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História Amor Vagabundo - Aproximação Perigosa


Escrita por: Feer-chan e Egoist

Notas do Autor


Oi gente !
Como vocês estãaao??
Bom, capitulo fresquinho para vocees !! Espero que gosteeem !
Gostaria de agradecer a todos os comentários e favoritos, vocês são uns lindos e quase me matam de alegria !

Enjoy!

Capítulo 8 - Aproximação Perigosa


Aproximação Perigosa

Um arrepio partiu seu corpo, da cabeça aos pés, como um raio. A quem estava tentando enganar? Alguém tentou feri-la naquele bar e se não fosse pelo rosado... bom, ela preferia não pensar muito no desfexo daquela história.

Seus lábios róseos ardiam graças ao pequeno corte que teimava sangrar graças aos tapas que aquele monstro havia lhe proferido; suas pernas ainda bambeavam com o terror da situação e sua cabeça doía, uma dor insuportável, acompanhada por uma tontura fora do normal. – Ela havia bebido tanto assim?

Balançou a cabeça tentando tirar a sensação do membro do outro em seu corpo, mesmo que não tivesse a penetrado, ela o havia sentido e aquilo a deixava enjoada.

Sentia-se suja.

- Loira? – Natsu a chamou pela quarta vez, enquanto Lucy apenas encarava a foto em seu celular, não raciocinando direito – O que houve? – questionou quando percebeu que a mesma havia guardado o aparelho em seu bolso, ajoelhando-se no chão sujo, enquanto ondas de energia rondavam a região de seu estomago, não contendo o desejo de vomitar.

O rosado se virou para o ladoa princípio, mas lembrou-se da vez em que ele ficou tão chapado que Lucy havia até mesmo o deixado em casa e por esse motivo, decidiu ajuda-la.

O cheiro do vomito era muito mais amargo do que o normal e por vezes ambos ficaram pensando o que diabos ela havia bebido.

- Vamos para minha casa, ok? – ele murmurou se agachando, ficando na mesma altura que a menina, não a tocando, sabendo que provavelmente tal atitude poderia lhe causar algum tipo de memória traumática.

Lucy de longe não considerava aquela a melhor ideia, mas devido as circunstancias, talvez a casa do rosado fosse a melhor naquele momento.

Sting, mesmo sendo seu melhor amigo, ficaria doido da vida consigo e isso a deixaria ainda mais aborrecida e seu pai, bom... ele não era bom para acolher alguém.

- Tudo bem – sussurrou, ainda com os olhos fechados, sentindo tudo rodar, procurando controlar a vontade de vomitar.

- Posso? – ele perguntou, estendendo o braço para a mesma, ao perceber que estava fraca, dando a entender que poderia ajuda-la. Lucy por sua vez relutou, mesmo que não durando muito tempo, já que conforme caminhavam ela tombava, como um pêndulo, decaindo apenas para um lado, assim como sua consciência que pouco a pouco se desvanecia. 

Sentiu o toque quente das mãos de Natsu em seus ombros, tentando mantê-la em pé, sem sucesso. Ela não conseguia entender exatamente como tudo acontecia, já que sua visão ficava a cada instante mais turva e sua consciência, bom... já estava parcialmente “desligada” há algum tempo.

Apóso blackout a única coisa que a loira conseguia se lembrar era do cheiro de tabaco em seu nariz, enquanto era carregada nos braços quentes de Natsu que a faziam se sentir acolhida.

Durante o percurso o garoto ficou em silencio, apenas observando a princesa completamentea suamercêdepois daquela noite traumática para a mesma e perguntava-se com ela iria reagir a tudo aquilo no dia seguinte.

– Me desculpe – sussurrou para o céu escuro e poluído antes de abrir a porta de sua casa.

- Pai?! – exclamou surpreso ao ver seu velho sentado no sofá – Achei que o senhor faria plantão essa noite – engoliu em seco sabendo que seu pai com certeza falaria horrores por ter levado Lucy até sua casa, ainda mais naquele estado.

- Resolvemos um caso mais rápido do que previst– Igneel falava animado ainda olhando para a TV, mas estremeceu ao notar a garota no colo de seu filho, levantando-se imediatamente – O que houve? – perguntou aproximando-se, percebendo que a tal ‘garota’ não era uma qualquer, o que o deixou ainda mais preocupado, principalmente ao notar os ferimentos nos lábios da mesma e o cheiro forte de álcool.

- Eu não tive nada com isso – o rosado falou rapidamente, tentando tirar o seu da reta, percebendo que Igneel não estava nada feliz – Apenas estou tentando ajuda-la. Devo isso a ela. – murmurou e imediatamente o homem lembrou-se da noite em que viu Lucy ali, após deixar seu filho bêbado em casa.

-Muito bem – balbuciou sério, dando as costas para Natsu– Ela é de sua total responsabilidade -concluiu, pensando que se quando pequenos não se suportavam, naquele momento teriam de aprender a se ajudar.

Natsu bufou, não sabia nem mesmo por onde começar.

A deitou em sua cama e ficou a fitando murmurar coisas sem sentido, ao passo que algumas lagrimas escapavam por seus grandes olhos avela, enquanto ele tentava entender ou até mesmo consola-la, mas não conseguia se aproximar – receoso.

- Vai me desculpar princesa, mas você precisa de um banho – comentou a levantando, percebendo que a loirinha tinha consciência suficiente para ficar meramente apoiada em uma parede.

Ainda de calcinha e sutiã a posicionou em baixo do chuveiro, deixando a agua fria escorrer por toda a extensão pálida da pele de Heartphilia, procurando não observa-la com segundas intenções, mesmo com dificuldade, afinal era belíssima.

– Está frio – balbuciou apoiando o rosto no box do banheiro enquanto Natsu tentava não se molhar em meio aos movimentos bruscos da loira.

- Eu sei.. – disse compreensivo, já que em inúmeras vezes se encontrara em tal situação – Mas você vai se sentir melhor depois disso – concluiu ensaboando o cabelo da mesma, que em um descuido, quase caindo, segurou a blusa branca do menino, o encarando e antes que Natsupudesse escapar da armadilha, Lucy o puxou, fazendo com que o mesmo sentisse o frioque estava passando por sua pele quente.

-Ta doida, loira? – indagou enquanto o liquido frio se espalhava por sua roupa, o deixando encharcado e logo percebeu o susto que havia gerado na menina, desculpando-se mentalmente.

Lucy fechou os olhos quando o sabãocomeçou a cair em seu rosto, e o rosado que continuava ali, removeu todo o shampoo enquanto analisava as caretas da mesma.

Seus dedos finos e morenos alisavam delicadamente a face da loira, e naquele momento um calafrio percorreu ambos, como uma corrente elétrica que os conectavam, desde o toque dele em seu rosto até o de Lucy em seu peitoral.

Lentamente ela abriu os olhos castanhos intensos, ainda sentindo as grossas gotas do chuveiro caindo em cima dos mesmos, dificultando sua visão, notando uma feição peculiar em Dragneel, que passou, sutilmente, o polegar em cima de seus lábios machucados, descendo com sutileza em direção a seu pescoço marcado, assim como seus braços.

Ficaram em silencio e Lucy assim como ele, pode perceber que não fora a única a sair machucada no meio daquela confusão, e no canto doqueixo do rosado um hematoma estava se formando, mesmo que sutil, e ela se tentou em toca-lo – Sinto muito por isso – articulou deixando um pequeno tom de preocupação escapar.

 - Até parece se importar, princesa – disse sorrindo de canto, dando a entender que aquilo não era nada demais.

Lucy se afastou, abruptamente já que estava se deixando levar pela gentileza de Natsu, mas como ainda estava tonta bambeou, o que fez o rosado a segurar pela cintura a mantendo firme perto de si.

- Não vou fazer nada – disse, tentando a acalmar – Mesmo você me tirando do sério...- disse virando os olhos, fugindo do fato de uma mulher perfeita, seminua, em seus braços, ali.. naquele momento, e ele não podendo tomar iniciativa alguma.

Lucy sorriu, tocando delicadamente os fios róseos úmidos – Seu vagabundo.

- A seu dispor, princesa. – finalizou, sabendo que ela estava tentando disfarçar seu constrangimento.

Poucos segundos depois, Natsu a segurou pelo braço a guiando pelo banheiro em direção a uma toalha – Use essa – falou sério - Fique a vontade para pegar uma roupa minha no meu quarto... – abriu a porta do banheiro que ficava em frente ao cômodo que se referia - Vou arrumar essa bagunça e já te encontro – suspirou ao observar o machucado em seus lábios, novamente – Precisa de alguma ajuda?

-Estou bem. – falou sorrindo de canto, saindo do pequeno banheiro, conseguindo finalmente respirar.

Ficar muito perto do rosado a tirava o folego – muitas vezes de raiva, mas dessa vez, esse sentimento, ela não conseguia explicar.

Não tardou até colocar uma roupa de Dragneel, sendo um moletom quente, mais que suficiente para aquela noite.

O guarda-roupa revelava um lado infantil do mesmo – com figurinhas de futebol e dragões colados na porta do armário, assim como fotografias antigas.

Uma destas era de uma mulher com cabelos negros ao lado de um homem magro e alto, também com cabelos rosados que Lucy julgou ser Igneel e a mãe de Natsu – “muito bonita” – pensou.

Seus olhos seguiram um pouco mais abaixo, percebendo um papel muito antigo escrito “para meu futuro marido” – a letra era tão infantil que a loira pode jurar ter sido escrita por uma criança que nem mesmo sabia o significado de “marido”, mesmo assim achou graça ao ver a outra fotografia da possível “esposa” que era dona de grandes olhos azuis e cabelos albinos –que sorria de forma tão gentil que a fazia se sentir contagiada apenas em vê-la.

Perguntou-se de onde conhecia aquela feição que definitivamente não lhe parecia estranha, mas mesmo que tentassepensar, sua cabeça doía e ainda se sentia tonta para aprofundar-se em algo tão singelo - talvez tal semelhança não passassede mais um efeito colateral da bebida.

- Está melhor? – era Igneel, segurando uma bandeja com uma travessa cheia de sopa, entrando no quarto, sem nem mesmo bater na porta.

Lucy um pouco sem graça balançou a cabeça de forma positiva, encostando a aba do guarda-roupa.

- Sinto muito por todo o trabalho – começou, e imediatamente o pai de Natsu a interrompeu.

- Todos já fizemos isso algumas vezes na vida – murmurou dando uma pequena risada   - Lembro de uma vez que sua mãe acabou exagerando no vinho, você ainda era muito nova...- parou no mesmo instante ao perceber que aquele não era o ponto da conversa - Bom, tome mais cuidado com o álcool, você ainda é muito nova para passar por isso. – suspirou balançando a cabeça, prosseguindo - Masnão posso falar que isso não iria acontecer novamente, ate porque eu as vezes o faço – disse em um sussurro – Mas não conte aoNatsu, não preciso encoraja-lo mais, se é que me entende? – brincou, roubando uma risada baixa da garota, que fora interrompida quando o dito cujo apareceu atrás de seu pai, apenas com uma bermuda.

- Posso saber o motivo dos risos? - Igneel balançou a cabeça negativamente, o reprovando.

- Coloque uma roupa garoto ... Ninguém é obrigado a ver um abdômen definido – suspirou pesaroso – Sua boa forma me dá inveja – completou, lembrando da época em que era tão sarado quanto o filho. – Bom! – tentou focar – Comam algo e não destruam a casa, estarei na sala qualquer coisa.

Assim que Igneel fechou a porta, um silencio perdurou no quarto, chegando a ser desconfortável, mas não tanto quanto algum tempo atrás, onde ambos não conseguiam nem mesmo se olhar.

Lucy sabia que devia uma a Natsu, e uma das grandes, mas mesmo assim sua cabeça voltava e retornada na mesma pergunta.

- O que você fazia naquele lugar? - questionou sem nem lhe dar tempo de sentar-se. Natsu bufou ao colocar sua blusa, nada surpreso com a postura da loira

- O mesmo que você, acredito. – brincou sabendo que não era verdade, mas o ideal seria mentir, até ter certeza de que Lucy não estava envolvida com ninguém das gangues de drogas – Procurando me divertir.

- Mas somente maiores de idade entram ali. – balbuciou o fazendo rir.

- E só a senhorita tem os contatos para entrar naquele tipo de lugar? – questionou retorico deitando-se, colocando os braços para trás, os utilizando como um apoio, fitando Lucy que parecia um pouco mais sóbria.

- O que estava pensando? – agora ele estava sério, perguntando num tom um tanto quanto diferente do que ela estava habituada – Aquele lugar... você é uma princesinha, se esqueceu?

- Eu também devo me divertir, sabia?

- Sim... se divertir, concordo!! – sibilava com um tom ríspido, causando arrepios na loira que o ouvia com atenção - Mas não tentar se matar  - praguejou irritado – Tem ideia do que poderia ter acontecido com você se eu não estivesse lá? – fez uma breve pausa, analisando Heartphilia que parecia atenta - Já disse...Ser filha de uma das pessoas mais ricas  da cidade, como seu pai, vem com bagagem de muitos inimigos... – pausou por um instante, sentindo sua cabeça doer por estar se preocupando com alguém que não deveria – Se quer ir a um lugar daqueles, ao menos precisa saber se defender.

- Mas eu sei – relutou, fazendo biquinho, procurando fugir do tópico “do que poderia ter acontecido” para o “como não deixar acontecer”.

- Ah sabe? – questionou dando uma pequena risada, saltando da cama, indo em direção a garota que estremeceu ao perceber a aproximação do rosado – Supondo que eu sou um cara mau... – sorriu sínico – Estamos só nos dois nesse quarto, como você se defenderia se eu tentasse te beijar?  - Lucy calou-se e Natsu prosseguia, como se realmente estivesse tentando atingi-la.

Dava passos lentos em sua direção, que por sua vez em marcha ré seguia até parede, aonde ele posicionou as duas mãos, bloqueando qualquer passagem, finalmente a encurralando.

Arqueou-sea ponto de chegar seus lábios na ponta da orelha da menina, sibilando lentamente – E agora, princesa? – não se dando conta dos tremores da loira, até que ela posicionou suas mãos em seu peitoral, procurando manter a respiração minimamente descompassada.

Não queria demonstrar quão fraca estava naquele instante.

- Tudo bem. – ele murmurou, tocando nas mãos dela que tremiam involuntariamente. Lucy mirou seus olhos nos dele, observando a profundidade dos orbes esverdeados, surpresa com a atitude, deixando que algumas lagrimas escapassem – Vou te ajudar – ele começou, tomando a liberdade de secar as lagrimas da mesma – Não vai ser nada profissional, mas já vai ser algo para conseguir fugir,se alguém se engraçar com você novamente. – concluiu, percebendo a tranquilidade na face dela – Mas não hoje.

- Acho melhor comermos... – Lucy falou antes que o clima ficasse estranho novamente, afastando-se do rosado que ao ver a sopa do pai fez uma careta épica.

- Fique a vontade! – exclamou deitando-se – Não arrisco minha vida comendo essas coisas que meu pai faz.

- Como assim? – questionou curiosa, mas ele não a respondeu, apenas lhe entregou uma colher lhe dando a liberdade de sentir o sabor horroroso que a sopa de Igneel possuía.

Lucy ficou calada, por segundos, quase fechando um minuto, enquanto Natsu apenas saboreava a carranca que a menina fazia para engolir o liquido esverdeado que seu pai tinha coragem de chamar de “comida”.

- Isso é algum tipo de punição por ter vindo para sua casa bêbada? – brincou gerando uma risada mutua e leve.

- Bom... – ele começou – Você pode dormir aqui – disse saindo de sua própria cama – Eu vou estar na sala se precisar. – concluiu, indo em direção a porta de seu quarto. Lucy que estava sentada na cama ao lado do garoto apenas o seguiu com o olhar, sentindo-se segura.

- Obrigada, Natsu.

 

Assim que se viu completamente sozinha, Heartphilia procurou manter a calma.

Deitou-se, sentindo todo seu corpo relaxar na cama do rosado, tentando notar sua respiração, inspirando profundamente, inalando todo o ar para os seus pulmões – podendo perceber que até mesmo o cheiro do rosado tinha um pequeno aroma de cigarro, mas algo além disso... talvez seu perfume - ao passo que expirava, tentando eliminar qualquer sentimento que a deixasse pesada e assustada.

Não seria fácil, ela sabia disso, mas teria de lidar com aquela situação assim como havia feito com o restante de sua vida. – A justiça viria de uma forma ou de outra – pensava repetidas vezes, mantendo os olhos fechados.

Após alguns minutos naquelasituação, finalmente teve coragem de ir em direção a seu casaco, pegando seu celular, agora um pouco mais sóbria.

Olhou a sua volta, tendo certeza de que estava completamente sozinha. Tomando o ar uma última vez, abriu seu aparelho, observando a mensagem do número desconhecido e ali estava a fotografia do balcão em que conversava com MiraJane – o gosto amargo e a ânsia de vomito voltaram.

Controlou o desejo insaciável de gorfar, tentando colocar todas as suas energias em sua memória, lembrando-se do que o homem havia dito para si no banheiro... sobre “alguém” que havia lhe pedido fazer. Indagou-se se esse “alguém” era a mesma pessoa que havia lhe mandado a foto e nessa brincadeira de se perguntar sobre mil coisas, sua mente começou a falhar.

Após apagar a luz do quarto, ficou paralisada na cama, deitada – respirava lentamente, já se acostumando com o aroma do quarto do rosado, achando até reconfortante.

Seus olhos ainda estavam bem abertos, e sua mente ficava rebobinando cada detalhe daquele dia, na tentativa de encontrar qualquer coisa que pudesse lhe ajudar a desvendar quem estava tentando atingi-la.

Desde o percurso até o bar, até mesmo no momento em que entrou e conversou com Mira – nada lhe vinha a memória - a não ser a vaga lembrança de alguém na porta de sua casa no período da tarde quando havia voltado do colégio. – Não era o suficiente.

Precisava de mais.

Não sabia pontuar quanto tempo havia passado naquela posição antes de finalmente cair no sono, mas se manteve ali, petrificada, apenas remoendo algo que com certeza não acharia uma resposta – até suas energias se esgotarem.

*x*

Pouco depois que Lucy e Natsu saíram do Pub, criou-se um clima completamente detestável naquele lugar que já não era lá muito agradável.

- Mira, o que esta acontecendo? – um senhor que jogava bilhar, tranquilamente, indagou, não entendendo o motivo do toque de recolher, e a albina que ate então apenas observava Bickslow irritadíssimo, deu de ombros, entendendo tanto quanto aquele homem que lhe fazia perguntas.

- Alguma pendencia com o dono da casa – murmurou, sabendo que quem estava pedindo para todos partirem eraseu namorado, Laxus.

Pouco a pouco as pessoas acertavam suas contas e iam se retirando – em menos de uma hora o local estava com apenas quatro pessoas familiares – além de uma bagunça tremenda por toda parte.

- Mira, você pode nos dar licença? – o loiro indagou, procurando manter sua voz em um tom ameno com a mulher que sorriu gentilmente, colocando o pano no lugar, retirando-se para a parte de cima do pub – que também estava vazia.

- Vou começar a arrumar lá em cima – sibilou – Se precisarem de algo, me chamem. – concluiu.

- Que merda foi essa?  - Laxus questionou puto da vida, assim que a albina se retirou do local. – Eu disse, faça o que quiser.... – sussurrava - Mas dentro do meu bar? Aonde você estava com sua cabeça?  - Direcionava o sermão a Bisckslow.

- As coisas fugiram de controle – o molestador disse, tentando fazendo com que Dreyar não surtasse.

Um grande erro.

- Fugiram de controle.... – repetiu o que o outro disse, baixinho, para si mesmo. Procurando reforçar que aquela merda toda que acontecera no seu bar seria resolvida com apenas um idiota lhe falando que não conseguira fazer seu trabalho direito porque as coisas “fugiram de controle”.

- Laxus – Bickslow tentou tomar partida, mas o outro que já estava atrás do balcão, enchendo um copo com seu melhor whisky, levantou a mão, pedindo um tempo para processar a informação, ou melhor – para o camarada - calar a maldita boca.

Ficaram em silencio por longos instantes, dando tempo para loiro dar uma golada no liquido avermelhado em seu copo de cristal, estalando a língua com prazer ao saborear o álcool quente em sua língua.

- Me digam uma coisa – começou – Como? – sua voz ainda sutil e até mesmo cômica, novamente tomou conta do local, causando arrepios nos dois presentes. – Existem regras, vocês sabem, não é mesmo? – acenaram de forma positiva, não ousando abrir os lábios, talvez nem mesmo respirariam se fosse necessário.

- Então, como? – indagou novamente, após mais uma golada em seu drink – Como diabos uma das minhas clientes é quase estuprada por um membro da minha corporação?! – com o tom de voz já elevado, sentindo uma veia pulsando no meio de sua testa,  perguntou não conseguindo se conformar.

- Estava tudo certo – o moreno voltou a falar, já desesperado, não entendendo que naquela situação o melhor seria manter o bico fechado – Eu tinha tudo sob controle, até que aquele cara de cabelo cor de rosa apareceu.

Um silencio ensurdecedor pairou no bar, e Laxus que bebia tranquilamente, sentiu o álcool descer ardendo garganta abaixo, apoiando o copo meio vazio em cima de uma mesa que estava ao seu lado – E novamente eu me pergunto, aonde vocês estão enfiando minhas malditas regras?– respirou fundo e começou a enumera-las aos berros, chegando a que ele queria frisar – Bom, depois dessa pequena reprise... chegamos a que eu realmente gostaria de REFRESCAR a memoria dos senhores. – Pausou dramaticamente, virando o corpo, encarando ambos – NUNCA, EM HIPOTESE ALGUMA, ESTUPRAR – respirou fundo, ao perceber que talvez estivesse elevando o tom de sua voz além do que deveria, principalmente por MiraJane estar no andar de cima.- Agora, além disso vocês tem a audácia de tentar fazer uma calamidade deste tamanho na minha balada? – concluiu, pegando o copo o virando, raivoso.

- Eu quero assusta-lo Laxus – Bickslow que ate então estava quieto, finalmente tomou coragem de falar – Quero causar dor emDragneel... E se aquela loira é a chave para isso... vou ser obrigado a chegar nesse nível. – falou sério, engolindo em seco ao perceber os músculos dos ombros do loiro ficando tensos.

- Esta me falando que esta disposto a passar por cima de mim? – questionou retórico, com as pupilas de seus olhos azuis, completamente dilatadas, de ódio – Dei minha palavra a cada um de vocês que os tratariam como irmãos e até mesmo filhos se precisasse, mas impus algumas condições – falava enquanto se aproximava de quem havia lhe dirigido a palavra, e o encarou nos olhos esverdeados, concluindo – Espero não me arrepender.

Aquilo foi o suficiente para tanto Bickslow quanto o molestador ficarem de bico fechado, até que este segundo fora liberado, restando apenas o homem de cabelos azuis.

Laxus voltou ao bar, agora acompanhado com quem desejava sua vingança, sentindo o quão ansioso este estava – Você precisa fazer as coisas direito, ou serei obrigado a te banir – suspirou, guardando a garrafa de whisky – Eu te dei a liberdade de se vingar... Você tem meu apoio se acha que matando essa garota vai se sentir melhor – fez uma pequena pausa e logo retomou – E não digo se sou a favor ou não, porque realmente sei como isso não fara diferença na sua vida... – enquanto falava, caminhava em direção as escadas, decidindo concluir aquele assunto de uma vez – Mas já que você deseja fazer essa loucura, faça direito... e nunca mais me cause esse tipo de problema no meu santuário.

Enquanto subia as escadas em direção ao salão de sua balada, Laxus passava as mãos em suas têmporas, procurando não estar tão tenso na presença da namorada.

- Tudo certo, querido? – ela indagou ainda de costas para si, exibindo, sem se esforçar, seu corpo esbelto, enquanto ajustava as cadeiras, o deixando sem fala, mais uma vez.

MiraJane era encantadora, em todos os sentidos, até mesmo enquanto arrumava o bar, o que nunca era necessário já que o loiro possuía empregados para isso, mas ela sempre sentia prazer em ajudar, e quem ele seria se a impedisse de fazer algo que gostava.

Quando finalmente parou de mexer nas cadeiras, Mira fixou seus grandes olhos azuis nos de Laxus e pode perceber, mesmo com ele tentando disfarçar, que algo não estava certo, a fazendo suspirar pesarosamente - odiava vê-lo daquela forma.

Após alguns segundos quieto, tratou de caminhar em direção a mulher, apoiando seu corpo na mesa que ela limpava, parando ao seu lado.

 – Os rapazes estão lhe causando trabalho, não é mesmo? – indagou retorica- Sente aqui – ela ordenou, puxando a cadeira mais próxima e sem muitos rodeios o loiro, ainda em silencio, o fez.

A albina repousou suas mãos nos ombros tensos do namorado, e com uma força gostosa, passou a massageá-lo, tentando acalma-lo.

O que definitivamente, fora a melhor ideia que poderia ter.

- Bickslowestadoidopor vingança... – começou – Eudisse que o apoiaria, mas acho que ele ainda vai me causar algum problema. – suspirou, inda sentindo os toques sutis de Mira em seu corpo.

- Eu o entendia – sibilou séria, surpreendendo Drayer, mais uma vez, demonstrando um lado que, provavelmente, ninguém conhecia – Achava que a culpa era do Natsu...  Mas, a verdade é que hoje, vendo a forma como ele esta devastado, sei que ele jamais a mataria... Não propositalmente, pelo menos.  – parou com a massagem, sentindo na sequencia o toque das mãos fortes do loiro, repousando em suas. – Eu o vi hoje, saindo do bar com uma pessoa – disse séria – Por favor, me diga que nada de ruim ira acontecer com ele. – implorou ao loiro, agora ficando de frente para o mesmo que ainda estava sentado – Ele já sofreu demais. – concluiu.

Um silencio pairou na sala por longos segundos, até que Laxus finalmente tomou coragem de falar.

- Acho lindo a forma como você se importa com todos Mira. – pausou, tomando ar para prosseguir – Mas dessa vez, preciso cuidar dos Meus... – concluiu, fazendo a albina se afastar, sentindo uma pontado de preocupação em seu peito.

- Ele era o melhor amigo da minha irmã... – sussurrou baixinho, em um tom quase inaudível – Não posso aceitar que o machuque.

- Sinto muito, já não há muito o que eu possa fazer.

 

*x*

Na manha seguinte, Lucy acordou mais cedo que qualquer um na casa, sentindo uma dor de cabeça dos infernos, enquanto o sol invadia o quarto por uma pequena fresta da janela de Natsu.

Não tardou muito para que começasse a arrumar o cômodo, deixando tudo em perfeito estado – provavelmente melhor do que quando haviam chegado na noite anterior.

Com pressa, pegou sua bolsa e a sacola com suas roupas rasgadas e sujas, caminhando, silenciosamente em direção a sala dos Dragneel, notando o rosado mais novo, dormindo todo amarrotado no sofá, não conseguindo conter um sorriso de canto – por ele a ter deixado dormir em seu quarto – e ao mesmo tempo um sentimento de culpa.

Ficou alguns instantes parada, olhando a casa do garoto.

Já havia passado ali algumas vezes antes... Até mesmo quando era pequena. Mas nunca se dera o luxo de notar como todos os moveis eram impecavelmente limpos, e principalmente o cuidado que os dois possuíam com as inúmeras flores espalhadas por todos os cômodos.

Tomou coragem de se aproximar do rosado, agradecendo-lhe com um breve beijo na testa, o que não o faria se soubesse que o menino estava apenas fingindo dormir.

Não queria ser rude, mas precisava pegar seu uniforme em sua casa e sabia que conseguiria passar uma maquiagem para esconder seus machucados, evitando questionamentos desnecessários de pessoas avulsas. Então, decidiu sair da cassa dos Dragneel de forma sorrateira, não sendo impedida em momento algum pelo rosado que apenas abriu os olhos quando ouviu o som da porta se fechando.

- Garota estranha. – murmurou, em seguida se espreguiçando, ainda sentindo o aroma adocicado da menina e o calor dos lábios da mesma em sua testa.

Pensou em sair e perguntar aonde diabos ela estava indo, além de que poderia questiona-la sobre a falta de “educação” em sair de sua casa sem se despedir ou se agradecer, mas decidiu que era melhor faze-lomais tarde.

Naquele momento a única coisa que Natsurealmente pensava eram quantos minutos a mais ele tinha para dormir e então, decidiu aproveitar cada segundo que lhe restava.

 

 

 

Atrasada para a primeira aula, graças a grande dificuldade em conseguir esconder todos os seus machucados, e principalmente em se justificar para seu pai, Lucy correu em direção ao vestiário feminino do colégio.

Estava com seu uniforme comum, mas havia passado um batom vermelho que chamava a atenção de todos, mesmo assim ninguém a questionava, mesmo não deixando de pensar - “Quem usa batom vermelho no colégio as 8 da manhã?”

- Bom dia, Lu-chan. – Levy disse em um sussurro ao perceber a loira um pouco avoada. Heartphilia acenou com a cabeça, não dando tanta atenção para a baixinha, refletindo novamente naquela sensação horrorosa de estar sendo perseguida – Nós estamos no mesmo time de vôlei hoje... – tentou puxar assunto.

- Aham. – a outra respondeu desinteressada, mas ao perceber que aazulada estava apenas tentando ser simpática, virou seu rosto para a mesma, tentando demonstrar seu melhor sorriso, sentindo uma dor incomoda ao abrir sutilmente o corte em seus lábios, novamente, além  de estar em uma ressaca desgraçada, e concluiu – Vamos dar nosso melhor, né?

Aquilo foi o suficiente para que McGarden acenasse de forma afirmativa com um breve sorriso e saísse do vestiário, esperando a loira na quadra.

Quando percebeu estar sozinha, Lucy sentou-se, colocando a cabeça entre as pernas, tentando respirar. Ainda se sentia tensa pelo o que havia acontecido aqueles dias e por essas e outras evitava contato visual com qualquer um. O que de certa forma era exaustivo.

- Quem estáai? – perguntou agarrando sua mochila com força ao ouvir o som de passos no vestiário. Na sequencia tudo ficou silencioso, o que não a fez relaxar nem por um instante, trocando-se o mais rápido que pode, para que assim conseguisse se unir as outras pessoas do colégio.

Acreditava que se acompanhada com outros, provavelmente não iria correr risco.

Guardou sua mochila no armário, sentindo um vento frio lhe passando a nuca, como se alguém estivesse tão próximo de si que podia sentir sua respiração. Fechou os olhos, percebendo suas mãos tremulas, tentando de todas as formas possíveis ficar calma e com calma, virou o corpo, ficando cara a cara com ele.

- Você esta maluco? – indagou puta da vida, empurrando Dragneel, tendo espaço para se direcionar até ao banco que ficava em frente a um espelho, sentando-se.Procurava não mostrar os tremores, não deixando de perceber em como ele estava se divertido com sua reação.

- Fique calma... – sussurrou – Você sabe que eu sou um dos bonzinhos. – brincou, fazendo a loira parar para pensar “Será?”, balançando a cabeça imediatamente.

Seus olhos castanhos estavam fixos nos do garoto, não conseguia acreditar que duvidava até mesmo do rosado que havia a salvado na noite anterior – o nível de paranoia estava maior do que imaginava.

Manteve-se calada.

Ao perceber a confusão interna da menina, sentiu que o melhor seria se afastar, o que não seria novidade já que ambos não ficavam muito tempo juntos de toda forma. – Só vim ver se estava bem, já que a aula começou e não te vi. – disse, já lhe dando as costas.

- Claro. – respondeu sem pensar, fazendo com que o outro virasse novamentee a fitasse por mais alguns instantes, percebendo que Lucy havia caprichado no batom vermelho, disfarçando o machucado, e curiosamente achando os lábios carnudos de Heartphilia ainda mais tentadores do que o normal.

- Que tom foi esse, princesa? – questionou, sentando-se ao lado da mesma – É tão difícil de acreditar que fiquei preocupado com você... E senti sua falta? – indagou posicionando seu corpo de maneira que ficasse mais confortável para conversar com a menina.

Lucy se olhava no espelho naquele momento, enquanto Natsu havia posicionado as duas pernas uma de cada lado do banco, ficando de frente para o perfil da menina, que amarrava os longos fios loiros em um rabo de cavalo para a aula de educação física.

- Mesmo? É por isso que veio até aqui? – indagou o olhando no reflexo.

Natsu tinha um perfil bonito, o pescoço grosso seguido dos ombros largos, lhe davam um ar muito mais másculo do que deveriam, mesmo assim era magro, não parecendo aqueles típicos ogros que ficam gritando na academia que costumava frequentar. Alem disso, seus olhos verdes escuro a deixavam confusa, principalmente quando em contraste com os fios róseos que ela tinha certeza absoluta que ele não os penteava, o achava encantador algumas vezes. 

- E por qual outro motivo eu viria aqui? – ele perguntou, apoiando as mãos entre suas pernas, aproximando-se ainda mais da loira, que assim que virou seu rosto para o lado do rosado, deparou-se com o mesmo tão perto de si que pode sentir um calafrio lhe subir a espinha acompanhado por um frio na barriga, não disfarçando o sorriso de canto.

- Você sabe muito bem o motivo – falou baixinho,chegando seus lábios perto o suficiente para marcar os do menino no tom vermelho de seu batom e se afastar. –Você não me engana garoto. – concluiu levantando-se o deixando perplexo com tal atitude, ao passo que era satisfatório perceber que ela não parecia tão abalada com o que havia acontecido na noite anterior.

- Que bom, princesa. – sussurrou para si mesmo, sentindo o gosto adocicado em sua boca aonde Lucy havia lhe proferido um breve selinho, enquanto a via sair do vestiário.


Notas Finais


E ai, o que acharam??
Estou escrevendo uma fanfic - oneshot - por isso parei um pouco no próximo capitulo dessa fic, então até semana que vem acho que consigo postar *-* ( antes de quarta)

Obrigada por acompanhar a fic!
Ate o próximo capitulo.


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