História Amor por acaso - Prólogo.

Ana.

Flashback on.

- Calma, querida. – tia Mari conversava comigo e me abraçava. Eu não estava entendendo o que acontecia, mas sabia que mamãe não estava mais por perto. – Prometo que vai ficar tudo bem. – suas mãos carinhosas acariciaram meu rosto.

- Eu quero a mamãe, tia. – choraminguei. – Por que ela não volta?

- Ela está longe, meu amor. Garanto que vou cuidar de você daqui pra frente. – ela falou e me abraçou.

Flashback off.

As lembranças do dia que perdi minha mãe nunca saíram da minha mente, eu tinha apenas 10 anos quando fiquei orfã, já que nunca conheci meu pai. Minha mãe era dependente de drogas, e isso foi o que acabou com ela. Tia Marizete era a melhor amiga da minha mãe e cuidou de mim, me trouxe pra Londrina e me matriculou no melhor colégio interno da cidade. Confesso que no começo tive medo de tudo aquilo, mas a escola era boa, as pessoas eram boas e logo me acostumei. Nas férias de julho, eu era liberada e podia passar alguns dias na casa dela, e acabei criando uma grande amizade com a sua filha que era da minha idade, a Bruna. Tia Mari tinha outro filho que eu havia visto poucas vezes porque naquela época estudava fora do Brasil, mas sabia que ele era um importante homem de negócios, mesmo sendo só alguns anos mais velhos que eu.

Mas agora as coisas eram diferentes, eu estava com dificuldades e sabia que só poderia recorrer a ela.

Luan.

Tentava sorrir e ser simpático com as pessoas da família da minha esposa, a Jade. Mas hoje tinha sido um dia difícil, duas reuniões, problemas pra resolver, fora a péssima noite mal dormida que eu tive. Porém Jade não ligava pra isso, tudo que importava para ela era poder manter a boa aparência as minhas custas, e isso incluia me obrigar a vir numa festa em comemoração a 30 anos de casados dos seus pais.

Conviver com ela estava sendo cada vez mais complicado e minha família nunca apoiou o nosso relacionamento desde o inicio. Brigavamos constantemente por motivos fúteis, mas eu ainda tinha a esperança de que nosso casamento pudesse ser salvo.

- Vem, Luan. Quero te apresentar a umas amigas da minha mãe! – ela agarrou meu braço e saiu me puxando.

- Ei, já deu por hoje. – falei, fazendo com que ela me olhasse de cara feia. – Estou exausto e você já me apresentou a umas cem pessoas dessa festa, quero ir pra casa descansar.

- Não acredito que vai fazer isso comigo! – sua voz saiu alta, chamando a atenção de alguns garçons. Ah não, ela não daria um escandâlo aqui, agora...

- Isso o que? – questionei

- Me abandonar aqui! Você é meu marido, lembra? Tem que me acompanhar. – ela bufou.

- Jade, eu realmente estou esgotado, vou embora com ou sem você. E vou passar o fim de semana com meus pais.

- Saiba que eu não vou, então. Sua família me detesta!

- Motivos não faltam a eles, não é? Se precisar de alguma coisa, me ligue. Com licença.

Saí da festa e dirigi até em casa, meu corpo agradeceu quando me joguei na cama. Estava cansado, mas algo me impedia de dormir, estava com um pressentimento, uma sensação nova e de repente me veio à cabeça de que eu queria que as coisas fossem diferentes pelo menos neste fim de semana.