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História Anatomia Humana por Kim Seokjin - Para sempre


Escrita por: black_mountain

Notas do Autor


DOIS CAPITULOS!! (e agradecimentos <3 )
Desculpa pela demora, a escola não deu trégua nesse meio tempo...
Eu escrevia e apagava, não achando muito bom, até que eu finalmente consegui o resultado que eu queria.
Espero que gostem, dei muito de mim nessa história :)
(FICOU GIGANTE)

Capítulo 23 - Para sempre


Fanfic / Fanfiction Anatomia Humana por Kim Seokjin - Para sempre

Comecei pelo primeiro lugar – que obviamente não era o meu. Parabéns Mark Tuan, pela melhor pontuação. Eu fui descendo o olhar, acompanhando-o com meu dedo. Segundo, terceiro, quarto... trinta e um, trinta e dois, trinta e três, trinta e quatro e ...

“35 – Kim Namjoon – Classificado”

Nesse momento, meus braços penderam para o lado, não acreditei no que estava escrito ali. Esfreguei os olhos e olhei de novo. Ainda estava lá, meu nome na zona verde. Se eu ainda conseguisse chorar, eu teria chorado. Mas apenas passei a mão pelo queixo, coçando ali. Comecei a andar para trás, esbarrando na multidão. Não via ninguém passar. Me virei e andei contra o emaranhando de pessoas, procurando loucamente por Jin. Eu tinha que falar com ele. Eu tinha que abraça-lo...

Olhei em direção ao carro, ele não estava lá. Vasculhei o olhar por todo canto, apenas não o encontrava. Um desespero pulsou fundo no meu peito. Será que o Suga...?

Mas então eu o vi, de pé encostado em uma árvore próxima, sem ninguém por perto. Seu cachecol rosa impossível de não reconhecer, sua respiração fazia uma fumacinha e seu nariz estava vermelho. Meus óculos trincados atrapalhavam a visão. A árvore estava sem folhas e a neve cobria os galhos secos. Caminhei pelo gramado encharcado e branco, fui em sua direção.

Quando cheguei perto, notei que em suas mãos ele segurava uma caixinha preta com lacinho vermelho. Ele sorria.

- Jin... eu... eu... – as palavras simplesmente não saiam. – Eu passei. – Foi em um suspiro, quase um sussurro.

Ele me deu a caixa.

Eu abri e lá tinha um par de óculos novinhos, a armação era marrom e tinha um detalhe mínimo prata na frente.

- Se eu não tivesse passado, Jin? – Passei os dedos devagar sobre a armação que brilhava aos meus olhos, eram lindos.

- Uh-hum. – Negou de leve com a cabeça. – Eu tinha certeza que passaria. – Foi suas primeiras palavras depois de lhe contar a novidade.

Esse homem era a minha salvação e ao mesmo tempo, minha perdição. Como eu vivia antes sem tê-lo? Mesmo o conhecendo há menos de um ano, como descrever sentimentos tão intensos? Eu olhava de cima agora, seus olhos brilhantes e sorriso doce, tudo isso, me levava a um mundo diferente, mais colorido, uma distorção do real, me fazia pirar.

Felicidade.

Toquei seu queixo e selei nossos lábios embaixo daquela árvore, com a multidão do lado, com o frio congelando meus dedos.

- Obrigado, de verdade, obrigado. – Encostei nossas testas.

Saímos de mãos dadas até o carro, rindo sobre como Jin teve que conversar com meu pai e achar a receita dos meus antigos óculos. Vasculharam os armários. Era um presente dele e meu pai me disse que me daria meus parabéns amanhã.

-X-

Como nem tudo era flores na minha vida, logo após fomos ao hospital. Falar sobre a cirurgia, ela estava mais próxima do que nunca. Quando sentamos no consultório do mesmo médico de sempre, ele estava com os meus novos exames e com os de Jin.

- Bom... muito bom. – Ele não tinha os lábios em linha reta dessa vez, um leve curvar passava pela sua feição. – Namjoon, sua condição está favorável. A quimioterapia deu mais resultados do que o esperado para um quase um mês.

- Então, a cirurgia pode ser feita quando? – Jin indagou.

- Calma... ainda é cedo para a cirurgia, mesmo com o transplante, as chances de o tumor voltar são maiores que 50%. Não é favorável faze-la agora. Seria arriscado, uma cartada insana. A condição do Nam melhorou em relação a própria quimio, ele tem reagido bem com ela. Mais um mês ou menos, aí sim, a operação será com certeza viável. Até 70%.

Como dizer? Não foram péssimas, mas também não foram ótimas. A balança da minha doença tinha se equilibrado em relação a morte. Jin tocou meu braço e eu ajeitei os óculos novos no rosto.

-X-

Ao sair do consultório, invés do caminho para casa, Jin dirigiu até a cidade. Faríamos compras para Ceia de Natal, a qual ele insistira muito para fazer.

O supermercado da cidade estava abarrotado de gente que deixara tudo para última hora, como nós. E eu tinha que aproveitar essa deixa para ir comprar o presente dele. Eu já o tinha encomendado há uma semana, talvez já tivesse chegado.

- Jin, eu vou ter que sair...

- E vai aonde? – Ele perguntou avaliando umas uvas verdes. Colocou-as no carrinho.

- Bem... eu vou... sabe... quer dizer.

- Ir pegar um presente que eu não posso saber o que é? – Ele sorriu de lado e eu suspirei derrotado. Eu já não sei disfarçar e o Jin era muito perspicaz.

- Talvez...

- Pode ir, meu amor. Boa sorte. Mas eu pretendo voltar para casa em uma hora, para dar tempo de preparar o jantar, okay?

- Sim, senhor... – Disse sarcástico.

- Muito bem. – Ele sorriu.

A cidade estava muito bonita e iluminada, mesmo não podendo contempla-la em sua plenitude por ainda ser cedo, eu ainda via muita beleza nas árvores em fileira sobre as calçadas com luzes envolta dos galhos despidos. Muitas famílias caminhavam por ali com seus filhos, nas pracinhas e afins. Um papai Noel de mentira quase da minha altura estava do lado de fora da loja a qual eu entrara. “Livraria Letras – Sebos e afins.”

- Boa tarde e Feliz Natal! – O atendente jovem me deseja.

- Boa e Feliz Natal. – Respondo observando as infinitas prateleiras presente no começo até o final da loja. Todas cheias de livros dos mais variados tipos. Não tinha sinal de poeira ou coisa parecida, tudo estava muito limpo e cheirava a papel novo.

- No que posso ajuda-lo?

- Eu fiz uma encomenda do livro...

- Ah, sim! – Ele se abaixou e sumiu atrás do balcão, depois emergiu com uma caixa de madeira pintada a mão em tons vermelho, preto e dourado. – Esse?

- Eu acho que sim... – Ele abriu o feixe da caixa e a abriu, o livro lá dentro era de um vermelho vivo, capa dura, o título com letras douradas e autorelevo.

Eu tinha encomendado uma edição do livro que Jin sempre ler para mim no hospital. Mas esse não se parecia nada com o exemplar de Jin. Claro que era uma edição mais limitada, mais cara, mas o livro em si era muito lindo. Fico imaginando o que Jin fizera para estragar até a lombada do livro que já tinha. Ou até mesmo destingir a capa vermelha para “meio marrom”.

O atendendo quase babava sobre o exemplar. Quando perguntei se o livro era tão bom assim, ele quase explodiu em comentários.

- Eu já li várias vezes! Mesmo o autor não sendo muito reconhecido ou o título mesmo não ter ganhado a devida atenção. Quem tem a sorte de lê-lo, apaixona-se! E essa edição é linda! A caixa é feita a mão, de madeira. O cheiro que ela exala é de livro novo! Vontade de morar dentro dela! O livro com capa dura também é uma preciosidade...

- Então, eu fico com ele mesmo. – Eu não queria interrompe-lo, mas presumi que ele não pararia de falar.

Se foi caro? Foi... muito... caro... e o atendente ainda cobrou o embrulho! Sacanagem.

Mas valeu a pena. A capa do livro quase brilhava de tão novinha e caixa era realmente de encantar qualquer um, tudo muito delicado. Já o embrulho que a livraria me disponibilizou era genérico, verde com Papais Noel nele. Mas tudo bem.

Ao encontrar com Jin na saída do supermercado, ele me deu um selinho e tentou espiar a sacola que eu trazia.

- Claro que não! – Levantei o meu braço o mais alto possível, longe do alcance dele.

- Ohh! – Ele tentava inutilmente pular tentando pegar o embrulho da minha mão.

- Só amanhã... – fiz “não” com o dedo e Jin respondeu com um bico.

Quando ele queria, o mais velho conseguia ser mais criança que eu. A diferença que ele ficava fofo e eu só fazia merda.

-X-

Na mesma noite, véspera de Natal, a ceia foi bem simples, pois não tivemos tempo de fazer algo realmente grandioso. Mas ninguém, nem de longe, tinha um chester tão cheiroso e suculento quanto esse que eu e Jin fizemos.

A luzes pisca-pisca da árvore na sala refletiam um pouco na cozinha, iluminando o espaço com coloridos de vez em quando. Meu pai enfim disse que estava em um relacionamento com uma funcionaria no seu trabalho. Desejei felicidades sinceras a ele, Jin também e pedimos para conhece-la. Ele meio envergonhado disse que tudo tinha seu tempo.

Uma conversa leve fluiu durante todo o jantar, risadas espontâneas enchia o local de vez em quando. A sensação de paz era de esvaziar a cabeça... ao acabarmos tudo, meu pai lavou os pratos enquanto Jin e eu enxugávamos e guardávamos.

A dores que eu sentia deram uma trégua nessa noite. Nem mesmo um enjoo se fez presente e por um momento, eu pude esquecer a condição a qual eu me encontrava.

O senhor Chung-Ho foi deitar e nós, que sobramos, deitamos no sofá, a TV ligada em qualquer canal com um especial de Natal passando, a neve caindo lá fora, o frio passando de levinho pela fresta da porta. Nós dois nos aconchegamos um no outro embaixo de uma coberta. Jin com a cabeça no meu peito, sentindo minha respiração calma. Entrelaçamos as mãos. Ele sorriu encarando nossas mãos.

- Que foi? – Perguntei intrigado à aquela expressão com um sorriso melancólico.

- É porque foi a primeira vez... – ele disse.

- De quê? – Insisti.

- Uma ceia de Natal como uma família. Eu nunca tive... até hoje.

- Jin... – apertei meus braços ao seu redor e ele me encarou nos olhos.

- Eu estou bem. Na verdade, estou muito... – me deu um selinho – muito... – outro – feliz agora. Isso tudo é importante para mim. Você, principalmente.

- Você não existe. – Foi a única coisa que pude pensar em falar em resposta aquilo.

Ele sorriu em resposta. Jin brilhou como nunca antes, seu rosto tomou um sentimento que era inexplicável. Se eu o deixava feliz, por Deus, ele me deixava em pura euforia.

E nem percebemos quando o sono nos pegou.

-X-

Na manhã seguinte, fui acordado em um susto. Jin jogou uma almofada em minha cara.

- Acorda! Natal! – E pulou em cima de mim todo excitado.

- Hm... – foi o que eu respondi.

- Nam!!! Vamos! – Insistiu.

Me levantei desgostoso. Cocei a cabeça e olhei em volta, meu pai e Jin já trocaram presentes... me sinto deixado de lado. Pelo visto, meu pai dera a Jin um par de sapato lustrosos de couro e Jin dera a ele um relógio de pulso. Me espreguicei e bocejei bem alto, chamando a atenção de ambos.

- Agora é minha vez... – disse me levantando e indo até debaixo da árvore pegando o pacote com o embrulho da livraria. – Aqui Jin. – Peguei também um pacote preto e dei para meu pai. – E pai, aquela camisa que o senhor achou bonita, achei ela no centro.

Meu pai desembrulhou e agradeceu me abraçando. Jin tirou a caixa do pacote e olhou-a confuso. Com a cabeça incentivei que continuasse.

- Vai. Abre.

E quando Jin o fez... nossa! Deu um grito e saiu dando pulinhos pela sala vindo até mim.

- Como assim? Que lindo! Isso é impossível. – encheu minha cara de beijos.

- Você gostou?

- Eu amei! Nam, é lindo! – Voltou até a caixa e tirou de lá o exemplar com cuidado. Ficou observando encantado para aquele livro e me fez valer cada centavo gasto nele. Mas aí, enquanto ele observava o livro, aos poucos seu semblante assumiu outra forma, um pouco triste.

- O que foi? – Perguntei.

- Eh... que, bem... – Jin evitou meus olhos.

- Não gostou?

- Não! Eu amei! – disse prontamente. – Mas...

- O quê?

- Feliz Natal... – disse fraco, me entregando um pacotinho.

Eu o abri e lá tinha pacotes de flores diferentes. Eu não conhecia nenhuma.

- Gloxínia... Begônia... – Jin falou envergonhado. Eu sorri com aquilo. – É porque o jardim, você falou antes, da sua mãe, estava meio morto. Então, eu pensei em depois do inverno nós plantarmos algo nele de novo. Sabe... desculpe, não foi o melhor presente do mundo...

- Eu amei. – disse sincero.

- Mas...

- Nada. Jin, você me deu vontade de viver. – Fui até ele e o beijei na testa. – Obrigado, de verdade. Você acertou em cheio.

Jin não sabe o quão bem faz a mim. E ele não percebe que são essas coisas, por mais que ele as achem pequenas, são o que fazem a diferença para mim. Reviver o jardim da minha mãe e torna-lo nosso... perfeito.

- Com licença, mas ainda falta o meu. – Meu pai se intrometeu no nosso momento. – Vamos lá para fora. Esse vai valer por hoje e pela entrada na faculdade.

- Nam, vista o casaco antes de sair. – Jin disse e olhei com um olhar rabugento a ele.

Quando saímos lá fora, no meio da neve, meu pai atravessou o curto caminho pela neve até a garagem e trouxe empurrando de lá uma moto preta. Eu fiquei paralisado.

- Não é novinha de fábrica, mas foi o que eu consegui... você merece, Nam.

- Mas eu nem tenho carteira... – A moto estava recém pintada, então reluzia um pouco com a ajuda do chão branco.

- Isso é detalhe, ela não vai sair da garagem sem você mesmo. – Respondeu meu pai.

Desci as escadas até ele e o abracei.

- Obrigado.

- Matemática, hum? – Ele respondeu. Seu olhar refletiu orgulho com as palavras.

Voltei a olhar para Jin, que tinha a cara “ah, todo mundo pensou num presente legal, menos eu”, hilário. Estendi minha mão a ele e ele a pegou.

- Aceita dar uma voltinha? Agora eu sou um playboy.

- E você sabe andar?

- Hope me ensinou na moto dele, quando ele podia andar, antes de bater no segundo ano. E sei andar de carro também.

- Tinha de ser...

- Ah. – Lembrei. – O que significam as flores?

- Gloxínia – apontou para mim. – Amor à primeira vista. E begônia – apontou para si. – Um amor fiel. Eu, Jin, prometo ama-lo pelo resto da vida, Namjoon.

Puxei a mão que ele me deu e trouxe seu corpo de encontro ao meu e eu o rodei nos braços.

-X-

- Por quê temos que ir, hein? Eu já sei que passei. – Me joguei preguiçoso na cama.

- Porque sim... quem sabe você ficou em biologia, hein.

- Nem brinca.

- Vamos, amor – Jin me puxou da cama. Me levantei desgostoso. – É nosso último dia como aluno e professor.

Era manhã do dia 26 e hoje sairia os resultados dos exames escolares. Claro que eu não fui o melhor, mas tinha certeza que em todas eu passara. Porém Jin queria ir resolver algumas coisas. E como ele conseguia tudo que queria...

- Okay, mas vamos ser rápidos.

O caminho foi bem lento, Jin tinha medo de dirigir na neve, então diminuía a velocidade quase parando o carro em cada curva. E a escola estava desnecessariamente lotada. Muitos alunos vieram ver os resultados. Estavam todos no pátio da frente, olhando os resultados colados nas colunas e corredores, alguns já enfrentavam o frio e ficavam conversando em meio ao pátio. Quando desci do carro, Jin foi direto falar com o professor Jang, na minha antiga sala e eu fui falar com o Kookie.

Ele estava do outro lado do pátio, junto com os meninos, me juntei a rodinha. Houve um silencio no começo, todos olhavam de mim a Hope, esperando algum atrito e do nada Hope me pergunta como estou e eu respondo normal. Eles estranham, mas a tensão se vai e a conversa flui normalmente, como adolescentes que tem uma panelinha. Nem tive o trabalho de ir procurar meu nome, Kookie me disse que quando foi olhar o dele, também procurou pelo meu. Jeon achou o dele em biologia e o meu em nenhum. Por um momento pensei se Jin fizera de proposito, mas Kookie assume que nunca fez nenhum trabalho dele. Eu comecei a rir. Se tinha alguém que sempre melhorava meu humor, era Kookie, mesmo que fosse sem querer.

Fomos conversando e um a um se foi, quando Kookie partiu, entrei no prédio da escola e fui direto onde Jin disse que estaria. O lugar já estava ficando vazio. O que não era um bom sinal. Quando cheguei na sala, vi Jin se despedir de Jang, “então esses são os últimos relatórios... okay, já vou indo” e ele se depara comigo na saída.

- E ai? Passou mesmo?

- Sim, como eu disse. Vamos? – Segurei sua mão. Já não devíamos mais nada a ninguém.

- Sim. – Ele ia seguir em frente, mas parou. – Ah, esqueci minha bolsa na sala dos professores. Vou pegar, já volto.

- Eu vou com você. O Suga pode...

- Ele não veio. Parece que saiu da escola, pelo Jang me falou. – Disse num sorriso.

- Sério?

- Seríssimo. – Ele sorriu. – Então, eu vou pegar e você me espera no estacionamento.

Soltou minha mão e eu senti seu calor indo embora. Deu passos para trás, ainda me encarava e sorria. Seu sorriso, igual a primeira vez, ainda conseguia mexer comigo. Era forte demais. Jin em si mexia comigo. Fiquei no corredor, vendo-o ir. Quando ele virou a primeira curva, me dirigi ao estacionamento.

O céu era um cinza bem escuro, o frio estava pior hoje, mesmo com as luvas, sentia meus dedos congelarem. Ajeitei o gorro na cabeça, cobrindo as orelhas, essas que estavam dormentes. Ajustei o casaco ao corpo e olhei ao redor, eu tinha acabado de chegar, mas não sei... Jin estava demorando... olhei ao redor mais uma vez e deixei meu olhar cair nos janelões da biblioteca, a qual guarda todo minha historia com Jin. Lembrei de como contei minha vida pela primeira vez, do dia que me confessei e ele não escutou, me lembrei do perdão que ele me concedeu, de como o amor surgiu inocentemente ali. Naquele mínimo espaço... em tão pouco tempo. Tudo bem ali.

Mas então lembrei de como Suga nos encontrou e a imagem dele surgiu na minha cabeça quase como um alarme, um desespero eminente cresceu no meu peito. A respiração aumentou. O sentimento ruim aumentou e aumentou, até que não aguentei e me pus a correr. Corri como se minha vida dependesse daquilo... Entrei no prédio e quase caio em uma curva de corredor. Meu peito ardia, mas eu continuava a correr. Arfava que nem louco assim que cheguei a porta da sala dos professores. Esperei de verdade estar errado, que todo esse terror que eu sentia fosse apenas preocupação desnecessária. Que o gosto ruim na minha boca passaria assim que eu visse Jin andando até mim sorrindo, igual agora há pouco no corredor.

Mas ao abrir a porta, me deparo com a cena mais abominável, meu estomago pareceu dar um nó, a garganta travou e o maxilar trincou.

Jin jogado sobre a mesa, enquanto Suga estava em cima dele e segurava sua boca com força com uma mão e com a outra levantava sua camisa social de botões. Quando abri a porta, Jin olhou suplicante a mim, soltou um gemido de desespero e por um momento fiquei cego de raiva e a sala girou.

Sem pensar duas vezes, me taquei sobre Suga desferindo uma cotovelada em seu queixo, libertando Jin do aperto nojento. Quando Suga recuou, soquei com a direita no seu rosto, ele tentou revidar, mas bloqueei com o antebraço e desferi mais um soco com toda a força. Dessa vez ele tonteou e titubeou para trás.

Mas eu não parei, desferi mais um soco, ele continuava de pé, dei mais um, no estomago dessa vez e Suga se curvou de dor. Mais um na bochecha, olho, nariz, boca, meu punho estava escarlate, já não sabia se era o meu sangue ou o dele que banha minhas mãos. O sangue respingou na minha cara e eu gritei de raiva, mas o infeliz não caía. Encurralei-o na parede, perto da mesa de computador.

Estava em plena fúria, ao fundo, como se estivesse muito longe, escutava a voz do Jin me pedindo para parar. Eu não podia, eu tinha que acabar com ele. Suga tocara Jin, eu vi a cena, se eu não tivesse chegado... Mas então senti um peso sobre mim e alguém me envolver com os braços, deixei os movimentos pararem e soltei mais um grito de horror. Jin me agarrara por trás e eu prometi que nunca mais o machucaria, então parei de socar o filho da puta e esse já se encontrava no chão, com a cara toda machucada, a boca cheia de sangue e um dente faltando. Eu faria mais, o ódio fazia minhas mãos formigarem ao ponto de não sentir dor. Só queria bater mais nele, mas respirei fundo. Olhei para Jin, finalmente, colocando seu rosto entre minhas mãos e beijando sua face. Suas lagrimas caíam descontroladamente, queria ter um meio de reverter o tempo. Ele não merecia isso. Olhei mais uma vez para o Suga no chão e chutei seu estomago, ele estava desacordado, mas reagiu ao chute.

- Nam, vamos embora. – Jin implorou puxando meu braço. Limpei o suor da cara na manga. Só agora comecei a sentir umas pontadas no fígado. Mas ignorei. Passei o braço pelos ombros de Jin e fomos em direção a porta.

Ouvi o filho da mãe tossir e tive vontade de me virar e chutar a cara dele mais uma vez. Mas Jin me parou, como se adivinhasse o que eu queria fazer.

Quando demos nosso primeiro passo para fora da sala, ouvi um papoco muito alto, mesmo sendo minha primeira vez escutando isso, eu soube na hora, era o barulho de uma arma atirando. O ser humana as vezes tem dessas, não é? Existe coisas que são impossíveis de confundir e essas era uma dessas. Por um momento, achei que ele tivesse atirado em mim, mas não senti nada. Então, em seguida, talvez ele tenha atirado em si mesmo?

Mas não, não seria tão fácil. Jin caiu para frente, bem ao meu ver. Senti seu corpo escorrer do meu e quase que não conseguia o segurar no ar. Suas costas sangravam insanamente e aumentava a medida que os segundos passavam. Quando eu entendi a cena, me joguei no chão com eles nos braços, atrás de um apoio. Segurei seu rosto em mãos, mas dessa vez seus olhos estavam fechados. Dei umas batidinhas nas suas bochechas e ele não retornavam. Estava entrando em desespero, chamei seu nome, nada.

De relance, vi Suga levar a arma a boca e mais uma vez engatilhar e atirar, dessa vez, contra si mesmo. A cena foi de foder com meu psicológico. O sangue dele respingou na parede e seu corpo desabou morto. Por um milésimo esqueci de Jin e no mesmo instante retornei a pessoa em meus braços.

- Jin, Jin, Jin! – Tentava e nada. Levei meu rosto até seu nariz, ele ainda respirava. Só uma coisa passava pela minha cabeça. Com um esforço, ergui seu corpo nos meus braços fracos e corri o máximo que pude pelo mesmo caminho que eu fizera correndo há pouco.

O estacionamento parecia a quilômetros de distância, o destino não parecia chegar nunca. Meus braços ardiam, meu peito parecia que ia estourar, mas eu tinha que continuar, pois Jin pendia em meus braços desacordado. Quando tropecei no próprio pé, soltei um grito e agarrei Jin com mais força. Assim que cheguei no estacionamento, inspirei e minha garganta pareceu brasa. Disparei até seu carro, não tinha mais ninguém ali. Abri a porta de trás e o coloquei rapidamente no banco traseiro. Quando todo seu corpo estava dentro do carro, fechei a porta e fui para a do motorista. Procurei as chaves e elas estavam no porta-luvas, nunca agradeci tanto por Jin ser distraído.

Okay, eu poderia lembrar como se dirige. Liguei o carro e girei a chave na ignição, o carro morreu uma vez e na segunda eu consegui dar a partida. Mas engatei a marcha errada e andei de ré sem querer, pelo estacionamento. Respirei fundo e tentei me concentrar, eu tinha que conseguir, Jin dependia disso. Olhei para trás rapidamente e o sangue já estava encharcando o banco e só a sensação de que ele poderia morrer fez meu olho arder. Dei a partida mais uma vez e segui adiante com o carro.

Mesmo com a pista molhada e escorregadia, eu estava em alta velocidade. Desespero emanava de mim, meu olhar ia da rua até Jin no retrovisor do painel. Meu pensamento era um mar de desespero, eu estava me afogando nele, tentava loucamente manter a calma. Estava a 80 km/h... 90km/h... a neve que caia embaçava o vidro do carro e o caminho. Fui o mais rápido que pude, as estradas livres, pois era pós feriado. Todos estavam em casa, curtindo a família. E eu estava com o amor da minha vida entre a vida e a morte no banco traseiro do carro.

Quando finalmente cheguei ao hospital, parei dando um cavalo de pau de qualquer jeito na entrada e saí num pulo do carro, indo imediatamente na parte de trás. Agarrei Jin nos braços e o levei correndo para dentro do hospital, o sangue dele banhou meu corpo e fez um caminho pela entrada.

- Por favor! Me ajudem! Ele levou um tiro!! – Gritei quase implorando no meio do saguão de entrada.

Logo veio enfermeiras até mim, traziam uma maca, onde coloquei Jin. Um médico chegou correndo e residentes empurram a maca com Jin por um corredor, o médico já tomara a frente, abrindo caminho. Enquanto seguiam caminho, o médico examinava Jin rapidamente, abrindo os olhos dele. Nada. Quando chegaram em uma sala que tinha um enorme painel de vidro o qual mostravam o seu interior, barraram minha entrada. Jin e eles adentraram o local e eu fiquei para trás, observei a cena impotente do lado de fora.

Ficaram ao redor dele, rasgaram sua camisa e o viraram, tentavam conter o sangramento. Os conectaram a uma maquina onde mostrava seus batimentos. Estavam diminuindo e eu entendi a cena. Agarrei meu gorro, passei a mão pela cabeça, puxei a minha blusa, estava sufocando, angustiado, mordia o lábio. Ele não pode morrer.

Foi com esse pensamento que a máquina parou de emitir algo, e as linhas que antes subiam e desciam pararam. O contador chegou no zero... não... não... não... NÃO.

Fui até o vidro e bati com toda a força que me restara, gritava inutilmente, berrava com toda a voz que vinha do fundo da minha alma ferida. Foi quando a primeira lágrima desceu dolorosa. Jin estava sem vida sobre a cama e eu estava do outro lado do cômodo, observando a cena, estava gritando e chorando. As lagrimas banharam meu rosto e eu continuava a bater no vidro desesperado.

- JIIIIN. – Berrei em pleno pulmões e senti o gosto salgado na boca.

Os médicos puxaram um desfibrilador, e um deles o segurou com as duas mãos e as esfregou entre si, um gritou “afastem” e logo em seguida as colocou no peito de Jin. O tórax do Jin subiu instantaneamente e o bip se fez presente, seus batimentos voltaram a serem marcados pelo monitor e os médicos ficaram aliviados. Depois ele foi entubado e Jin ganhou consciência, acordou um pouco atordoado. Os médicos o calmaram e eu caminhei para trás em passos cambaleantes, quando bati as costas na parede, me deixei cair até desabar no chão. Enfim pude tomar ar novamente e um soluço subiu, eu chorava que nem um bebê. Agarrei meus joelhos e me encolhi o máximo que pude.

Nunca pensei sentir dor igual à do dia que perdi minha mãe, mas isso... foi uma sensação de me tirar da realidade. O segundo que vivi pensando que ele morreu foi o mais aterrorizante que já passei. Meu peito doía a cada batida.

Mas logo trouxeram a maca de Jin para fora novamente, levantei quase que na mesma hora e fui até eles. Os médicos estavam o levando para algum lugar que provavelmente eu não poderia entrar novamente, mas no pouco caminho, agarrei sua mão e o acompanhei.

- Oi. – Eu disse fraco.

- Hey... você está chorando, Nam... – ele respondeu fraco, quase sem certeza do que via, seus olhos semiabertos.

E eu concordei com a cabeça, beijando sua mão, depois os médicos nos separaram novamente, me deixando sozinho no corredor frio.

-X-

Apenas meia hora depois, Jin retornara para um quarto onde a parede de novo tinha um grande portal de vidro. Eu estava com os braços cruzados do lado de fora, lá dentro havia somente um médico conversando com Jin e um Jin estabilizado, sem mais sangramentos. Mas o médico estava muito sério, falava algo que fez por um momento a feição de Jin desabar, mas em seguida ele concordou. Logo o meu médico, responsável pela área de oncologia do hospital, chegou e entrou no quarto. Eu continuava sem entender a cena.

Jin havia passado por uma bateria de exames. E foi estabilizado, nada mais. Acho que ele vai fazer uma cirurgia... mas eu não entendia o que o meu médico tinha a ver.

Mas do nada, dentro do quarto, pelo vidro eu notei um médico discordar ativamente, o meu médico ficou calado e olhava sério para o Jin. O outro que discordava se conformou com algo que Jin falou. Jin tinha um sorriso leve no rosto, olhos vermelhos e uma respiração descompassada. Mais alguns minutos e eu pude finalmente entrar no quarto de Jin, convidado pelo seu médico.

Entrei e fui direto ao Jin, me pus do lado do seu leito e agarrei sua mão, estava quente, ainda bem.

- Meu amor, você está... melhor, não é?

- Sim, mas quero falar algo com você... algo que resolvi com os médicos. – Dito isso, ele passou a mão pela minha bochecha, limpando lagrimas secas e sorriu.

Olhei ao redor sem entender a cena, nenhum dos dois levantou o olhar para mim.

- E o que é? – Mesmo receoso, resolvi perguntar.

- O Senhor Seokjin vai precisar fazer uma cirurgia no seu ferimento... – começou o médico que eu não conhecia.

- E ele deu a ideia de ao mesmo tempo fazer o transplante de fígado, Nam. – Continuou meu médico.

- Quê? Não! – Respondi prontamente.

- Nam, meu bem, me escute. Vai ser como matar dois coelhos com uma cajadada... – Jin tentou me convencer.

- Mas por quê? – Perguntei confuso. E me virei para o meu médico. – O senhor mesmo disse que era melhor esperar mais um mês... as chances de dar certo são poucas... – me virei novamente para Jin. – E você está nessa condição! Como se eu fosse concordar.

- Eu sei o que eu disse..., mas as circunstancias são propicias agora. – Meu médico, Dr. Kwan, disse.

- E a condição de Jin não vai ser alterada em nada. – O outro médico se pronunciou e Jin o olhou com certa dureza.

- Por favor, Nam, concorde. Vai ser melhor para todos se isso acontecer agora... pois mais rapidamente você se recupera e eu não preciso passar por duas cirurgias, uma agora e outra no outro mês.

Olhei para os médicos, eles concordaram e olharam para baixo. Olhei para Jin, esse tinha um olhar suplicante para que eu concordasse. Ele só pensa em mim..., mas por um lado ele estava certo. Duas cirurgias em dois meses, era demais para ele. Se o médico dele disse que tudo bem e o Dr. Kwan afirmou eu ter chances de recuperação agora... era pegar ou largar.

- Tem certeza, Jin? Eu posso esperar...

- Tenho. – me interrompeu. – Eu não quero esperar.

Nunca o tinha visto tão convicto. Então eu concordei com ele.

Depois disso, os preparativos começaram. Fui levado a outro quarto, mas antes assinei um documento e termos junto com Jin para a cirurgia. Eu já ser de maior diminuiu e muito a burocracia.

Parecia loucura, nem sei como realmente concordei com isso, mas eu apenas queria acabar logo com esse pesadelo que era ter que conviver com essa doença e só a certeza de que Jin estava bem, já me deixava aliviado. Com certeza, finalmente viver com Jin sem nenhuma outra preocupação era de encher minha mente com talvez futuras aventuras..., porém eu lembrei que depois daqui, teríamos que resolver com a polícia. Uma tentativa de assassinato, seguida de suicídio. Só de pensar me dava dor de cabeça, mas por agora eu vou esquecer disso.

Depois de resolver tudo com a papelada, troquei de roupa e me levaram de maca até uma sala esterilizada onde Jin já se encontrava, ficamos postos lado a lado. Olhei de canto de olho para ele e Jin fez o mesmo. Vi uma lagrima descer do seu rosto e ele estendeu a mão até mim, eu segurei. Médicos com mascaras vieram até mim e Jin, nos coloram um respirador.

- Inspire e conte de dez a um em ordem decrescente. – a médica nos orientou.

De mãos dadas, começamos a contagem.  Já no oito, eu senti minha consciência se esvaindo e a mão do Jin se tornou um sonho distante. Depois, apaguei de vez e não me lembro mais de nada.

-X-

Tentei abrir meus olhos e falhei, mais uma vez e vi uma luz forte e branca cega-los. Pisquei algumas vezes e olhei ao redor. Era um quarto normal. Vários aparelhos estavam ligados em mim e no leito do lado Jin já estava acordado me olhando.

- Boa noite. Foram duas horas de cirurgia. Seu pai está lá fora. Muito raivoso porque não o avisamos de nada. – Sua voz se forçou um pouco.

- Haha, ele vai sobreviver... – Consegui sorri, mas senti uma pontada de dor. A cirurgia tinha dado certo. Senti os pontos no meu abdômen devagar. Sorri mais abertamente e olhei para o teto aliviado. Foi como se um peso saísse dos meus ombros.

Olhei para o lado e vi uma bolsa de sangue O- caindo lentamente por um tubinho e vindo até meu braço. Depois daqui, só mais algumas sessões de quimio e fim. Tudo graças ao Jin.

Virei de lado e ele continuava a me encarar, comecei a estranhar, era como se quisesse me gravar na memoria. Piscava devagar, como se estivesse com sono.

- Está com sono? – Perguntei. Num fio de voz ele respondeu “um pouco” e continou:

- Nam... – disse fraquinho. Seus lábios estavam brancos. – Troque as Begônias por Ciclames roxos, por favor. 

- Por quê? O que elas significam? – Eu não entendi a súbita mudança de assunto.

- Elas são um pedido de desculpas. – Ele sorriu e uma lagrima solitária desceu.

Eu não entendi de primeira, mas então eu percebi. Jin não estava ligado a nenhuma máquina, como eu. Jin não recebia sangue, como eu. Jin não tinha mais cor, como eu. Jin estava partindo aos poucos, diferente de mim, e eu só percebi agora.

Quando ele percebeu minha expressão, seu semblante se contorceu, mas ele não chorou. Mas eu sim. As minhas lagrimas mais uma vez se fizeram presente. Molharam minhas bochechas.

- Jin... Não, por favor, não me diz que...

- Me desculpa... – ele soltou num tom doloroso. – Mas o meu médico disse que a bala se espatifou e se espalhou por todo meu coração. Era impossível de se operar... era questão de tempo... meio dia, talvez. Ele me decretou meio dia de vida. E eu o usei para salva-lo, Nam. Me perdoe por ser tão egoísta. Por mentir.

- Jin... não... você não fez isso... – Mas ele concordou com a cabeça. Eu chorei mais, minha expressão se contorceu de dor e sofrimento. Angustia e descrença naquelas palavras, mas eu sentia que era verdade.

Me forcei e me levantei do meu leito.

- Jin... – tirei os fios que me prendiam as maquinas e a agulha saiu da minha veia. Me sentei e senti sangue escorrer dos meus pontos na barriga recém feitos. – Jin... não.

Mas Jin nada dizia, ele piscava devagar, cada piscada demorava mais para retornar. Com esforço, eu me levantei e despenquei no chão. Mas me apoiei na sua cama e escalei até ele.

Toquei sua mão, estava fria, longe e rígida.

- Jin.... – beijei sua mão. – Não faz isso comigo. Eu preciso de você. – eu sentia algo molhar meu abdômen. Sangue.

- Nam... eu te amo... – Ele disse no meio de um sorriso.

- Não... não... – As lagrimas escorriam, caiam sobre sua face, meu peito doía, minha cabeça mergulhou num profundo desespero. – Não vá. – Beijei seu rosto, suas mãos afim de lhe dar calor. Mas ele apenas ficava mais frio e não falava nada. Ele estava indo. Suas piscadas demoravam cada vez mais e então eu só pude:

- Está com sono, meu amor? – Perguntei mais uma vez. Pondo ele em meus braços. Jin apenas sorriu e abriu os olhos com um pesar.

- Um pouco, meu bem. – Respondeu baixinho, quase como um segredo.

- Eu te amo muito, ouviu? – Jin sorriu mostrando os dentes.

Então fechou os olhos.

E dormiu.

Para sempre. 


Notas Finais


Me desculpa...
Doeu em mim também...


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