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  3. 015

História Amor por contrato (Triplo Imagine - Monsta X) - 015


Escrita por: JeonSakura

Notas do Autor


Aaaaah era pra isso aqui estar maior, mas o app fez questão de apagar o que eu tinha escrito aaaaaah odiozinho (¬_¬)ノ
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Boa leitura~

Capítulo 16 - 015


 

Resultado: não dormi. Eu caía no sono leve e as palavras daquelas duas coisas viam-me em mente. Cheguei a ver imagens de certas... Coisas. Meio desconexo, eu acho. Talvez minha mente idiota ficou tentando me passar algum tipo de mensagem subliminar e eu ignorei simplesmente. Acordo antes mesmo de meu celular despertar feat. David Correy. Não sei a hora exata, mas já que estou acordada, vou tomar meu tão, agora infrequente, banho demorado e aproveitável. Junto minha toalha e tudo de sempre. Para aproveitar esse curto momento de felicidade, e me ajudar a enrolar embaixo d’água, vou dar uma domada nessa fera que chamo de cabelo.

 De baixo do chuveiro ligado, encima da toalha dobrada encima do balcão da pia do banheiro, meu celular torna a bipar de forma incessável.  Qual é? Não é possível que eles tenham acordado tão cedo. Melhor, que estejam com os olhos pregados na tela a essa hora. Suspiro meio pesado demais, desligo o chuveiro, me enxugo com a toalha antes de utiliza-la enrolada nos cabelos e vestir um short moletom acompanhado de uma regata clara. Saio do banheiro e quase congelo pelo choque térmico; sinal de que meu banho foi quente demais. Com o celular em mãos, verifico as notificações e quase que o jogo no chão. Esse estranho só pode tá zoando com minha cara.

 

 Desconhecido trouxa:

 - Bom dia princess!

 - Sei que tá cedo, mas ser responsável pelo dormitório da nisso

 - Não ter anfitrião também dá nisso

 - Aproveite seu dia!

 - Mesmo que seja ao lado daquela lombriga (¬_¬)ノ 

 

 Tá brincando né? É alguém do campus? Do dormitório masculino? Responsável por lá? E eu, por algum acaso, conheço alguém de lá? Pergunta idiota essa. O trio abelha não conta (Shownu, Joo Heon e Wonho). Bloqueio o aparelho e o coloco dentro do bolso de trás do meu short. Bastante indisposta, desço as escadas para encontrar, como a muitos dias não fazia, Cha arrumando a mesa do café. Sem hesitar ou pensar, abraço a mulher mais velha dentre todas e a loto de beijinhos pela bochecha. 

 — Não faça mais isso, Cha! 

 — Fiz tanta falta assim? – pergunta rindo. Essa gordinha não tem ideia do quão importante ela é.

 — Não faz ideia! – exclamo libertando-a de meu aperto e logo me sento frente ao banquete que eu não via a dias.

 Parando pra refletir por um momento, Cha nunca nos disse sua idade. Pela aparência da única loira natural residente, lhe dou no máximo 30. Seu rostinho fofinho parece estar em ótima conserva. Sobre a mesa, omeletes que me parecem miragem, biscoitos, café, leite, chá e frutas. Acho que morri e estou no Eden. Sem mais esperas, cato alguns dos rolinhos de omelete e os degusto com muito prazer. Cha sai ao ouvirmos duas batidas na porta. Com sua ausência, Sakura e Yun Jin descem e têm a mesma reação que eu ao verem a mesa do paraíso.

 — Ah como eu amo essa gordinha – afirma Yun Jin servindo-se de café.

 — Bom dia princess – Sakura me cumprimenta e lhe sorrio em resposta. Minha boca se encontra ocupada demais agora.

 Ambas descabeladas, o que mostra a ausência de banho diurno. Sakura comendo seus biscoitos maisena derretidos no leite, como sempre, e tendo os olhos quase que pregados. Se não me engano, Sakura é a que tem os menores olhos entre nós, sendo Kris a mais olhuda (tá certo isso editor?). Cha volta sorrindo e com um papel em mãos. Há essa hora só pode ter ser da diretória. Ai vem coisa. Nós três a olhamos em espera de explicações, essas que não me parecem boas. Sinceramente, a direção da faculdade não sabe o que são boas notícias.

 — Fala logo mulher! – exclama Yun Jin pela enrolação da loira.

 — Calma exaltação. O campus entrará em processo de reforma em certos locais então não terão aula nessa semana. E estão pedindo para os residentes não ficarem no campus por esse período – a loira lê o papel em mãos e faz uma pequena careta ao termina-lo. – Reforma de jardinagem? Desde quando isso?

 — Por que temos que sair? – questiona Sakura fazendo Cha voltar a reler o papel a procura da resposta.

 — A reforma é por haver muitas abelhas e besouros pelo campus. Parece que alguns alunos reclamaram por serem alérgicos – explica Cha ao se sentar junto de nós. – Provável que querem evitar que sejamos picados, já que vão fuçar no lar dos pobres incertos – ah, Choi Yoon Cha, a defensora de incertos. 

 — Alergia a abelha? Coisa de gente fresca – rebate Yun Jin. – Pelo menos temos uma semana livre. Agradeço aos riquinhos mimimi.

 — Eu não posso ir pra casa! – Sakura exclama com um certo tom de desespero, o que gera-me curiosidade. Maldita curiosidade.

 — Não? Por quê? – pergunto me ocupando em servir-me com o maravilhoso chá que Cha tanto sabe preparar.

 — Minha tia deixou a infeliz da Umeno lá em casa – responde seguido de um revirar de olhos.

 — Aquela que grudou amoeba no seu cabelo? – não tenho certeza de quem seja. Mas Sakura tem uma prima da idade dela que adorava cutucar o cabelo da colorida. Vai entender.

 — O próprio demônio. Por culpa daquele capeta feminino, eu fui obrigada a cortar meu cabelo quase num chanel acima dos ombros. Depois daquilo, nunca consegui deixar ele crescer mais. Não quero ter que olhar para aquele protótipo de ser humano de novo – sua resposta faz Yun Jin rir de forma escandalosa fazendo Sakura fechar o semblante. Mas isso não parou com as risadas da outra colorida.

 — Você não retrucou? – pergunta diminuindo na gargalhada.

 — A tia Tou é pior que a filha – digo. Lembrando-me daquela velha do mal, ela costumava comprava cupcake para Umeno e lhe entregava SEMPRE na minha frente. Eu era uma criança fissurada em bolo, isso era maldade. – Era capaz da Sakura terminar careca se ousasse tocar no cabelo lambido da Umeno.

  — Tou? Isso não é nome masculino? 

 — Ela diz que é unisex – Sakura finaliza e se levanta. – Meu cú. Pra zoar meu nome na primavera ela não mede esforços. Já que não tem jeito, vou com o Shownu.

 — Vou pra casa – acompanho minha amiga até a cozinha com o prato e copos sujados e os deixamos dentro da pia. – O que vai dizer pra convencer sua mãe? 

 — Não sei. Ela vai ficar uma fera quando souber que temos uma semana livre e não vou ir vê-la – Sakura faz uma careta, provavelmente ao imaginar o que está prestes a ouvir da mãe. – Porém, não há lugar no mundo onde eu e Umeno possamos dividir. Vou dar um jeito.

 — Quero ver o que eu vou arrumar quando ela vier me perguntar de você – minha sentença deixa ambas pensativas enquanto subimos a escada para o corredor de quartos. – Qualquer coisa eu adoeço seu namorado – sugiro gerando uma risada engraçada vinda de Sakura.

 — Vou usar essa também – finalizamos nossa conversa quando a colorida entra em seu próprio quarto.

 Ao entrar no meu cantinho único, retiro o celular do bolso e o jogo sobre a cama bagunçada. Abro a janela e dou de cara com um belo sol fixo no céu sem nuvens. O tempo anda bem instável nesse começo de mês. Arrumando minha mochila, desisto da ideia de ligar para minha mãe avisando minha ida.  A teoria de uma surpresa ser mais agradável me convenceu mais. Já que essa semana não terei a companhia de nenhum dos meninos, está tudo bem em ir, certo? Desde quando me importo com a opinião deles? Trouxa como estou demonstrando ser esses dias, eu pegar celular e abrir o chat do grupo (grupo esse que não junta mais tanta mensagem por eu sempre responde-las na hora; mais um momento trouxa para o pote) só aumenta o nível. O máximo que faço é avisar que estou indo para a minha casa e jogo o aparelho dentro da mochila com os fones acompanhando. Uma semana. O que fazer?

 Pegado o necessário e guardado tudo da minha maneira, essa sendo a mais rápida possível, me retiro do cômodo e dou de cara com Pyo Lee fechando a porta do próprio quarto. Travei aqui. Meu corpo não quer andar pra frente e minha mente está gritando as palavras, rudes ao meu ver, que desferi para a acastanhada aqui presente.

 — Bom dia? – isso realmente soou como uma pergunta. Sinto-me uma anta.

 — Hm, dia – recebo uma resposta de certa forma, se não totalmente, automática no modo educado sem educação.

 A mais alta segue escada abaixo, ainda de pijamas deixando uma eu ainda congelada. O barulho da porta do quarto de Sakura batendo é o que me acorda pra realidade.

 — Que cara é essa? Viu o Jay Park descendo por essas escadas? – a vaca ainda debocha.

 — Haha hilária você. Já pensou em trocar de curso? Procurar algum curso de palhaço – rebato.

 — Ui, onde aprendeu a afiar a língua? – minha amiga (se é que posso chama-la assim) começa a rir e só para quando o celular começa a tocar tendo Jay Park cantando You Know junto de Okasian. – É minha deixa – ganho um beijo na testa de despedida e logo Sakura está a ponto de deixar o recinto. –  Ah! – mas para antes de pisar no primeiro degrau. – Vai ter uma apresentação do nosso grupo na mesma boate de sempre. Nesse domingo. Se vira e vai – fala como se eu frequentasse aquele lugar todo fim de semana. E, como de costume, não sou avisada e sim ordenada.

 — Ainda irei te defenestrar – digo em alto e bom som para que a vaca me presenteasse com o dedo do meio junto de um sorriso. Bipolaridade.

 Ajeito minha mochila nas costas e me guio até o primeiro andar me encontrar com os demais. Todos de pijamas discutindo sobre terem acordado cedo à toa. Aproximo-me do sofá onde acontece o furdunço na intenção de avisar minha saída para nossa governanta.

 — Ei, princess, como vai ir pra casa? – de repente, Kris me enfia no vuco-vuco.

 — De ônibus, oras – pela primeira vez, mais um, eu digo algo em tom óbvio.

 — Vai comprar a passagem na hora? – indaga Yun Jin e eu aceno positivamente. – Viu, não precisa de chilique.

 — Não é chilique, pense nas estatísticas! – grita Ma Ju. Não faço a mínima ideia do que está rolando aqui. Encontro Cha e me despeço. 

 Fora do dormitório há um formigueiro de alunos, tanto parados quanto andando. Arrumo a papete (essa que resolvi tirar de baixo da cama mais uma vez) em meus pés e me preparo para seguir rumo ao ponto de ônibus, mas uma mão me impede.

 — Princess! – viro-me a encarar o dono da voz conhecida e vejo Shownu junto de Joo Heon e um garoto que não me é estranho. – A Sakura já saiu? Eu não a encontro – o Mr. Músculos solta meu antebraço e me viro totalmente de frente a eles. O sem nome de trás começa a acenar freneticamente de modo alegre e sorrindo aberto. Esse rosto... É um dos guris do grupo de dança do Shownu! Ah memória de elefante.

 — Ela saiu quando você ligou.

 — Mas ela não atendeu – diz virando o boné para trás, sinal de nervosismo.

 — Liga de novo. Do jeito que ela é deve estar tão desnorteada quanto você – um sorriso me é dado em agradecimento pela ideia. O estranho foi o beijo na testa dado pelo mesmo. É a segunda vez isso. Shownu tá aprendendo manias demais com a Sakura.

 Meio voada pela cena ocorrida a pouco, me viro para seguir meu caminho principal, mas paro por sentir uma presença grande do meu lado esquerdo. Inclino minha cabeça o suficiente para ver Joo Heon andando distraído olhando para frente, carregando despreocupação consigo. Automaticamente paro meus passos e fico a encara-lo.

 — Parou por que? – questiona parando junto a mim.

 — Você... Pra onde vai?

 — Pra casa, dã – eu odeio, do fundo das veias, a idiotice do Joo Heon. Não mais que a retardadice do Chang Kyun. 

 Dou de ombros (gostei de ter adquirido essa nova habilidade) e volto a andar. Meu objetivo inicial era ignorar a presença do loiro. Mas, além de ir para o mesmo ponto que eu, ele também pegou o mesmo ônibus. Tudo bem, vamos para a rodoviária, normal. Em meu pré destino, na fila para comprar o bilhete, e o senhor covinhas também o faz. Isso já está estranho. Com minha maior arte (ignorar o meu redor) entro no ônibus ainda seguida por Joo Heon. Ai já é demais.

 — Qual é a sua Joo Heon? - viro-me pra trás onde coincidentemente, ou não, o loiro se encontra.

 — O que foi Rapunzel? Feliz em saber que moramos na mesma cidade? – pronto, era o que me faltava. Volto a minha compostura, não sem antes bufar em descrença, e abro minha mochila pronta para tomar meus fones e celular.

 Assim que tenho posse do aparelho, esse acende com a chegada de mensagens. Sem me importar, deixo o telemóvel sobre meu colo e me ponho a desembolar os fones. Nesse mesmo instante, por alguma razão desconhecida e relevante de certa forma, minha audição parece se aguçar. Péssima sensação; ter que ouvir pessoas mastigando, unhas roçando no couro cabeludo, aquele bup irritante que o teclado faz ao ter alguma tecla pressionada. Respiro fundo e volto a atenção para o desembolar dos fios em minhas mãos. O bup de teclado para no mesmo segundo que meu celular bipa mais uma vez. Nisso eu já parei de mexer nos fones. Os bups voltam e cessam trazendo mais um bipe ao meu celular. Curiosidade atiçou com tudo. Apoiando a mão sobre a cadeira almofada, me levanto na tentativa de encontrar quem digita. Meus olhos se prendem ao ver Joo Heon com os dedos frenéticos a digitar. Não... Não pode. Descrente, sento-me de volta a tentar me concentrar nos fios embolados. Impossível cogitar ser Joo Heon o esquisito que me manda mensagens. Se bem que não; ele gosta de atormentar-me pessoalmente, resolveu fazer isso virtualmente também? Não seria surpresa. Mas o desconhecido trouxa disse ser quem cuida do dormitório, Joo Heon não me parece ter essa capacidade. Quem me garante que não é mentira? Arg, idiota!

 Consigo focar 100% na briga de meus dedos com esses fios que estão parecendo ser impossíveis de se desgrudarem. Subitamente, uma mão toma meus fones de minhas mãos e um corpo é jogado de supetão no banco jaz vazio do meu lado. Incrédula olho para minha direita pronta para soltar o verbo, ou tentar. Mas ao ver quem é, o nível de minha incredulidade aumenta e isso evita que minha boca se abra.

 — Toma – o algodão doce devolve meus fones desenrolados e eu ainda não me convenço de sua presença aqui.

  — O... O que faz aqui? – tomo meus fones sem desviar meus olhos do olhar negro de um dos meus namorados (poderia colapsar cada vez que falo isso).

 — Companhia para minha namorada – sua explicação vaga é seguido de um selar em minha bochecha. Eu teria reagido de alguma forma se não estivesse ocupada demais tentado decifrar o que está ocorrendo aqui.

 — Mas..  Mas você não...? – não sei nem como terminar minhas falas.

 — Shh – o indicador de uma das mãos alheias alcança os próprios lábios sinalizando silêncio e segredo.

 Deixa eu ver se entendi: ele pretende ir comigo para minha cidade, escondido de Ki Hyun e Hyung Won? Essa ideia faz meus olhos se arregalarem de forma intensa gerando uma risadinha abusada de Min Hyuk.

 — Você é doido – digo levando o mão até minha boca a tampando enquanto deixo-me cair na gargalhada. – Como soube onde eu estaria?

 — Sei tudo, quase tudo, sobre você, preciosa – uma piscadela me é mandada e volto a rir de forma mais singela. 

 Espera... Ele vai ter que ficar na minha casa? Que? Minha mãe vai cortar meu pé fora. Era o que eu achava até chegarmos em minha casa, depois da troca de farpas pelos olhos entre Joo Heon e Min Hyuk quando um descobriu a presença do outro. Ainda bem que isso acabou assim que saímos do aeroporto. Eu ainda não esqueci sobre essa ideia estúpida de ser Joo Heon quem está caçoando com minha cara por mensagem. Em casa, bati na porta de forma hesitante, quase que mandando Min Hyuk ir dormir no banco da praça central da cidade.

 — Meu bebê resolveu desencalhar e arrumou um modelo logo de cara! – e é assim que minha mãe nos recebeu após o algodão doce se apresentar como meu namorado. – Sorte que troquei sua cama por uma de casal. Parece que eu senti sobre você vir. Intuição de mãe! – exclama animada causando um rubor intenso em mim e Min Hyuk.

 — O que quer dizer com isso mãe? – questiono com a voz carregada de medo da resposta.

 — Assim vocês não terão que dormir amontoados um encima do outro.

 — Mãe, você não... – a animação encarnada me interrompe esbanjando felicidade.

 — Não precisam se conter só porque estão na minha casa. Eu não vou estar aqui o dia todo – por favor, não diga. - Sintam-se em casa – por favor, não diga. – Não me importo de saber que minha filha dorme com um rapaz. Ainda mais sendo tão bonito como você – ela disse.

 Minha mãe puxa uma das bochechas vermelhas de Min Hyuk o deixando mais acanhado ainda e eu estou pronta para ser engolida pelo chão.

 — Mãe! – a repreendo fazendo-a rir alegremente. – E outra, nós não... – mania do cão de me cortar.

 — Eu tenho que ir. Meu plantão começa em minutos – dito isso, a grisalha joga a mochila roxa nas costas e, antes de sair, distribui beijos na minha testa e em Min Hyuk. Esse que deve estar com todo o sangue do corpo concentrado somente nas bochechas.

 — Desculpa por isso – suspiro e retiro a mochila de minhas costas e largando, literalmente, sobre o sofá. – Ela se empolga com tudo e nunca deixa os outros se explicarem.

 — Tudo bem – Min Hyuk parece soltar o ar que segurava o que o ajuda a voltar a cor normal aos poucos. – O erro foi meu em vir do nada, mas eu nem pensei quando a ideia de assim eu poderia ter minha semana com você – não sei o que me fez corar mais: minha mãe ou essa explicação do algodão doce.

 — E o Hyung Won e Ki Hyun? – questiono por curiosidade, mais uma vez.

 — Acham que fui pra casa da minha vó – ou seja, ele mentiu. Mentiras sempre terminam em merdas.

 — Isso vai dar ruim.

 — Provável, mas não vou me arrepender – confiante e alegre, como sempre. – Tem problema eu ficar aqui? Sabe, posso procurar um hotel, ou sei lá.

 — Não tem hotel por aqui. Na verdade, não tem quase nada por aqui. Minha mãe não costuma jogar fora os objetos que ela troca. O colchão de solteiro deve estar por aqui ainda – minha resposta o faz suspirar. Não entendi o porque disso. – O que foi? – a única forma de matar minha curiosidade é pergunta, né?

 — Nada demais. Entendi que não se sente confortável para dormir na mesma cama que eu, – suspira pausando seu diálogo – mas eu não me importaria. Sei que você também não irá, em breve.

 — Te mato agora ou deixo para o anoitecer?

 — Eu vou esperar, não se preocupe – mais um para minha lista de defenestração. – Sou um ótimo namorado, não? – na folga, habitante do corpo alheio cuja eu não sabia da existência, Min Hyuk segue para o único corredor da casa de um andar somente. – Qual desses é seu quarto? – reviro os olhos como um hábito que já estou me acostumando.

 — Onde foi parar o algodão doce tímido de segundos atrás? – pergunto após tomar minha mochila do sofá e me juntar a ele dando continuidade até a terceira porta, está sendo meu quarto.- Vou chamar minha mãe aqui pra trazer ele de volta.

 — Bom, existe o Min Hyuk e, agora, o algodão doce. Minha personalidade muda de acordo com o modo que sou chamado – sorri descarado.

 — Ah tá bom, fulano – dito abro a porta amarronzada num tom escuro.

 Meu quarto se encontra praticamente idêntico ao que eu me lembro. Um guarda roupa de duas portas na cor branca, sendo uma espelhada; a porta do banheiro usado por mim minha mãe, já que o quarto dela também tem uma entrada para o mesmo banheiro; pôsteres dos meus ídolos, tanto feminino quanto masculino, e fotos minha e da Sakura ocupando a maior parte das paredes; embaixo da extensa janela sem grades, uma cama agora de casal. Ah, lar doce lar. Fazia tempo que eu não pisava aqui.

 — Travou aí? – questiono assim que percebi a ausência de Min Hyuk no cômodo

 — Por que tem tantos... Homens no seu quarto? – isso me faz franzir o cenho.

 — Como assim? – antes de emitir qualquer palavra, o indicador direito de Min Hyuk sinaliza o redor do cômodo.

 — Esses diversos homens em diversas poses – uma careta é posta em sua face gerando a mim uma risada estrondosa. – Estou tentando encontrar a graça.

 — Você tá reclamando dos meus pôsteres? Fala sério algodão doce. Tá vendo ali? – aponto em direção ao meu amado pôster da Grazy Grace. – Não é só homem – ele revira os olhos e resolve entrar e tomar o lugar do meu lado.

 — Cheio de marmanjo nos encarando. Te encarando – um ênfase é dado ao pronome posto a mim.

 — É papel, Min Hyuk. Sem estresse – finalizo. – O banheiro fica ali – aponto para a porta branca depois de perceber a forma como ele parecia procurar por algo. A mochila é deixada encostada no guarda roupa e o algodão doce segue até a porta indicada. – Fala sério – inconscientemente, ou não, um sorriso toma posse de meus lábios por achar uma graça o acontecimento ocorrido a pouco. Eu não deveria achar isso fofo. Certeza.

 Como previsto por mim, o colchão está debaixo da minha mais nova cama. O puxo dali sem dificuldades, apenas analisar sua situação. Meio acabado.  Cruzes, como eu dormia nisso? É quase o mesmo que estar deitada direto no chão. Talvez se eu colocar alguma colcha por cima, afofe o suficiente para alguém conseguir dormir sobre ele. Deixarei isso para a descoberta de Min Hyuk.

 — Esse roupão de morangos me deixou com fome – comenta, provavelmente, do roupão que minha mãe mantém para si desde que me entendo por gente. Mesmo ele não cabendo nela. – Eu não tomei café da manhã.

 — Se tem uma coisa que vale nessa cidade, é a torta de creme de ovos – digo sorridente. Tão nostálgico. – Depois dessa, até eu que já comi, fiquei com fome – chuto o colchão de volta para debaixo da cama. Sobre essa, cavuco minha mochila até encontrar uma gominha para meu cabelo. – Você paga, contando que você quem é o visitante – alerto assim que ambos saímos de meu quarto para a sala.

 — O que? Isso tá ao contrário, não? – acho que senti uma rala descrença em seu tom.

 — Claro que não – cato as chaves, que costumavam ser minhas, do lugar próprio dela e de outras mais e abandonamos o recinto dando de cara a encarar uma rua movimentada com mais pessoas a pé e bicicletas do que carros. – Serei sua guia aqui e isso não será gratuito – sorri ao final da frase e me pus a prender minhas madeixas compridas demais.

 — Arrumei uma namorada mercenária, é isso mesmo? – diz rindo. Eu não consigo tirar o sorriso do rosto. Socorro.

 Caminhamos para a esquerda direcionando-nos para um de meus lugares favoritos nessa cidade tão pacata quando eu. Gostaria muito de encontrar a mãe da Sakura, mas ela deve estar em plantão, assim como minha mãe. É certo que vou encontrar o pai dela na padaria, já que ele é o padeiro abençoado. Imagino a reação dele ao me ver depois de dois longos anos.

 — Ei – uma voz feminina soa atrás de nós e nos viramos para encontrar uma garota quem não faço a mínima de quem seja. – Olá~ – ela realmente arrastou o cumprimento voltado ao Min Hyuk do meu lado. – Você veio! A Sakura também veio? – quem caralhos é esse ser, pelo amor?

 — Ah, não – monossílaba mesmo, pois pretendo prosseguir caminho.

 — Hm, tudo bem. Obrigada – a garota que me parece ser mais nova, simplesmente sai saltitante. Aqui uso minha mais nova habilidade: dou de ombros. Eu amo fazer isso!

 — Amiga sua e da Sakura? – Min Hyuk questiona ao voltarmos a caminhar.

 — Não. Não tenho amigos, você sabe. Eu nem sei quem era aquela – digo simplista. Um sorriso enorme toma meus lábios ao entrarmos no estabelecimento. A última vez que estive na cidade, que foi nas férias de fim de ano, eu não encontrei o pai da Sakura pelas redondezas, por esse motivo faz tempo que não nos encontramos. – O que vai querer? – o pergunto após nos apossarmos de duas banquetas em frente ao balcão central da padaria.

 — O que a preciosa me indica? – sinto um tom de animação em sua voz. Isso me anima mais. Vai ser legal partilhar do que me faz bem com alguém.

 — Além da torta de creme de ovos, sugiro o chá de canela com maçã – olha a careta ai.

 — Canela não, credo. Vou de café com leite, okay? – sorri apenas.

 Não demorou para sermos atendidos e estarmos nos ocupando em comer. No meio do nosso café da manhã, este sendo meu segundo do dia por pura gula, Min Hyuk inventou de tirar foto. Não sou a maior fã disso, neguei e até atrapalhei as tentativas do garoto de tirar alguma minha. Ainda mais sozinha. Mas ele não desistiu, porém eu sim. Não aguentei ouvir tantos “por favor” numa voz fofa falhada.

 — Minha flor! – uma voz alta e rouca que eu conheço bem, ecoou por todo o estabelecimento fazendo com que eu interrompa meu lanche para poder fitar um homem baixinho vindo até mim.

 — Tio! – exclamei o abraçando de forma forte e sufocante. – Está careca! – minha observação me gera uma risada alta e um coroa carrancudo.

 — Você não mudou nada – sou solta do amasso para receber um sorriso branco e certinho, fruto de implantes dentários. – E você séria...? – o velho bastante afeminado pergunta direcionado ao Min Hyuk ainda meio inerte a realidade.

 — É meu... – é, eu não consigo falar isso em voz alta.

 — Namorado? Oh ma god, minha flor cresceu – ai a vergonha. Só assim pra trazer a cabeça branca de volta de vida. – Sou Nando, tio de consideração dessa preciosidade aqui e você trate de cuidar bem da minha flor, ouviu? – o adjetivo emitido me faz corar fortemente como nunca antes. Por deus, me tirem daqui.

 — Min Hyuk – ambos sorridentes se cumprimentam com um aperto de mão amigável. – Pode deixar comigo. Eu sei como ela é preciosa – estou pronta, chão. Quando quiser me engolir. Pareço uma adolescente de quinze anos apresentando seu primeiro namorado para a família. Não ligo.

 — Ele é o pai da Sakura – apresento baixinho por estar morrendo de vergonha e eu nem sei direito a fonte disso.

 — Oh, então você também conhece minha árvore?! – o apelido dirigido a minha amiga traz de volta minha risada. – Ela ainda odeia esse apelido, né? – aceno em concordância gerando um sorriso mais brilhante no rosto do velho. – Deixa eu voltar para aquele forno antes que as pessoas daqui me taquem baguetes como início de rebelião – como despedida, recebo um selar no topo da cabeça e Min Hyuk dois leves tapas no ombro.

 O acompanho com os olhos até ele parar antes de entrar para a cozinha da padaria. Franzo o cenho em desentendimento, até o coroa apontar dois de seus dedos para mim como quem indica estar de olho em algo ou alguém, seguido de um sorriso um tanto quanto malicioso. Isso é de família mesmo, caraca. Volto minha atenção a terminar o pouco do chá que me resta. Vejo Min Hyuk pagar a mesma moça que nos atendeu mais cedo e finalizar sua bebida. Distraída com meu chá de camomila, várias coisas passam por minha mente. Coisas como a quantia de coisas novas eu fiz só nesse mês que passou.

 — Preciosa – a voz de tom brincalhão chama por mim fazendo com que eu mude o alvo de minha atenção. – Diga “x” – perdida no que ele quer dizer com aquilo, só me cai a fixa ao ouvir o som de foto sendo capturada.

 — O que você... – deixo meu copo sobre o balcão e me levanto pronta para pegar o celular das mãos alheias. – Apaga isso.

 — Nem a pau. Não apago isso nem sob ameaça de morte – sorri sapeca e vira a tela do celular para mim, mostrando a foto de minha pessoa de cenho franzido e com o copo próximo do rosto. – Nem mesmo você me convence, preciosa.

 Semicerro os olhos e avanço para tomar o celular, mas o viado desvia de minha investida e se levanta afastando-se de mim.

  — Vem pegar – Min Hyuk provoca ao chegar na porta do estabelecimento pronto para sair.

 — Apaga isso, algodão doce! – ele acena negativamente e se retira do recinto já bastante cheio pela cidade estar acordando por agora.

 Em passos apressados, sigo atrás do sabichão e o encontro já prestes a virar a esquina.

 — Volta aqui e apaga isso Min Hyuk! – ordeno (mais uma primeira vez para a caixinha), mas o cabeça branca apenas aumenta o sorriso já grudado na face. – Min Hyuk! – é, eu gritei no meio da rua. Provável que tenha atraído a atenção de mais da metade das pessoas que se encontram na rua e nos comércios ao redor, mas não me importo. Fui abduzida, como já dito antes.

 O garoto me olha exibindo o aparelho e vira a esquina praticamente correndo abusando de minha lerdeza natural. Passados segundos preciosos, percebo o que está ocorrendo aqui. Ele está correndo de mim! Sem pensar ou raciocinar, me ponho a correr atrás do projeto de paparazzo.

 — Eu vou te matar quando eu te pegar – grito ao avista-lo parado na esquina seguinte, ainda sorridente de modo que eu acharia bonito se não estivesse ocupada em pega-lo e enfiar aquele celular em umas de suas narinas.

 — Tem que me pegar primeiro, amor – teria morrido ali mesmo, mas meu foco era apenas um, ignorando qualquer outra coisa ao redor.

 Minha manhã mal começou e já aparece loucuras na minha frente. Quando eu iria imaginar que estaria correndo pelas ruas da minha cidade, atrás de um garoto que é considerado alguma coisa como namorado, parecendo duas crianças sem preocupações? Dois idiotas aos olhos de quem nos vê gritando e perseguindo um ao outro. Mas eu não me importo. Sinto-me até feliz, de certa forma. É divertido fazer algo assim. Jesus, eu fui abduzida. Tá comprovado


Notas Finais


Hyungwon: Obrigado por ler~
Cha: Não esqueça de comentar °^°
Wonho: Cadê a Sakura?
I.M: Cadê todo mundo?
Kihyun: Saudades preciosa (╥_╥)
Wonho: SAKURA!
Hyungwon: Vou ir fazer faxina que ganho mais
I.M: Vácuo mais gostoso que o Shownu
Wonho: Eu vou chorar. Sakura!
I.M: Af, tchau
Kihyun: O que cê quer, capeta?
Wonho: A Sakura
Kihyun: Vai caçar quem te queira
Wonho: To procurando, como pode ver
Cha: Ela tá rezando pra mãe não ler esse cap
Kihyun: Até breve
Wonho: Educação zero hein, ruivo
Kihyun: Diamond kisu~ ( ˘ ³˘)💎
Wonho: Sakura Kisu~ ( ˘ ³˘)🌸
Kihyun: Ke?


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