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História Amor ou Poder? - Aquele do ouvinte


Escrita por: Mandxs_

Notas do Autor


Oi oi, pessoinhaaaas!!

Cá estou, depois desse comecinho de ano. Espero, com todo meu coração, que vocês tenham amado a primeira vez do nosso casal tanto quanto eu amo! O capítulo passado é, sem dúvidas, o meu favorito! E agora, estamos entrando numa fase importante da história e também espero que vocês curtam!
Sem playlists hoje. E desculpem se tiver algum errinho, eu não revisei completamente.

Aproveitem!

Capítulo 16 - Aquele do ouvinte


Fanfic / Fanfiction Amor ou Poder? - Aquele do ouvinte

Não estacionava seu corpo em um único lugar. Seus pés caminhavam em direções aleatórias e Regina movia-se por toda a área da sala. A mensagem, que recebera pela manhã, avisara que teria sua mãe de volta em algumas horas. Outra, que recebera pelo fim da tarde, alertara que deveria ficar no apartamento de seu noivo, pois lá seria o “ponto de devolução”. Agora, já era noite e seu nervosismo e preocupação só aumentavam. Nenhuma notícia de sua mãe.

- Ela já devia estar aqui, Daniel. – repetiu, nervosa, movimentando-se sem destino definido.

- Sente aqui um pouco. – ele disse, angustiado, direcionando-a ao sofá.

- Por que ela ainda não está aqui?

A resposta não veio do som das palavras pronunciadas, mas pelo toque do celular que tomou o ambiente. Nova mensagem.

“5, 4, 3, 2, 1...”

Campainha. Regina levantou-se apressadamente e abriu a porta do apartamento de Daniel e a figura de sua mãe fez seus olhos transbordarem de lágrimas, puxando-a para um abraço apertado.

- Oh preciosa, eu pensei que aquele inferno nunca teria fim...

- Mãe... – murmurou, entre soluços.

O homem guiou-as para dentro e procurou por algum - inexistente - segundo espectador da cena, antes de fechar a porta e piscar os olhos demoradamente, suspirando aliviado. Cora estava a salvo.

- Eu tive tanto medo... - buscou os olhos marejados de sua mãe.

- Ah querida, - alisou a bochecha da filha – eu também tive muito medo. Só em pensar que eu poderia nunca mais lhe ver, olhar o seu rosto... Nunca mais ver Henry... Eu... – negou, tentando prender o choro e foi envolvida outra vez pelos braços de Regina – Só em pensar, já doeu tanto. Eu não sei se suportaria...

- Está tudo bem agora, mãe. Está tudo bem. – sussurrou, tentando confortar a ambas.

- Graças a Deus, está. – concordou e deu-lhe um beijo carinhoso na testa. – Daniel. – falou, virando-se para o genro, que observava as duas.

- Fico feliz que está bem e em segurança agora, Cora. – abraçou-lhe afetuosamente.

- Eu fico feliz por estar viva. – curvou os lábios, em agradecimento.

- Todos ficamos. – respondeu, indicando que se sentasse. – Vou buscar um pouco de água.

- O que ele fez com você, mãe? – perguntou, enxugando os rastros das lágrimas e sentando-se ao lado dela e segurando suas mãos.

- Eu não lembro direito, devo ter sido sedada... – balançou a cabeça para os lados, franzindo a testa, forçando sua memória. – Mas tinha um quarto escuro, com uma cama estreita... Era tão abafado e úmido, eu me senti sufocada... Obrigada, querido. – agradeceu, dando alguns goles no líquido gelado que lhe fora entregue. – E vozes de homens também. Eles me mandaram calar a boca quando pedi por água.

Regina escutava atentamente e sentia o choro escalar sua garganta mais uma vez, enquanto, furtivamente, também tentava despencar por seus olhos. Daniel olhava para sua noiva e sentia a revolta pelo sofrimento dela misturar-se ao alívio anterior. Arrependeu-se por não ter dados mais socos naquele maldito.

- Ah, quando estávamos vindo para cá, eles me mandaram avisá-la que isso foi só uma amostra de força. Uma amostra do quanto as coisas podem ficar piores.

- Um recado para mim? – a outra mulher perguntou e Cora confirmou. – Ele quis esfregar na minha cara que foi ele! Desgraçado! – esbravejou.

- Nós vamos dar um jeito nisso. O importante é Cora estar aqui conosco. – Daniel tentou tranquiliza-la, deslizando a mão por suas costas.

- Seu noivo tem razão, preciosa. – Regina respirou fundo e olhou para sua mãe. - Amanhã pensaremos nisso. Tudo que eu preciso agora é de um bom banho e uma cama aconchegante. Vamos para casa.

- Não acha melhor passarem a noite aqui?

- Eu agradeço, querido. Mas, eu preciso dormir em minha cama. – ele concordou.

- Vou levar vocês.

____________________

Uma hora antes...

Seus olhos desfocados enxergaram a figura borrada de um homem em pé a sua frente e algo parecido com uma arma apontada em sua direção.

- Então, você quis bancar o 007? – a voz carregada de ironia zombou dele – Pena que a curiosidade matou o gato.

August olhava aterrorizado para a figura do brutamonte antes de focar no cano do revólver que distinguira apontado para sua cabeça. O suor frio encharcava-lhe a camisa e cintilava em gotículas que brincavam em sua testa.

- Por favor... Por favor... – balbuciava, arrastando-se no chão tentando se afastar, mas um pé grande e pesado colocou-se sobre sua perna e o homem sorriu de seu desespero – Por favor, não me mate...

Um clique. Arma acionada. O aperto do gatilho. Dos olhos. A certeza da morte. Um estampido.

- AAAAAA! – August abriu os olhos assustados e sentou-se, num ímpeto, com a respiração desregulada e o peito acelerado. Sua testa reluzia de suor e a dor em seu ferimento causada pelo movimento brusco fez com que uma expressão de dor atravessasse seu rosto e, por instinto, buscou a origem daquilo. Estava com um curativo na coxa direita. Tentou movimentar os braços e percebeu seus punhos amarrados a cama. O que diabos era aquilo?

- Boa noite, belo adormecido.

Ele encarou o homem de curtos cabelos castanhos que adentrou o ambiente e franziu o cenho, em total desconhecimento e desconfiança. Quem era aquele? E onde infernos ele estava? Forçou os punhos mais uma vez e tensionou o maxilar pela dor provocada em sua coxa.

- Melhor se deitar para não piorar isso aí. – apontou.

- Onde eu estou e quem é você? – perguntou, encarando-o.

- Seu salvador, nobre donzelo. – fez graça e o outro lhe lançava faíscas pelo olhar – Você não lembra realmente? – questionou, antes que ouvisse xingamentos.

August continuava a encarar o homem e revirava suas memórias em busca de uma conexão. As imagens surgiam lentamente e, tal qual um quebra cabeças, ele encaixava as peças até terminar o jogo.

- Você me salvou. – murmurou, ao dar-se conta de quem era o cara a sua frente.

- Eu disse que era seu salvador. – cruzou os braços e deu uma curta risada, que não foi acompanhada – Brincadeiras a parte, você se livrou de uma. Está em dívida com a morte.

- Obrigado. Acho que também estou em dívida com você. – meneou a cabeça.

- Isso é verdade e eu vou lhe cobrar isso. – sentou-se na cadeira, tamborilando os dedos sobre a mesa – Primeiro: por que estava seguindo Cora Mills? – questionou. Era certo que também seguira a mulher, entretanto, conseguira invadir o sistema e acessar o GPS do carro tardiamente. De modo que, quando chegou ao local, só avistou os conversíveis sumindo na primeira curva, antes da situação em que o homem se metera, lhe chamar atenção. Por ser fotógrafo de uma revista de fofocas, talvez ele tivesse seguido Cora desde o início.

- Não pode me soltar? – indicou as cordas que lhe prendiam.

- Não agora. Você precisa me responder algumas perguntas. – August bufou – Deite-se aí e aproveite a estadia.

- Inferno! – praguejou, rendendo-se ao corpo cansado e deitando-se.

- Inferno é onde você estaria se eu não tivesse aparecido. Agora me responda e sem poucas palavras, o que estava fazendo?

- Você está sabendo do escândalo na Mills, não? – ouviu um murmúrio em afirmação – Eu estava prestes a ser demitido e conseguir alguma coisa sobre isso era minha salvação, então passei o dia em frente ao prédio da construtora. Mas, tinha muita gente e eu aceitei que não ia tirar nada dali. Resolvi ir pra casa e quando passei na rua por trás da construtora, os carros de Cora e Gold estavam saindo pelo portão de trás. Comecei a segui-los e em certo momento, os dois carros tomaram caminhos diferentes e eu preferi continuar seguindo Cora. Quando chegamos ao Bronx, em uma rua esquisita, o carro parou e eu desci da minha moto e peguei a câmera, me escondi perto de um lixeiro e comecei a fotografar. Cora saiu do carro e entrou em um prateado que estacionou um tempo depois. O meu chefe inventaria alguma manchete e aquilo seria minha salvação. Mas, quando voltava pra ir embora, aquele idiota me deu uma pancada e o resto você já sabe.

Humbert ouvia atentamente e ao escutar o nome de Cora e a descrição do que acontecera, uma engrenagem funcionou em sua cabeça. O sequestro da matriarca Mills.

- Por que Cora entrou em outro carro?

- Eu não faço idéia. Aquilo me pareceu muito estranho também. Mas, como eu disse, meu chefe inventaria alguma manchete.

- Você acha que ela foi sequestrada? - perguntou, estreitando os olhos.

- Só se inventaram sequestro por boa vontade. – riu – Aquilo não era um sequestro de jeito nenhum. Ela entrou no outro carro porque quis. Onde está minha câmera? – sobressaltou-se, após alguns segundos, erguendo seu tronco novamente.

- Destruída. Os destroços ficaram para trás, mas o cartão de memória foi levado.

- Porra! Aquela câmera estava novinha em folha! – desabou o corpo no colchão, bufando.

- Eles levaram o cartão de memória por causa das fotos... - Humbert murmurou para si mesmo, instigando a hipótese que se traçava em sua mente. Ninguém deveria saber do que ocorreu ali, por isso as fotos foram levadas. Eram provas. Provas de que o sequestro era falso.

- Mesmo que eu ainda tenha essas fotos, não importa mais. Já devo estar demitido... – August respondeu ao murmúrio que ouvira.

O alarme soou, despertando-o.

- Você tem essas fotos? – questionou, alarmado, aproximando-se rapidamente da cama.

- Tenho. – respondeu, desconhecendo o motivo do interesse do outro. – Minha câmera era conectada com uma nuvem e enviava as fotos automaticamente. Eu a comprei justamente por isso, porque mesmo que roubassem o cartão de memória, eu ainda teria as fotos.

Puta que pariu! Eram as provas que Robin precisava!”

- Onde estão? – exigiu.

Pelo visto, suas fotos eram mais importantes do que ele imaginou e August usaria aquilo como uma moeda de troca.

- Eu digo, se você me soltar primeiro. – propôs.

- Se eu perguntar pela segunda vez, não será nada agradável. – soou ameaçador.

- Vai me matar? – rebateu.

- Eu te salvei da morte e ainda sou chantageado? – quebrou o clima tenso que provocara a formação. Queria mexer com a cabeça daquele sujeito e perder a sua não estava no processo.

- Eu só quero a garantia que vou ser solto. E ileso.

Humbert soltou uma risada e balançou a cabeça para os lados. Vê-lo tentando parecer firme, enquanto, claramente, tremia por dentro, era engraçado.

- Eu não vou te matar. Na verdade, você e suas preciosas fotos – fez graça, com a entonação da voz – são provas irrefutáveis das quais eu preciso. Portanto, eu te manterei a salvo do cara que quis te matar. Afinal, ele ainda o quer, certo? E em troca, você me dá as fotos. Temos um acordo? – encarou-o, arqueando as sobrancelhas e estendendo a mão.

- Feito. – August respondeu, após pensar alguns instantes. Não tinha muita escolha e aquele cara já o teria matado se quisesse. Além do mais, o que ele disse era verdade, o brutamonte ainda deveria querê-lo morto. Olhou para a mão que lhe era oferecida e depois para a sua, amarrada. Humbert percebeu e riu, retirando um canivete do bolso e cortando a corda, antes de apertar firmemente sua mão.

- Agora tome esse comprimido que está na mesa. – disse, lembrando-se da instrução de Zelena, enquanto soltava a outra mão. – E tome um banho pra tirar essa cara de assustado. – riu - Ali tem um banheiro. – apontou na direção da porta e subiu as escadas, antes que August pudesse falar qualquer coisa. Iria avisar Robin sobre as recentes notícias.

August acompanhou-o até que sumisse de sua vista e ouviu o barulho do trinco sendo fechado. Olhou ao redor e desatou os nós que prendiam seus pés, levantando-se lentamente por causa da dor incômoda que sentia. O curto caminho lhe parecera longo e apoiou-se na pia do banheiro, olhando-se no espelho parcialmente quebrado. Estava um lixo e, definitivamente, precisava de um banho.

[...]

- Pois bem, eu estou olhando para a prova viva nesse momento. – Humbert encarava a carteira de identidade do tal August.

- O que quer dizer com isso? Ele viu o sequestro?

- Muito melhor, ele fotografou o não sequestro.

- Eu estou indo aí imediatamente. – Robin finalizou a chamada e largou o telefone sobre a mesa, sob o olhar atento de Zelena. Aproximou-se dela, animado. – Humbert conseguiu provas sobre o falso sequestro daquela maldita!

- Do que você está falando, Robin? Quem foi sequestrada? – perguntou, confusa, mas sorrindo pela animação do amigo.

- Cora. – os olhos azuis água se arregalaram juntamente com sua boca - Ela forjou um sequestro para Regina pensar que fui eu. Mas, agora eu tenho provas da minha inocência.

- Por isso que Daniel veio aqui, então? – ele confirmou.

- Ela está me envolvendo em um sequestro novamente, Zelena. Mas, dessa vez, eu vou desmascará-la. – sorriu, apertando seus ombros. Sua vibração era palpável e ela sentia-se feliz pela pequena vitória que o amigo obteria. – Eu vou lá e você pode ir pra casa.

- Me mantenha informada.

- Claro. - deu-lhe um beijo na bochecha e saiu, sendo seguido pelo olhar da amiga.

“A previsão do recalque. O indício de um possível colapso ou apenas um rearranjo para estabilização?”

____________________

- Você ainda não conseguiu dormir, amor? – David perguntou, sonolento, ao abrir os olhos e encontrar a esposa recostada na cabeceira da cama, estática.

Snow olhava fixamente para um ponto qualquer do quarto e meneou a cabeça em negação. As palavras que Daniel lhe dissera não saíam de sua cabeça. Se Regina descobrisse sobre a reaproximação de Robin antes que elas conversassem, seria desastroso e, imensamente, doloroso. A amiga se sentiria traída e esse pensamento lhe cortava o coração. Estava perdida num misto de culpa e preocupação.

- Estou me sentindo tão falha com ela, David... – suspirou, fechando os olhos emocionados.

- Amor... – David sentou-se ao seu lado, envolvendo-a num abraço reconfortante. – Nós já conversamos sobre isso, não se sinta culpada. – beijou-lhe a testa.

- Se você tivesse a visto hoje, David. O desprezo, a raiva com que ela falava do Robin. A culpa que ela deposita nele por acusar os pais... Eram tantos sentimentos ruins juntos que... Como não posso me sentir mal por saber da verdade e não poder contar agora?

- Você mesmo se respondeu. Não pode contar agora, mas vai contar em breve. Só esperar os ânimos se acalmarem por causa do sequestro da Cora.

- Ou falso sequestro, vai saber. – recostou a cabeça na cabeceira da cama novamente e olhou para o marido, que mantinha o braço envolvendo-a pelo ombro – Você acha que ela seria capaz de algo tão cruel assim?

- Depois do que Robin me contou, eu não duvido de mais nada.

- É tão difícil de acreditar que Cora seja essa mulher tão má. Mesmo ela sempre tendo sido bastante austera, sempre com regras e convenções sociais para Regina... Ainda assim é difícil aceitar isso. – disse, pensativa. – A gente acha que conhece as pessoas e acaba que elas podem ser totalmente diferentes da imagem que temos. – David concordou, afagando-lhe com os dedos – Eu me preocupo e sinto tanto por Regina estar envolvida nessa situação.

- Eu também. O mundo dela vai desabar...

- Estaremos aqui, por e com ela.

- Com certeza. Agora, tente descansar um pouco. Você precisa. – deitou-se e puxou-a consigo. A mulher apoiou a cabeça em seu peito e abraçou sua cintura, logo, recebendo um cafuné dele. – Amor, você acha que eles vão voltar? Regina e Robin? – perguntou, após alguns minutos.

- Não sei, talvez. – murmurou, de olhos fechados.

- Bom, se eles voltarem, espero que Robin não se incomode por Daniel ser o padrinho do nosso filho.

- Você finalmente se decidiu?

- Sim, construímos uma boa amizade durante todos esses anos. Ele já era nossa escolha e mesmo com a volta do Robin, não posso não chamá-lo. Além do mais, você chamou Regina para madrinha e eles ainda são um casal. Talvez até se casem, não é?

A pergunta foi dissipada pelo ar e David sorriu ao olhar para a esposa e sentir a respiração suave em sua pele. Ela finalmente tinha adormecido. Depositou um beijo em seus cabelos e apoiou a cabeça no travesseiro, fechando os olhos também.

___________________

O luxuoso e confortável conversível preto aproximou-se da construtora e Cora revirou os olhos com a imagem detestável que lhe preencheu a visão. Os malditos repórteres não desistiram e um verdadeiro circo continuava armado. O contraste entre o imponente prédio e a balbúrdia que lhe insultava o requinte faziam sua cabeça latejar.

- Direto para a garagem interna.

A tentativa foi feita, mas o alvoroço que se formou à percepção de sua chegada foi inevitável. Batidas abafadas incomodaram seu ouvidos até que seguranças contivessem as pessoas e a passagem estivesse livre para o veículo. Seus saltos altos ressoaram até que entrasse no elevador. Preparava-se para o sorriso gentil e afetuoso que teria que dirigir à filha quando ouvisse suas reclamações por estar na Mills. Aquele era seu dia de descanso e recuperação emocional, segundo Regina. Uma total asneira.

- Boa tarde, Sra. Mills. – Ruby cumprimentou ao cruzar com a mulher, mas a saudação foi completamente ignorada. Cora não suportava aquela secretária e perguntava-se como a filha conseguia conviver com aquela criatura. Já a teria demitido há séculos.

- Mande Gold vir até minha sala imediatamente. – ordenou, ríspida, pouco importando o fato de que ela recebia ordens diretamente de Regina.

Seu nome gravado na porta ganhava mais intensidade com a aproximação e cruzou-a, por fim. Retirou os óculos escuros e colocou-os sobre a mesa de apoio, juntamente com sua bolsa. Girou sua cadeira e sentou-se, massageando as têmporas da horrenda situação que assistira lá embaixo. Ratos desprezíveis. O silêncio foi efêmero.

- Mãe! O que está fazendo aqui? – Regina ralhou, entrando em sua sala.

Sorriso afetuoso, Cora Mills. Sorriso afetuoso.

- Oh preciosa, você sabe que eu não conseguiria ficar em casa o dia inteiro. – ofereceu-lhe um sorriso afetuoso. Boa atriz.

- Pois que fosse relaxar em algum lugar, não estar aqui! O dia de ontem foi muito traumático.

O sorriso afetuoso mantido. Aproximou-se da filha.

- Agradeço sua preocupação, querida. – fez-lhe um pequeno carinho no rosto - Mas precisamos resolver isso certo. Além do mais, como poderia relaxar com Henry nesse estado? Estou no lugar certo. Aqui.

- Cora! Fico feliz com seu bem estar! – Gold exclamou, entrando no local.

- Não mais que eu. – respondeu, encarando os olhos traiçoeiros do homem.

- Ah, Regina, querida, amanhã teremos nossas notícias tornando-se públicas. – piscou o olho, falsamente cúmplice.

- Do que estão falando? – a mulher mais velha pareceu desentendida.

- Sente-se e conversaremos, Cora.

- Preciso ir para uma licitação agora, mas a senhora não me escapa, mãe. Não irá demorar e eu passarei aqui para irmos para casa. – disse como uma reprimenda e, ao final, sorriu, dando-lhe um beijo na bochecha, antes de se encaminhar para a saída.

- Feche a porta, por favor, preciosa.

Gold manteve-a sob sua vista até que desaparecesse do recinto, selando a entrada após sua passagem.

- Que filha cuidadosa e amorosa você tem, querida! – ironizou, tornando a olhar para a mulher, que revirou os olhos com seu comentário.

- Poupe-me, Gold. Já basta Regina me deixando mil recomendações desde manhã e o maldito escarcéu que essa gente já me causou quando cheguei. – sentou-se em sua cadeira e o homem ocupou um dos lugares à sua frente.

- Mas você está uma excelente atriz! Merece até ser indicada ao Oscar! – A ironia escorria de seus lábios. – Apesar de achar a cena bastante arriscada, a crítica é completamente favorável ao ato.

- Arriscado seria deixar aquele desgraçado com qualquer vantagem. O ódio de Regina só aumentou e eu me livrei das tensões musculares com massagens orientais. Uma jogada de maestria! – sorriu, perversa.

FLASHBACK ON

- Sequestro. – Um sorriso maquiavélico ornou seus lábios.

- Cora, querida, não seja tola. Está insana? Não pode sequestrá-lo. – Gold soou óbvio.

- Mas posso usar a mesma arma para feri-lo mais uma vez. – o homem estreitou os olhos.

- O que está tramando?

- Eu vou ser sequestrada.

Cora também queria obter o título de doutorado em audácia? Refutar a tese.

- Está planejando uma festa surpresa para si mesma? Genial. – zombou.

- Não apenas genial, mas brilhante! – ignorou o sarcasmo do outro – Encherei os balões, comprarei o bolo e o saborearei. E de presente, a culpa recairá sobre aquele marginal e o ódio de Regina aumentará em níveis incalculáveis. Ah, a melhor canção de aniversário que alguém jamais ouviu!

Resumo notável.

- Uma atriz e uma cena de sequestro. Um vídeo como esse causará estragos profundos. Livre-se da mulher depois, faça com que suma. Envie o vídeo para Regina e aprecie o espetáculo. Enquanto isso, estarei em um spa, livrando-me do estresse que a sua incompetência e a de Henry me causaram.

Desenvolvimento a aprimorar.

- Sem polícia. Apenas um aviso singelo.

Aperfeiçoamento.

- E ainda exercerei o papel de vítima.

Anexos.

- Vamos testar seus dotes cênicos, querida.

A execução para aprovação.

- Minha especialidade. – gargalhou, venenosa – Ah Gold, quão inúteis vocês seriam sem mim.

FLASHBACK OFF

A porta entreaberta e a maçaneta apertada por uma mão máscula. O coração acelerado pela informação inesperada. Um ouvinte. Daniel.


Notas Finais


E aí? O que vai acontecer agora?


Até o próximo capítulo! Mhaw!


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