História Angel - (Imagine Kim Taehyung - V) - Olhos...

Olhei assustada para a janela. O vento passou por todo quarto derrubando alguns objetos e bagunçando minhas folhas. Assustada me encolhi e abaixei a cabeça. Ouvi meu abajur estourar a lâmpada ao meu lado. Meu Deus, o que é isso?

O vento passou pelo meu corpo me causando arrepios. Ouvi um som próximo ao meu ouvido... O que era aquilo? Parecia um suspiro. O vento não suspira, certo? O vento soprou mais uma vez e foi embora fechando a janela. Eu estava chocada e confusa. Acordo dos pensamentos ao ouvir minha mãe gritar lá de baixo.

- Filha, está tudo bem? - Sua voz parecia preocupada.

- T-ta sim mãe! - Respondi rápido.

Meu quarto estava uma bagunça. Da onde havia vindo aquele vento?

- O que acabou de acontecer? - Pergunto a mim mesma.

Olho novamente o desenho e.... 

Ué? Cadê o desenho? Será que a ventania levou?

Procurei por todo o quarto mas não achei o bendito desenho. Chateada, fui arrumar o quarto. Coloquei tudo no lugar e guardei as folhas que percebi serem desenhos aleatórios.

Só posso estar ficando doida!

Aqueles desenhos estavam estranhos, não conseguia identificar o que havia feito. O que eu havia desenhado? Nem mesmo me lembro de tê-los feito... Mas tem minha assinatura, então só poderiam ser meus. Coloquei os mesmos na cama e desci para almoçar.

- O que foi aquele barulho filha? - Omma questiona.

- Hã... Foi mais uma tentativa falha de dançar mãe. - Digo e ela ri baixo.

- Cuidado para não quebrar nada! - Diz e concordo.

Putz... O abajur...

Afasto o pensamento ruim da morte da lâmpada de meu pobre abajur e me sento logo começando a comer. Estava divino como sempre. Conversamos coisas aleatórias. Claro que ocultei o acontecido lá em cima, se eu digo a verdade, ela com certeza me manda pra igreja ou diria que eu fumei.

Ajudei minha mãe com a louça e subi para meu quarto. Ao abrir a porta, vi meus desenhos espalhados. Caminhei até eles devagar e desconfiada.

Mas eu os deixei arrumados.... Como é que...?

Quando fui guardar os mesmos, reparei que todos juntos pareciam estar interligados. Um parecia completar o outro, como se fosse um quebra-cabeça. Aos poucos fui tentando completar cada desenho e juntar com os outros. Quando achei ter terminado, me afastei vendo o resultado. Asas. Asas negras. Era isso.

Porque asas negras?

Balancei a cabeça e comecei a olhar para os lados. Eu estou ficando doida ou tinha alguma droga naquele Toddynho?

Juntei as folhas rabiscadas e coloquei tudo dentro de uma gaveta da cômoda. Me joguei na cama e coloquei meus fones. Talvez se eu dormisse, essa loucura fosse embora.... Ou não.

Me virei de lado e abracei uma de minhas pelúcias. Aos poucos fui fechando os olhos e deixando o sono me dominar. Com um último suspiro, me entreguei ao mundo dos sonhos.

[....]

Ao acordar, percebi que estava na hora de me arrumar. Me levanto relutante e tomo um banho rápido. Coloco uma blusa discreta, uma calça jeans e uma jaqueta. Como a noite estava frio, optei por uma bota preta. Em frente ao espelho, passei um delineador, rímel e um brilho nos lábios para não chamar atenção. Estava pronta. Olhei a hora e faltava 10 minutos. Me despeço de minha mãe e saio de casa.

O clube de dança não era muito longe então fui andando mesmo. Mas aquela estranha sensação de observação ainda me perseguia. Respirei fundo e fui andando.

A rua estava tão vazia que estava me causando calafrios. Olhei em volta e não vi ninguém, mas sentia que estava sendo seguida. Sai andando apressando o passo. Enquanto passava por um beco senti alguém me puxando. Arregalei os olhos e a pessoa tampou minha boca.

- Shiii... Fique quieta. - Soou a voz grave e rouca em meu ouvido fazendo com que meus pelos ficassem eriçados.

Eu estava assustada e sentia meus olhos lacrimejando e os fechei. Até que senti algo de estranho. Como se um calor estivesse presente. Esse calor era tão confortante que eu fiquei surpresa. Sentia algo macio em volta de meu corpo trazendo uma sensação gostosa. Ao abrir os olhos parecia tudo escuro. Como havia ficado tão escuro do nada?!

Ouvi vozes pelo beco e me arrepiei. Estava assustada e não sabia o que fazer. As vozes ficaram mais altas fazendo eu ouvir a conversa. Fechei os olhos firmemente com medo enquanto ouvia.

- Ah, cara. Tenho certeza que vi aquela garota entrar aqui! - Uma voz grossa diz.

- Acho que você está na seca muito tempo... - Riu a segunda voz. - Não tem ninguém aqui! - Diz novamente.

- Acho que ela foi embora... Vamos procurar mais uma vez! - Diz e escuto passos se afastando.

Abri os olhos e a escuridão começou a cair. Espera... Aquilo não era a escuridão... Eram.... Penas? 

As penas sumiram e ouvi a mesma voz grossa em meu ouvido.

- Está tudo bem S/A.... - Arrepiei ao ouvir aquela voz novamente. Os braços que me seguravam se soltaram e vi a pessoa que me segurou indo embora, mas olhando para trás uma vez. - Nos veremos em breve... - Disse baixo mas ouvi. Assim que ele iria se virar, vi seus olhos azuis brilharem.

Aquela pessoa... Aquele garoto... Tinha olhos azuis. Tão azuis como o mar e tão brilhantes que me deixavam atordoada. Então ele foi embora. Corri para ver se o alcançava mas havia sumido na escuridão da noite.

Balancei a cabeça. Meu coração estava mais acelerado e batendo fortemente e eu não sabia se era pelo susto ou pelo garoto. O que está acontecendo comigo?

Continua