A loira havia acabado de acordar, estava encolhida em sua cama. Ainda chorava, dês de que seu irmão havia ido embora, no dia anterior. Ela ouve o barulho da maçaneta e olha para a porta sem fazer qualquer movimento brusco.
_ Nii-san? – Pergunta com um pouco de esperança na voz, mas sua expressão muda quando ela vê outro loiro na porta. – Len? – Ela se sentou na cama e arrumou o cabelo.
_ Como você se sente? – Perguntou ao ver as feridas que ela tinha sobre o corpo.
_ Muito mal. – Disse com desanimo. Ela observou as muletas que Len usava para andar e as ataduras em suas pernas. – Desculpe. – sussurrou. Len sentou na cadeira ao lado da cama e deixou as muletas de lado.
_ Neru, por que fez tudo isso? – Perguntou sem fazer nenhuma expressão. Neru olhou para Len, olhou para a janela que refletia o sol e para o teto. Ela já não sabia mais a resposta.
_ Não sei. – Respondeu com algumas lagrimas descendo. – Me sinto horrível. Sei que nada que eu disser vai mudar o que eu fiz. – Len apenas observava a loira secando suas lagrimas. – Como a Rin está?
_ Ela está bem. – Len observava Neru, via que ela realmente estava com uma atmosfera diferente.
_ Len... Você me odeia? – Perguntou hesitante. Ele a olhou de cima a baixo.
_ Com sinceridade? – Perguntou arqueando uma sobrancelha. Ela apenas assentiu. – Odeio. – A loira olhou para baixo deixando mais algumas lagrimas caírem. – Sabe por quê?
_ Por que machuquei alguém que você ama... – Respondeu entre soluços.
_ Neru por sua causa, fique sem casa perdi muitos pertences de valores sentimentais e queimei minhas pernas... Além de tudo você machucou a si mesma e a Rin.
_ Sim, eu mereço ouvir tudo isso. Meu irmão veio aqui ontem e me disse coisas que me fizeram pensar sobre minhas ações... Realmente estou errada. Eu machuquei muitas pessoas... Minha mãe, você, Rin e Nero...
_ Sim. Mas está percebendo seus atos.
_ Sim, vou voltar para o hospital psiquiátrico. E me curar...
_ Bom. Eu vou indo. Que bom que percebeu seus atos. – Len se apoiou nas muletas e começou a ir em direção a porta.
_ Len. Se você vir meu irmão. Diga a ele que eu quero falar com ele.
_ Ok. – Dito isso Len saiu do quarto.
(...)
_ K-kaito... Ah... Pare com isso... – Miku e Kaito estavam no elevador do hospital. Estavam indo ver Rin e Len.
_ Mas não tem ninguém vendo... – Sussurrou no ouvido da menina. Kaito estava com uma mão dentro da calcinha de Miku enquanto a beijava.
_ Mas alguém pode entrar... Hum... – Miku ouviu o sino do elevador e rapidamente tirou a mão de Kaito de dentro de sua saia.
_ Miku? – Miku olhou para a figura a sua frente e arregalou os olhos.
_ Nii-san... – Ela abriu um grande sorriso e pulou em cima de Mikuo.
_ Olha como você cresceu... – Disse apertando-a.
_ Nii-san... Que saudades... Você não telefona, nem me manda mensagens... – Disse ela inflando as bochechas. – Mikuo Não entrava em contato com Miku porque sempre achou que poderia largar tudo e voltar para casa apenas para ficar com Miku.
_ Bem... Eu ando muito ocupado com o trabalho... – Mentiu.
_ Sei... E o que veio fazer aqui?
_ Vim aqui porque minha paciente fugiu e veio para cá. Acho que você a conhece... Neru. Akita Neru. – Miku logo fechou a cara.
_ Sim. Ela quase matou minha melhor amiga... – Kaito, que até agora estava excluído da conversa, limpou a garganta chamando atenção dos dois. – Ah. Esse é Kaito, meu namorado. – Mikuo cerrou os olhos. Kaito estendeu a mão e Mikuo correspondeu, mas apertou a mão de Kaito bem forte.
_ Muito prazer, eu sou o irmão mais velho de Miku. Mikuo – Disse com um sorriso falso.
_ Prazer. – Kaito sentiu uma aura escura sair de Mikuo.
_ Bom agora tenho que buscar Neru. Até mais. – O elevador parou e Mikuo desceu.
_ Imagine e ele tivesse visto a gente fazendo aquilo. – Disse Miku com raiva. – Ele poderia ter matado você.
_ Nem imagino. – Disse Kaito sarcasticamente enquanto esfregava a mão.
(...)
Nem poderia imaginar que Miku tem um namorado... Bom, ele está se tornando uma mulher...
Mikuo ia em direção ao quarto de Neru torturando a si mesmo com seus pensamentos.
_ Neru-chan. Como está? – Mikuo entrou no quarto de Neru como da primeira vez que a encontrou. Estava sorrindo.
_ Bem e mal, veio me levar? – Perguntou indiferente.
_ Sim, arrume suas coisas. Vou te esperar aqui fora. – Mikuo saiu do quarto e em alguns minutos Neru saiu, com uma mala nas mãos.
_ Vamos? – Perguntou. Sem uma resposta começou a andar em direção ao elevador.
Enquanto descia Neru apertou o botão do quarto andar. Mikuo a olhou confuso.
_ Tenho que fazer uma coisa antes de ir. – Mikuo apenas sorriu. O elevador parou Neru e olhou para os lados confusos.
_ Eles estão no quarto 201. – Disse Mikuo, Neru apenas abaixou a cabeça e começou a procurar pelo quarto. Quando o achou olhou de relance pela janela. Viu Lily, Len, Rin, Miku, Kaito e Nero. Ela respirou fundo e entrou.
Quando Neru abriu a porta todos pararam de conversar e olharam para a loira. Um silêncio um tanto tenso se instalou no local. Era possível ver o olhar assassino de Lily.
_ Bem... É... – Neru não sabia bem o que fazer. Ela se curvou e ficou assim por uns minutos. Todos ali a olhavam surpresos. Nero estava mais surpreso que todos. – Gomen... Gomen nasai. Eu estava cega, por ciúmes. – Ela se levantou e olhou para Rin. – Rin-san. Acho que nada que eu fizer nesse mundo irá redimir o que eu fiz com você. Estava com ciúmes porque nunca tive alguém que me amasse com Len te ama... – Rin olhava para Neru espantada. – Quaro pedir desculpas a todos vocês. Realmente não há palavras para expressar meu arrependimento. Só acho que deveria dizer isso antes de ir. – Ela se virou para a porta e pegou na maçaneta.
_ Neru. Não ache que ninguém te ama como Len ama Rin. – Os olhos da loira arregalaram. Neru olhou para Nero que estava corando. Todos ali estavam bem quietos. – Só queria que você tivesse certeza disso... Então... Bem... É isso... – Disse Nero corando cada vez mais. – O silêncio havia voltado. Neru e Nero estavam ficando com tomates.
_ Yo. Como vão todos? – Mikuo chegou como sempre, sorrindo. – Eu sou o irmão mais velho de Miku, muito prazer. – Ele puxou Kaito para fora. – Vou só ter uma conversinha com esse aqui. Continuem... – Todos ainda estavam em silêncio. Neru e Nero estavam paralisados enquanto os outros ali esperavam alguma reação deles.
_ O que quer? – Kaito havia falado num tom irritado, o qual Mikuo não gostou nada.
_ Escuta aqui. – Kaito olhou para Mikuo que tinha um olhar serio.
_ Nossa, você é capaz de fazer essa expressão? – Perguntou surpreso.
_ Machuque a Miku e você vai se ver comigo.
_ Duvido que você saiba se eu a machuquei ou não. Você nunca se comunica com ela... – Disse raivoso. Mikuo se cala, mas mantêm o olhar serio. – Ela sempre diz coisas como: “Queria tanto falar com Nii-san” ou” que saudades do Nii-san “Ela fala bastante de você... E nem liga para ela... Não sei como ela pode gostar de alguém que se afasta dela... – Mikuo se sentiu mal com o rumo daquela conversa. Ele colocou seu sorriso amigável no rosto.
_ Serio? Não queria preocupar tanto assim minha querida irmã. Obrigado pelo aviso. – Ele se afastou de Kaito voltou ao quarto onde todos ainda estavam do mesmo jeito. – Foi bom conhecer vocês... – Ele puxou Neru que inda estava paralisada.
(...)
O que eu fiz... Por que falei aquilo?
Nero andava para casa enquanto pensava no que fizera mais cedo.
_ Mãe, cheguei... – Gritou. Ele não obteve nenhuma resposta. Foi até a cozinha e pegou um copo da água. Chegando na escada viu gotas de um liquido vermelho nos degraus. Ele subiu com certa pressa. Chegando no corredor de cima viu o liquido escorrendo pela porta do quarto de casa de seus pais. Ele hesitou em abrir a porta. Quando abriu, e viu tal cena, seus olhos arregalaram e seu coração falhou. – MÃE...
Continua...
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