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História Amore Nostrum - Capítulo XXVI


Escrita por: alicecdiangelo

Notas do Autor


Eu sei que sumi, desculpaaaaa. É que quando não estou com criatividade pra continuar, costumo jogar um pouco o jogo, ou assistir vídeos dele pra ter ideias, não gosto de entregar coisa mal feita. Sorry. Porém, voltei.

Capítulo 26 - Capítulo XXVI


POV Bianca

 

 

Depois daquela maluquice toda, eu nem mesmo consegui voltar a dormir. Vesti uma roupa adequada e fui até o lago, correr algumas voltas. Eu não disse nada sobre a dor no meu peito no lugar onde estava aquela marca, pra evitar alarmá-los ainda mais, e apenas saí na escuridão da madrugada para movimentar o corpo, acompanhada de uma arma e o meu usual punhal.

Quando cheguei lá, não estava sozinha, como pensei que estaria. Alguém corria por ali, e parecia conversar sozinho, como se estivesse num impasse sobre alguma situação. Ao se aproximar de mim enquanto rondava o lago, pude ouvir o garoto resmungar sobre uma garota e se deveria vê-la ou não. Me escondi atrás da árvore marcada pela violência e irritação de Castiel, mas um cheiro me chamou atenção. Um bem conhecido. Inalei com mais força, me aproximando inconscientemente do garoto resmungão, piscando os olhos com o cenho franzido, mas ele não percebeu minha presença. Seus olhos verdes zapeavam o chão, enquanto continuava ponderando, e seus cabelos castanhos e desordenados se sacudiam.

-Ei- chamei, sem saber bem porque. Seus olhos se arregalaram- Quem é você?- ele tremia e parecia mais conflitado ainda ao olhar para mim. Não obtive uma resposta se quer, o garoto apenas esfregava as palmas na calça, e tomou uma pose falsamente confiante, se endireitando sobre os coturnos pretos- Não vai me responder?- o cheiro continuava me importunando, e finalmente veio em minha mente. Era o cheiro dele. Fitei-o com mais atenção, fungando e me aproximando sem me importar com sua tensão- Ken? É você?

-Bianca...- seus olhos se arregalaram ao encarar minhas íris bicolores- S-seus olhos- franziu o cenho, fazendo menção de tocar meu rosto, e depois se afastando- O que...

-O que aconteceu com você? Tomou algum anabolizante?- toquei seus braços, ainda com dificuldade de assimilar a pessoa ao nome. Olhei para seus olhos verdes, e pude ver finalmente algo familiar. O brilho caloroso e tímido ainda estava ali. Ele parecia hesitante em fazer algo ou tocar em mim, mas eu quebrei a distância entre nós, e o abracei violentamente, nos derrubando na grama. Ele caiu de pernas abertas, e eu estava ajoelhada entre elas na grama, o apertando com dificuldade, agora que ele era quase o dobro do meu tamanho ínfimo. Depois de alguns segundos paralisado, ele me envolveu em braços grandes e musculosos. O cheiro era o mesmo, o que me inquietou quando cheguei.

-Você diminuiu de tamanho, não?- eu ri me soltando e sentando sobre os meus pés. Peguei seu rosto entre as mãos, virando a sua cabeça para observá-lo melhor. Suas sardas discretas ainda estavam ali, e o cabelo era da mesma cor e maciez, apenas com um corte diferente.

-Eu não diminui, você quem cresceu, e muito. Poderia ligar para Bernardo, mas sou egoísta demais pra dividir a sua atenção agora- ambos rimos. Seus olhos se desviaram para meu pulso, para a pulseira que ele me dera- É um presente ótimo, fiquei bem bonita com ela, não acha?

-Você encontrou, então? Fiquei imaginando quanto tempo demoraria para achá-lo- a voz era diferente, mas o tom doce era o mesmo. Nunca me senti tão em paz quanto nesse momento. Me levantei e lhe ofereci a mão, mas ele rejeitou sorrindo e apenas se colocou de pé facilmente- A escola militar me ajudou de algumas formas- eu sorri e arqueei uma sobrancelha. Ao longe, avistei meu irmão e Nathaniel, e eles pareciam procurar algo, provavelmente eu. Gritei por Bernardo e acenei para ele, animada. Eles se aproximaram com feições curiosas e desconfiadas ao avistar o garoto ao meu lado.

Gente, o Ken deu um level up, mas voltou pra nós!- meu sorriso radiante pareceu derreter eles, já que não era algo que eu fazia muito- Precisamos comemorar- fitei os garotos à minha frente- Vamos aproveitar a folga dessa semana antes do festival de esportes inter-classes, seja lá o que for isso- Nathaniel riu.

-Com certeza você vai adorar, e provavelmente as outras salas nem tem chance contra a nossa, tendo vocês dois- eu soltei um riso nasalado- Bem, mas o que você sugere?- sorri travessa.

-Podemos ir a um resort relaxar- Ken fez uma careta. Às vezes eu me esquecia que o pai dele era militar, e não tinha tanto dinheiro quanto os demais nessa escola. A mensalidade era pagável, mas os luxos a que estamos acostumados, não- É de um familiar, nós 4 não temos que pagar nada- o tranquilizei segurando em seu ombro levemente- Além disso, imagine se eu ia perder a oportunidade de ver os meus amigos todos sem camisa mais uma vez. Confesso que fiquei curiosa sobre o seu novo tanquinho- eu ri e cutuquei a barriga dele, enquanto seu rosto de avermelhou como um tomate.

-Ah, chega disso, vamos voltar pra tomar café da manhã e vestir o uniforme-  Nathaniel afastou minha mão da barriga de Kentin, me puxando e seguindo até o caminho de pedras, de volta para o campus, na direção da cantina. Obviamente, eu fui pendurada no braço do meu recém-retornado amigo como uma criança feliz e sorridente, e ele parecia estar nas nuvens com toda a minha atenção. Acabei nem me lembrando do que aconteceu antes.

-Bianca, os seus...- meu irmão interrompeu sua fala ao fitar meu rosto- Os seus olhos voltaram ao normal- seu cenho se franziu enquanto segurava meu rosto e me analisava confuso- Será que...? Não, esquece, não pode ser isso. Acho que era só um efeito temporário. Vamos- me espreguicei, dando de ombros e continuando o caminho até o café da manhã.

 

 

 

 

Na hora de seguir para a aula, percebi uma certa agitação antes de entrar na sala. Nathaniel estava com uma cara péssima em pé ao lado de Melody no palco da sala, e eu entrei e me sentei no lugar usual, franzindo o cenho. Procurei seus olhos, que se chocaram com os meus, seu olhar dava a entender que eu esperasse para ver. Cruzei as pernas e os braços, suspirando e aguardando. Quando todos estavam ajeitados em seus lugares, ele se colocou a falar.

-Eu estou aqui como o representante geral do 2º ano, então vou apenas deixar que a representante da nossa turma fale- dito isso, deixou espaço para a Melody, mas depois do meu aceno de cabeça, se apressou ao meu lado. Ele sabia o quanto não gostava dele próximo dela.

-B-bem, a diretora decidiu conjuntamente aos professores que era melhor desfazer o sistema de duplas, e que teríamos uma dupla apenas para as aulas de ciências, e os trabalhos conjuntos seriam feitos em duplas, trios ou grupos conforme o julgamento do professor. Então, podem se sentar com quem quiserem- franzi o cenho. Só isso? Por isso ela parecia radiante, por não ter mais que se sentar com a Ambre.

-Qual seu problema, então?- olhei-o. estava pálido e desanimado- Está doente?- medi sua temperatura com a mão, afastando os cabelos da sua testa- Está febril! Vamos à enfermaria agora mesmo- me levantei e o ajudei a fazer o mesmo, carregando nossas mochilas nas costas e apoiando seu braço com as mãos.

-Senhorita Bianca, Senhor Nathaniel, onde vão?- O professor de artes, também conhecido como o espião, nos perguntou nervosamente. Fiz uma pequena reverência educada antes de respondê-lo.

-Ele não está se sentindo bem, vou levá-lo à enfermaria, senhor- ele assentiu, saindo do meu caminho rapidamente, e eu continuei apoiando Nathaniel em direção ao local procurado.

-Bibi, pode voltar, eu consigo sozinho- ignorei sua fala e segui em frente- Estou falando sério.

-E eu perguntei algo? Se continuar resmungando vou te carregar até lá no colo. Quer passar essa vergonha? Você sabe que consigo- arqueei uma sobrancelha, interrompendo meus passos para encará-lo de baixo. Como esse homem é alto, meu Deus. Quase acelera meu coração- Agora vamos, a cada minuto você parece mais pálido- andamos todo o caminho até a enfermaria, onde o larguei na maca e me sentei, enquanto a enfermeira o atendia.

-Bom, parece que ele só teve uma fraqueza repentina, e está bem desanimado. Isso normalmente acontece mais com crianças quando sentem muita falta de alguém, ou muita vontade de comer algo, ele até mesmo está febril. Algo me diz que o remédio está bem aqui, então vou deixá-lo descansar, e abrir uma exceção para dispensar também a senhorita, desta vez. Arqueei uma sobrancelha enquanto fazia que não com a cabeça, e a enfermeira se retirou. Ele sorria como uma criança doente que recebeu sorvete. Soltei uma risada nasalada.

-Eu não acredito que isso tudo é birra- ele deu de ombros- Qual é o problema, quer me dizer?- ele olhou para suas próprias mãos, chacoalhando as pernas juntas sobre o colchão, inquieto.

-Eu... Fiquei preocupado que não quisesse mais se sentar comigo quando anunciássemos o fim das duplas. Achei que fosse se sentar com ele- revirei os olhos e dei um soquinho em seu braço.

-Descanse, eu não vou a lugar algum, agora- apoiei os cotovelos na maca e o rosto nas mãos, encarando-o, deitado e com as roupas tortas- Arrume as roupas- levantei-o do colchão e endireitei sua camisa sobre os ombros e na cintura, abrindo o primeiro botão- Agora dorme, aproveita o ar-condicionado ligado.

-Na verdade, senhorita, creio que seja melhor que o direcione ao dormitório, onde pode colocar roupas mais confortáveis e descansar- a enfermeira voltou, com uma cartela de comprimidos nas mãos- Tome um anti-térmico e podem ir ao dormitório, jovem. E você deve estar de volta a sala no próximo período, certo, senhorita Bianca? Apenas pode acompanhá-lo pois consta na ficha que ele é da sua família- assenti, recolhendo o remédio de suas mãos e entregando um comprimido e um copo de água a ele, que tomou com uma careta, se sentando.

-Então vamos, bebezão- recolhi as mochilas do chão e saí acompanhando-o, segurando seu antebraço para apoiar seu corpo durante o caminho. O caminho até o dormitório foi tranquilo, ele estava completamente melhor, provando o ponto da enfermeira, de que era uma reação infantil ao estresse dele. Assim que chegamos à porta do dormitório, subimos pelo elevador e seguimos até o quarto, onde entramos e me joguei na cama de Bernardo, após largar as mochilas na cadeira da escrivaninha- Tudo bem aí, Nath?- ele assentiu e foi até o guarda-roupas.

-Pode se virar pra que eu possa me trocar?- assenti, rindo, e me sentei de costas. Assim que ele me permitiu, voltei a me deitar de frente para si. Nathaniel usava uma calça moletom e uma camiseta branca enorme, e se jogou na cama, alcançando o celular. Não se passaram vinte minutos antes que ficássemos entediados- O que acha de assistirmos tv?- dei de ombros, pulando para fora da cama e indo até o sofá improvisado que Bernardo criara a partir de um Futon, que encarava uma tv instalada no chão mesmo, com os fios colados a parede que seguiam até a tomada. Ele se jogou no estofado na diagonal, apoiado ao canto da parede, e me embrenhei deitada com a cabeça apoiada em sua perna.

Em algum momento em meio às cenas que passavam na tela, peguei no sono, como sempre acontecia quando havia uma brecha de descanso.

 


Notas Finais


Finalmente, a volta do nosso Kentinho. Bianca cada hora mais rodeada de homenzinhos fofos, uiui. Mas, o que importa é ver sangue, então seguiremos com a história pra chegar na parte interessante.
Beijos de Nutella com Morango,
Tia Alice.


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