoje.

 

 

 

 


Notas Finais


Então... As coisas estão andando hehe, mais cenas novas, certo? A primeira versão não tinha isso.
Me desculpem por não ter portado ontem nem hoje mais cedo, eu estou passando o mês na casa da minha avó e ela não tem internet em casa, então só me resta postar quando eu venho para a minha hehe.

A MUSICA QUE O NAMJOON CITOU:

https://www.youtube.com/watch?v=2hdx5kKfyAw

sei que não tem muita gente lendo kakak, mas comentem ae, quero saber o que estão achando... Bom até segunda!

Bjs da Kim ;u;


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