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História Amor Virtual - Short Fic (MinSung) | Hiato - Encontrei você


Escrita por: MaryShell

Notas do Autor


Oieeee!
Como está o feriado?
Trouxe mais um capítulo dessa história doida, espero que vocês gostem.

Muuuuuuuito obrigada por todos os comentários e favoritos, são sempre muito importantes pra mim! <3

Boa leitura!

Capítulo 4 - Encontrei você


Fanfic / Fanfiction Amor Virtual - Short Fic (MinSung) | Hiato - Encontrei você

[No dia seguinte]

Próximo das cinco da tarde do sábado, Yang Jeongin chegou em casa apressado, abrindo e fechando a porta na velocidade da luz para depois dirigir-se até a escada. Havia atendido a um evento na faculdade durante horas, o que deixara apenas o restante da tarde e parte da madrugada livres para os trabalhos paralelos.

— Mãe, tô em casa — avisou alto, pulando os degraus de dois em dois até chegar no segundo piso. — Só me chama pro jantar!

Assim que entrou no cômodo, o loiro jogou a mochila de lado, ligando o computador. Após apertar uma série de botões em uma sequência praticamente codificada, tirou os tênis e pescou o anel da latinha de refrigerante do bolso. A pecinha coletada no dia anterior foi depositada em um pote que ficava ao lado da cama, repleto de outras argolinhas. Instantaneamente, um sorriso de satisfação surgiu em seus lábios. Ah, nada como ver os negócios prosperando!

Sempre que ganhava um novo cliente, contabilizava o serviço tomando um refrigerante. Claro, as informações também poderiam ser encontradas em uma planilha impecável e rebuscada, mas os anéis de lata eram uma maneira de deixar as coisas divertidas. Innie gostava de resolver os problemas do próprio jeito, o que geralmente implicava em esquemas inesperados e geniais.

Seu quarto parecia um QG de filme futurista: luzes coloridas, fios, diferentes teclados e uma iluminação neon indireta que garantia o máximo de conforto. No meio de tanta tecnologia, um grande aquário localizado no canto direito do lugar abrigava algumas espécies exóticas de peixes, tornando-se o único detalhe orgânico por ali.

O jovem jogou-se na cadeira e digitou a senha para ter acesso ao sistema. Os dedos deslizaram pelas teclas em uma velocidade invejável, coisa de quem havia crescido em uma realidade conectada. Além da facilidade nata para lidar com o universo digital, Yang era visto como um prodígio, conhecido na faculdade de engenharia da computação como alguém capaz de resolver qualquer problema que envolvesse números e uma tela. 

Acessou o aplicativo de músicas e colocou a sequência lounge de costume. Depois, abriu a primeira gaveta e olhou para o estoque de doces, montando um biquinho pensativo que durou apenas dois segundos. Estava afim de um troço açucarado, mas não muito. Precisava de acidez para estimular o cérebro e fazer os neurônios pegarem no tranco. O escolhido da vez, por fim, foi um pirulito de maçã verde.

— Ok, vamos nessa — estralou os dedos, pronto para começar.

Antes de mais nada, jogou o nome de Kim Seungmin no site de pesquisas avançadas. Levou quinze minutos investigando se o homem estava limpo na praça, afinal de contas, não queria envolver-se com nada sujo ou ilegal. Trabalhar com investigação era tranquilo e rentável, no entanto, exigia uma mente sagaz para evitar que caísse de paraquedas em algum tipo de falcatrua.

Ok, ele parecia ser honesto o suficiente. Sem antecedentes criminais, nenhum tipo de envolvimento com política ou escândalos reportados pela mídia. Fez o mesmo com Lee Minho, aliviado por encontrar os mesmos poucos resultados inofensivos.

Por fim, chegara a vez do misterioso namorado fantasma. Yang montou um board virtual com as fotos enviadas por Kim e os detalhes básicos do suspeito, como nome, idade, onde morava e no que trabalhava. 

Em seguida, acessou o perfil do Youtube. O nome do canal era "ji_quokka" e havia sido criado em 2013, embora tivesse passado muito tempo inativo, sem curtir, favoritar ou publicar nada. Ele possuía apenas trezentos inscritos e uma quantidade pequena de comentários, geralmente feitos pelas mesmas pessoas.

Ao analisar por cima os dez vídeos postados ao longo dos últimos anos, notou que eram muito parecidos entre si. Obviamente, o rapaz não revelava o seu rosto em nenhum e estava sempre em um ambiente escuro, tocando violão e cantando. Valia pontuar que ele cantava muito bem, se aquela fosse mesmo a sua voz.

— Vamos lá, Jimin. O que você tá escondendo, hum? — questionou, intrigado. — Conta pra mim se você é um golpista ou só um rapaz solitário e introvertido.

Pacientemente, assistiu vídeo por vídeo, pausando em alguns momentos para observar os detalhes, como uma pulseira que Jimin sempre usava e o fato de gravar apenas durante a noite. Também havia algo semelhante a uma cicatriz em sua mão esquerda, um desenho irregular que acompanhava o contorno do polegar e sumia na manga da camiseta. Considerou tratar-se apenas de uma distorção devido à qualidade ruim da imagem, porém, ao ampliar o frame concluiu que consistia mesmo em uma marca.

Jeongin dedicou-se a ler os comentários. Uma série de “Muito bom”, "Incrível" e “Continue postando”. Nada revelador o suficiente. Gastou horas passando e repassando pelos mesmos lugares, com direito apenas a uma pausa para jantar.

Quando voltou, já com a barriga cheia e as ideias frescas, o loiro jogou-se na cadeira e coçou a cabeça, pensativo. Tinha deixado algo passar, sem dúvidas. Os dedos tamborilaram no mouse enquanto Innie passava pelos comentários do último vídeo de Jimin pela quarta vez, até que notou uma informação nova: um comentário postado havia 2 minutos.

Lovelymisuk193
“Oi, Ji. Sentimos a sua falta hoje na homenagem do memorial. Você anda muito fujão, vou ter que te visitar aí no Johnnyks pra matar a saudade? Dê notícias <3 “

Interessante. O rapaz vivia na Malásia, não? Mas a mensagem estava em coreano. Mais curioso ainda era que, nem mesmo um minuto depois o comentário fora deletado, fazendo com que Yang erguesse as sobrancelhas em surpresa. A sorte era que sua memória era ótima e havia gravado as informações que precisava antes que sumissem. Digitou na busca e... ha! Bingo.

— E aí, Misuk. Qual é a boa? — sorriu ao acessar o perfil da mulher, que revelou-se em um verdadeiro paraíso para qualquer stalker pouco treinado. Ela não só providenciava postagens diárias, como também oferecia acesso às suas outras redes sociais. Em um minuto, o loiro descobriu que tratava-se de uma atriz de vinte e seis anos que vivia em Seul.

Choi Misuk parecia conhecer Jimin pessoalmente, pela lógica. Se tinha saudades, era porque eram ou tinham sido próximos de alguma forma. Sendo assim, havia chances da moça tê-lo marcado em alguma publicação antiga ou recente.

O problema era que a querida tinha mais de duas mil fotos no Instagram e trezentas e vinte e sete no Facebook. Qualquer ser humano normal deixaria o assunto de lado diante dos números desanimadores, mas Yang estava sendo pago para escanear cada mínimo detalhe, mesmo que levasse um tempo absurdo e rendesse imensuráveis momentos de tédio.

E foi o que fez. 

Previsivelmente, a tarefa custou muitos dias ao universitário. Sete, para ser mais exato. Virou as redes da mulher de cabeça para baixo em busca de uma mísera pista que pudesse revelar algo sobre Jimin. Usou até mesmo uma série de códigos para buscar o nome do outro automaticamente nas milhares de publicações da atriz, porém nada fora encontrado. No meio do processo, contudo, conheceu diversos membros da família de Choi, descobriu que ela era alérgica a cebola, que adotara um gatinho no último mês e, de quebra, ainda ficou a par de todo o seu itinerário de apresentações, uma vez que ela estava em cartaz com uma peça de Shakespeare.

Era incrível como as pessoas expunham a vida inteira na internet, não? E depois juravam de pés juntos que estavam sendo vigiadas por mecanismos de espionagem avançados e maquiavélicos. O estudante só fazia dar risada, afinal de contas, quem não amava uma teoria da conspiração?

Enfim. Tudo soava muito, fofo, muito divertido… mas era inútil. Em determinado momento, já exausto, achou que nada sairia dali, até que seus esforços foram inesperadamente recompensados. Uma foto aleatória de 2016 chamou a atenção do loiro, levando-o a uma marcação que, por sua vez, direcionou-o a um perfil abandonado. A partir dele, uma sequência de informações reveladoras e chocantes começaram a brotar uma após a outra.

No meio da madrugada de quinta para sexta-feira, finalmente, Yang comemorou a própria vitória, parabenizando-se discretamente no silêncio de seu quarto. Era mesmo foda, sem falsa modéstia. 

— Peguei você — avisou para o rosto em sua tela, que batia perfeitamente com as fotos pela metade enviadas por Kim. Para somar, o sujeito ainda usava a mesma pulseira do vídeo e possuía uma delatora pintinha na bochecha esquerda, igual a Jimin.

Ao final da semana, Innie tinha um nome, um histórico e um lugar. Quando concluiu que havia juntado todas as peças do misterioso quebra-cabeça, enviou uma mensagem para Kim Seungmin.

YJ Detetive [04:22 P.M]
Tenho o seu cara. Me encontra na cafeteria às cinco.

***

Kim não estava esperando por nenhuma das informações fornecidas por Yang. No fundo, tinha certeza de que o namorado do melhor amigo não passava de um golpista barato. Havia se preparado para a descobrir uma série de denúncias deprimentes envolvendo chantagem, estelionato e extorsão. Considerara até mesmo a possibilidade absurda de Jimin ser um michê que atendia em uma boate de natureza questionável. Na pior das hipóteses, também pensou que ele poderia ser um homem de meia idade com personalidade sacana, brincando de fazer de trouxa um cara inocente, encoberto pelo anonimato da internet. 

Mas, não. A situação era mais bem mais complexa.

Diversas mentiras estavam envolvidas, era inegável. Jimin não era “Jimin". Não trabalhava em uma editora de livros e nem vivia na Malásia. As supostas seis horas que separavam o casal, na verdade, não passavam de quinze minutos, uma vez que o mais novo poderia ser encontrado em um lugar surpreendentemente próximo da casa de Lee. As fotos que enviara para o advogado, no entanto, eram reais. Ele era jovem, tinha um sorriso fofo e parecia manso e adorável, segundo o próprio Yang, que fora averiguar suas suspeitas in loco.

— Que merda — Seungmin gemeu sozinho em sua sala, mirando no notebook as fotos e arquivos que o rapaz entregara em um pendrive. Eram oito horas da noite e Kim ainda estava no escritório, digerindo o que havia lido no dossiê montado pelo universitário.

Sentia-se péssimo, totalmente perdido em relação a qual atitude tomar. Minho estava envolvido em um relacionamento que não era cem por cento honesto, mas também não parecia ser mal-intencionado. Difícil palpitar sobre a índole de alguém sem nem ao menos conhecer a pessoa, mas Han Jisung, o verdadeiro rapaz por quem Lee havia se apaixonado, aparentava ser inofensivo. Só tinha um passado triste pelo qual não poderia ser acusado. Daquele ponto de vista, entendia a sua motivação para ocultar detalhes da vida pessoal, embora não concordasse em faltar com a verdade sob nenhuma circustância.

O que deveria fazer? Aguardar que Lee descobrisse tudo por conta própria ou avisá-lo de uma vez? Bem, o outro com certeza não ficaria nada feliz em saber que Seungmin tinha contratado a porra de um detetive para futricar em algo que não lhe dizia respeito. Desde o início, tinha apenas o objetivo de ajudar, mas admitia ter errado feio. Agora, analisando de forma racional, conseguia perceber o absurdo nas próprias atitudes.

Inferno.

Depois de incontáveis minutos de ponderação, concluiu que conversaria com os amigos no dia seguinte pra que deliberassem o veredicto juntos. Enviou uma mensagem para Bang e Felix, marcando um almoço para compartilhar os fatos e mostrar as evidências.

Feito isso, mirou o relógio e percebeu que já havia passado da hora. Só precisava jogar uma água no rosto e tomar um café para espantar a sensação péssima que estava sentindo, depois, seguiria para casa. No fim das contas, estava um tanto quanto aliviado por não ter jogado a merda no ventilador cedo demais.

Kim levantou-se e alongou o corpo, caminhando para fora da sala, pelos corredores já vazios do escritório. Todos haviam ido embora há um bom tempo, o que trazia ao ambiente um sossego notável. Parecia improvável que qualquer alma fosse aparecer ali novamente em uma sexta-feira à noite, mas a vida era uma enorme poço de ironias e nada era tão linear assim. 

O suave “plim” do elevador soou discreto no andar, abrindo as portas para revelar um exausto Lee Minho, vindo diretamente de uma reunião estafante. O homem gostaria de ter rumado direto para casa, no entanto, esquecera o carregador de celular em sua sala e estava com apenas dez por cento de bateria. Os passos baixos soaram sobre o piso até a primeira porta, onde encontrou o bendito aparato. Todo aquele trabalho por conta de algo tão pequeno, francamente. Já era pra estar em casa, de banho tomado, saboreando um lámen embaixo das cobertas enquanto assistia algo e conversava com Jimin.

Ao sair de sua sala, reparou que a de Seungmin estava acessa. Ora, ele ainda estava ali?

— Minnie? — surgiu no batente, encontrando o lugar vazio. — Mas é um workaholic filho da mãe, mesmo — murmurou para si mesmo, levando a cabeça de lá para cá em um riso baixo e divertido.

Podia apostar que o outro tinha ido agarrar um café ou energético. Não conhecia ninguém que trabalhava mais do que Kim e que fosse tão adepto das horas extras. O amigo achava ruim, mas Lee não se cansava de apontar a necessidade do outro de trabalhar menos e viver mais.

Não pretendia esperá-lo, mas com certeza deixaria um bilhete. Sentou-se na cadeira de couro confortável e puxou um post-it, optando por usar a caneta tinteiro afrescalhada do colega de propósito. Ele tinha mais ciúmes daquele item de papelaria besta do que teria de um parceiro ou parceira e Lee simplesmente amava tirá-lo do sério.

“Vai pra casa, seu merdinha. “  

Lee

Satisfeito, procurou o melhor lugar para deixá-lo a vista. Ah, o notebook estava aberto. Grudou o papel neon próximo do teclado e estava prestes a levantar, porém barrou-se ao notar algo estranho povoando a tela do computador. O sorrisinho sacana desmanchou-se e Lee piscou algumas vezes, confuso. O que as fotos de Jimin estavam fazendo ali? Como tinham ido parar no computador de Kim?

O que… — levou os dedos até o cursor, abrindo as demais abas com certo atraso.

O que era aquilo? Havia registros do parceiro que nunca tinha compartilhado com ninguém e, pior, um outro bocado que jamais tinha visto. Não eram selfies espontâneas, e sim fotos tiradas por alguma outra pessoa em aparente sigilo. Não pareciam montagens, nem um equívoco. Reconheceria seu sorriso em qualquer lugar, e a marquinha na bochecha... começou a sentir os batimentos acelerando dentro do peito e uma sensação gelada subiu pela espinha.

— Minho? — Seungmin apareceu na porta, atônito. — O que você está fazendo aqui?!

Os olhos chocados miraram o outro e foram precisos alguns segundos até que Lee conseguisse falar.

— Que porra é essa, Seungmin?

— Eu… — mil vezes merda! — Cara, isso não é nada, sério — mostrou as mãos, tentando atenuar o baque. — É pura besteira.

— Me explica, então. Porque você tá dizendo que é besteira, mas por algum motivo absurdo estou vendo fotos do meu namorado no seu computador — apontou, ainda mais ansioso. O que o mais novo estava fazendo vestido daquele jeito nas imagens? E aquele lugar... conhecia a fachada. Era perto de sua casa, passava ali todos os dias. 

Puta que o pariu. E agora, o outro ia negar? Por alguns segundos, a mente sagaz de Seungmin bolou uma série de histórias convincentes que remediariam a situação. O problema fora que nenhuma delas soava justa o suficiente com o amigo. Estava feito, afinal de contas. Tudo o que restava era assumir e compartilhar a verdade. Escondeu o rosto entre as mãos e puxou o ar, disposto a dizer tudo de uma vez.

— Desculpa, Minho — mirou-o nos olhos por fim, tentando ser o mais transparente possível. — Eu sinto muito, de verdade, mas contratei uma pessoa para investigar o Jimin. 


Notas Finais


Desculpem os errinhos ((:

⚠️ Sempre bom lembrar que a história é totalmente fictícia, mas que os personagens são maiores de idade e que, mesmo assim, todo o cuidado é pouco quando se trata de internet. Segurança em primeiro lugar, sempre. <3


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