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História Amor por contrato - Acredite em nós! - JusJu


Escrita por: FehCivinski

Capítulo 46 - Acredite em nós! - JusJu


Pov Juliana

Todas as vezes que eu disse a alguém que o amava essa pessoa me traiu. As duas únicas vezes que dei meu coração a alguém eles simplesmente o descartaram como se fosse lixo e ai então eu começo a pensar que eu disse “Eu te amo” cedo de mais, ou talvez eles não dessem a mesma importância que eu a essas palavras. Para eles foi apenas como dizer “saúde” quando alguém espirra, foi apenas automático e sem qualquer significado. Me olhar no espelho me faz questionar o quão idiota eu fui, eu sabia, eu sempre soube o que fazer, tinha todas as regras enumeradas em minha mente, mas em um momento elas apenas foram esquecidas, eu mesma fiz questão de não lembrar e agora elas gritam na minha cabeça.

1 - Certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá;

2 -  Manifeste suas ideias e planos, para saber se vocês combinam;

3- Certifique-se de que quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra;

4 - Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar;

5 - Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco. Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado;

6 - Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário;

7 - Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo. A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem;

Droga eu sabia todas as regras, eu estava as ensinando a ele e eu mesma me deixei ser fraca. No fundo, bem lá no fundo eu sabia que esse dia iria chegar, o dia que esse amor iria me corroer completamente a ponto de me destruir. Não fui o suficiente mais uma vez, mas o que eu esperava? Eu já fui trocada uma vez, porque seria diferente agora? Não sei, só sei que essa sensação ta doendo tanto. Eu achei que aquela dor que Carlos me causou era grande, mas nada se compara com a dor e o estrago que Justin esta me causando agora, ele me destruiu e sinto que não há mais nada inteiro dentro de mim, estou em pedaços.

 Me dediquei completamente, cometi mudanças extremas em minha vida, incluindo jeito de ser, jeito de tratar as pessoas, acabei mudando a minha própria rotina. Tudo isso com o intuito de me encaixar a ele, ao seu jeito de ser. E no final disso tudo advinha o que aconteceu? Ele se foi, só me restaram os arrependimentos,  por ser tão burra. Me arrependo de ter os atendido naquele maldito dia, por ter o ajudado quando estava bêbado, por tudo.

 Eu tinha tanto com o que me preocupar, eu tinha tantos planos, a minha dor era o que me lembrava todos os dias o porque de estar aqui, então Justin me apareceu naqueles piores dias, naqueles dias que ainda se tem relações passadas inacabadas, mesmo confusa, não, eu abri a guarda porque algo me dizia que ele era diferente. Eu só não sabia que sua chegada na minha vida seria tão importante, não sabia que seria tão duradoura, e numas dessas me apaixonei pelo seu jeito destemido, determinado de ser e pelo simples fato de não conseguir decifra-lo com aquele gosto de mistério no final, do tipo que não age conforme manda o script da minha cabeça.

 Mas também acredito que ele realmente seja tudo o que pensei que fosse, mas não era pra mim, nunca vai ser para mim. Me sinto uma estranha em meu proprio corpo. Eu olho fora da grande janela de vidro que tem uma visão privilegiada de NY. Mas por que eu não consigo lembrar que já estive aqui? Eu se quer lembro como minha mãe conseguiu me convencer de me mudar, olho as paredes brancas e sem qualquer graça, me sinto tão cansada, meu corpo parece desgastado, minha alma parece ter saído do meu corpo e eu sou apenas o que restou, vazia de qualquer sentimento... Eu noto os olhares para mim como se eu fosse cair a qualquer momento, eles esperam que eu chore, grite, mas eu não quero fazer isso...

- Você está bem meu amor?

Minha mãe para do meu lado me olhando, ela espera que eu diga qualquer coisa.. Forço meu sorriso falso, eu tinha até esquecido de como usa-lo, achei que ele não seria mais necessário, mas olha ele aqui no meu rosto de novo, acho que dessa vez ele permanecerá por muito mais tempo... Me vejo diante de perguntas como essa a todo o tempo e tudo que posso fazer é trinca os dentes, olhar para cima e começar a dizer a mim mesma que se eles me virem chorando, aquilo vai magoá-los, e não vou ser nada mais que uma tristeza na vida deles. Eu não devo me transformar numa mera tristeza, então não vou chorar. Repito tudo isso para mim mesma enquanto olho para o teto. Aí engulo em seco, mesmo que minha garganta não queira, olho para a pessoa sorrio.

- Sim, eu estou bem mãe...

Não queria dizer que sim, mas também não queria dizer que não e ver seu olhar de pena para mim. A única pessoa que sabe da verdade sou eu mesmo... Ninguem pode me ajudar, ninguém pode me salvar, então é melhor encurtar o assunto, pra não perder tempo explicando. Explicando ou não, quem vai entender? A verdade é que pela primeira vez desde que cheguei aqui eu não tenho um plano, minha vida esta tão deprimente, tá diferente e ao mesmo tempo a mesma coisa, tá estranha, tá irritante, tô enjoada.

Eu preciso recomeçar,  mas por onde? Eu preciso sair desse lugar, fugir, eu não sei por quanto tempo eu vou consegui me manter de pé e por mais forte que esteja tentando ser eu já não tenho espaço suficiente para guardar tudo que sinto sem deixar que nada escape... Me sinto cansada, cansada de fingir que sou uma fortaleza, cansei de demonstrar ser algo que não sou, cansei de reprimir meus sentimentos, fingir que não sinto, fingir que não dói. Dói e dói muito.

 Odeio demonstrar meus sentimentos, errei ao me deixar tão vulnerável, mas mesmo assim  prefiro fingir que não sinto, prefiro fingir ser forte. Porque todas as vezes que demonstrei sentimentos, não deram valor, não se importam com eles, simplesmente me trocaram quando seu brinquedo perdeu a graça. Mas não da pra fingir pra sempre, chega uma hora que simplesmente não conseguimos mais demonstrar algo que não somos e infelizmente temos que mostrar nosso lado frágil, nosso lado que está completamente rachado, quebrado, estilhaçado, mas se isso vier acontecer eu prefiro que seja longe de todos os olhos... Bem longe dos olhos dele.

 Eu me apaixonei, não tive pretensão, mas também não me neguei a ter sua companhia enquanto eu ainda era algo pra ele, estou cansada de saber o quão previsíveis são as pessoas, pelo menos quando se refere a mim, mas aceitei alguns dias de felicidade mesmo sabendo que em troca teria uma eternidade de dor por amar demais. Deixa eu tentar explicar, quando se ama alguém, não se esquece. As pessoas geralmente se transformam em uma lembrança bonita,ou uma ferida mal curada, uma cicatriz no peito. Eu sabia de tudo isso e mesmo assim não desisti e arrisquei seguindo em frente, mesmo que se passem anos eu irei lembrar dele, do modo que seus olhos me enganaram quando me fizeram acreditar que me amava.

Talvez não tenha a figura fixa do seu rosto, mas lembrarei do seu nome, lembrarei o quanto era feliz ao seu lado, eu gostaria de arrancar isso do peito, mas não queria esquecer, e isto é meio contraditório porque não existe maneira de lembrar dele sem que não doa...

- Venha almoçar querida!

A voz da minha mãe soa gentil, Will se colocada ao meu lado e seu braço esquerdo cobre meu ombro me acolhendo junto ao seu corpo.

- Sinto muito Will...

A culpa me toma, eu deveria ter notado todos os sinais em neon que meus amigos e minha mãe me davam, eles praticamente gritavam e eu como uma estúpida tapava olhos e ouvido, cega e hipnotizada por aquela voz que mais parece um maldito cantar de sereia que me chamava e os olhos que mais pareciam brasas.

- Hey, você é a única vitima, estarei sempre com você!

- Não podia ter outro melhor amigo! - Pisco.

- Não me venha com essa ou você acha que não percebi que andou me trocando por um certo atorzinho barato!

Este é meu melhor amigo ciumento, Will em sua melhor versão, ele consegue arrancar um pequeno sorriso, mas acho que mais pareceu uma careta.

- Vem, vamos comer a comida da dona Luiza, estou curioso.

- Você vai lamber os lábios meu rapaz! Com quem você acha que essa mocinha aprendeu a cozinhar?

- Mãe, você me ensinou apenas a fazer macarrão instantâneo, a Jô me ensinou a cozinhar lembra?

- Não seja ingrata Juliana Alencar...

- Você dizia que eu nunca precisaria cozinhar, eu era uma legítima Alencar..

- E realmente nunca precisou..

Ela dá de ombros, calçada em seus caríssimos sapatos eu não posso acreditar que ela cozinhou vestida assim, é uma cena engraçada de se ver, o mais incrível que ela não tem qualquer respingo de molho, ela ainda se parece a Dona Luiza Alencar, a empresária nascida em boa família que nunca precisou realmente ir até a cozinha. Mas ainda assim esta aqui, do meu lado quando me sinto sozinha, minha mãe sabe que por de baixo da minha mascara existem só cacos, e ela esta disposta até a cozinhar e qualquer outra coisa para mim.

[...]

Estou encarando a tela do meu notebook buscando coragem para pesquisar, eu sei que pode ser minha alto destruição, mas eu realmente preciso ver, talvez assim eu consiga lembrar tudo que aconteceu e finalmente eu consiga preencher esse espaço vazio da minha mente.

- Você vai mesmo fazer isso? Dê um tempo a você mesma querida.

A voz da minha mãe soa atrás de mim e sinto suas mãos afagar meus ombros e eu respiro fundo, parte de mim não quer ver, não quero, bem lá no fundo talvez ainda reste uma pequena esperança que tudo seja apenas um engano e eu sei que quando eu ver as fotos tudo se vai por completo, qualquer respigo de esperança vai morrer. Sinto saudade, apenas isso.

 Não tenho como controlar, digito o nome dele e clico em buscar, minha tela fica repleta de fotos e quase como insanidade meu coração bateu e mesmo sem querer sorri. Sorri um sorriso que me transportou para o passado, para onde tudo era sereno e seguro, não queria rolar o mouse e continuar lendo, vendo. Um dia me disseram que quem ama de verdade nunca desiste, acho incorreta essa frase, quem ama de verdade desiste sim, mas não deixa de amar, quem ama de verdade não consegue encontrar a felicidade em outro alguém, mas aprende a viver sorrindo mesmo estando incompleto e me sinto assim no momento, eu o deixei para que ele realmente fosse feliz. Entreguei os pontos, retiro meu time de campo mais uma vez, estou pulando fora desse barco, mesmo sabendo que estou indo pro fundo sem ele, eu estou remando sozinha, enquanto Justin cruza os braços e fica nessa indecisão de com quem quer estar, e de quem ama.

 Não posso continuar assim, eu estava disposta e enfrentar qualquer coisa por ele e por nós, mas uma traição é de mais para mim, realmente eu não posso ficar com alguém que ama outra pessoa e apenas se sente confortável em estar comigo, ele continua amando a Selena, essa traição só nos mostrou que nada que eu fizer será suficiente, vai ser ela nos pensamentos e no coração dele ao final de cada noite. Mesmo com essa dor, admito o amo mesmo, talvez só por mais um dia ou quem sabe um ano inteiro, ou uma vida. Nunca se sabe. Olhos ainda presos e então tomo coragem para olhar todas as fotos e as notícias e lá estava tudo que temia ver, ele parecia tão feliz naquelas fotos e por mais egoísta que possa ser eu não queria vê-lo feliz daquela forma, não com ela. As pessoas são cruéis em seus comentários. Chega! Eu já vi o que queria, fechei minha pagina de pesquisa, a dor me tira o ar e sem querer as lagrimas invadem meus olhos.

- Juliana, filha!

Minha mãe me abraça e limpo rapidamente as lagrimas refazendo meu rosto, não quero chorar. Ela já esta preocupada de mais.

- Onde esta Will? - Pergunto tentando mudar de assunto e fingir que estava bem.

- Esta na sala. Filha você quer conversar? Querida estou aqui, fale comigo.

- Vou ficar bem mãe, eu só preciso lembrar que não posso continuar sendo tão idiota e quem sabe eu tenho a sorte de nunca mais me apaixonar por ninguém.

- Eu sei que você está cansada de se sentir magoada, mas posso te dizer que você não é a única. Infelizmente muitas pessoas passam por isso e superam...

- Eu sei, essa dor é essencial para me fazer, minha vida meus pensamentos e meu futuro. Me sinto cada dia mais fria mãe, pode parecer ruim, mas tem suas vantagens.

- Eu sei que esta doendo, mas..

- Sim está. Mas não se preocupe, isso só vai me fazer ficar com os dois pés atrás quando alguém dizer que me ama, e isso não é ruim, pode ter certeza.  Vai ser uma das minhas melhores defesas contra decepções, vou ficar mais forte para enfrentar esse mundo.

- Meu bem, você não tem culpa de ter o coração bom o bastante para acreditar nas pessoas, não tem culpa de dar voto de confiança e elas o quebrarem, sem ao menos pensarem duas vezes. A culpa não é sua. Não mude seu jeito de ser porque pessoas não souberam valorizar, quem perde não é você. Use todos esses acontecimentos pra aprender a viver, viver confiando,  mas sempre desconfiando. Digo por experiência própria, já fui feita muitas vezes de idiota e nem por isso deixei de viver. A vida é rara meu bem, não perca a chance de ser feliz por pessoas que não lhe acrescentam nada. Seja feliz por você e não se deixe abater por nada e por ninguém.

- Vou ficar bem... Obrigada por estar aqui mãe.

- Seu pai também gostaria de estar.

- Eu sei, e eu os amo por isso, sei que não venho sendo uma filha muito compreensiva, mas eu realmente amo vocês.

- Só saiba que não precisa fazer tudo sozinha.

- Agora eu sei...

Abraço minha mãe com todo amor que sinto, ela esta fazendo muito por mim, eu sei que ela deixou seus negócios só para estar aqui comigo e me ajudar a enfrentar qualquer coisa que precise, eu sempre achei que deveria provar a minha família que poderia conseguir qualquer coisa sozinha e o que eu nunca percebi é que eles já sabiam disso e ainda me deixaram tentar provar algo que eles já sabiam. Talvez eu mesma duvidava de mim, eu precisava provar a mim mesma que poderia conseguir realizar meu sonho sem depender de qualquer ajuda do meu pai ou que meus sonhos não estavam ligados ao Carlos, esse foi meu único jeito de fugir dos meus próprios medos.

- Mãe?!

- Sim...

- Vou voltar para o Brasil com você..

- O que? Porque?

- Minha família está lá, eu vou ser responsável para ajuda-la com os hotéis.

- Juliana e seu sonho e suas fotografias? Estar aqui é tudo que queria.

- Mas eu também vejo que fui muito egoísta, vocês precisam de mim, os meninos estão ajudando o papai e você agora vai ter a mim, eu quero ajuda-la, eu quero voltar mãe.

- Juliana, eu não sei o que dizer, você sabe o quanto desejei que você assumisse a empresa, mas não quero que faça isso desistindo do que ama fazer, eu quero que seja feliz querida.

- Eu serei. Vou falar com Will, ele esta sozinho.

 Saio do quarto caminhando até a sala onde vejo meu amigo largado no sofá no seu jeito mais preguiço de ser, ele esta distraído olhando a tela do seu celular como se ali tivesse algo mais do que interessante, e algo em seu rosto me deixa preocupada. Falta-lhe algo, ele parece triste, eu não quero ver Will triste, ele precisa de mim e estou aqui por ele assim como seu que ele esta por mim, meus amigos e minha família são meu refugio agora, é para onde devo ir para esquecer qualquer dor e eu sou para eles o que precisarem e agora devo esquecer um pouco minha auto piedade e cuidar das pessoas que realmente merecem meu amor e minha atenção.

- E ai grandão! - Me jogo no sofá e coloco meus pés sobre ele.

- Como você está?

- Estou melhor, não quero que se preocupe comigo, eu sempre fico bem. Eu quero saber de você, quero que me conte porque você a Suzi pareciam brigar aquele dia no hospital e por que esta triste?

- Não é nada..

- Qual é? Vamos me conte...

- Não finja que esta bem Juliana, eu vejo nos seus olhos.

- Will, esta doendo, mas vai passar. Mas eu quero conversar com meu amigo, quero saber o que esta acontecendo.

- Eu e Suzanna terminamos, nunca daria certo.

- O que? Porque? Will por favor não me diga que você traiu minha amiga?!

- Não, claro que não, eu respeitei ela...

- Então o que houve?

- Foi bobagem, nós brigamos porque ela deixou o Bieber entrar no seu quarto quando sabia o que ele tinha feito, e ai uma coisa foi levando a outra e acabamos falando coisas que não queríamos.

- Há droga Will, você não pode brigar com sua namorada por minha causa cara. Vocês se amam, e ela não tem culpa de nada, eu ainda não lembro o que aconteceu antes do acidente e eu sei o quando Justin pode ser convincente. Por favor, não deixe seu namoro terminar por bobagem.

- Não é bobagem Juliana, ela é sua amiga também, não poderia ter feito aquilo.

- Will, esqueça isso e concerte as coisas com sua garota, eu posso ver que esta sofrendo, não vale a pena esse orgulho todo.

- Não é orgulho.

- Você sabe que é. Não pode ficar assim por minha causa, já basta um de nós estar com o coração partido.

- Vem aqui, me deixa cuidar um pouco da minha melhor amiga...

Ele me puxa para um abraço aconchegante, eu não sabia que estava precisando até aquele momento. Ficamos em silencio apenas entendo o que o outro estava sentindo.

Ao final do dia Will já tinha ido embora, minha mãe trabalhar e eu me distraio com um filme antigo que passa na TV. E parece que quando chega a noite tudo se torna mais insuportável. A dor ficar mais insuportável, a saudade, a distância, a vida chega a perder a cor e a ficar sem sentido. Não é que durante o dia as coisas sejam melhores, não é isso, é que durante o dia, tudo aparenta ser mais suportável, a dor não te afeta da mesma forma, a saudade não é tão perturbadora, sabe, é como se quando o dia fosse acabando, cada parte que faz de você um ser humano propício as dores mundanas, fossem tomando forma e tamanho e então se deixa fechar os olhos e lá esta ele novamente.

 Lembranças que não me deixam, ele vem, me abraça por trás, e diz que sentiu minha falta, me puxa pela cintura e diz que estou mais linda do que nunca, a voz dele parece tão viva e sorrio ao lembrar que ele sempre dizia isso quando ainda vestia sua camisa e com um coque mal feito no cabelo, o sorriso ainda esta em meu rosto quando sinto seu abraço. E nesse momento o tempo para. As borboletas do meu estomago começam a dançar e meu coração de alguma forma me avisava que ainda é ele. E eu me pego desejando que dessa vez o meu coração estivesse certo.

Abro meus olhos novamente e me vejo sozinha ainda na grande sala vazia, ainda esta passando o filme antigo na TV e sinto uma necessidade daqueles abraços e daqueles beijos. Sinto necessidade da presença dele. Ele jurava que seria pra sempre, e eu nunca quis tanto que uma pessoa estivesse certa ao afirmar algo.  O casal do filme parece tão perfeito, ele a  chama para dançar e ela questiona que não tem música. Ele começa a fazer um som com a boca, com uma mão segura sua cintura e com a outra sua mão, e começa a guiar, estou tão quebrada que aquele filme idiota esta me fazendo chorar por que me faz lembrar ele, me faz lembrar que ele disse que fui a melhor coisa que apareceu na sua vida e eu ainda sinto uma vontade absurda de explicar a ele que se aquele sorriso não tivesse aparecido em minha vida, mundo estaria cinza, como esta agora.

[...]

Uma semana sem saber o que é sair na rua, os porteiros avisam que a quantidade de paparazzo esta diminuindo, e talvez agora eu consiga voltar a viver a minha vida normalmente. Estou cansada de olhar para as paredes, estou farta de assistir filmes e comer, é isso que tenho feito ultimamente, eu preciso respirar e tirar algumas fotos.

- Vai sair hoje? - Minha mãe pergunta ainda preocupada.

- Vou, consegui um jeito de sair pelos fundos, ninguém me verá.

- Eu posso ligar...

- Não, não quero nem um segurança, já conversamos sobre isso mãe, a ideia é voltar a minha vida normal.

- Vai a Universidade?

- Não, já liguei e pedi para trancar meu curso.

- Juliana...

- Esta feito mãe, voltarei para o Brasil com você, hoje só vou tirar algumas fotos.

- Já contou a seus amigos?

- Não, mas vou. Beijo, volto logo..

Sai antes que entrássemos em mais uma discução sobre eu voltar para o Brasil, minha mãe é contraditória, antes tudo que mais queria é que tomasse uma posição sobre assumir os negócios e agora que eu realmente quero tenta me fazer desistir, mas já decidi, tenho sido por muito tempo egoísta com minha família, eu posso trabalhar na empresa da minha mãe ter a fotografia apenas como um hobby, eu posso fazer isso.

 Caminho até o elevador, mas desisto e vou pela escada, evito algumas coisas e ainda posso fazer um pouco de exercício... Chego a garagem e saio do prédio pela saída de funcionários, ninguém me verá, óculos escuros e um boné também vão me ajudar. O ar gelado toca minha pele, em quanto caminho pelas ruas eu já posso ver os primeiros enfeites natalinos sendo colocados, essa cidade fica tão mágica nesta data, o cheiro dos pinheiros torna ainda mais perfeito, o clima, o sorriso das pessoas são inexplicáveis e eu começo a fotografar.

 É tão bom caminhar mais uma vez entre elas como apenas mais uma anônima, eu tento capturar muitas cenas e que vão me fazer lembrar disso no futuro, agora não são mais para trabalhos, minhas fotos só serão lembranças de uma parte da minha vida nessa linda cidade. Eu nem vejo a hora passar, me sento na grama ainda verde do parque e vejo as fotos que consegui. Me sinto como estivesse no meu primeiro dia em NY, tudo era tão novo, tão cheio de expectativas e mesmo quebrada eu tinha planos, acho que consegui conquistar boa parte deles. Vou sentir falta daqui.

Me levanto e decido caminhar pelo parque e conseguir mais fotos, e ao olhar o cais meu corpo para, engulo a saliva nervosamente e pisco algumas vezes, eu deveria ter ido em qualquer outro parque menos esse, é como se tivesse voltado no tempo. Justin esta mais uma vez de pé encarando o mar a sua frente, aquele mesmo olhar perdido em seu rosto, a mesma tristeza que o vi a muito tempo atrás. Mas dessa vez eu fiz o que deveria ter feito na primeira vez, me virei e decidi ir embora antes que ele me visse.

 Hoje estou melhor que ontem e amanhã estarei melhor que hoje, mas ainda assim não posso vê-lo, doi e sempre vai doer cada vez que lembrar. Não posso mais ficar aqui, caminho apressadamente e aceno para um taxi, ele para e eu entro sentindo meu corpo tremer, arrisquei de mais em sair de casa. Dito meu endereço e em quarenta minutos o carro para diante a minha entrada, pago a corrida e caminho apressadamente. Antes de entrar eu ainda vejo os flash atingirem meu rosto e em segundos estou cercada, mas sou socorrida pelos porteiros e seguranças do prédio. Meu coração bate freneticamente.

- A senhora esta bem dona Juliana? - Um dos seguranças pergunta.

- Sim, obrigada.

- Eles estão ai dias, nós já chamamos a policia, mas não estão fazendo nada contra lei então.

- Eu entendo, obrigada.

 Eu nunca mais vou ter uma vida normal nessa cidade. Ao entrar no meu apartamento estou pálida, mas sinto o alivio ao ver minha mãe, tenho vontade de chorar no colo dela e assim corro para seus braços me deixando aconchegar.

- O que aconteceu querida?

- Nada, eu só precisava do seu abraço.

- Você tem visitas...

A solto e me viro, Zac esta aqui, eu não o via desde que sai do hospital, corro até ele me jogando em seus braços com saudade, ele me acolhe de forma protetora e beija meus cabelos,  eu senti falta, mas ele não atendia minhas ligações.

- Você não me atendia... - Fungo.

- Estive resolvendo algumas coisas que me tiraram o tempo, mas não sabia que tinha voltado para seu apartamento.

- Se me ligasse saberia, o que esta fazendo aqui?

- Vim busca-la para um jantar.

- Jantar? Não, não quero sair, nos podemos jantar aqui mesmo.

- Não seja deselegante filha.

- Vamos lá, é só um jantar, eu te espero.

 Ele pisca e eu acabo cedendo ao olhar repreensivo da minha mãe e ao inegável olhar do Zac, tenho falado muito com Will é bom poder falar também com meu outro amigo.

 

 

 

 ~ Pov Justin ~

Tinha até esquecido como era andar de taxi, mas hoje foi necessário, não quero nem foto minha chegando, eu preciso ser o mais discreto possível. Paramos nos fundos do restaurante, desço do carro e meus dois seguranças já me esperam junto ao gerente.

- Sr. Bieber é sempre um prazer recebê-lo em nosso restaurante.

- Obrigado!

- Sua mesa está pronta senhor.

- Você entende o quão discreto eu quero? Não quero qualquer desconforto com fotos.

- Sim senhor, sua mesa está localizada no melhor local, ninguém os verá eu posso garantir.

- Agradeço.

O Gerente me conduz para dentro do restaurante por um local onde só vejo os chefes e garçons que pelo modo que me olham foram instruídos a fingir que não estou aqui, eles são muito profissionais e não demonstram qualquer coisa, simplesmente agem como se estivem sozinhos. Seguimos até uma mesa localizada no canto do restaurante que só há uma parede de vidro nos separando dos outros clientes.

- Eles não podem lhe ver senhor, mas senhor pode ter uma visão completa.

- Interessante, Mas tem certeza que não podem me ver?

- Sim senhor.

- Ok!

Puxo uma cadeira e me sento, meus seguranças se posicionam em ambos os lados com os olhos atentos. Minhas mãos soam e bato os pés no chão nervosamente, eu não sei  o que estou fazendo aqui.

- O que senhor deseja algo?

- Não, vou esperar minha acompanhante.

- Sim senhor.

Ela esta atrasada o que me deixa ainda mais impaciente, olho o relógio a cada minuto, mecho no meu celular até que finalmente a porta se abra e ela esta aqui, com seu sorriso e olhar tímido.

- Desculpa a demora doçura.

- Tudo bem. - Me levanto puxando a cadeira para que ela se sente.

- Isso me faz lembras os velhos tempos, que bom que aceitou meu convite...

- Sel, eu estou curioso, achei que as coisas já estava resolvidas e claras entre nós.

- Sempre curioso, mas podemos fazer o pedido?

- Claro.

Ainda não entendi o motivo que Selena insistiu tanto para esse jantar quando minha vida esta a maior confusão e tudo que não quero é mais uma foto nossa juntos circulando pela internet e fazendo com que Juliana me odeie ainda mais.

 O garçom surge e anota nosso pedido, eu só vim porque ela disse que era importante, poderíamos ter essa conversa na minha casa, mas esta cercada por paparazzo esperando qualquer furo. Ela parece nervosa assim como eu, conversas educadas, mas eu sei que ela quer saber sobre a Ju, eu posso ver a curiosidade brincar em seus olhos, mas ela se contem.

 O garçom nos serve e por um segundo me pego lembrando a primeira vez que vi os olhos verdes e assustados da minha garota, o modo que nos serviu a primeira vez, ela estava tão linda, mesmo sendo atrevida, como eu sinto saudades, como eu desejo voltar no tempo e refazer aquele dia, eu poderia ter a chamado para sair como um casal normal, sem contratos e sem dores e brigas, seria apenas eu e ela destinados a ficar juntos, eu e minha garçonete sincera.

- Você parece triste Justin.. - Sel quebra o silencio.

- Há você acha? - Sorrio ironicamente.

- Não há qualquer chance para nós não é mesmo? - Ela diz e sua voz soa triste.

- Eu lamento por aquela noite, eu realmente sinto muito.

- Confesso que achei que poderíamos ficar bem, nós sempre ficávamos.

- Sel, eu não quis te machucar aquela noite eu fui um babaca.

- Você nunca me disse o motivo que te fez ir no meu aniversario quando sua namorada estava tendo um grande noite.

- Você me chamou a este jantar para perguntar isso?

- Não, eu te chamei para esse jantar porque queria ter uma ultima noite agradável com você antes de você me odiar para sempre.

- Eu nunca vou te odiar.

- Sim você vai.

- Porque eu te odiaria? Não faz sentido, eu que fui canalha com você e com a Ju, eu mereço que vocês me odeiem.

- Antes de responder sua pergunta eu preciso que responda algumas minhas, por favor Justin, eu preciso saber.

- Tudo bem.

- O que significava aquele contrato? Se seu namoro com ela era mentira porque esta sofrendo tanto?

Respiro fundo buscando uma resposta lógica e clara, como devo dizer que tudo que fiz porque a queria de volta? A essa altura até eu estou achando estupidez.

- Juliana estava me ajudando a te reconquistar, nós não tínhamos nada, era só pra te fazer ciúmes. Eu sei que você deve me achar um louco, mas você tinha me deixado e eu estava confuso e ela queria me ajudar, ela realmente tentou, mas chegou a um ponto que ambos não podíamos mais fingir, eu me apaixonei.

- Não restou nada do amor que sentia por mim?

- Sel, eu amava você, amei por muito tempo e foi lindo o que tivemos, mas com a Juliana é algo que não tem explicação, é o maior sentimento que já senti por alguém, é um sentimento sem nome. Aquela noite do seu aniversario eu estava cego de ciúmes, eu achava que ela tinha alguma coisa com o Zac, eu só queria que ela sentisse a mesma dor que eu estava sentindo ao vê-la com outro.

- Você é tão idiota.

- Eu sei. Isso é tão estranho de conversar com você...

- Sim é estranho.. - Ela sorri - Mas é bom podermos ser verdadeiros um com outro, me faz lembrar de quando éramos só amigos.

- Nós podemos ser amigos...

- Posso ver pelo modo que escolheu o lugar para nos falar...

Ela sorri e me faz sorrir lembrando o quanto fui cuidadoso em escolher o lugar, mas eu não posso arriscar. Em meio a nossa conversa pedimos a sobremesa e Selena relembrava de como costumava ser divertida nossas conversas, eu nem lembrava do ultimo jantar que tivemos sem brigar.

- Você lembra daquela vez que você misturou ketchup no seu sorvete? Quantos anos você tinha mesmo? - Sel, gargalhava.

- Dezesseis!

- Aquilo foi nojento. Mas foi naquele dia que você me pediu em namoro.

Ela me olhava nos olhos com seu sorriso encantador nos lábios, eu lembro desse dia, ela estava tão linda e eu estava nervoso com medo de sua resposta, é tão engraçado lembrar disso, estamos da mesma forma nesse momento, olhos nos olhos, Selena ainda esta linda, mas algo esta faltando, o amor que sentia por ela já não preenche meu coração e a olhar agora não me traz qualquer nervosismo.

 Quebro nossos olhares e desvio minha atenção para fora do vidro, o sorriso em minha face desaparece instantaneamente e sinto como se meu sangue parasse de circular, sentado nessa mesa escondido das outras pessoas e em um segundo eu posso ter a visão da mulher mais linda do mundo atravessar a porta do restaurante e é essa mulher que me faz suspirar, babar e até excitar, cabelos longos e brilhosos, sorriso perfeito, corpo escultural. Aquela pessoa que parece que Deus falou “Essa vai arrancar suspiros” e realmente ela arranca, os olhares de cada homem do lugar esta nela, e eu grito dentro de mim “Ela é minha”.

 Ela passa em câmera lenta na frente da parede de vidro e eu quero aproveitar cada segundo até ela sair de vista, mas ela não sai, o garçom puxa uma cadeira para que ela se sente, sua mesa esta diante de mim, a poucos metros, meus olhos estão presos nela, temos apenas essa parede de vidro nos separando, Juliana não faz ideia que estou aqui, ela não me vê, mas eu não quero tirar meus olhos dela.

 Eu posso ver que Selena curiosamente se virar para saber o que tem minha total atenção, posso ver o visível desconforto de meus seguranças e o discreto olhar que eles trocam. Talvez, eu possa dar apenas um “Oi”, eu só quero ouvir sua voz, me levanto subitamente decidido a ir até sua mesa, mas meu corpo congela quando vejo o sorriso dela se abrir para ele, Zac Efron, ele a envolve em seus braços, meu coração parece parar de bater e o ciúme esta gritando insanamente dentro de mim, ela fecha os olhos ao abraço dele, - Ela fechou os olhos, ela gosta do abraço dele – Respiro com dificuldade, a gravata em meu pescoço parece sufocar, sinto como se as paredes de vidros estivessem se aproximando, eu não tinha um ataque de claustrofobia a muito tempo.

- Justin você está bem? - Selena se levanta.

- Aqui esta muito quente, eu preciso respirar, preciso sair daqui...- Digo em pânico.

- Hey, se acalme, olhe para mim, olhe para mim Justin e respira devagar.

- Não posso, eu não consigo, preciso sair daqui, abram a porta..

- Justin, se acalme por favor, esta tudo bem. Respira, feche os olhos e imagine que esta no parque, tudo aberto e você esta livre.

Fecho meus olhos e não consigo pensar no parque, a única coisa que vem na minha mente  é estar dentro do elevador, o pânico ainda me domina, mas eu sinto a mão dela tocar a minha e seus dedos entrelaçar os meus, eu lembro de como isso me deixavam tranquilo porque eu sabia que não estava sozinho, eu sabia que ela estava do meu lado e sua tranquilidade me davam paz.

 Aos poucos minha respiração vai normalizando e abro meus olhos, ela ainda esta ali, bem diante de mim e ainda assim tão distante, eles conversam e ele fala coisas que a fazem sorrir e eu sinto inveja, inveja do jeito que ela o olha, do modo de suas sobrancelhas se levantam quando esta tão concentrada no que ele diz, o modo que morde, passa a língua nos lábios antes de falar algo, eu estou perdendo minha garota a cada segundo, a cada gesto e doi saber que foi por culpa minha.

- Eu a perdi.

- Sobre isso que quero falar com você, eu sei que te magoei Justin, eu sei disso e nada que eu disser vai mudar as coisas.

 

Selena fala, mas eu não consigo escutar, ainda observo cada gesto e cada sorriso  que Juliana dá, eu vejo o modo que Zac a olha, é como eu olho. Me aproximo ainda mais do vidro desejando toca-la, mas é as mãos dele que deslizam sobre a mesa alcançando as dela, eu só desejo que ela o afaste, mas não o faz, posso ver a satisfação nos olhos dele, ele esta levando minha garota. Estou quebrado em mil pedaços, mas ela não me vê, fecho meus olhos, não quero enxergar, eu estou cego, porque ela é tudo o que eu vejo... Estou rezando, para que seu coração volte atrás. Isso não parece certo, era eu quem deveria estar com ela, porque eu posso ama-la mais do que isso.

 Quando ele a toca eu sinto a morte dentro de mim, isso não é certo, se eu gritasse, ela me veria?  Ela não faz ideia de como me sinto desde que me deixou, todas as ligações, todas as mensagem sem qualquer resposta. Mas se eu ligasse agora, nesse exato momento ela me atenderia? Resgato meu celular e disco seu numero as pressas, assim ela vai afastar as mãos dele. O celular chama e eu posso vê-la busca-lo em sua pequena bolsa, o sorriso ao encarar a tela desaparece, e em um segundo ela apenas me ignora mais uma vez e a dor esmaga meu peito.

- Justin? Você esta me ouvindo?

Selena pergunta e eu não faço ideia de qualquer palavra que ela tenha dito, minha cabeça parece que vai explodir e eu não quero mais continuar aqui, não posso mais suportar qualquer segundo de tortura, minha vontade é chegar até aquela mesa e arranca-la de perto dele, mas foi meu ciúmes que nos trouxe a onde estamos.

- Podemos ir embora? - Pergunto caminhando até a porta.

- Você não me ouviu não é?

- Selena, você já teve seu jantar, mas agora eu realmente preciso ir embora.

- Eu disse que nós não transamos Justin, você não traiu a Juliana.

- O QUE? MAS... MAS!?

- As fotos? Você estava bêbado de mais, eu te levei para o meu quarto e tirei sua roupa, foi o dia mais humilhante da minha vida. Quando te coloquei na cama você disse “Eu te amo” e eu achei que era para mim, eu te beijei, mas você disse: “Você mudou de perfume?” e eu respondi que não, eu sempre usei o mesmo perfume e então você disse que não gostava do meu cheiro, foi então que percebi que não estava falando comigo, você achava que eu era ela, você a chamava e eu me senti horrível porque eu queria você, eu queria que você me quisesse como sempre quis e naquele momento eu me dei conta que eu te perdi para sempre, mesmo bêbado você a desejava, nem o meu perfume você gostava.

- Por que você fez isso Selena? Você destruiu minha vida, você me fez acreditar que eu trai a Ju, você fez todos acreditarem, você tem noção de quão cruel você foi? De quanto sofrimento você nos causou? Droga! A Ju sofreu um acidente, ela quase morreu.

- Eu fui cruel? Só eu? Justin você esfregou essa garota na minha cara, você também me fez sofrer, tudo que eu fiz foi porque eu te amo.

- Você não ama, você nunca me amou, você foi egoísta porque me viu sendo feliz com alguém que eu amava e que me ama também, você me deixou. Quantas vezes preciso te lembrar?

- Justin não!

- Vem, você precisa contar isso a ela, agora!

Agarro sua mão e a puxo para fora daquela sala de vidro, chega de sofrimentos, chega de ficar longe da minha garota, estou tomado pela raiva eu quero que Selena grite a todos que eu nunca trai a Ju, eu nunca quis perde-la.

 Caminho apressadamente entre as pessoas, os olhares estão em nós, Selena não tem escolha, eu não consigo entender como fui capaz de sentir algo por alguém tão egoísta e manipuladora como ela. Quando me aproximo da mesa meu corpo para bruscamente, Juliana esta com os olhos cheios de lagrimas, ela encara seu celular e eu posso ver o horror em seus olhos, ela entrega o aparelho a Zac e ela se levanta, pegando suas coisas da mesa apressadamente, até que seus olhos param em mim, eles estão tomados por lagrimas que vão até minhas mãos presas na mão da Selena, eu as solto rapidamente e tento me aproximar, eu quero colocar em meus braços e arrancar qualquer dor que a faça chorar, eu quero dizer que todo nosso sofrimento vai acabar junto com todas as mentiras que nos separaram.

- Ju?!

- Vejo que finalmente vai parar de negar Justin, vocês realmente foram feitos um para o outro.

- Ju por favor, não tire conclusões precipitadas.

- Vamos Ju, você não precisa passar por isso.

Zac Efron a puxa pela mão e caminha para longe de mim, isso não vai ficar assim, eu não posso deixa-la ir sem ouvir a verdade. Todas as pessoas nos olham, umas tiram fotos e filmam com seus malditos celulares, Selena esta congelada atrás de mim.

- Eu não posso fazer isso Justin.

- Você pode e você vai.

Caminhamos logo atrás e seguimos até o estacionamento, Juliana esta entrando dentro do carro e eu corro para alcança-los, ela precisa me ouvir.

- Eu posso explicar ou melhor a Selena vai contar toda a verdade.

 Ela me ignora fechando o vidro e eu bato para que ela o abra, Zac esta tentando ligar o carro, mas eu me coloco a sua frente, meu coração esta destruído e tudo que quero que ela entenda que apesar de todos meus erros e as imperfeições que tenho eu ainda quero ser seu homem. Eu sei que conversar não é fácil para nós com todo mundo a nossa volta, mas isso é importante eu preciso gritar e chamar sua atenção para que ela me escute. Finalmente ela é vencida e desce do carro.

- O que você ainda quer Justin? Me deixa em paz e volte ao seu jantar romântico com sua namorada.

- Só me escuta, por favor você precisa saber que...

- Eu não quero saber de nada, hoje eu lembrei, eu lembrei de cada detalhe Justin, tudo que aconteceu. Do jeito que falou comigo, dizendo que eu te trai, você tratou como uma vadia e santificou a Selena, mas quer saber vocês se merecem.

- Eu não estava em jantar romântico, por favor nós precisamos conversar. Diga Selena, diga tudo que me contou.

- Deixe ela em paz Bieber, você já fez estrago de mais..

Mas uma vez aquele filho da Put* se metia e minha paciência estava a um fio, eu não posso ouvir qualquer coisa que ele diga, eu não posso nem mais suportar vê-lo tão próximo.

- Cala a boca babaca, fica bancando o amiguinho, mas é um falso, estou cansado de você se meter então fica sua.

- Você esta certo Bieber, esta na hora dela saber.

Que merda ele estava falando? Ele caminha até se colocar a frente dela, ela nos olha assustada, seus grandes olhos verdes estão perdidos, mas eu rezo que ele não tente toca-la, estou farto de todos entrarem em nosso caminho.

 - Juliana eu amo você, estou apaixonado por você desde o momento que vi você naquela galeria de artes, eu quero cuidar de você, eu não sou como ele, sei que esta magoada e frágil, mas eu tenho paciência.

O silencio reina naquele estacionamento, e eu não posso acreditar que ele fez isso, meus olhos estão em Juliana tentando estudar sua reação, preciso saber se ela gostou, se ela dirá que também o ama, ela esta completamente em silencio, abre a boca algumas vezes, mas não emite qualquer som.

 Não posso mais suportar, a raiva esta fluido de meus poros e sem pensar em qualquer coisa eu avanço sobre ele, trocando socos, não aguento mais ninguém interferindo em nossas vidas, é como se acertar um belo soco naquele imbecil me deixasse um pouco mais calmo, eu tenho tanta coisa guardada, tanta raiva presa, ouço os gritos da Juliana e da Selena pedindo por ajuda, mas não me importo, ele também consegue me acertar alguns socos, sinto meus seguranças nos separar, eu lembrava que eles estavam aqui.

- Fica longe dela entendeu? - Grito.

- Você teve sua chance, quer saber, entrega isso ao seu amigo e mande lembranças minhas, mas se eu fosse você dava uma olhada no conteúdo.

Ele sorri limpando o sangue de sua boca. Juliana e olha e balança a cabeça negativamente, me solto do segurança.

- Não vá com ele. Eu não trai você Juliana, é tudo mentira, eu posso explicar.

- Pede a sua namorada para cuidar desses ferimentos, não ficará bem pela manhã. Adeus Justin.

Ela se vira e caminha para o carro onde ele a espera com a porta aberta, eu fico aqui parado olha a ir embora mais uma vez e agora com ele.

Volta pra mim, o seu lugar é do meu lado. Eu queria pedir pra ela ficar, mas não o fiz. Lembrei que uma vez me disseram que quando alguém te ama de verdade, esse alguém fica. Fica do seu lado, na sua vida, fica com você. Fica sem que você tenha que pedir, implorar ou choramingar por isso. Quem te ama, acredito eu, não vai embora. Permanece. Eu ainda acredito no amor, eu ainda acredito em nós, e eu espero que ela também acredite.



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