1. Spirit Fanfics >
  2. Uma Dama Para Lady Edwards - Lerrie >
  3. O lugar de uma mulher.

História Uma Dama Para Lady Edwards - Lerrie - O lugar de uma mulher.


Escrita por: BeaPezzlee

Notas do Autor


Hey babys, td bom!

Dei uma sumida, mas vcs não tem noção do quão sobrecarregada eu to, infelizmente to meio sem tempo, e meio doentinha também, fiz este cap bem rapidinho e não to tão orgulhosa, mas a banda tem que seguir os próximos serão melhores. Então já desculpando os possíveis erros, vamos ao capitulo.

Boa Leitura!

Capítulo 33 - O lugar de uma mulher.


Fanfic / Fanfiction Uma Dama Para Lady Edwards - Lerrie - O lugar de uma mulher.

  

 Leigh-Anne chegou a tempo de ver a irmã cruzar a estrada para entrar em uma carroça que acabara de parar, o homem que a dirigia parecia ser um fazendeiro comum a levar leite para vender na feira da cidade. Annastácia esbravejava, pois estava ansiosa, queria deixar aquele local o mais rápido possível, sua atitude agressiva, no entanto pareceu assustar o passante que temia ser assaltado e não parecia disposto a ajuda-la, Leigh-Anne apressou-se e os surpreendeu.

- Anna, espera por favor, você precisa me ouvir.

- Leigh-Anne, você conhece esta moça?

- Ah, olá senhor Joaquim não o reconheci ao longe. – Leigh notou o conhecido rosto escondido debaixo do grosseiro chapéu de palha. – Sim, é a minha irmã.

- Acreditei que tivesse deixado-te claro, não a quero perto de mim, engula suas desculpas e preocupações.

- Deixe-me pelo menos falar com você, se não por mim, por nossa avó.

- Como ousas usá-la sobre qualquer acordo? Você perdeu este direito.

- Com licença, mocinha você deveria ter mais respeito, ela é vossa irmã.

- O Senhor fique fora disso, não sabes o que está havendo aqui, tenho motivos para agir assim.

- Está sendo muito dura comigo, deveria ao menos deixar-me explicar-te, mas se não queres não insistirei. Senhor Joaquim, poderia leva-la até a cidade eu ficaria grata.

- Claro, Leigh a conheço desde menina, e sei seu valor, sua irmã não sabe das palavras duras que fala. – Anna o encarou com desdém.

- E o senhor não mede as tolices que saem da sua, não é mesmo?

- Já basta Annastácia! Respeite-o ele está a prestar-lhe favores, ao menos tenha respeito por isto.

  Sem mais palavras Annastácia montou sobre a charrete.

- E você filha, não vem?

- Não, esperarei por aqui darei um jeito.

- Suba, suba. Ou não levarei a rude mocinha aqui. Não a deixarei a torrar sobre este sol.

  Ressabiada, mas vencida Leigh-Anne subiu. Para o desgosto de Annastácia, ela estava tão furiosa e magoada com a irmã que evitava olha-la um minuto que fosse. A irmã mais velha por sua vez sentia-se muito envergonhada e confusa, seu coração ganhara um caco a mais e por mais minúsculo que pudesse parecer-lhe, a indiferença e repúdio da irmã causava-lhe imenso desconforto e tristeza. 

  A carroça parou na feira movimentada, e antes mesmo que os cascos dos cavalos esfriassem, ou mesmo Leigh pudesse agradecer a gentil carona, Anna transvasou-a e pulou no solo poeirento, tomando a dianteira em meio a multidão, Leigh-Anne correu em seu em encalço ultrapassando barracas e mercadores, gaiolas com galinhas vivas pelo caminho, uma verdadeira corrida de obstáculos, até alcançar as ruas, vielas e por fim finalmente o quintal da simples casa de madeira em que moravam. Anna parou apoiada sobre a pia de pedras onde batiam as roupas, parecia cansada e pronta para chorar, quando percebeu a presença de Anne, fez menção de fugir novamente desta vez para dentro de casa, porém, Leigh a impediu segurando-a com força pelo braço. Annastácia continuava a debater-se como se Leigh-Anne pudesse machuca-la, toda sua atitude tornava tudo tão mais difícil, tão cansativo, e Anne já estava farta, já não havia forças ou paciência, Anna precisava parar, precisa escutar, pelo bem ou pelo mal, então sem muito pensar, Leigh-Anne a estapeou.

 - Pare! Pare por Deus, pare! – Leigh gritou, Anna virou-se para ela seus olhos estavam vermelhos como se já não pudessem conter o choro. – Me perdoe, por Deus, eu não quis... Você precisa me ouvir.

- Nunca mais toque em mim.

- Me perdoe, eu nunca mais farei isto. Apenas prometa-me por Deus Anna que não contará nada a nossa avó, pelo menos por agora eu te peço!

- Eu contarei tudo a ela, se não parar em definitivo de ver esta mulher ao menos cumpra com suas crenças, pelo menos as que me ensinou a vida inteira! Mas não espere recuperar qualquer afeto, de minha parte nós não somos absolutamente nada uma da outra, não mais.

  Ela podia sentir todos os seus sentidos embaralharem-se, em redemoinhos surdos e letáticos as palavras da irmã, sumindo a sua frente enquanto desaparecia de seu alcance, sentiu suas pernas fraquejarem incapazes de correr até ela, suas articulações indobráveis para que caísse de joelhos, e mesmo que como se por milagre pudesse obrigar o corpo a curvar-se a injustiça, sua boca jamais trairia a razão de seus sentimentos, e nem um só sussurro de arrependimento indevido lhe fugiria dos lábios, pois ela não estava errada em amar, era a ela a quem deviam perdão.

 

 

A nevasca encobrira toda cidade, e filetas finas de branco adornavam as casas e os pinheiros ao redor das árvores, todos os passantes já retiravam os grossos casacos de peles empoeirados dos fundos de seus armários, enquanto crianças tentavam prever o que havia de vir nos próximos meses, onde a neve aumentaria e seria possível ter material o suficiente para divertir-se com bonecos e guerras desenfreadas na branca imensidão.

  A maior casa daquele bairro resistia à invasão das tempestades, imponente e inabalável. Atravessando suas grossas paredes no entanto, via-se uma alma não tão inabalável assim, dentro de seu corpo ela estremecia por temer o bem estar da mulher que amava e do seu próprio, o que diriam se fossem descobertas pelas pessoas erradas? Ou ainda mais aterrador o que fariam estas pessoas a elas quando soubessem?

 A fechadura destrancando-se, cedendo a pressão da chave a corroeu mais do que as dúvidas que agitavam-se em  sua mente, a porta se abriu e ela permaneceu imóvel, encarando os flocos de neve a caírem lento e gradualmente enquanto pé ante pé o marido adentrava a casa. O sapatos rangiam a medida em que a neve acumulada nas solas derretiam, deixando rastros molhados na entrada, a criada apressou-se a sala e com o pano secou as pegadas, depois pendurou o casaco e guardou-lhe a maleta de trabalho.

 Austin caminhou até a lareira, e serviu-se de wisky, parado em frente ao fogo, observou fascinado as labaredas dançarem, quase podia imaginar-se dentro delas ardendo-se em dança, na luxuria e no inferno que o aguardaria após sua morte. Sorriu, nada daquilo era real, Deus não existia, somente ele Austin Mahonne poderia ser o Deus de sua própria vida, e ele definitivamente o era. Exceto por um detalhe, seu casamento. Perrie não parecia entender seu lugar naquele negócio, agia como uma ovelha desgarrada que segue os rumos contrários do rebanho se continuasse assim, logo estaria perdida. E Austin não era o tipo de pastor relapso que deixaria isto acontecer.

 - Estás tão calada esta tarde, que modos grosseiros são estes vossos? Recebes a mim teu marido, com tamanho descaso e frieza como se fizesses sala a um inimigo.

- Queres falar de modos agora... Duque Mahonne? – Perrie falseou uma risada.- E como me tratou naquele dia? Falemos disto...

- Como ousas se igualar a mim? Sou um homem, você uma mulher. Ponha-se em seu lugar.

- E qual é o meu lugar?

- Eu posso ensinar-lhe, venha comigo. – Austin aproximou-se e estendeu a mão, mas Perrie recusou sem encara-lo.

- Não preciso que você me ensine nada. E estou com dor de cabeça, vou me recolher.

 Austin segurou o braço de Perrie com tanta força, que ela não pode deixar de gritar.

- Você vai para o quarto, sim. E sou eu quem irá leva-la, vou mostrar-te a minha maneira, a que lugar pertences neste casamento.

- Está me machucando, Austin deixe-me ir... Está doendo! Solte-me!

- Venha! Vai aprender a respeitar um homem!

- Austin, por favor!!! Austin não, não. Para! Para! Por deus deixe-me ir...

  Rosa apareceu assustada. Austin puxava Perrie pelos braços, ela se debatia contra os corrimões da escada, chorando e gritando muito, o homem parecia nervoso empunhava toda a força, para arrastá-la enquanto mandava-a calar, a empregada não ousou intrometer, recuando em choque para a cozinha. A certa altura, nos últimos degraus da escadaria Perrie se desvencilhou, prevendo seu movimento fugaz o Duque a impediu e usando de força a atirou no assoalho do corredor, no chão ela não teve tempo de reagir ao senti-lo puxa-la e ergue-la com violência pelos cabelos.

 - O que está...Perrie?! – Jade que trocava a roupa de cama do quarto do casal, assustou-se com a situação no corredor.

- Não intrometa-se, criada! Afaste-se da porta, agora!

- Largue-me! Largue-me! Socorro, por favor!

  Jade avançou, mas a porta bateu contra a cara dela. Do lado de fora, com os ouvidos aguçados ela pode ouvir o barulho de algo se quebrando, provavelmente o vaso de flores que deixara no criado. Perrie ainda gritava muito, e Austin ainda mandava-a a calar, Jade ouviu sons similares a tapas e por impulso checou a maçaneta, mas estava trancada.

  Do outro lado do corredor, os saltos negros e baixos de Rosa fizeram-se presentes, a passos curtos e ritmados ela se aproximou de onde Jade estava e gesticulou para que ela descesse as escadas e saísse dali, mas a dama a ignorou.

- Não me viu?! Desça já, depressa! Não é de vossa conta, o que acontece por detrás destas paredes.

- Desças tu! Não seguirei suas ordens, não és a senhora desta casa, só ela pode dizer-me o que devo fazer.

- Faças como quiser tola arrogante, Austin a matará quando ver-te bisbilhotando!

    Rosa desistiu por fim, descendo a escadas a passos tão rápidos quanto antes. Jade voltou-se para o quarto, mas tudo parecia silencioso não havia gritos ou choro. Não se ouvia Perrie ou Austin, ela temia que aquilo não fosse um bom sinal.

  Do outro lado, o terror que aquelas quatro paredes compartilhavam era excruciantes. O corpo de Perrie estava jogado sobre a cama em uma posição cabalística e humilhante, os joelhos espremiam-se contra o assoalho de madeira, metade do tronco superior estendido sobre a cama enquanto a parte inferior jazia ao chão, dominada e controlada com as grandes mãos do marido, Austin agia como se segurasse as rédeas do corpo da mulher a sua frente, mas ela já não chorava.

  Não parecia haver vida em seu rosto, pálido e cinza, os lábios estavam opacos e com um corte imperceptível no canto direito que sangrava, os olhos azuis estavam estáticos como dois grandes cristais de vidro. Os cabelos estavam derramados contra o seu rosto bagunçados e muito arrepiados, o corpo dela balançava a ritmos lentos e pausados, enquanto Austin a penetrava sadicamente, invadindo-a da maneira mais cruel, enquanto repetia que ela era dele, e que aquele era de fato o lugar dela. O seu depósito de genes, uma simples chocadeira para seus herdeiros. Não havia prazer para ela, não havia amor.

  Austin parou depois de chegar ao ápice. Desvencilhou-se do corpo da esposa e fechou as calças ajeitando-se satisfeito, parou na frente do espelho e ajeitou os cabelos e a roupa amassada. Jade ouviu quando, Austin tentou abrir a maçaneta trancada, e antes que ele virasse a chave ela correu e escondeu-se no banheiro. Depois do estupro conjugal, ele estava faminto e gritou do alto da escada para que Rosa posse a mesa imediatamente, Jade julgou estar livre para deixar o esconderijo, e apressou-se a sair do banheiro. Entretanto, Austin que ainda estava descendo os primeiros degraus a notou, Jade parou estática sem saber como agir.

 - Sabias que não resistiria a desrespeitar minha regra, sei que estás ao lado dela, mas é a mim a quem deves lealdade. A mando ao olho da rua, entendeu?!

- Sim, senhor. – Jade temeu por Perrie e por si mesma.

- Agora vá, cuide para que Perrie se recomponha e haja como a senhora de respeito que deveria ser.

 Jade não se conteve, e correu para o quarto.

- E mais uma coisa... Diga a sua Lady que abra bem os olhos, e saiba o lugar dela. Não tolerarei este comportamento, as consequências poderão ser ainda piores.

  Austin desceu por fim, deixando Jade assustada. Abriu a maçaneta com exímio cuidado, colocando a cabeça para dentro do quarto e se apiedou imediatamente da situação, imóvel Perrie não pareceu nota-la, não se movia parecia morta, a moça correu em seu auxílio checando-lhe o pulso.

 - Oh me Deus! Perrie, meu Deus, o que aquele homem fez com você! – A voz rasante de Jade, parecia ter-lhe aferido os ouvidos, e a nobre reagiu emitindo um choro baixo clamante. – Oh, eu sinto tanto, venha aqui, venha.

 A criada fez um esforço maior do que poderia conseguir, tentando locomover Perrie e levanta-la, abaixou o saiote de seu vestido rasgado e em péssimo estado. Perrie não parecia ter forças para pôr-se de pé e seu corpo deslizou-se para baixo, para evitar que este se chocasse com o chão na queda, Jade a amparou, fazendo a cair sobre o seu colo, onde permaneceu. A jovem aninhou-a em seus braços e a balançou como uma criança que precisa de alento.

 - Ficará tudo bem, ficará tudo bem.

 

Infelizmente, aquela promessa Jade nunca poderia cumprir.

 

[...]

 

  - Tem certezas do que está pedindo?

- Eu tenho que fazer, não há escolha estou decidida.

   Jesy continuava contrária a decisão de se separar de Perrie que Leigh-Anne tomara, depois de ouvir a companheira lamentar-se por uma tarde inteira a descoberta e repulsa da irmã ao flagrá-la com Perrie no celeiro. Jéssica sabia bem pelo que a amiga estava passando, sabia como era ser encarado torto pelas ruas, ver as pessoas cochichando e rindo pelas suas costas, conjurando-a ao inferno, e apedrejando-a sistematicamente em suas mentes preconceituosas e atrasadas.

 Tentou ajudar, mas Leigh negara determinantemente que ela fosse falar com Anna, como se temesse que Jesy perdesse o controle e a surrasse, mas ela não era daquele jeito. O máximo que poderia fazer seria esclarece-la acerca do amor, jamais chegaria ao ponto de mata-la silenciosamente com um chá, mesmo que parecesse necessário.

 - Está certo, se é isto que queres, vou apressar-me. Deixei as compras da semana para esta tarde, passarei na casa de Jade, que deve estar deixando seu turno na casa de Perrie a esta hora.

 - Ótimo. Apenas oro para que consigam distrair Austin esta noite.

 - Não se preocupe com isto, daremos um jeito. Confie nas minhas ervas, ele dormirá como um diabinho inofensivo assim como Draco e Edgar. Funcionou da primeira vez, não? Deixe por mim, estará tudo ao meu comando.

 - Perrie disse-me que Jade era muito calma, que agia como se tivesse o controle de tudo, vejo que você também é assim, tem uma confiança tão inabalável... Gostaria de ser assim.

- Isto é porque Jade e eu já desenvolvemos nossas duras cascas, já sofremos o bastante para sermos fortes como agora, logo você e Perrie serão assim. Continuem lutando por este amor.

 Jesy passou um dos braços sobre o ombro de Leigh-Anne, encaixando o topo da cabeça dela abaixo do queixo.

 - Eu continuarei, prometo que sim.

 - Logo tudo isso vai acabar pequena, e vamos ser livres para amar quem quisermos amar.

 - Que Deus a ouça, que ele realmente a ouça.


Notas Finais


É isso amores, perdoem qualquer erro, arrumarei quando puder!

Deixem suas opniões e comentários abaixo, é sempre ótimo ouvi-los. Isso é realmente o motivo pra essa história existir, vcs.

Beijaços, e até mais! ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...