Eu sempre acreditei que era abençoada por alguma energia além do normal. Quando pensei que estava perdida, que não teria chance de voltar a jogar, a aula do professor Kakashi me salvou.
Kakashi é professor de matemática da escola, só que o que é senso comum de todos é que ele é casado com meu treinador, Guy. E eles são os professores mais legais do colégio.
O grisalho era mais calmo, na dele, o que era bem diferente do meu treinador. Ele entrou na sala em caos.
E mesmo sendo calmo, quieto, era o mais respeitado dentre dos professores, então a sala antes um caos, ficou quieta. Apenas Naruto continuou a falar, que apenas com um olhar do professor e um tapa na cabeça por Shikamaru se virou pra frente, com um sorriso aberto:
- Ah, oi Kakashi. Desculpe!
Ele suspirou, olhou para a sala e fechou os olhos antes de começar a falar:
- Nós, os professores, tomamos uma decisão. Para todos que tiveram notas ruins, vamos dar uma chance a mais para melhorar a nota. Se a nota dessa sua prova for maior que a outra, nós mudaremos.
Que tipo de benção era essa? Jurava sentir mil pássaros e anjos cantando ao redor do professor enquanto ele falava, pois aquilo só podia ser uma grande benção, mas o olhar do professor era focado em alguém.
Shikamaru Nara.
Perguntava-me o porquê ele estava olhando pro Nara. Será que na verdade aquela fachada de garoto gênio, ele era ruim? Não é possível, tinha visto as notas dele.
Mas o vejo murmurar um singelo obrigado para o professor e olhar de canto pra mim. Quando ele percebe os olhares se encontrando, sorri de canto, desviando o olhar e falando algo pra Choji.
Ele fez isso por mim? Ele falou com os professores?
Desviei esses pensamentos e foquei em anotar tudo da aula e inclusive as minhas duvidas. Depois do treino eu teria a aula com meu professor e por isso precisava da ajuda alheia.
O sinal toca e Tenten e eu saímos para o intervalo, parando na escada para comer. Shikamaru e seus amigos saem do nosso lado e ele passa me olhando de canto.
Quando chegou ao fim da escada, me veio à mente perguntar se ele havia falado com os professores:
- Ten, já volto. – Falei sem olhar direito a ela e sai correndo até ele. Se for coisa da minha mente ou não, eu precisava tirar a duvida. Fui até ele, mas sendo parado antes por Guy.
- Me contaram do novo esquema de provas.
- Sim, você viu? Agora posso voltar mais rápido pros treinos, agora se me der licença, eu preciso.
- Exato! Você pode voltar a fazer os treinos de novo, porque isso vai contar como prova normal, então é como se.
- Eu não tivesse com nota baixa ainda...
- Sim! – Ele sorriu animado e eu suspirei aliviada. Que bom era saber que eu poderia voltar a jogar, a ter um local para chamar de meu, aquele local que sempre foi meu mesmo.
O cheiro da quadra e do salompas invadiram meu nariz como um cheiro nostálgico:
- Te espero no treino mais tarde então, Tema! – Guy falou, acenando e saindo de volta a sala dos professores.
Se tinha sido o cabeça de abacaxi, era mais um motivo de eu ir agradecer ao mesmo, mas antes que eu pudesse falar algo, o sinal toca. Eu o ignoro e vou atrás dele do mesmo modo. Ele estava jogando xadrez com alguns meninos mais velhos, então era por isso que era o ultimo a subir:
- Shikamaru! – Eu falo alto e sou interrompida por uma onda de “shii” que disseram que eu atrapalhei o jogo, depois olharam para minha pessoa e para o cabeça de abacaxi, com os olhos arregalados.
É pra mim também era anormal atrapalhar o jogo e muito mais atrapalhar o jogo pra falar com ele, mas aparentemente para ele não era, já que continuou concentrado no jogo, olhando as peças.
Nunca fui de observar o moreno, mas ele ficou concentrado em toda e qualquer situação, nas peças. Seus olhos, pequenos olhos em caramelo, acompanhavam cada peça, pensando em cada estratégia.
Se o sorriso de canto dele já poderia ser considerado bonito, essa cara era totalmente sensual.
Pera, o que eu to falando?
- Pronto. – Ele mexe duas peças e encosta na cadeira da cafeteria, o rapaz que estava jogando com ele com um semblante preocupado e depois começou a rir.
- Cara, jogar com o Shikamaru é saber que vai perder né? – Riu e começou a ajeitar as peças.
Ele sorriu para o rapaz e se virou pra mim, colocando as mãos no bolso, me acompanhando até a sala:
- Dica, quando um jogo de xadrez tá rolando, não tente falar nada. – Disse baixo.
- Eu entendi, quase tomei bronca ali. – Ri fraco e olhei a ele. – Foi você que conversou com os professores para ter uma segunda chance de prova?
- Eu? Por quê?
- Sei lá, pareceu que foi.
- Não, desculpe te decepcionar. Depois do treino né? – Ele mudou de assunto ao chegarmos próximo à sala.
- Sim... Sabe.
- Shikamaru! – A voz fina e fofa de uma garota se aproximou e eu a reconheci era Tayuya da nossa sala.
Ele acena pra ela e olha pra mim:
- Sim?
- Não, foi nada não...
- Hm. – Ele me encara e dá de ombros, indo em direção à garota, acenando. – Até mais tarde.
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Durante a aula toda, Shikamaru ficou próximo de Tayuya, ela até mesmo sentou junto dele para fazer trabalho, deixando Naruto e Choji sozinhos.
Ele aparentemente se sentia bem ao lado dela, já que sorria e correspondia aos sorrisos dela, o sinal tocou e ele saiu junto dela, apenas passando ao meu lado:
- Depois do treino hein? – Deu uma piscada calma e um sorriso de canto. Filho da puta, ele era bonito e isso era complicado admitir mesmo pra mim.
Apenas então assenti com a cabeça e sai junto de Tenten, indo ao treino. Tayuya era uma das lideres de torcida que treinavam junto da gente.
Durante o treino, reparo o cabeça de abacaxi entrando na quadra, colocando seus fones e sentando no meio da arquibancada. Observava-me e trocava olhares comigo que me deixavam totalmente desnorteadas.
Mas Shikamaru também era alvo de olhares. As garotas ficavam olhando para ele e eu queria gritar a elas que aquele era meu professor particular e não o delas.
Mesmo sem entender o porquê eu havia pensado tanto nisso.
O treino chegou ao fim e um pouco antes do final, ele levantou e foi até a cafeteria. É realmente não importava o quão olhares a gente trocou, ele estava ali para me ajudar e talvez seus olhares não tivessem uma segunda intenção e sim eram para me alertar que estava acabando meu tempo livre e que eu seria obrigada a começar a estudar.
Sai da quadra em direção ao bebedouro para pegar agua, Tenten se aproxima de mim:
- Vai ter aula hoje? – Faço que sim com a cabeça, apontando para o cabeça de abacaxi sentado na cafeteria com a mesma. Tomo a agua, entro no banheiro, me troco pego as coisas e vou até Shikamaru.
- Pronto. Cheguei.
- Oi. – Ele diz seco e simples, retirando os fones de ouvido, pegando o seu livro e abrindo nos exercícios.
Começamos a tentar estudar. Ele explicava, eu fazia errado, ele corrigia, eu me estressava e desistia. Vi aos poucos, a enorme paciência de Shikamaru Nara ir se esgotando, por minha causa.
Ele começava a bufar, a se estressar, ficar bravo e até algumas vezes nem corrigia o exercício, só passava pra outro.
Até que certa hora eu abusei um pouco.
Gritei com ele sobre algum exercício e ela bateu na mesa:
- ENTÃO FICA COM MEU CADERNO E FAZ VOCÊ MESMA, EU HEIN! – Se levantou ajeitando o cabelo e indo embora.
O tempo que eu o vi levantar me fez relembrar tudo. O porquê de eu ter ido pedir ajuda a sensação do treino de hoje, à vontade e amor que tinha pelo vôlei e apenas levantei indo rápido ao encontro dele, o mais rápido que conseguia:
- Calma! Eu. Preciso da sua ajuda. – Ele se virou pra mim e me encarou.
- Precisa mesmo? Ou você sabe fazer qualquer coisa e não precisa de mim?
- Desculpa te tratar na ignorância, é que eu fui criada assim, é meu jeito, mas eu preciso e muito da sua ajuda.
- Por quê?
- Porque se eu não for bem às provas, eu paro de jogar e eu não quero perder a única coisa que tem me feito bem. – Sinto o rosto cheio de lagrimas. – Eu amo o vôlei, a sensação de jogar, ver, estar e vivenciar aquilo. Minha casa é uma bagunça, eu não sei bem como me sinto em relação a mim mesma, a única coisa que me faz feliz é o vôlei, então eu não posso perder isso.
O moreno me encara, se aproxima, bufa e limpa minhas lagrimas.
Abraça-me e me olha:
- Ok, algumas regras. Sem grosseria, você vai começar a me ouvir e principalmente, não vai se sentir superior.
- Não garanto nada, mas juro que vou tentar. – Falo com um sorriso no rosto.
- Hmpf. Pega meu caderno, vê os exercícios e refaz, os que você não entender a gente faz junto amanha ok?
- Tudo bem.
- Até amanha Sabaku. – Ele me chama pelo sobrenome e sai, mas volta e me olha com o mesmo sorriso de canto encantador. – Ah. Fui eu mesmo quem falei com os professores. Por você.
Ele da de ombros e sai andando, acenando.
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